A Ética Espírita - Parte I

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NadaSei
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Re: A Ética Espírita - Parte I

Mensagem por NadaSei »

Fernando Silva escreveu:
NadaSei escreveu:
Fernando Silva escreveu:Equivale a expulsar de casa uma criança que comete um erro. Já seria injusto mesmo se ela tivesse sido avisada, pois sua compreensão é limitada, e totalmente injusto se ela não soubesse que era errado.

Creio que sua comparação segue o caminho mais lógico para a questão.
A ignorância ou falta de conhecimento, leva a comparação com a criança.

Eu diria que o caminho é esse, observar o que chamamos de "maldade" como fruto da ignorância e, como crianças, erramos e somos obrigados arcar com as consequências desses erros.

A diferença é que uma criança tem que pagar pelos seus erros dentro da realidade humana, que é limitada, mas Deus poderia ter criado um mundo sem esses limites. Ele nos impôs essa realidade e não pode nos cobrar pelas consequências de vivermos nela.

O karma trata da realidade humana, principalmente do aqui e agora.
Depois, o karma trata basicamente de humanos, o budismo fala sobre isso e não fala sobre Deus.
Faça algo ruim para alguém e essa pessoa irá reagir de alguma forma, você estará sujeito a essa reação...

Estamos sujeitos a existência como ela é, essa realidade é imposta, nosso corpo, nossa ignorância e nosso aprendizado... são todas imposições.
Nada disso muda o fato de que se você roubar, isso vai gerar uma reação por parte das outras pessoas, queira você arcar com elas ou não... e se os outros agem, todos nós estamos sujeitos a essas ações, independente de se nós somos hitlers ou gandhis.

Quanto ao aprendizado... Se seu filho faz algo errado, você deve faze-lo entender que está errado, do contrario torna-se mimado e faz tudo errado novamente. Não se trata de "punição", mas de aprendizado.
É como dizem, não existe pecado, mas então também não existe perdão.

Ha sim... quanto a "limites" e "Deus criando um mundo perfeito"... bem, talvez essa seja a forma dele fazer isso, talvez as coisas sejam perfeitas só que você ainda não se deu conta disso.
O problema é pedir o impossível, que se estrale os dedos e tudo seja lindo e perfeito.
Uma vez que o ceticismo adequadamente se refere à dúvida ao invés da negação - descrédito ao invés de crença - críticos que assumem uma posição negativa ao invés de uma posição agnóstica ou neutra, mas ainda assim se auto-intitulam "céticos" são, na verdade, "pseudo-céticos".

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aknatom
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Re: A Ética Espírita - Parte I

Mensagem por aknatom »

NadaSei escreveu:Ha sim... quanto a "limites" e "Deus criando um mundo perfeito"... bem, talvez essa seja a forma dele fazer isso, talvez as coisas sejam perfeitas só que você ainda não se deu conta disso.
O problema é pedir o impossível, que se estrale os dedos e tudo seja lindo e perfeito.


E talvez ele não exista e a coisa seja assim simplesmente por ser assim. Essa crença num Deus perfeito e misterioso é um nojo.
The Pensêitor admitindo que estava enganado: http://www.rv.cnt.br/viewtopic.php?p=53315#53315
Eu concordando plenamente em algo com o VM: http://www.rv.cnt.br/viewtopic.php?p=239579#239575

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Alfredo B
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Re: A Ética Espírita - Parte I

Mensagem por Alfredo B »

Olá Acauan! Você não arreda pé, né?
Os dois livros que lancei ontem constam nossos debates. Ficou muito bom.

Amigo, vou dar um plá nessa sua mensagem, apertando direto no saco. É que eu não tenho mais paciência para discutir o sexo dos anjos.

1 - Eu digo que espíritos não existem e o que se assemelha a isso e causa muita confusção é a hipnose, sugestionamento e a auto hipnose.
Se você não concorda comigo, me dê uma prova de que espíritos existem.

Afinal, espíritos, se sexistissem serviriam pra quê?

Você já pensou que médium é apenas um cara de mente fraca, altamente susceptível de auto-sugestionamento? E o transe é apenas um transe hipnótico. E que se você disser no ouvido dele que é um demônio ele vai agir como demônio? e que exorcizar é apenas acordar o cara do transe hipnótico?

Diga, se espíritos pra nada servem e nada sabem, salvo o que qualquer pessoa pode saber igual, e você não concorda, peça alguém para dizer aonde eu estou sentado em frente ao computador? Como é esse lugar em que estou sentado..
Acauan, dê-me uma oportunidade de acreditar em você!!!!... Responda isso!...

:emoticon45: abçs
.... Alfredo Bernacchi ....
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Botanico
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Re: A Ética Espírita - Parte I

Mensagem por Botanico »

Botanico escreveu:Bem, Acauan
As questões envolvendo as dores humanas têm embaraçado os filósofos e confundido as religiões. Não pretendemos tê-las resolvido plenamente, mas nós espíritas entendemos que a melhor luz sobre elas, senão a única, veio do Espiritismo. As demais filosofias e teologias a respeito não raro nos trazem propostas que ao menos para mim são de lastimável pobreza e impossível aceitação.

