Bush declara apoio à Colômbia e acusa Venezuela
Enviado: 04 Mar 2008, 20:44
Bush declara apoio à Colômbia e acusa Venezuela de 'ato provocativo'
CRISE DIPLOMÁTICA
Publicada em 04/03/2008 às 17h11m
O Globo Online
Agências internacionais
BOGOTÁ, WASHINGTON e CAMPINAS - Em sua primeira manifestação desde o início da crise provocada por uma ação militar colombiana em território equatoriano, o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, prometeu, nesta terça-feira, apoiar a Colômbia, principal aliado do governo americano na América do Sul. Bush acusou o governo venezuelano de Hugo Chávez de realizar "manobras provocativas" contra o governo colombiano. Já no Brasil, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva preferiu não comentar o envolvimento da Venezuela na crise, e criticou a Colômbia, afirmando que o país violou a soberania territorial do Equador. (Veja em infográfico como foi a ação colombiana no Equador)
- Nossa mesnsagem ao presidente (Álvaro Uribe) e ao povo colombiano é que continuaremos ao seu lado e defenderemos nossos aliados democráticos - disse Bush, em um discurso nos jardins da Casa Branca, depois de falar com o presidente colombiano por telefone. - Disse ao presidente que os EUA apóiam a democracia da Colômbia e que nos opomos a qualquer agressão que possa desestabilizar a região.
Lula confirmou também que vai solicitar na reunião da Organização dos Estados Americanos (OEA) uma investigação do organismo para saber o que efetivamente aconteceu na região. O presidente, que evitou falar sobre o que ele chamou de especulações, disse esperar por um entendimento entre os países envolvidos na crise pois, na sua opinião, a América do Sul não está preparada para conflitos. Para analistas, em caso de guerra, o desenlace é imprevisível.
"
No meu entendimento a Colômbia violou a soberania territorial do Equador
"
--------------------------------------------------------------------------------
- O Brasil, pela importância que tem no continente não pode trabalhar com base em especulação. Ontem eu tive a possibilidade de conversar com o presidente Rafael Correa (Equador), com o Álvaro Uribe (Colômbia) e com Cristina (Kirschner, Argentina). Na reunião da OEA nós vamos querer uma investigação para saber o que efetivamente aconteceu. No meu entendimento a Colômbia violou a soberania territorial do Equador - disse Lula, durante evento em Campinas, acrescentando que o Equador não aceitou o pedido de desculpas feito pela Colômbia porque era "cheio de explicações".
Chávez fechou a fronteira da Venezuela com a Colômbia, nesta terça-feira, pouco depois de o presidente colombiano, Álvaro Uribe, anunciar que vai denunciá-lo ao Tribunal Penal Internacional por apoiar grupos terroristas. Uribe acusou Chávez e o presidente do Equador, Rafael Correa, de associarem-se às Farc, o que os dois presidentes negaram.
O governo colombiano diz ter provas de que Chávez doou US$ 300 milhões às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), classificadas no país como terroristas. As provas teriam sido encontradas no computador do guerrilheiro Raúl Reyes, o "número dois" das Farc morto no ataque colombiano a um acampamento no Equador.
- A Colômbia se propõe, no Tribunal Penal Internacional, a denunciar Hugo Chávez, presidente da Venezuela, por patrocínio e financiamento de genocidas - disse Uribe após visitar Gloria Polanco de Lozada, ex-congressista libertada na semana passada pela guerrilha colombiana.
O presidente venezuelano foi a primeira liderança a reagir à operação colombiana, considerada por ele e pelo presidente do Equador, Rafael Correa, uma invasão ao território equatoriano. Assim como o presidente equatoriano, Chávez enviou tropas para a fronteira com a Colômbia, além de expulsar todos os representantes colombianos de Caracas. O governo Uribe pediu desculpas pela ação. Posteriormente, no entanto, a Colômbia acusou Correa de ter ligações com as Farc, segundo os documentos apreendidos nos computadores do guerrilheiro morto.
Correa iniciou, nesta terça-feira, um giro por cinco países da América do Sul - entre eles o Brasil, onde vai se reunir com Lula - em busca de apoio no conflito. No Peru, onde começou a viagem, ele disse que buscará uma saída pacífica para a crise, mas disse que será difícil manter um diálogo com Uribe.
