Projeto libera interrupção da gravidez até 3 primeiros meses

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Re: Projeto libera interrupção da gravidez até 3 primeiros meses

Mensagem por Acauan »

Claudio Loredo escreveu:A formação do sistema nervoso é um bom critério para decidir sobre o tempo de gravidez em que o aborto pode ocorrer, pois havendo sistema nervoso, há dor. Antes disto, é só um amontoado de célular juntas.

O instinto de sobrevivência nos faz viver, mesmo sobre as piores condições. Entretanto, a vida seria bem melhor para todos se houvessem menos filhos indesejados.

Uma mulher muito pobre pode não ter condições de evitar a gravidez. Pobre não pode ficar doente, pois se fica doente é demitida do trabalho. Algumas pílulas anticoncepcionais fazem mal as mulheres, principalmente aquelas que são distribuidas gratuitamente. Isto é apenas um exemplo do que limita o poder e a responsabilidade da mulher de evitar a gravidez.

Então é difícil para os mais pobres fazerem planejamento familiar. É difícil para uma adolescente que não teve acesso à boa educação não ficar grávida do primeiro malandro que aparece. Por isso, uma vez a mulher gravida, seja por culpa dela ou não, ela deve ter o direito a abortar. É ela quem irá carregar uma cruz que pode ser infinitamente maior do que qualquer deslize dela.

Afinal, como exigir da mulher que não engravide sem ela ter os meios e os recursos para isto?

[/b]


Claudio,

Na boa, esta é uma das piores defesas do aborto que já vi.

E pobres não são tão idiotas e indefesos quanto você sugere. Esta condescendência cheia de piedade é apenas uma outra forma de preconceito.
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Re: Projeto libera interrupção da gravidez até 3 primeiros meses

Mensagem por Apo »

Embora eu pense que a morte deliberada e irresponsável de embriões deva ser considerada um crime sob todos os aspectos, há casos e casos. Nem toda mulher aborta por motivos sérios, algumas usam o aborto como anticoncepcional extremo frequentemente ( muitas prostitutas faziam isto antes da disseminação da camisinha ou do DIU ou outro método mais moderno).

Levanto aqui a seguinte questão extrema: uma mulher com filhos precedentes normais ou não ( mas que dependem dela de fato), que engravida de outro ( ou gêmeos ) com mal-formação já claramente detectada durante os primeiros meses ( em que seja possível fazer um aborto), vai ser condenada a viver este pesadelo por quem? E com que direito lhe condenaremos a algo que só supomos, mas no fundo morremos todos de medo de viver? Pimenta nos olhos dos outros é mel.
Quem sairá ganhando aqui? A família, os outros filhos, o marido, os avós, a mulher? Quem sabe os gêmeos mal -formados?

Ou seria hora apropriada de fazer ode à vida por si só?

Sejamos ponderados.
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Re: Projeto libera interrupção da gravidez até 3 primeiros meses

Mensagem por Apo »

Acauan escreveu:
Apo escreveu:
Acauan escreveu:Falácias e mais falácias.

Que coisa feia esta de querer mostrar a questão do aborto como sendo - genericamente - uma questão de vida do feto x vida da mãe.

Na grande maioria dos casos a questão do aborto é vida do feto x gravidez indesejada da mãe.

Ou seja, não é vida por vida.
É uma vida por nove meses de gravidez.

Quem acha que é a mesma coisa, sinto muito.



Não é feia. É apenas a ponta de um problema real e muito maior. Se eu não quiser o filho, se eu tenho certeza de que o filho será por mim rejeitado depois, e aqui não estou a falar de futilidades, mas sim de motivos sérios, eu escolho por não tê-lo. E a decisão é minha.
Até parece que a sociedade é quem vai assumir o meu problema depois.
Tem quem seja tão tirano que ache que eu tenho obrigação de aceitar um filho de um monstro estuprador ou um filho com jeito de teratoma! Que peçam a deus que mandem um fruto assim, então e façam a sua parte, deixando a dor e os limites dos demais em paz.
E 9 meses de gravidez não encerram a problemática complexa de uma geração. São apenas o limite biológico intra-uterino. Há todo o resto depois disto.


Do ponto de vista puramente teórico, você poderia usar este exato mesmo argumento para defender o direito da mãe de matar filhos recém nascidos ou bebês de um ano, ou dois, ou...


Acontece que a questão não é meramente teórica. E não, se for para matar, que mate antes.