NadaSei escreveu:Agora eu tenho que discordar de você Bôtanico.
As religiões orientais falam muito sobre essa questão e sobre o karma .

O conceito de carma que vejo em muitos espíritas, parece distorcer os significados de karma mais fundamentais dessas religiões.
Vejo muitos espíritas falando sobre acumular carma ruim, carma bom, punição e recompensa através do carma, etc...

Sabe o que é NadaSei (então fique sabendo)? É o Espiritismo TEM UMA DOUTRINA PRÓPRIA, apesar de vários camaradas quererem encaixá-lo a martelo no meio de doutrinas orientalistas, tudo para dizer que não passa de um arremedo delas.
Não estamos NEM AÍ para qualquer que seja o significado de karma para hinduístas, budistas ou taoístas ou quaisquer outros "istas". Ficamos com o nosso e por isso nem vale muito a pena eu opinar sobre esses outros, já que os conheço pouco ou nada e aí fica ruim opinar sobre o que não sei.

Para nós, o tal de karma, que preferimos chamar de lei de causa e efeito, é o débito/crédito que o espírito traz de vidas passadas. Débito/Crédito que apesar dos apelos, talvez por sentimentalismo, não tem nada a ver com Deus, exceto pelas oportunidades que este nos concede para evoluirmos. É isso.

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Botanico
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Re: A Ética Espírita - Parte I

Mensagem por Botanico »

Alfredo B escreveu:Você já pensou que médium é apenas um cara de mente fraca, altamente susceptível de auto-sugestionamento? E o transe é apenas um transe hipnótico. E que se você disser no ouvido dele que é um demônio ele vai agir como demônio? e que exorcizar é apenas acordar o cara do transe hipnótico?


Oh! Que interessante! Apareceu alguém aqui querendo desenterrar um defunto (=essa opinião de que os médiuns eram babacas auto-sugestionados). Bem, então gostaria que o cavalheiro me descrevesse como é que esse mecanismo funciona, pois dos relatos coletados por pesquisadores, estes encontraram informações corretas, das quais seria impossível o médium acertar no chute por meio de alguma auto-sugestão (seja lá isso o que for...).

Mas já que o Fredão aí defende a idéia, então por favor, descreva-me o mecanismo. Sabe, há tempos venho tentando conseguir dos céticos a descrição dos processos de fraude ou do funcionamento das outra hipóteses explicativas dos fenômenos, mas até hoje, NADA!

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chagas
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Re: A Ética Espírita - Parte I

Mensagem por chagas »

Tópico bastante promissor.
Espero uma resposta adequada pelo senhor Alfredo.

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Acauan
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Re: A Ética Espírita - Parte I

Mensagem por Acauan »

Alfredo B escreveu:Olá Acauan!


Olá, Alfredo, prazer em revê-lo. Seja re-benvindo.

Alfredo B escreveu:Você não arreda pé, né?


Sou um Índio Velho, para onde iria longe de minha tribo?

Alfredo B escreveu:Os dois livros que lancei ontem constam nossos debates. Ficou muito bom.


Parabéns. Por mais que meus arraigados preciosismos metodológicos ditem ressalvas, aprecio sua dedicação e sinceridade.
Bons tempos. Éramos mais agressivos e sem limites, a ponto de você me intimar para as vias de fato.


Alfredo B escreveu:Amigo, vou dar um plá nessa sua mensagem, apertando direto no saco. É que eu não tenho mais paciência para discutir o sexo dos anjos.

1 - Eu digo que espíritos não existem


Outros dizem que sim. Eu observo os dois lados.

Alfredo B escreveu:e o que se assemelha a isso e causa muita confusção é a hipnose, sugestionamento e a auto hipnose.


É possível.

Alfredo B escreveu:Se você não concorda comigo, me dê uma prova de que espíritos existem.


Quem afirmou que espíritos não existem foi você. Ônus da prova, lembra?

Alfredo B escreveu:Afinal, espíritos, se sexistissem serviriam pra quê?


Depende de qual definição de espírito você parte. Segundo os espíritas eles não servem para, eles são.

Alfredo B escreveu:Você já pensou que médium é apenas um cara de mente fraca, altamente susceptível de auto-sugestionamento?


Já pensei e descartei diante das evidências disponíveis em alguns estudos de caso que analisei.

Alfredo B escreveu: E o transe é apenas um transe hipnótico. E que se você disser no ouvido dele que é um demônio ele vai agir como demônio? e que exorcizar é apenas acordar o cara do transe hipnótico?


É verdade em certos casos, não em todos, talvez nem na maioria.

Alfredo B escreveu:Diga, se espíritos pra nada servem e nada sabem, salvo o que qualquer pessoa pode saber igual, e você não concorda, peça alguém para dizer aonde eu estou sentado em frente ao computador? Como é esse lugar em que estou sentado..


Alfredo, por que cargas d' água eu faria isto?

Alfredo B escreveu:Acauan, dê-me uma oportunidade de acreditar em você!!!!... Responda isso!...


Bem, te dou uma oportunidade de ler o que eu escrevi e que não tem nada a ver com o que você respondeu. Estou discutindo a ética espírita partindo dos pressupostos espíritas, única maneira de se analisar a coerência intrínseca de um sistema de idéias.

Alfredo B escreveu: :emoticon45: abçs


Para você também.
Nós, Índios.