"
Vai ser muito difícil falar com essa pessoa que mente descaradamente
"
--------------------------------------------------------------------------------
- Vai ser muito difícil falar com essa pessoa com essas características, que mente descaradamente e, uma vez que vê revelada as suas mentiras, inventa uma nova infâmia; que trai; nos dá punhaldas pelas costas quando estamos trabalhando juntos pelo bem-estar de nossos países - disse Correa, sobre Uribe.
As Farc afirmaram em comunicado nesta terça-feira que a morte de seu dirigente Raúl Reyes representou um sério revés na possibilidade de um acordo humanitário para a libertação de 40 reféns políticos, incluindo a ex-candidata presidencial Ingrid Betancourt. O comunicado seria uma mudança de posição da guerrilha. Na segunda-feira, segundo o jornal O Globo , em sua primeira declaração sobre o ocorrido, o grupo guerrilheiro havia dito que não iria "hesitar no esforço em favor de uma troca humanitária".
O vice-presidente da Colômbia, Francisco Santos Calderón, disse nesta terça-feira, que as Farc tentavam fabricar uma bomba radioativa. Segundo ele, os indícios de que a guerrilha negociava a compra de material para a produção da bomba estão em computadores encontrados com o número dois das Farc, Raúl Reyes, morto no ataque de sábado. Na segunda-feira, o general Oscar Naranjo, comandante da polícia colombiana, já havia informado que os documentos confiscados das Farc comprovam a compra e venda de 50 quilos de urânio. Para ele, isso significa que "a guerrilha tem objetivo de se tornar um grande agressor internacional".
Correa diz que Ingrid seria libertada. Para Colômbia, Equador faria tráfico
Na noite de segunda-feira, o governo colombiano havia acusado o Equador de negociar com as Farc o "tráfico de reféns com fins políticos", e não um acordo humanitário, como afirma o governo equatoriano. A denúncia foi feita em comunicado emitido pela Colômbia em resposta a declarações do presidente do Equador, segundo o qual a libertação de mais 12 reféns, entre os quais estaria a ex-candidata presidencial colombiana Ingrid Betancourt, foi frustrada pela ação militar da Colômbia.
"
As conversas estavam bastante avançadas para libertar 12 reféns, entre eles Ingrid Betancourt. Tudo foi frustrado pelas mãos belicistas e autoritárias
"
--------------------------------------------------------------------------------
- Lamento comunicar que as conversas estavam bastante avançadas para libertar 12 reféns, entre eles Ingrid Betancourt. Tudo foi frustrado pelas mãos belicistas e autoritárias - afirmou Correa, na noite de segunda-feira, no Palácio de Governo, em Quito.
O presidente chegou a afirmar que a libertação de Betancourt e de outros 11 reféns poderia ter motivado os ataques que resultaram na morte de Reyes, que seria o responsável pelas negociações para a libertação dos seqüestrados.
- Não podemos descartar que essa foi uma das motivações para o ataque por parte dos inimigos da paz - disse Correa, em referência à Colômbia.
O governo colombiano respondeu menos de meia hora depois, afirmando que o Equador negociava com as Farc "um acordo com fins políticos". "Isso não tem relação com a justificativa dada pelo governo equatoriano que estaria acelerando ações humanitárias. O que revelam os documentos tem mais as características de tráfico de seqüestrados com fins políticos. Temas pelos quais o governo do presidente Correa deverá responder", diz o comunicado.
Na segunda-feira, o ministro da Segurança equatoriano, Gustavo Larrea, reconheceu que se reuniu com Raúl Reyes, mas disse que o encontro foi por motivos humanitários. Ele afirmou, no entanto, que não existe qualquer acordo com as Farc que não seja humanitário.
- Não estávamos negociando absolutamente nada que fosse a libertação dos seqüestrados - indicou.
"
Com base no poder econômico que o narcotráfico lhes dá, os grupos terroristas constituem uma ameaça muito grave não apenas para nosso país
"
--------------------------------------------------------------------------------
Segundo o comandante da polícia colombiana, os documentos confiscados de Reyes "desmascaram as relações e o envolvimento das Farc com uma série de governos e personagens 'confabulados' contra a Colômbia, que provam que o país é vítima do terrorismo". Para o vice-presidente colombiano, Francisco Santos Calderón, a possibilidade de que as Farc estejam tentando produzir uma "bomba suja" mostra que a guerrilha é uma ameaça para todo o continente.