O fato de haver problemas decorrentes da gravidez não dá, por si só, mais direito de destruir o feto do que o fato de existir problemas na criação de um filho dá a mãe o direito de matá-lo.


E quem é que vai julgar isto? Os estranhos que morreriam de medo de viver o que ela pode estar vivendo e ainda vai viver? Cada qual nos seus limites e devem ser respeitados.

Ou seja, a questão se resume a existência ou não do direito de vida do feto, que se existente não pode ser anulado por conveniências da mãe, por mais graves que seja.


Errado. As questões da mãe são prioritárias, já que a vida do feto e suas condições de sobrevivência física e emocional dependem na maior parte do equilíbrio dela.

Estupro e risco de vida já foram explicado como exceções por mim em postagem anterior.


Para muitos nem isto é exceção.
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Re: Projeto libera interrupção da gravidez até 3 primeiros meses

Mensagem por Apo »

Em laguns lugares do Islã, meninas e mulheres, casadas ou solteiras, quando olham, dirigem a palavra ou, no caso extremo, são estupradas por estranhos, irmãos, pais, amigos da família, filho ou qualquer homem, são condenadas como se culpadas fossem. As penas imputadas, vão desde chicotadas, apedrejamento ou a pena máxima capital. E para eles isto é responsabilidade pelos atos dela.

Alguns comentários aqui e pelo mundo afora, parecem tratar a questão do aborto ( nos casos além dos previstos em lei - a muito custo, diga-se de passagem), como se fosse de culpa e de condenação eternos. E usam o argumento do direito à vida de um embrião, para secundarizar o direito à vida digna da mulher, do companheiro ( se houver) de outros filhos, da família que apóie a decisão da mulher - porque são os que estão verdadeiramente envolvidos na dor- , como se vida fosse simplesmente uma coisa primitiva. Não somos bichos, homens é que somos.
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Re: Projeto libera interrupção da gravidez até 3 primeiros meses

Mensagem por Acauan »

Acauan escreveu:
Apo escreveu:
Hospitais públicos atendem 400 mulheres por mês devido a abortos clandestinos[/b]

24/02/2008 (23:48)


Seixas, do A TARDE On Line
Leia também:

>>Projeto libera interrupção da gravidez nos três primeiros meses

Enquanto o projeto de lei que discriminaliza o aborto tramita na Câmara dos Deputados e a Constituição e a Igreja proíbem a interrupção da gravidez, nas três unidades dirigidas pela Secretaria Estadual de Saúde (Sesab), em Salvador: Maternidade Tyscila Balbino, Instituto de Perinatologia da Bahia (Iperba) e Maternidade Albert Sabin, cerca de 400 mulheres são atendidas por mês devido a conseqüências de abortos clandestinos.

As três maternidades receberam quase quatro mil mulheres em 2007. Nessas unidades, os casos de aborto ilegal perdem apenas para os partos. O alto índice coloca a capital baiana no topo do ranking nacional, ao lado de outras cidades nordestinas, revela o último relatório da Federação Internacional de Planejamento Familiar (IPPF, na siga em inglês), entidade que atua em 150 países.


Como sempre estes números vem desacompanhados de qualquer informação mais detalhada que permita pesquisa às fontes primárias.

Como este Índio Velho já fez isto, levantou que segundo dados do dataSUS, entre 2002 e 2004 foram registradas 24 mortes de mulheres por aborto clandestino.
ISTO NO BRASIL TODO!

A mágica que transforma duas dúzias de casos em milhares ou milhões é realmente um mistério.


Antes que me acusem de matar a cobra e não mostrar o pau:

Óbitos Maternos - Brasil
Óbitos p/Ocorrênc por Tipo causa obstétr segundo Grupo CID10
Grupo CID10: Gravidez que termina em aborto
Categoria CID10: O07 Falha de tentativa de aborto
Período: 2002
Grupo CID10
Morte materna obstétrica direta
Total

Fonte: MS/SVS/DASIS - Sistema de Informações sobre Mortalidade - SIM

TOTAL 7

Gravidez que termina em aborto 7

Fonte: DataSUS
http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/tabcgi ... /matuf.def


Óbitos Maternos - Brasil
Óbitos p/Ocorrênc por Tipo causa obstétr segundo Grupo CID10
Grupo CID10: Gravidez que termina em aborto
Categoria CID10: O07 Falha de tentativa de aborto
Período: 2003
Grupo CID10
Morte materna obstétrica direta
Total