Acauan Guajajara
ACAUAN DOS TUPIS, o gavião que caminha
Lutar com bravura, morrer com honra.

Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós!
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz!

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NadaSei
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Re: A Ética Espírita - Parte I

Mensagem por NadaSei »

Botanico escreveu:
Botanico escreveu:Bem, Acauan
As questões envolvendo as dores humanas têm embaraçado os filósofos e confundido as religiões. Não pretendemos tê-las resolvido plenamente, mas nós espíritas entendemos que a melhor luz sobre elas, senão a única, veio do Espiritismo. As demais filosofias e teologias a respeito não raro nos trazem propostas que ao menos para mim são de lastimável pobreza e impossível aceitação.

NadaSei escreveu:Agora eu tenho que discordar de você Bôtanico.
As religiões orientais falam muito sobre essa questão e sobre o karma .

O conceito de carma que vejo em muitos espíritas, parece distorcer os significados de karma mais fundamentais dessas religiões.
Vejo muitos espíritas falando sobre acumular carma ruim, carma bom, punição e recompensa através do carma, etc...

Sabe o que é NadaSei (então fique sabendo)? É o Espiritismo TEM UMA DOUTRINA PRÓPRIA, apesar de vários camaradas quererem encaixá-lo a martelo no meio de doutrinas orientalistas, tudo para dizer que não passa de um arremedo delas.
Não estamos NEM AÍ para qualquer que seja o significado de karma para hinduístas, budistas ou taoístas ou quaisquer outros "istas". Ficamos com o nosso e por isso nem vale muito a pena eu opinar sobre esses outros, já que os conheço pouco ou nada e aí fica ruim opinar sobre o que não sei.

Para nós, o tal de karma, que preferimos chamar de lei de causa e efeito, é o débito/crédito que o espírito traz de vidas passadas. Débito/Crédito que apesar dos apelos, talvez por sentimentalismo, não tem nada a ver com Deus, exceto pelas oportunidades que este nos concede para evoluirmos. É isso.

Ok, as religiões orientais também são bem diversas.
Só discordei quando disse que o espiritismo trás a "melhor" abordagem e que as outras "teologias" não satisfazem, foi só.
As religiões orientais falam sobre o tema e o fazem muito bem, é só esse meu ponto.

Você não conhece as orientais e eu não conheço o espiritismo, dai falo sobre o que certos "espíritas" dizem, veja que no post eu não disse "o carma no espiritismo", mas sim "o que muitos espíritas dizem sobre o carma". De fato, não sei se o que esses espíritas dizem, realmente esta de acordo com o que é ensinado no espiritismo, ou se é apenas uma falha de interpretação dos mesmos.

Inclusive se não me engano a Deise (que é espirita) um dia concordou junto comigo que certas idéias sobre "punição/recompensa" pregas por certos espíritas, não são idéias muito viáveis ou acertadas.
Uma vez que o ceticismo adequadamente se refere à dúvida ao invés da negação - descrédito ao invés de crença - críticos que assumem uma posição negativa ao invés de uma posição agnóstica ou neutra, mas ainda assim se auto-intitulam "céticos" são, na verdade, "pseudo-céticos".

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Botanico
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Re: A Ética Espírita - Parte I

Mensagem por Botanico »

NadaSei escreveu:Ok, as religiões orientais também são bem diversas.
Só discordei quando disse que o espiritismo trás a "melhor" abordagem e que as outras "teologias" não satisfazem, foi só.
As religiões orientais falam sobre o tema e o fazem muito bem, é só esse meu ponto.

Bem, uma falha minha foi que esqueci de salientar que eu pensava nas religiões mais familiares aos ocidentais (o Cristianismo, Judaísmo, Islamismo) e não nas orientais, das quais pouco sei e do pouco que sei não me impressionaram.

NadaSei escreveu:Você não conhece as orientais e eu não conheço o espiritismo, dai falo sobre o que certos "espíritas" dizem, veja que no post eu não disse "o carma no espiritismo", mas sim "o que muitos espíritas dizem sobre o carma". De fato, não sei se o que esses espíritas dizem, realmente esta de acordo com o que é ensinado no espiritismo, ou se é apenas uma falha de interpretação dos mesmos.

Inclusive se não me engano a Deise (que é espirita) um dia concordou junto comigo que certas idéias sobre "punição/recompensa" pregas por certos espíritas, não são idéias muito viáveis ou acertadas.

Seria bom que quando se vai citar o que certos "espíritas" dizem, é saber se eles são de fato espíritas e se for o caso, que aquilo que dizem está mesmo de acordo com a DE e não apenas como uma opinião pessoal. Aí complica. Há livros editados pela FEB, dos quais a maioria já está tendendo a ser retirada do mercado, que falam um monte de asneiras, pois os febeanos eram fascinados pelo Roustaing (um tremendo babaca). Quem é de fora, pode correr o risco de não fazer a devida distinção.

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Fedidovisk
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Re: A Ética Espírita - Parte I

Mensagem por Fedidovisk »

ehhhhhhhhh.... sob certo ponto de vista a DE é falha e o livre arbítrio cai por terra...