- Essa informação indica que com base no poder econômico que o narcotráfico lhes dá, os grupos terroristas constituem uma ameaça muito grave não apenas para nosso país, como também para toda a região Andina e latino-americana - disse o vice-presidente, em uma reunião da ONU em Genebra.
http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2008/ ... 069973.asp
CRISE DIPLOMÁTICA
Publicada em 04/03/2008 às 17h11m
O Globo Online
Agências internacionais
BOGOTÁ, WASHINGTON e CAMPINAS - Em sua primeira manifestação desde o início da crise provocada por uma ação militar colombiana em território equatoriano, o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, prometeu, nesta terça-feira, apoiar a Colômbia, principal aliado do governo americano na América do Sul. Bush acusou o governo venezuelano de Hugo Chávez de realizar "manobras provocativas" contra o governo colombiano. Já no Brasil, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva preferiu não comentar o envolvimento da Venezuela na crise, e criticou a Colômbia, afirmando que o país violou a soberania territorial do Equador. (Veja em infográfico como foi a ação colombiana no Equador)
- Nossa mesnsagem ao presidente (Álvaro Uribe) e ao povo colombiano é que continuaremos ao seu lado e defenderemos nossos aliados democráticos - disse Bush, em um discurso nos jardins da Casa Branca, depois de falar com o presidente colombiano por telefone. - Disse ao presidente que os EUA apóiam a democracia da Colômbia e que nos opomos a qualquer agressão que possa desestabilizar a região.
Lula confirmou também que vai solicitar na reunião da Organização dos Estados Americanos (OEA) uma investigação do organismo para saber o que efetivamente aconteceu na região. O presidente, que evitou falar sobre o que ele chamou de especulações, disse esperar por um entendimento entre os países envolvidos na crise pois, na sua opinião, a América do Sul não está preparada para conflitos. Para analistas, em caso de guerra, o desenlace é imprevisível.
"
No meu entendimento a Colômbia violou a soberania territorial do Equador
"
--------------------------------------------------------------------------------
- O Brasil, pela importância que tem no continente não pode trabalhar com base em especulação. Ontem eu tive a possibilidade de conversar com o presidente Rafael Correa (Equador), com o Álvaro Uribe (Colômbia) e com Cristina (Kirschner, Argentina). Na reunião da OEA nós vamos querer uma investigação para saber o que efetivamente aconteceu. No meu entendimento a Colômbia violou a soberania territorial do Equador - disse Lula, durante evento em Campinas, acrescentando que o Equador não aceitou o pedido de desculpas feito pela Colômbia porque era "cheio de explicações".
Chávez fechou a fronteira da Venezuela com a Colômbia, nesta terça-feira, pouco depois de o presidente colombiano, Álvaro Uribe, anunciar que vai denunciá-lo ao Tribunal Penal Internacional por apoiar grupos terroristas. Uribe acusou Chávez e o presidente do Equador, Rafael Correa, de associarem-se às Farc, o que os dois presidentes negaram.
O governo colombiano diz ter provas de que Chávez doou US$ 300 milhões às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), classificadas no país como terroristas. As provas teriam sido encontradas no computador do guerrilheiro Raúl Reyes, o "número dois" das Farc morto no ataque colombiano a um acampamento no Equador.
- A Colômbia se propõe, no Tribunal Penal Internacional, a denunciar Hugo Chávez, presidente da Venezuela, por patrocínio e financiamento de genocidas - disse Uribe após visitar Gloria Polanco de Lozada, ex-congressista libertada na semana passada pela guerrilha colombiana.
O presidente venezuelano foi a primeira liderança a reagir à operação colombiana, considerada por ele e pelo presidente do Equador, Rafael Correa, uma invasão ao território equatoriano. Assim como o presidente equatoriano, Chávez enviou tropas para a fronteira com a Colômbia, além de expulsar todos os representantes colombianos de Caracas. O governo Uribe pediu desculpas pela ação. Posteriormente, no entanto, a Colômbia acusou Correa de ter ligações com as Farc, segundo os documentos apreendidos nos computadores do guerrilheiro morto.
Correa iniciou, nesta terça-feira, um giro por cinco países da América do Sul - entre eles o Brasil, onde vai se reunir com Lula - em busca de apoio no conflito. No Peru, onde começou a viagem, ele disse que buscará uma saída pacífica para a crise, mas disse que será difícil manter um diálogo com Uribe.
"
Vai ser muito difícil falar com essa pessoa que mente descaradamente
"
--------------------------------------------------------------------------------
- Vai ser muito difícil falar com essa pessoa com essas características, que mente descaradamente e, uma vez que vê revelada as suas mentiras, inventa uma nova infâmia; que trai; nos dá punhaldas pelas costas quando estamos trabalhando juntos pelo bem-estar de nossos países - disse Correa, sobre Uribe.