Fonte: MS/SVS/DASIS - Sistema de Informações sobre Mortalidade - SIM

TOTAL 6

Gravidez que termina em aborto 6

Fonte: DataSUS

http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/tabcgi ... /matuf.def


Óbitos Maternos - Brasil
Óbitos p/Ocorrênc por Tipo causa obstétr segundo Grupo CID10
Grupo CID10: Gravidez que termina em aborto
Categoria CID10: O07 Falha de tentativa de aborto
Período: 2004
Grupo CID10 Morte materna obstétrica direta Total
Fonte: MS/SVS/DASIS - Sistema de Informações sobre Mortalidade - SIM

TOTAL 11
Gravidez que termina em aborto 11

Fonte: DataSUS
http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/tabcgi ... /matuf.def


Quem quiser conferir:

abra o site http://www.datasus.gov.br ;
clique em INFORMAÇÕES DE SAÚDE;
clique em ESTATÍSTICAS VITAIS - MORTALIDADE E NASCIDOS VIVOS;
clique novamente em ÓBITOS MATERNOS - DESDE 1996;
selecione a opção BRASIL POR REGIÃO E UNIDADE DA FEDERAÇÃO;
selecione: CATEGORIA CID 10 [CID significa Código Internacional de Doenças];
selecione: TIPO CAUSA OBSTÉTRICA;
Em Periodo, selecione: 2002 [depois 2003 e 2004]
Em Seleções disponíveis, selecione: GRUPO CID10 -> GRAVIDEZ QUE TERMINA EM ABORTO
selecione: FALHA EM TENTATIVA DE ABORTO
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Re: Projeto libera interrupção da gravidez até 3 primeiros meses

Mensagem por Acauan »

Apo escreveu:
Acauan escreveu:Ou seja, a questão se resume a existência ou não do direito de vida do feto, que se existente não pode ser anulado por conveniências da mãe, por mais graves que seja.

Errado. As questões da mãe são prioritárias, já que a vida do feto e suas condições de sobrevivência física e emocional dependem na maior parte do equilíbrio dela.


Esta é uma opinião, que por si é insuficiente para decretar quem tem o direito de viver e quem não.
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Re: Projeto libera interrupção da gravidez até 3 primeiros meses

Mensagem por Apo »

Sinceramente, Acauan. Este assunto é um tabu tão gigantesco no Brasil, onde se sabe que formas de abortar, matando ou não a mulher deixando ou não seqüelas físicas ( como a infertilidade pós aborto) são tantas e popularmente passadas de avó para filha e neta, que números não representam muita coisa.

Você acredita mesmo que as milhares de "Marias" comparecem aos centros de saúde conveniados ou não, pesquisados ou não, com plaquinha na frente ou mantidos sob fachada, para contar quantos abortos fizeram e se quase morreram ou não?
E acredita que a rede conveniada dá contas do que realmente acontece? Ninguém quer mortes em seus históricos, muito menos causadas por abortos.

E ademais, estes números não devem servir como único norte para sermos ou a favor do aborto.
Quando postei, minha intenção era apenas mostrar que abortos não espontâneos podem estar realizados ao lado de nossa casa, sem a devida assistência ( por ser considerado crime para todos as partes envolvidas) e nem sequer sabemos. Qualquer dia é alguém muito próximo de nós. E daí a xirimpóca pia diferente.
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Re: Projeto libera interrupção da gravidez até 3 primeiros meses

Mensagem por Apo »

Acauan escreveu:
Apo escreveu:
Acauan escreveu:Ou seja, a questão se resume a existência ou não do direito de vida do feto, que se existente não pode ser anulado por conveniências da mãe, por mais graves que seja.

Errado. As questões da mãe são prioritárias, já que a vida do feto e suas condições de sobrevivência física e emocional dependem na maior parte do equilíbrio dela.


Esta é uma opinião, que por si é insuficiente para decretar quem tem o direito de viver e quem não.


E qual opinião vale? A de quem nem sabe como é engravidar, passar 9 meses sob terror, parir algo ( sim, "algo" com vida, mas não somos bactérias, somo humanos, e precisamos de um berço para sermos viáveis. Nem sempre um útero é garantia de berço pós nascimento, muitas vezes é a prévia da condenação posterior), ter que se sentir plena e realizada, abrir mão de outros filhos, de outros interesses, de sua própria vida ( nem sempre bonitinha e maternal), para encarar a hercúlea tarefa que esta mãe NÃO PODE ASSUMIR ( cada qual pela sua razão, seja emocional ou física)?