:emoticon12:

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Fernando Silva
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Re: A Ética Espírita - Parte I

Mensagem por Fernando Silva »

Benetton escreveu:121. Por que é que alguns Espíritos seguiram o caminho do bem e outros o do mal?

“Não têm eles o livre-arbítrio? Deus não os criou maus; criou-os simples e ignorantes, isto é, tendo tanta aptidão para o bem quanta para o mal. Os que são maus, assim se tornaram por vontade própria.”

Se alguém decide seguir o caminho do mal, só há 2 opções:
1. A pessoa não sabia que era errado (e não tem culpa). Só pode ser julgada se persistir no erro mesmo depois de se dar conta dele.
2. A pessoa já era má antes, pois decidir fazer algo mau, com pleno conhecimento de causa, já é algo mau. Se já era má antes, é porque foi criada assim.
É o que se contém na grande figura emblemática da queda do homem e do pecado original: uns cederam à tentação, outros resistiram.”

Resistiram ou cederam com base em quê, se eram ignorantes do bem e do mal?
Se foi com base em suas características próprias, onde está a culpa se foram criados assim?

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Benetton
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Re: A Ética Espírita - Parte I

Mensagem por Benetton »



Fernando Silva escreveu:
Benetton escreveu:121. Por que é que alguns Espíritos seguiram o caminho do bem e outros o do mal?

“Não têm eles o livre-arbítrio? Deus não os criou maus; criou-os simples e ignorantes, isto é, tendo tanta aptidão para o bem quanta para o mal. Os que são maus, assim se tornaram por vontade própria.”

Se alguém decide seguir o caminho do mal, só há 2 opções:
1. A pessoa não sabia que era errado (e não tem culpa). Só pode ser julgada se persistir no erro mesmo depois de se dar conta dele.
2. A pessoa já era má antes, pois decidir fazer algo mau, com pleno conhecimento de causa, já é algo mau. Se já era má antes, é porque foi criada assim.

1) A linha divisória entre os primeiros sinais de sabedoria e a ignorância não se dá no instante da criação do Espírito. E isso já foi explicado antes, inclusive pelo Botânico. Resumindo o que foi escrito no L.E, podemos dizer que o livre-arbítrio, que direciona para o bem ou para o mal, desenvolve-se à medida que o Espírito adquire a consciência de si mesmo. A causa do mal não está nele, está fora dele, nas influências a que cede em virtude da sua livre vontade.


2) A pessoa já era má antes??? Como??? Mas já foi dito umas trocentas vezes que Deus não cria o espírito mau. Deus o cria simples e ignorante ( o sentido de ignorância já foi explicado por mim na minha postagem de 10/03/2008 às 15:17 ). Logo essa premissa é falsa. Reitero que está no L.E :

121. Por que é que alguns Espíritos seguiram o caminho do bem e outros o do mal?

“Não têm eles o livre-arbítrio? Deus não os criou maus; criou-os simples e ignorantes, isto é, tendo tanta aptidão para o bem quanto para o mal.







Fernando Silva escreveu:
Benetton escreveu:É o que se contém na grande figura emblemática da queda do homem e do pecado original: uns cederam à tentação, outros resistiram.”

Resistiram ou cederam com base em quê, se eram ignorantes do bem e do mal?
Se foi com base em suas características próprias, onde está a culpa se foram criados assim?

Resistiram ou cederam com base em suas primeiras experiências em suas respectivas vidas e períodos. Um espírito não é criado e já começa logo a fazer o bem ou mal, pois não tem noção de nada. Ele surge da criação, interage com outros, analisa as condições e perspectivas que envolve o meio em que vive ( e isso leva um certo tempo ) E A PARTIR DAÍ começa a perceber o que é o melhor para si : O bem ou o mal. E A PARTIR DAÍ começa a tomar decisões para sua vida e assumir consequências e colher resultados : bons ou maus.





" Duvidar de tudo ou acreditar em tudo são duas soluções igualmente cômodas : Ambas nos dispensam do trabalho de pensar. "

Jules Henri Poincare - Físico e Matemático Francês.

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"Sempre que possivel, converse com um saco de cimento. Nessa vida só devemos acreditar no que é concreto."

Autor Desconhecido.


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Re: A Ética Espírita - Parte I

Mensagem por RCAdeBH »

Muito bom texto, Acauan, bem pertinente e bem escrito, como sempre.
Acredito que o Tio Botânico e o primo Benneton já disseram o suficiente a respeito de alguns pontos questionáveis. Não estou com muito tempo disponível para comentar, portanto, gostaria que o debate não acabasse tão cedo.
" ...I'm running to stand still... "

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Fernando Silva
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Re: A Ética Espírita - Parte I

Mensagem por Fernando Silva »

Benetton escreveu:Um espírito não é criado e já começa logo a fazer o bem ou mal, pois não tem noção de nada. Ele surge da criação, interage com outros, analisa as condições e perspectivas que envolve o meio em que vive ( e isso leva um certo tempo ) E A PARTIR DAÍ começa a perceber o que é o melhor para si : O bem ou o mal. E A PARTIR DAÍ começa a tomar decisões para sua vida e assumir consequências e colher resultados : bons ou maus.

Mas o que leva esse espírito a se decidir pelo mal?
Se ele era bom, como iria se decidir pelo mal?
Se era mau, quando foi que se tornou mau e por quê?
O momento em que isto aconteceu não importa.

