Boleiros brazucas no exterior
Enviado: 12 Jan 2006, 17:05
Ir ou não ir, eis a questão
Já dizia o sábio filósofo Calderón de Mejía: “Tudo o que o homem deseja é ouvir três sons: o alarido das palmas, o tilintar das moedas e o gemido das mulheres.”
Tendo isso como verdade insofismável, eu vos pergunto: então por que os jogadores de futebol vão embora do Brasil?
Comecemos pelo primeiro item: mulheres. Lá fora eles não conhecerão mais e melhores senhoritas do que aqui. Mesmo nosso principal Don Juan, Ronaldo Fenômeno, valoriza a prata-da-casa. Cicarelli e Raica estão aí de prova.
Com o alarido das palmas dá-se o mesmo. É melhor ficar do que ir. Tirando uma ou outra exceção, a verdade é que a maioria dos jogadores recebia mais elogios e glórias cá do que lá. Quereis exemplos? Dou-vos aos montes.
-França era ídolo no São Paulo, hoje amarga a reserva de um time japonês que caiu para a segunda divisão;
-Renato chegou à seleção, mas agora foi posto à disposição pelo Sevilha e talvez nem vá à Copa por conta disso;
-Luís Fabiano, um centroavante sensacional, vem acumulando fracassos;
-Diego: de craque consumado voltou à categoria de promessa;
-Fábio Luciano, zagueiro de seleção que bem poderia estar no lugar de Roque Junior, nem é mais comentado;
-e mesmo Robinho, amado pelos santistas, hoje é visto com desconfiança pelos torcedores do Real.
Quanto ao dinheiro, é claro que há diferença, mas ela nem é tão grande assim. Nenhum dos citados acima ganharia menos de R$100 mil hoje no Brasil. Alguns estariam perto dos R$ 200 mil.
Uns poucos anos com este salário e você pode comprar uma casa em Jericoacoara, deitar na rede e ficar para sempre olhando a dança das dunas.
Mesmo assim, é claro que o jogador ganha mais no exterior. Porém, lá ele terá mais gastos e não vai conseguir escapar do imposto de renda. Aqui ele consegue driblar o leão (aliás, como os ricos em geral), mas na Europa as coisas são bem diferentes. Ou seja, no final das contas não acho que seja tão lucrativo assim ir para fora do país.
Mas, além de mulheres, fama e dinheiro, há outros motivos para que o jogador pense duas, ou duzentas, vezes antes de sair:
A adaptação nunca é fácil. A língua é outra (menos em Portugal, mas aí a lógica é que é outra), os costumes são outros (imagine o que não sofrem as esposas dos jogadores em alguns países muçulmanos) e o clima é outro (perguntem ao centroavante Alberto o que ele acha do frio do russo. Ele responderá: “cof, cof, atchim!”).
E por fim há o quesito felicidade. E em geral os jogadores gostam mais do Brasil do que dos outros países. Quantos boleiros você lembra que foram para o exterior e ficaram por lá? Eu só me recordo do Mazola (Itália), do Amarildo (Itália) e do Nílton Batata (EUA). Talvez haja mais um ou outro, mas a grande maioria volta correndo.
Mas, se ir embora não é bom para os jogadores, é bom para quem?
Essa é a questão, viçosa leitora e viscoso leitor, essa é a questão.
Hoje, você responde. Segunda, respondo eu (mas já adianto que o título da coluna será algo como “empresários, os emissários de Satanás”).
Já dizia o sábio filósofo Calderón de Mejía: “Tudo o que o homem deseja é ouvir três sons: o alarido das palmas, o tilintar das moedas e o gemido das mulheres.”
Tendo isso como verdade insofismável, eu vos pergunto: então por que os jogadores de futebol vão embora do Brasil?
Comecemos pelo primeiro item: mulheres. Lá fora eles não conhecerão mais e melhores senhoritas do que aqui. Mesmo nosso principal Don Juan, Ronaldo Fenômeno, valoriza a prata-da-casa. Cicarelli e Raica estão aí de prova.
Com o alarido das palmas dá-se o mesmo. É melhor ficar do que ir. Tirando uma ou outra exceção, a verdade é que a maioria dos jogadores recebia mais elogios e glórias cá do que lá. Quereis exemplos? Dou-vos aos montes.
-França era ídolo no São Paulo, hoje amarga a reserva de um time japonês que caiu para a segunda divisão;
-Renato chegou à seleção, mas agora foi posto à disposição pelo Sevilha e talvez nem vá à Copa por conta disso;
-Luís Fabiano, um centroavante sensacional, vem acumulando fracassos;
-Diego: de craque consumado voltou à categoria de promessa;
-Fábio Luciano, zagueiro de seleção que bem poderia estar no lugar de Roque Junior, nem é mais comentado;
-e mesmo Robinho, amado pelos santistas, hoje é visto com desconfiança pelos torcedores do Real.
Quanto ao dinheiro, é claro que há diferença, mas ela nem é tão grande assim. Nenhum dos citados acima ganharia menos de R$100 mil hoje no Brasil. Alguns estariam perto dos R$ 200 mil.
Uns poucos anos com este salário e você pode comprar uma casa em Jericoacoara, deitar na rede e ficar para sempre olhando a dança das dunas.
Mesmo assim, é claro que o jogador ganha mais no exterior. Porém, lá ele terá mais gastos e não vai conseguir escapar do imposto de renda. Aqui ele consegue driblar o leão (aliás, como os ricos em geral), mas na Europa as coisas são bem diferentes. Ou seja, no final das contas não acho que seja tão lucrativo assim ir para fora do país.
Mas, além de mulheres, fama e dinheiro, há outros motivos para que o jogador pense duas, ou duzentas, vezes antes de sair:
A adaptação nunca é fácil. A língua é outra (menos em Portugal, mas aí a lógica é que é outra), os costumes são outros (imagine o que não sofrem as esposas dos jogadores em alguns países muçulmanos) e o clima é outro (perguntem ao centroavante Alberto o que ele acha do frio do russo. Ele responderá: “cof, cof, atchim!”).
E por fim há o quesito felicidade. E em geral os jogadores gostam mais do Brasil do que dos outros países. Quantos boleiros você lembra que foram para o exterior e ficaram por lá? Eu só me recordo do Mazola (Itália), do Amarildo (Itália) e do Nílton Batata (EUA). Talvez haja mais um ou outro, mas a grande maioria volta correndo.
Mas, se ir embora não é bom para os jogadores, é bom para quem?
Essa é a questão, viçosa leitora e viscoso leitor, essa é a questão.
Hoje, você responde. Segunda, respondo eu (mas já adianto que o título da coluna será algo como “empresários, os emissários de Satanás”).