Quem disse que o interesse do feto é o único que deve prevalecer sobre todos os outros? Algum tipo de decreto também?
Que venha de algum ente com capacidade para se responsabilizar igualmente pela tarefa futura que será vivida pela mulher ( sozinha, com seu companheiro, filhos e toda a bagagem que esteja com ela relacionada). Não os estranhos.

Aliás, tenho para mim, que um homem ou mulher , sejam eles meus pais, meus amigos, parentes, a minha coletividade (se isto me interessar), o marido, namorado, ou o padre da esquina, se opuser frontalmente ao meu limite e sofrimento, e tentar me condenar ( pois este é um momento extremante único e absolutamente solitário, deixam imediatamente de ter alguma importância na minha vida.
Como não podemos escolher família, se meu companheiro não me apoiar na minha decisão (apenas se colocando contra e ponto final), ele será imediatemente descartado do processo de decisão.
E tenho certeza absoluta que a maioria das mulheres pensa cada vez mais assim.
Duvido que alguém que ame, não tenha um mínimo de empatia ( mesmo que com uma dose de dor pela perda, e ela existe) .
Eu diria que um casal pode escolher abortar numa circunstância e não abortar em outra.
E é assim para tudo. Ou estamos todos sozinhos.
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Herf
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Re: Projeto libera interrupção da gravidez até 3 primeiros meses

Mensagem por Herf »

Acauan escreveu:Sempre a mesma história, alguém decreta arbitrariamente que o desenvolvimento do sistema nervoso é que dá a um feto o direito a vida e se escusa completamente de explicar porque, como se isto fosse alguma lei natural ou divina.

Depois vem dizer que é melhor ser abortado do que nascer pobre, como se milhões de pessoas que nasceram pobres e estão vivas não tivessem opinião em contrário.

E a mulher tem direito ao próprio corpo. Só que todo direito implica em responsabilidades quando envolve uma terceira parte. Fingir que o feto não é uma terceira parte é pura conveniência.

Arbitrariamente? Afirmar que o direito do feto à vida começa no desenvolvimento do sistema nervoso está muto longe de ser arbitrário.

Por que?

É fato incontestável que o centro da consciência, pensamento e sentimentos tipicamente humanos, enfim, os fatores que NOS FAZEM HUMANOS, residem no sistema nervoso central. Só julgamos errado agredir outra pessoa porque temos consciência de que a agressão causa a ela o sentimento de dor. Não faz sentido atribuir um direito à não agressão àquilo que não pode pensar e sentir. Até certo ponto da gestação, o embrião/feto é totalmente desprovido de um sistema nervoso capaz de fazê-lo sentir e pensar. Se ele é desprovido daquilo que faz um humano ser o que é, não segue que ele tenha algum direito, desvinculado dos de sua mãe.

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Re: Projeto libera interrupção da gravidez até 3 primeiros meses

Mensagem por Apo »

Procedure escreveu:
Acauan escreveu:Sempre a mesma história, alguém decreta arbitrariamente que o desenvolvimento do sistema nervoso é que dá a um feto o direito a vida e se escusa completamente de explicar porque, como se isto fosse alguma lei natural ou divina.

Depois vem dizer que é melhor ser abortado do que nascer pobre, como se milhões de pessoas que nasceram pobres e estão vivas não tivessem opinião em contrário.

E a mulher tem direito ao próprio corpo. Só que todo direito implica em responsabilidades quando envolve uma terceira parte. Fingir que o feto não é uma terceira parte é pura conveniência.

Arbitrariamente? Afirmar que o direito do feto à vida começa no desenvolvimento do sistema nervoso está muto longe de ser arbitrário.

Por que?

É fato incontestável que o centro da consciência, pensamento e sentimentos tipicamente humanos, enfim, os fatores que NOS FAZEM HUMANOS, residem no sistema nervoso central. Só julgamos errado agredir outra pessoa porque temos consciência de que a agressão causa a ela o sentimento de dor. Não faz sentido atribuir um direito à não agressão àquilo que não pode pensar e sentir. Até certo ponto da gestação, o embrião/feto é totalmente desprovido de um sistema nervoso capaz de fazê-lo sentir e pensar. Se ele é desprovido daquilo que faz um humano ser o que é, não segue que ele tenha algum direito, desvinculado dos de sua mãe.