Minha pergunta continua.

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Benetton
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Re: A Ética Espírita - Parte I

Mensagem por Benetton »



Fernando Silva escreveu:
Benetton escreveu:Um espírito não é criado e já começa logo a fazer o bem ou mal, pois não tem noção de nada. Ele surge da criação, interage com outros, analisa as condições e perspectivas que envolve o meio em que vive ( e isso leva um certo tempo ) E A PARTIR DAÍ começa a perceber o que é o melhor para si : O bem ou o mal. E A PARTIR DAÍ começa a tomar decisões para sua vida e assumir consequências e colher resultados : bons ou maus.

Mas o que leva esse espírito a se decidir pelo mal?
Se ele era bom, como iria se decidir pelo mal?
Se era mau, quando foi que se tornou mau e por quê?
O momento em que isto aconteceu não importa.

Minha pergunta continua.

E a minha resposta também.

O que faz você decidir pelo bem ou pelo mal?
-> A tua experiência de vida, e os conhecimentos adquiridos.

Já viu algum bebê recém-nascido decidir entre o bem e o mal? Claro que não. Ele só começa a decidir depois de um bom tempo. E aí entram os Pais para corrigi-lo e educá-lo no caminho do bem. Pelo menos, é o que se espera de Pais responsáveis.

Mas com meio século de vida e com toda essa experiência, você ainda pode decidir pelo mal?
-> Pode! Creio que você, apesar de respeitar as leis humanas, de vez em quando comete uns deslizes, aqui ou acolá, não é mesmo? Isso acontece com qualquer um, desde que seja um ser humano.

Se o indivíduo ERA bom ou ERA mal, está errado, pois no inicio da criação ele não era NADA! Só depois de um período de experiência e intercâmbio com seus semelhantes é que o espírito começa a ter condições de arbitrar.

E, na sua opinião, o momento que isso aconteceu não importa? Não importa para quem, cara-pálida?

É logico que importa. E o momento em que o espírito começa a arbitrar é intrínseco a um perído de experiência prévia.

SÓ A PARTIR DAÍ é que ele poderá escolher entre o bem e o mal. Já disse isso umas 10 vezes.




Editado pela última vez por Benetton em 11 Mar 2008, 13:12, em um total de 2 vezes.

" Duvidar de tudo ou acreditar em tudo são duas soluções igualmente cômodas : Ambas nos dispensam do trabalho de pensar. "

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chagas
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Re: A Ética Espírita - Parte I

Mensagem por chagas »

Fernando Silva escreveu:
Benetton escreveu:Um espírito não é criado e já começa logo a fazer o bem ou mal, pois não tem noção de nada. Ele surge da criação, interage com outros, analisa as condições e perspectivas que envolve o meio em que vive ( e isso leva um certo tempo ) E A PARTIR DAÍ começa a perceber o que é o melhor para si : O bem ou o mal. E A PARTIR DAÍ começa a tomar decisões para sua vida e assumir consequências e colher resultados : bons ou maus.

Mas o que leva esse espírito a se decidir pelo mal?
Se ele era bom, como iria se decidir pelo mal?
Se era mau, quando foi que se tornou mau e por quê?
O momento em que isto aconteceu não importa.

Minha pergunta continua.




Parece-me colega Fernando que o bom não virou mau, nem vice e versa. A opção parece ser inconsciente, partindo do pressuposto de que ignorante é não saber distinguir as duas coisas.
Pelo menos foi o que eu entendi.

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aknatom
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Re: A Ética Espírita - Parte I

Mensagem por aknatom »

Benetton escreveu:
Fernando Silva escreveu:
Benetton escreveu:Um espírito não é criado e já começa logo a fazer o bem ou mal, pois não tem noção de nada. Ele surge da criação, interage com outros, analisa as condições e perspectivas que envolve o meio em que vive ( e isso leva um certo tempo ) E A PARTIR DAÍ começa a perceber o que é o melhor para si : O bem ou o mal. E A PARTIR DAÍ começa a tomar decisões para sua vida e assumir consequências e colher resultados : bons ou maus.

Mas o que leva esse espírito a se decidir pelo mal?
Se ele era bom, como iria se decidir pelo mal?
Se era mau, quando foi que se tornou mau e por quê?
O momento em que isto aconteceu não importa.

Minha pergunta continua.

E a minha resposta também.

O que faz você decidir pelo bem ou pelo mal?
-> A tua experiência de vida, e os conhecimentos adquiridos.

Já viu algum bebê recém-nascido decidir entre o bem e o mal? Claro que não. Ele só começa a decidir depois de um bom tempo. E aí entram os Pais para corrigi-lo e educá-lo no caminho do bem. Pelo menos, é o que se espera de Pais responsáveis.

Mas com meio século de vida e com toda essa experiência, você ainda pode decidir pelo mal?
-> Pode! Creio que você, apesar de respeitar as leis humanas, de vez em quando comete uns deslizes, aqui ou acolá, não é mesmo? Isso acontece com qualquer um, desde que seja um ser humano.

Se o indivíduo ERA bom ou ERA mal, está errado, pois no inicio da criação ele não era NADA! Só depois de um período de experiência e intercâmbio com seus semelhantes é que o espírito começa a ter condições de arbitrar.

