A virada uruguaia

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A virada uruguaia

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A virada uruguaia


21.02.2008

- O nanico do Mercosul - quem diria - começa a chamar a atenção de investidores estrangeiros

Ricardo Ribas Punta del Este: além do turismo e da lavagem de dinheiroPublicidadePor Tatiana GianiniEXAME Pelo critério do ritmo da evolução do produto interno bruto, três países hoje se destacam na América do Sul. Em primeiro lugar está a Argentina, com crescimento de 8,7% em 2007. Impulsionada pelo longo ciclo de alta do preço do petróleo, a Venezuela de Hugo Chávez também segue num ritmo acima da média: deve fechar o mesmo período cravando uma taxa próxima a 8% (os números oficiais ainda não foram divulgados). Logo em seguida aparece o Uruguai, a grande surpresa da lista, com crescimento de 7,3%.

Sempre considerado uma força menor no continente, o Uruguai parece ter saído da catatonia após abraçar reformas que o transformaram no mais novo integrante do bloco da racionalidade econômica do continente. Os governos recentes -- tanto o do conservador Jorge Batlle como o do atual presidente, Tabaré Vázquez, mais alinhado às forças de esquerda -- adotaram a livre flutuação do câmbio do peso em relação ao dólar, criaram políticas para diversificar a indústria e tiveram a coragem de mexer em vespeiros, como a redução da folha salarial do Estado, um tabu num país onde 15% da população economicamente ativa é formada por funcionários públicos (na década de 90, essa proporção era de 20%).

Na boa fase atual da economia, o que chama a atenção é a evolução dos investimentos estrangeiros. Entre 2003 e 2006, o volume anual de recursos que ingressaram no Uruguai aumentou 330%, atingindo a cifra de 1,3 bilhão de dólares. É um desempenho modestíssimo quando comparado ao de vizinhos maiores, como o Brasil, que recebe 13 vezes mais dinheiro estrangeiro. No caso uruguaio, porém, o que mais importa (pelo menos por enquanto) não são as cifras, mas os humores por trás delas. E nada expõe melhor esse estado de espírito que o interesse das multinacionais. Entre outros atrativos, o Uruguai oferece a essas corporações estabilidade política (ainda uma vantagem impor tante quando se trata de América Latina), além de mão-de-obra barata e mais escolarizada do que a média da América do Sul.

Um dos movimentos mais importantes nos últimos tempos foi protagonizado pela montadora chinesa Chery, que se instalou no Uruguai no ano passado. Com investimento inicial estimado em 10 milhões de dólares, a empresa vai usar o país como base para produzir e exportar veículos para outros países do Mercosul -- sobretudo Brasil e Argentina. Antes disso, a Tata Consultancy Services (TCS), braço de TI do grupo indiano Tata, já havia escolhido o Uruguai como seu novo centro global de desenvolvimento de software. O investimento começou em 2002 e, no ano passado, foi ampliado com a inauguração de um centro de treinamento para formar mais de 3 000 profissionais até 2010.


Antes da vinda de grupos como Chery e Tata, o Uruguai só conseguia atrair dinheiro estrangeiro operando como paraíso fiscal. Hoje, após reformas no setor financeiro, a vocação de lavanderia de dinheiro sujo parece estar dando lugar a um país mais voltado para a produção. O setor de celulose é visto como prioridade pelo governo local. Rico em florestas, o Uruguai é um grande exportador de madeira e tem matéria-prima suficiente para abastecer fábricas e fábricas de celulose.

Em 2007, a área florestal exportou 300 milhões de dólares, um aumento de 200% nos últimos sete anos. A idéia é transformar o país em uma potência do setor. E um passo decisivo para isso ocorreu com a instalação de uma fábrica de celulose da finlandesa Botnia. O investimento, de 1,2 bilhão de dólares, foi o maior da história do país. Construída às margens do rio Uruguai, a 3 quilômetros da cidade de Fray Bentos, na fronteira com a Argentina, a fábrica começou a funcionar em novembro de 2007. O projeto é polêmico. Os vizinhos portenhos querem a desativação da fábrica, pelos riscos de contaminação do rio. Os uruguaios negam o perigo e não aceitam recuar, o que provocou uma situação de impasse. Batizado de "crise das papeleras", o imbróglio parece longe de terminar.

Pequeno e saído de sucessivas crises, o Uruguai continua a depender economicamente de seus grandes vizinhos -- Brasil e Argentina. E isso preocupa seu governo. Quando esses dois países passaram por graves momentos de crise no início desta década, o Uruguai foi à lona, chegando a registrar um recuo de 11% no PIB (veja quadro). A tentativa de se livrar das influências excessivas passa por uma estratégia semelhante à usada no passado pelo Chile, com a diversificação da economia e o aumento do número de parceiros comerciais. Em janeiro do ano passado, por exemplo, o governo Vázquez fechou um acordo de cooperação comercial com os Estados Unidos que pode evoluir para um tratado de livre comércio caso o Uruguai decida levar a cabo sua ameaça de abandonar o Mercosul. "São passos importantes para sustentar o atual ciclo de prosperidade ao longo dos próximos anos", afirma o economista Roberto Horta Berro, diretor da faculdade de ciências empresariais da Universidade Católica do Uruguai.

http://portalexame.abril.com.br/revista ... 52148.html

Penso que, em vez de dar a cara a tapa para uns e outros mais ao noroeste, podemos anexar o Uruguai e fazer um trem-bala entre os dois países, aos moldes do Euro Túnel e bala como o do Japão. Talvez a " Suíça da América " seja um bom "investimento". :emoticon1:
O Sul ficaria um bocadinho maior....



:emoticon13:
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Trancado