E infeliz ou felizmente, muito do que parece ser um crime contra um "futuro" filho ( que ainda não tem condições de avaliar se quererá viver ou não, sob sei lá que circunstâncias), é na verdade uma decisão de extrema responsabilidade. E apenas a mãe, o pai ( se estiver de acordo com a mãe ) e por seguinte os demais filhos e a família ( junto com seu médico) é que podem decidir o que é melhor.
Imagine se um futuro ser humano pudesse decidir pelos nossos atos hoje, sem ter conhecimento de nada? Seria apenas a luta pela sobrevivência dele em caráter biológico, como faz o instinto de qualquer ser vivo.
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Re: Projeto libera interrupção da gravidez até 3 primeiros meses

Mensagem por SickBoy »

defesa à vida com base no obscurantismo.

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Re: Projeto libera interrupção da gravidez até 3 primeiros meses

Mensagem por Acauan »

Procedure escreveu:Arbitrariamente? Afirmar que o direito do feto à vida começa no desenvolvimento do sistema nervoso está muto longe de ser arbitrário.

Por que?

É fato incontestável que o centro da consciência, pensamento e sentimentos tipicamente humanos, enfim, os fatores que NOS FAZEM HUMANOS, residem no sistema nervoso central. Só julgamos errado agredir outra pessoa porque temos consciência de que a agressão causa a ela o sentimento de dor. Não faz sentido atribuir um direito à não agressão àquilo que não pode pensar e sentir. Até certo ponto da gestação, o embrião/feto é totalmente desprovido de um sistema nervoso capaz de fazê-lo sentir e pensar. Se ele é desprovido daquilo que faz um humano ser o que é, não segue que ele tenha algum direito, desvinculado dos de sua mãe.


Legal...

Cinco minutos antes de o sistema nervoso central começar a funcionar você pode matar o feto então.

É esta a diferença entre um ser humano e algo disponível para descarte, cinco minutos?

Ampliar o tempo não muda a questão, uma vez que o problema aqui não é ter ou não sistema nervoso, mas ter um sistema nervoso em desenvolvimento e um formado, ou seja, se o conteúdo de humanidade já está definido na formação.
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Re: Projeto libera interrupção da gravidez até 3 primeiros meses

Mensagem por Acauan »

Apo escreveu:E ademais, estes números não devem servir como único norte para sermos ou a favor do aborto.
Quando postei, minha intenção era apenas mostrar que abortos não espontâneos podem estar realizados ao lado de nossa casa, sem a devida assistência ( por ser considerado crime para todos as partes envolvidas) e nem sequer sabemos. Qualquer dia é alguém muito próximo de nós. E daí a xirimpóca pia diferente.


Apo,

Como disse e repito, quem sempre cita números para defender sua causa são os pró-aborto.
Em geral, não digo você.

Agora o que não dá é aceitar que quando demonstro que os números pró-aborto são falsos, ouvir que números não são importantes.
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Re: Projeto libera interrupção da gravidez até 3 primeiros meses

Mensagem por Apo »

Acauan escreveu:
Apo escreveu:E ademais, estes números não devem servir como único norte para sermos ou a favor do aborto.
Quando postei, minha intenção era apenas mostrar que abortos não espontâneos podem estar realizados ao lado de nossa casa, sem a devida assistência ( por ser considerado crime para todos as partes envolvidas) e nem sequer sabemos. Qualquer dia é alguém muito próximo de nós. E daí a xirimpóca pia diferente.


Apo,

Como disse e repito, quem sempre cita números para defender sua causa são os pró-aborto.
Em geral, não digo você.


É, eu não costumo me ajoelhar para números. Principalmente quando meu senso me diz que PODEM perfeitamente estar errados, por várias razões tantas vezes já demonstradas ( não por mim, por eles mesmos).
Agora o que não dá é aceitar que quando demonstro que os números pró-aborto são falsos, ouvir que números não são importantes.


São importantes apenas na medida em que possam desmontar a pirâmide das prioridades para colocar outra na base ( ou no topo, como queira).
E, neste caso, a sensibilidade e a empatia humanos me parecem ainda merecer lugar de destaque.
Parece-me também que esta minha colocação acerca dos números foi retirada de um contexto muito mais amplo, que você retirou do quadro.

Tem outra coisa que deveríamos tomar como maniqueísmo cruel: não existem apenas abortistas e anti-abortistas. São dois rótulos muito pequenos para tantas percepções em graus variados sobre o assunto.
Assim, parece que estamos todos numa arena a apontar o dedo para baixo ou para cima. Mata! Não mata!
Não é assim que funciona.
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Re: Projeto libera interrupção da gravidez até 3 primeiros meses

Mensagem por Ilovefoxes »

Legal...