E, na sua opinião, o momento que isso aconteceu não importa? Não importa para quem, cara-pálida?

É logico que importa. E o momento em que o espírito começa a arbitrar é intrínseco a um perído de experiência prévia.

SÓ A PARTIR DAÍ é que ele poderá escolher entre o bem e o mal. Já disse isso umas 10 vezes.


E onde entra o "evoluir sempre"?
Sempre imaginei que essa evolução é uma evolução moral, uma maior capacidade para escolher o bem, estava enganado?
Caso eu esteja correto, em que momento se decide o ponto inicial, o "a partir de onde" se evolui?
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Re: A Ética Espírita - Parte I

Mensagem por Fedidovisk »

Fedidovisk escreveu:Se analisada a nossa situação terrestre como um todo, todos fazemos parte de um mesmo processo, e portanto todos somos tão culpados ou inocentes quanto o outro, ou seja, embora aparentemete sentimo-nos tentado à reduzir a culpa do assassinato no assassino, somos todos indiretamente responsáveis por esse ato, ele só se reduz grosseiramente na cena em flagrante, mas para isso houve todo um processo.
Fora o evangelho e a bíblia... Os espíritas desconsideram o velho testamento, mas a todo momento usam-no como forma de sustentar a DE ( O caso de Elias por exemplo) e citações... quanto ao evangelho, ora bolas, é retirado só o que é conveniente dos evangelhos.



Parece que temos alguns probleminhas de coerência para os espíritas aqui...

:emoticon12: :emoticon12:

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Benetton
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Re: A Ética Espírita - Parte I

Mensagem por Benetton »



aknatom escreveu:
Benetton escreveu:
Fernando Silva escreveu:
Benetton escreveu:Um espírito não é criado e já começa logo a fazer o bem ou mal, pois não tem noção de nada. Ele surge da criação, interage com outros, analisa as condições e perspectivas que envolve o meio em que vive ( e isso leva um certo tempo ) E A PARTIR DAÍ começa a perceber o que é o melhor para si : O bem ou o mal. E A PARTIR DAÍ começa a tomar decisões para sua vida e assumir consequências e colher resultados : bons ou maus.

Mas o que leva esse espírito a se decidir pelo mal?
Se ele era bom, como iria se decidir pelo mal?
Se era mau, quando foi que se tornou mau e por quê?
O momento em que isto aconteceu não importa.

Minha pergunta continua.

E a minha resposta também.

O que faz você decidir pelo bem ou pelo mal?
-> A tua experiência de vida, e os conhecimentos adquiridos.

Já viu algum bebê recém-nascido decidir entre o bem e o mal? Claro que não. Ele só começa a decidir depois de um bom tempo. E aí entram os Pais para corrigi-lo e educá-lo no caminho do bem. Pelo menos, é o que se espera de Pais responsáveis.

Mas com meio século de vida e com toda essa experiência, você ainda pode decidir pelo mal?
-> Pode! Creio que você, apesar de respeitar as leis humanas, de vez em quando comete uns deslizes, aqui ou acolá, não é mesmo? Isso acontece com qualquer um, desde que seja um ser humano.

Se o indivíduo ERA bom ou ERA mal, está errado, pois no inicio da criação ele não era NADA! Só depois de um período de experiência e intercâmbio com seus semelhantes é que o espírito começa a ter condições de arbitrar.

E, na sua opinião, o momento que isso aconteceu não importa? Não importa para quem, cara-pálida?

É logico que importa. E o momento em que o espírito começa a arbitrar é intrínseco a um perído de experiência prévia.

SÓ A PARTIR DAÍ é que ele poderá escolher entre o bem e o mal. Já disse isso umas 10 vezes.


E onde entra o "evoluir sempre"?
Sempre imaginei que essa evolução é uma evolução moral, uma maior capacidade para escolher o bem, estava enganado?
Caso eu esteja correto, em que momento se decide o ponto inicial, o "a partir de onde" se evolui?

"Evoluir sempre" é uma admoestação. Pode ser encarada também como uma lei.

Pergunta : Todos seguem conselhos e advertências? Todos cumprem as leis?
->Não!

Uns preferem não cumprir e ficar estacionados ( estacionado não significa inerte ). É um direito que lhes assiste, embora tenham que arcar com as consequências dessa escolha.

A evolução não é estanque. Abrange vários aspectos. Você pode evoluir intelectualmente, moralmente, ou os dois juntos.

Se o indivíduo só evoluísse moralmente, hoje ainda estaríamos vivendo na idade da pedra. Todos muito bonzinhos, dividindo suas caças e espaços nas cavernas.

Ou se o indivíduo só progredisse intelectualmente, ainda estaríamos frequentando "maracanãs" para assistir, aplaudindo de pé, cristãos sendo devorados por feras. E tudo transmitido via satélite, com bons índices de audiência.

Mas sempre que digo isso, vem uns espertinhos e dizem : "Pô, mas a humanidade hoje tá uma merda. Tá cheio de ladrão, assassinos e vagabundos por aí. Que evolução é essa?"

O problema é que entra aí o livre arbítrio tão discutido e decantado e que poucos aceitam e entendem.

