Posições morais, religião, e desconversão
Enviado: 26 Fev 2008, 18:43
Marc Hauser e uns outros caras descobriram que moralmente, não há muitas diferenças entre os humanos de diferentes etnias, religiões, sexos, etc. Mas há, de qualquer forma, algumas variações, como as causadas por religião e cultura.
Eu acho que ocorre algum tipo de forte "impressão" psicológica, meio como a forma que as aves ao chocarem aprendem que aqueles animais próximos delas são seus pais, e não tem como dissuadí-los disso, ou apenas muito dificilmente (desconheço).
Me pergunto se há muitas posições morais que tem embasamento mais puramente religioso e que as pessoas acabam "trazendo" inalteradas nas conclusões, apenas com novas racionalizações (ou mesmo sem), depois que acabam se tornando ateístas.
No meu caso, haviam duas que me lembro: a primeira era ser "pró-vida"; eu lembro de inclusive no meio de algumas argumentações bradar meio que orgulhosamente que não era uma posição religiosamente motivada porque eu era ateu e etc. Outra era um senso de "dever", "justiça" e "merecimento", que você tem que de alguma forma "merecer" as coisas boas por suas ações em vez de simplesmente ter sorte e aproveitar.
Em ambos os casos, antes de mandar tudo as favas, o reflexo inicial foi o que os psicólogos chamam de "dissonância cognitiva" e racionalização; em vez de abandonar essas noções sem cerimônias ao perder seus fundamentos, a tendência foi em não aceitar que estivesse errado e tentar procurar outras justificativas não-mágicas para elas. Só mais tarde, acabei concedendo vitória à razão. Acho que não tanto como que por uma "batalha" interna decisiva, mas depois de diversas, sucessivas batalhas, finalmente perceber que o "outro lado" sempre tinha vencido todas as batalhas, e que mesmo assim insistia sempre no lado derrotado.
Alguém tem outras posições religiosas que manteve algum tempo depois de se tornar ateu, e só mais tarde acabou reanalisando de um ponto de vista lógico?
Eu acho que ocorre algum tipo de forte "impressão" psicológica, meio como a forma que as aves ao chocarem aprendem que aqueles animais próximos delas são seus pais, e não tem como dissuadí-los disso, ou apenas muito dificilmente (desconheço).
Me pergunto se há muitas posições morais que tem embasamento mais puramente religioso e que as pessoas acabam "trazendo" inalteradas nas conclusões, apenas com novas racionalizações (ou mesmo sem), depois que acabam se tornando ateístas.
No meu caso, haviam duas que me lembro: a primeira era ser "pró-vida"; eu lembro de inclusive no meio de algumas argumentações bradar meio que orgulhosamente que não era uma posição religiosamente motivada porque eu era ateu e etc. Outra era um senso de "dever", "justiça" e "merecimento", que você tem que de alguma forma "merecer" as coisas boas por suas ações em vez de simplesmente ter sorte e aproveitar.
Em ambos os casos, antes de mandar tudo as favas, o reflexo inicial foi o que os psicólogos chamam de "dissonância cognitiva" e racionalização; em vez de abandonar essas noções sem cerimônias ao perder seus fundamentos, a tendência foi em não aceitar que estivesse errado e tentar procurar outras justificativas não-mágicas para elas. Só mais tarde, acabei concedendo vitória à razão. Acho que não tanto como que por uma "batalha" interna decisiva, mas depois de diversas, sucessivas batalhas, finalmente perceber que o "outro lado" sempre tinha vencido todas as batalhas, e que mesmo assim insistia sempre no lado derrotado.
Alguém tem outras posições religiosas que manteve algum tempo depois de se tornar ateu, e só mais tarde acabou reanalisando de um ponto de vista lógico?