Cinco minutos antes de o sistema nervoso central parar de funcionar você pode destruir o cadáver então.

É esta a diferença entre um ser humano e algo disponível para descarte, cinco minutos?

Ampliar o tempo não muda a questão, uma vez que o problema aqui não é ter ou não sistema nervoso, mas ter um sistema nervoso paralizado e um funcionando, ou seja, se o conteúdo de humanidade já está definido no corpo.

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Re: Projeto libera interrupção da gravidez até 3 primeiros meses

Mensagem por Apo »

O problema é levarem o cerne da discussão para o escopo vida=bebê ( seja lá em que condições ele seja obrigado a ter que viver). Que levem, mas não achem que todo bebê desejaria ter continuado vivendo sob um lar caótico, sem condições financeiras e emocionais, sem um pedaço do corpo, sendo agredido dentro de casa e pela sociedade, sendo jogado, depois de protegido pela lei, num buraco qualquer da escala de dignidade humana ( que diz estar ao seu lado, mas que pouco fará por ele depois que os verdadeiros problemas pertinentes à vida surgirem).

Dá para ver os dois lados, ou estão apenas acostumados com a visão de um bebezinho perfeitinho, com roupinha e colo quente a tempo e a hora? Vi estes dias um filme em que o adolescente se transforma em homem bomba ( e não é no Islã), porque achou que era a única forma de chamar atenção do mundo e da mãe ( que jamais o amou). Quando sequestrou uma turma de pessoas num estabelecimento e o pelotão de resgate chegou, seus pais foram chamados porque descobriram que ele tinha era um enorme buraco por falta de atenção da mãe ( e o pai nem sabia, era um homem muito ocupado). Queriam que a mãe enviasse a ele um recado afirmando seu amor. Pelo menos ela foi curta e direta. Mandou o seguinte bilhete: " Eu nunca quis ter filhos".

Alguém vai julgar a mulher que nunca quis ter filhos? Ela não quis. Deu no que deu. E geralmente é nisso que dá mesmo.
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Re: Projeto libera interrupção da gravidez até 3 primeiros meses

Mensagem por Herf »

Acauan escreveu:
Procedure escreveu:Arbitrariamente? Afirmar que o direito do feto à vida começa no desenvolvimento do sistema nervoso está muto longe de ser arbitrário.

Por que?

É fato incontestável que o centro da consciência, pensamento e sentimentos tipicamente humanos, enfim, os fatores que NOS FAZEM HUMANOS, residem no sistema nervoso central. Só julgamos errado agredir outra pessoa porque temos consciência de que a agressão causa a ela o sentimento de dor. Não faz sentido atribuir um direito à não agressão àquilo que não pode pensar e sentir. Até certo ponto da gestação, o embrião/feto é totalmente desprovido de um sistema nervoso capaz de fazê-lo sentir e pensar. Se ele é desprovido daquilo que faz um humano ser o que é, não segue que ele tenha algum direito, desvinculado dos de sua mãe.


Ampliar o tempo não muda a questão, uma vez que o problema aqui não é ter ou não sistema nervoso, mas ter um sistema nervoso em desenvolvimento e um formado, ou seja, se o conteúdo de humanidade já está definido na formação.

Como assim, "o problema não é ter ou não sistema nervoso"? A presença de um SNC funcional é crucial para a questão.

Como já disse, é do seguinte princípio que eu parto: o direito à não-agressão decorre da sensibilidade a ela. Logo aquilo que não sente não tem direitos.

Você considera válido proteger da agressão algo que não é capaz de senti-la? Não compreendo seu ponto.

Legal...
Cinco minutos antes de o sistema nervoso central começar a funcionar você pode matar o feto então.

É esta a diferença entre um ser humano e algo disponível para descarte, cinco minutos?

Alguns milímetros antes de o espermatozóide alcançar o óvulo é válido destruir os gametas.

É esta a diferença entre um ser humano e algo disponível para descarte, alguns milímetros? :emoticon12:

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Re: Projeto libera interrupção da gravidez até 3 primeiros meses

Mensagem por Ilovefoxes »

Procedure, eu bem que discordo com o seu argumento. Não se deixa de proteger sem cérebro porque "não sente dor", e sim porque é uma casca oca de órgãos.

Como eu sempre digo: se você recebe um novo rim, você não morre. Mas se você recebesse um novo cérebro, estaria morto.

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Re: Projeto libera interrupção da gravidez até 3 primeiros meses

Mensagem por Alenônimo »

Acauan escreveu:Legal...