Se na nossa sociedade ainda existe uma escória que teima em praticar o mal, existe uma nata que teima em praticar o bem. Cada um é livre para plantar, mas é cativo na colheita.

Ou seja, se o sujeito quer particar o mal, terá que assumir as consequências dos seus atos, seja mais cedo ou mais tarde. O mesmo ocorre com aquele que quer praticar o bem. Só que nesse caso, os frutos de sua colheita o credenciam a escalar mais um degrau na escala da evolução e isso o distancia cada vez mais daquele sujeito que praticou o mal. É por isso que na nossa Sociedade vemos pessoas nos mais variados graus de evolução.

O ponto inicial de onde o espírito recém criado começa a escolher entre o bem e o mal, e como já disse, começa APÓS um período de experiência prévia e intercâmbio com os semelhantes. Isso pode variar de espírito para espírito. Uns começam a decidir entre um caminho e outro logo após observarem os fatos que ocorrem à sua volta.

Outros preferem aprender um pouco mais antes de tomar quaisquer decisões. E depois, partem para suas escolhas.

Não há um tempo certo de determinado para que isso aconteça igualmente com todos. O período e o modo como isso ocorre é variável de espírito para espírito. Não existe receita de bolo pronta para aplicar de modo indiscriminado a qualquer caso.





" Duvidar de tudo ou acreditar em tudo são duas soluções igualmente cômodas : Ambas nos dispensam do trabalho de pensar. "

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aknatom
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Re: A Ética Espírita - Parte I

Mensagem por aknatom »

Certo... então, imagino que se existe vários aspectos de evolução e um deles é o moral, como não existe retrocesso e existe "estacionar", podemos nos limitar naturalmente ao moral.
Moralmente falando, o espírito somente evolui (ou estaciona), somente passa a escolher mais fazer o bem (ou permanece com a mesma tendência a fazer o mal). Então, a partir de determinado momento, já tendo compreensão de bem e mal, por tê-los sofrido e por tê-los praticado, o espírito passa a escolher praticar o bem com uma certa intensidade.
- Existe um equilíbrio de oportunidades nisso, tipo assim, todos tem os mesmos contatos com o bem e o mal, em iguais proporções, antes de passarem a ser independentes?
- E o mal ou bem praticado anteriormente, estando apoiados apenas na ignorância, sofrerão retribuição cármica?
- Mesmo sendo extremamente pessoal este momento, ele acontece quando o espírito está na forma humana, na forma animal ainda, precisa estar vivo, pode estar morto, na morte entre uma forma humana e uma animal, numa forma animal primitiva ou numa forma animal evoluída?
The Pensêitor admitindo que estava enganado: http://www.rv.cnt.br/viewtopic.php?p=53315#53315
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Re: A Ética Espírita - Parte I

Mensagem por chagas »

aknatom escreveu:Certo... então, imagino que se existe vários aspectos de evolução e um deles é o moral, como não existe retrocesso e existe "estacionar", podemos nos limitar naturalmente ao moral.
Moralmente falando, o espírito somente evolui (ou estaciona), somente passa a escolher mais fazer o bem (ou permanece com a mesma tendência a fazer o mal). Então, a partir de determinado momento, já tendo compreensão de bem e mal, por tê-los sofrido e por tê-los praticado, o espírito passa a escolher praticar o bem com uma certa intensidade.
- Existe um equilíbrio de oportunidades nisso, tipo assim, todos tem os mesmos contatos com o bem e o mal, em iguais proporções, antes de passarem a ser independentes?
- E o mal ou bem praticado anteriormente, estando apoiados apenas na ignorância, sofrerão retribuição cármica?
- Mesmo sendo extremamente pessoal este momento, ele acontece quando o espírito está na forma humana, na forma animal ainda, precisa estar vivo, pode estar morto, na morte entre uma forma humana e uma animal, numa forma animal primitiva ou numa forma animal evoluída?


Boas questões. Vamos aguardar.

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Benetton
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Re: A Ética Espírita - Parte I

Mensagem por Benetton »



aknatom escreveu:- Existe um equilíbrio de oportunidades nisso, tipo assim, todos tem os mesmos contatos com o bem e o mal, em iguais proporções, antes de passarem a ser independentes?

Mesmos contatos não. Já disse que não há receita de bolo aplicada igualmente a todos. Mas cada um terá a sua cota de experiência e valores adquiridos na proporção certa, na medida em que a sua evolução moral prosseguir, embora a lei que rege tal premissa não deixe de ser singular quanto ao seu princípio.

Existe um comentário no L.E que tange esse assunto :

635. Das diferentes posições sociais nascem necessidades que não são idênticas para todos os homens. Não parece poder inferir-se daí que a lei natural não constitui regra uniforme?

“Essas diferentes posições são da natureza das coisas e conformes à lei do progresso. Isso não infirma a unidade da lei natural, que se aplica a tudo. As condições de existência do homem mudam de acordo com os tempos e os lugares, do que lhe resultam necessidades diferentes e posições sociais apropriadas a essas
necessidades. Pois que está na ordem das coisas, tal diversidade é conforme à lei de Deus, lei que não deixa de ser una quanto ao seu princípio. À razão cabe distinguir as necessidades reais das factícias ou convencionais."





aknatom escreveu:- E o mal ou bem praticado anteriormente, estando apoiados apenas na ignorância, sofrerão retribuição cármica?