As Farc afirmaram em comunicado nesta terça-feira que a morte de seu dirigente Raúl Reyes representou um sério revés na possibilidade de um acordo humanitário para a libertação de 40 reféns políticos, incluindo a ex-candidata presidencial Ingrid Betancourt. O comunicado seria uma mudança de posição da guerrilha. Na segunda-feira, segundo o jornal O Globo , em sua primeira declaração sobre o ocorrido, o grupo guerrilheiro havia dito que não iria "hesitar no esforço em favor de uma troca humanitária".
O vice-presidente da Colômbia, Francisco Santos Calderón, disse nesta terça-feira, que as Farc tentavam fabricar uma bomba radioativa. Segundo ele, os indícios de que a guerrilha negociava a compra de material para a produção da bomba estão em computadores encontrados com o número dois das Farc, Raúl Reyes, morto no ataque de sábado. Na segunda-feira, o general Oscar Naranjo, comandante da polícia colombiana, já havia informado que os documentos confiscados das Farc comprovam a compra e venda de 50 quilos de urânio. Para ele, isso significa que "a guerrilha tem objetivo de se tornar um grande agressor internacional".
Correa diz que Ingrid seria libertada. Para Colômbia, Equador faria tráfico
Na noite de segunda-feira, o governo colombiano havia acusado o Equador de negociar com as Farc o "tráfico de reféns com fins políticos", e não um acordo humanitário, como afirma o governo equatoriano. A denúncia foi feita em comunicado emitido pela Colômbia em resposta a declarações do presidente do Equador, segundo o qual a libertação de mais 12 reféns, entre os quais estaria a ex-candidata presidencial colombiana Ingrid Betancourt, foi frustrada pela ação militar da Colômbia.
"
As conversas estavam bastante avançadas para libertar 12 reféns, entre eles Ingrid Betancourt. Tudo foi frustrado pelas mãos belicistas e autoritárias
"
--------------------------------------------------------------------------------
- Lamento comunicar que as conversas estavam bastante avançadas para libertar 12 reféns, entre eles Ingrid Betancourt. Tudo foi frustrado pelas mãos belicistas e autoritárias - afirmou Correa, na noite de segunda-feira, no Palácio de Governo, em Quito.
O presidente chegou a afirmar que a libertação de Betancourt e de outros 11 reféns poderia ter motivado os ataques que resultaram na morte de Reyes, que seria o responsável pelas negociações para a libertação dos seqüestrados.
- Não podemos descartar que essa foi uma das motivações para o ataque por parte dos inimigos da paz - disse Correa, em referência à Colômbia.
O governo colombiano respondeu menos de meia hora depois, afirmando que o Equador negociava com as Farc "um acordo com fins políticos". "Isso não tem relação com a justificativa dada pelo governo equatoriano que estaria acelerando ações humanitárias. O que revelam os documentos tem mais as características de tráfico de seqüestrados com fins políticos. Temas pelos quais o governo do presidente Correa deverá responder", diz o comunicado.
Na segunda-feira, o ministro da Segurança equatoriano, Gustavo Larrea, reconheceu que se reuniu com Raúl Reyes, mas disse que o encontro foi por motivos humanitários. Ele afirmou, no entanto, que não existe qualquer acordo com as Farc que não seja humanitário.
- Não estávamos negociando absolutamente nada que fosse a libertação dos seqüestrados - indicou.
"
Com base no poder econômico que o narcotráfico lhes dá, os grupos terroristas constituem uma ameaça muito grave não apenas para nosso país
"
--------------------------------------------------------------------------------
Segundo o comandante da polícia colombiana, os documentos confiscados de Reyes "desmascaram as relações e o envolvimento das Farc com uma série de governos e personagens 'confabulados' contra a Colômbia, que provam que o país é vítima do terrorismo". Para o vice-presidente colombiano, Francisco Santos Calderón, a possibilidade de que as Farc estejam tentando produzir uma "bomba suja" mostra que a guerrilha é uma ameaça para todo o continente.
- Essa informação indica que com base no poder econômico que o narcotráfico lhes dá, os grupos terroristas constituem uma ameaça muito grave não apenas para nosso país, como também para toda a região Andina e latino-americana - disse o vice-presidente, em uma reunião da ONU em Genebra.
http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2008/ ... 069973.asp