Cinco minutos antes de o sistema nervoso central começar a funcionar você pode matar o feto então.


Ironicamente, a resposta é SIM.

Veja bem… eu, como ser vivo, vou lutar para continuar vivo pois isso está nos meus genes. Mas se me matassem quando eu sequer tinha consciência ou pudesse sentir dor, eu não daria a menor bola. Eu sequer saberia que estava acontecendo algo. Porra, eu sequer saberia que existia!

Tem momento melhor para decidir se vai ter um filho que antes dele saber que existe?

Não entendo como alguém pode defender tão veementemente a vida de um amontoado de células que ainda não é gente e que vai se desenvolver em uma criança que vai ser largada por aí, crescendo feito um animal sem carinho.

Lembre-se que ninguém vai obrigar as mulheres a fazer aborto. Se elas quiserem fazer o aborto, é porque não querem ter a criança. Quem vai cuidar dela? Você?

Acauan escreveu:Como disse e repito, quem sempre cita números para defender sua causa são os pró-aborto.
Em geral, não digo você.

Agora o que não dá é aceitar que quando demonstro que os números pró-aborto são falsos, ouvir que números não são importantes.


Acauan, por experiência própria eu posso te dizer que esses números não valem muita coisa.

Primeiro, porque eu já trabalhei no IBGE, no censo do ano passado. As pessoas mentem e mentem muito, mesmo quando informamos que os dados não serão divulgados pra ninguém. Só para citar um exemplo, um casal de lésbicas preferiu que colocassem-nas como amigas morando junto, mesmo o recenseador conhecendo as duas. E um recenseador não pode questionar os dados fornecidos pelas pessoas.

Segundo, informações de saúde pública só valem de alguma coisa se a pessoa efetivamente for entrevistada. Eu já peguei dengue em um momento de epidemia e, a menos que eu procurasse a Vigilância Sanitária, eu não seria contado nas estatísticas. O número de casos confirmados aqui em Birigüi foi de 5.000, mas a estimativa foi de que, pelo menos 25.000 pessoas pegaram dengue e sequer procuraram o pronto socorro.

Números são muito subjetivos. E no caso da legalização do aborto não deveriam sequer contar. Na minha opinião, valem mais os dados factuais do que números de abortos cometidos. Ou acham que vão legalizar assaltos à mão armada se aumentarem os casos?

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Re: Projeto libera interrupção da gravidez até 3 primeiros meses

Mensagem por Alenônimo »

ilovefoxes, pelo amor do Pedro de Lara, pára de falar besteira!

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Re: Projeto libera interrupção da gravidez até 3 primeiros meses

Mensagem por Apo »

Folgo ao ler aqui no RV um cristão que sabe que o IBGE é apenas mais um órgão que faz as pesquisas como quer quem manda, tabula como melhor aprouver a quem manda, e divulga apenas o que convém.Sinal que ainda não estou completamente louca.

Vai lá e pesca o peixe podre quem quiser. Mas não venham convencer de que eles traduzem algum tipo de realidade.

Já disse algumas vezes aqui e vou repetir: também já estudei pesquisa e estatística e já trabalhei para clientes e para uma grande rede de televisão: eu recebia os números brutos internos, misturava com os de órgãos de pesquisa como IBOPE e IVC, mais umas coisas de órgãos públicos e pronto: provava o que quisesse, de acordo com a cara do freguês a quem eu queira convencer.

Antes uma questão séria como esta pudesse ser definida com base em números sérios....não pode.
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Re: Projeto libera interrupção da gravidez até 3 primeiros meses

Mensagem por Alenônimo »

Apo escreveu:Folgo ao ler aqui no RV um cristão que sabe que o IBGE é apenas mais um órgão que faz as pesquisas como quer quem manda, tabula como melhor aprouver a quem manda, e divulga apenas o que convém.


C-c-cristão?! Espero que não esteja se referindo a mim! Mantenho o site Ateus do Brasil e sou membro fundador do Clube Cético, além de fazer quadrinhos zoando crentes quando eu posso. Tenho textos ateístas de minha autoria e muitos outros traduzidos por mim.

De cristão, eu só tenho parente.

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Re: Projeto libera interrupção da gravidez até 3 primeiros meses

Mensagem por Apo »

Alenônimo escreveu:
Apo escreveu:Folgo ao ler aqui no RV um cristão que sabe que o IBGE é apenas mais um órgão que faz as pesquisas como quer quem manda, tabula como melhor aprouver a quem manda, e divulga apenas o que convém.


C-c-cristão?! Espero que não esteja se referindo a mim! Mantenho o site Ateus do Brasil e sou membro fundador do Clube Cético, além de fazer quadrinhos zoando crentes quando eu posso. Tenho textos ateístas de minha autoria e muitos outros traduzidos por mim.

De cristão, eu só tenho parente.


Eu sei tudo o que fez no verão passado, Alenônimo! Chamo criaturas de cristão por ironia.

Amplexos.
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Re: Projeto libera interrupção da gravidez até 3 primeiros meses

Mensagem por Acauan »

Procedure escreveu:
Acauan escreveu:
Procedure escreveu:Arbitrariamente? Afirmar que o direito do feto à vida começa no desenvolvimento do sistema nervoso está muto longe de ser arbitrário.

Por que?

É fato incontestável que o centro da consciência, pensamento e sentimentos tipicamente humanos, enfim, os fatores que NOS FAZEM HUMANOS, residem no sistema nervoso central. Só julgamos errado agredir outra pessoa porque temos consciência de que a agressão causa a ela o sentimento de dor. Não faz sentido atribuir um direito à não agressão àquilo que não pode pensar e sentir. Até certo ponto da gestação, o embrião/feto é totalmente desprovido de um sistema nervoso capaz de fazê-lo sentir e pensar. Se ele é desprovido daquilo que faz um humano ser o que é, não segue que ele tenha algum direito, desvinculado dos de sua mãe.


Ampliar o tempo não muda a questão, uma vez que o problema aqui não é ter ou não sistema nervoso, mas ter um sistema nervoso em desenvolvimento e um formado, ou seja, se o conteúdo de humanidade já está definido na formação.

Como assim, "o problema não é ter ou não sistema nervoso"? A presença de um SNC funcional é crucial para a questão.

Como já disse, é do seguinte princípio que eu parto: o direito à não-agressão decorre da sensibilidade a ela. Logo aquilo que não sente não tem direitos.

Você considera válido proteger da agressão algo que não é capaz de senti-la? Não compreendo seu ponto.


Legal 2!!!

Se o princípio moral se fundamenta na capacidade da vítima de sentir a agressão, significa que a partir do momento que anestesiamos suficientemente qualquer pessoa, conquistamos o direito de fazer o que quiser com ela, inclusive matá-la.

Estranho que sua vida valha apenas alguns centímetros cúbicos de anestésico.


Procedure escreveu:
Acauan escreveu: Legal...
Cinco minutos antes de o sistema nervoso central começar a funcionar você pode matar o feto então.

É esta a diferença entre um ser humano e algo disponível para descarte, cinco minutos?

Alguns milímetros antes de o espermatozóide alcançar o óvulo é válido destruir os gametas.

É esta a diferença entre um ser humano e algo disponível para descarte, alguns milímetros? :emoticon12:


Se não notou a diferença, a partir do momento da fecundação se define a individualidade humana, tanto genética quanto social, uma vez que definidos os pais temos a família, cultura e condição social na qual aquela criança nascerá – se deixarem.

Antes da fecundação as possibilidades são infinitas ou nenhuma.

Depois torna-se uma e apenas uma.

Se não consegue discernir a diferença entre as duas condições e a importância de uma delas, de novo sinto muito.
Nós, Índios.

Acauan Guajajara
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Lutar com bravura, morrer com honra.

Liberdade! Liberdade!
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Dá que ouçamos tua voz!

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Re: Projeto libera interrupção da gravidez até 3 primeiros meses

Mensagem por Acauan »

Apo escreveu:Qual opinião vale? A de quem nem sabe como é engravidar, passar 9 meses sob terror, parir algo ( sim, "algo" com vida, mas não somos bactérias, somo humanos, e precisamos de um berço para sermos viáveis. Nem sempre um útero é garantia de berço pós nascimento, muitas vezes é a prévia da condenação posterior), ter que se sentir plena e realizada, abrir mão de outros filhos, de outros interesses, de sua própria vida ( nem sempre bonitinha e maternal), para encarar a hercúlea tarefa que esta mãe NÃO PODE ASSUMIR ( cada qual pela sua razão, seja emocional ou física)?


Se o problema é este conheço um monte de mulheres que em determinada época da vida engravidaram e pensaram em abortar, não o fizeram e hoje afirmam com toda certeza de que os filhos que não destruiram são a melhor coisa que fizeram na vida.

Engravidar ou não, não resolve a questão.
Nós, Índios.

Acauan Guajajara
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Trancado