Note que "ignorância", neste caso já tem outra conotação do que as anteriores mencionadas.

Bom, sofrerão na medida do conhecimento. O mesmo delito praticado por pessoas de estágio moral díspare, terá consequências diversas. Ou seja, de quem mais sabe, mais se cobrará.




aknatom escreveu:- Mesmo sendo extremamente pessoal este momento, ele acontece quando o espírito está na forma humana, na forma animal ainda, precisa estar vivo, pode estar morto, na morte entre uma forma humana e uma animal, numa forma animal primitiva ou numa forma animal evoluída?

Entendi que esse momento a que se refere é o momento em que se dá a escolha entre um caminho e outro. Pode ocorrer na maioria das hipóteses apontadas, desde que haja um mínimo de conhecimento adquirido e que possibilite distinguir entre o bem e o mal. Ou seja, as formas irracionais não estão aptas a fazer essa distinção, mas os estados em que se encontra o espírito, encarnado ou na erraticidade, permitem o progresso e aquisição de conhecimentos.




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Re: A Ética Espírita - Parte I

Mensagem por aknatom »

Suas respostas não foram feitas para as perguntas que eu fiz.
Quanto ao contato com o bem e o mal, perguntei isso para "antes" de qqr ciência de bem e mal, antes do momento que vc citou no qual o espírito passa a evoluir, no período onde ele é neutro. Para o bem e mal praticado e sua retribuição cármica, perguntei somente os praticados no período de neutralidade (podemos chamar assim?). E a última pergunta se refere ao momento onde o espírito passa a escolher bem e mal com ciência, se refere a pré-requisitos para esta escolha, como forma humana ou animal, animal inferior ou superior, estas coisas.
The Pensêitor admitindo que estava enganado: http://www.rv.cnt.br/viewtopic.php?p=53315#53315
Eu concordando plenamente em algo com o VM: http://www.rv.cnt.br/viewtopic.php?p=239579#239575

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Re: A Ética Espírita - Parte I

Mensagem por Benetton »



aknatom escreveu:Suas respostas não foram feitas para as perguntas que eu fiz.

Bom, neste caso há duas hipóteses : Ou eu não entendi direito ou as suas perguntas não foram bem formuladas. Ok, isso acontece nas melhores famílias.




aknatom escreveu:Quanto ao contato com o bem e o mal, perguntei isso para "antes" de qqr ciência de bem e mal, antes do momento que vc citou no qual o espírito passa a evoluir, no período onde ele é neutro.

O contato com o bem/mal ocorre no convívio com seus semelhantes, os quais estão em diferentes estágios evolutivos. Assim, o espírito ignorante adquire noções do que sejam interesses próprios e coletivos. Neste estágio ele ainda não tem ciência do que seja bem ou mal. Nesta situação, ele poderá conviver com esse "maniqueísmo", mas se ainda não satisfizer as condições mínimas de discernimento, ele será um mero espectador, um aluno que assiste a uma aula e não pode ser julgado por nada saber. Pode, e como será visto na pergunta seguinte, ser chamado a atenção, como qualquer professor faz com seus alunos. Quanto dura esse período? Cada caso é uma caso...




aknatom escreveu:Para o bem e mal praticado e sua retribuição cármica, perguntei somente os praticados no período de neutralidade (podemos chamar assim?).

Você pode chamar do jeito que achar melhor.

O comportamento do espírito antes de assimilar os conceitos do bem e do mal, está vinculado a uma dinâmica interativa de sua consciência com o meio. Ele pode até praticar o mal sem querer, mas saberá, pelas consequências, que aquilo é errado. Com isso, terá chances de acertar ou continuar no erro.

Mas nesta fase anterior ao conhecimento, a lei do retorno será na medida exata da correção, respeitando a ignorância do espírito e quantificada na proporção exigida tão somente para sua conscientização ( Professor que chama atenção do aluno... ). Neste ponto, inicia-se a noção do certo e errado.




aknatom escreveu:E a última pergunta se refere ao momento onde o espírito passa a escolher bem e mal com ciência, se refere a pré-requisitos para esta escolha, como forma humana ou animal, animal inferior ou superior, estas coisas.

Às vezes não é tão simples entender o que uma pessoa, com conhecimentos tão diferentes, quer dizer.

Esse momento, onde o espírito passa a escolher entre o bem ou o mal, consciente daquilo que pratica, dá-se em estágios onde há racionalidade. Penso que já tinha respondido isso antes. Então, na forma animal, as escolhas são baseadas no instinto. Os conceitos de bem ou mal para o instinto são substancialmente diferentes do estado racional. Logo, ao estado instintivo, essa ciência plena do bem ou mal não se aplica.





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Re: A Ética Espírita - Parte I

Mensagem por chagas »

Benetton escreveu:
aknatom escreveu:Suas respostas não foram feitas para as perguntas que eu fiz.

Bom, neste caso há duas hipóteses : Ou eu não entendi direito ou as suas perguntas não foram bem formuladas. Ok, isso acontece nas melhores famílias.




aknatom escreveu:Quanto ao contato com o bem e o mal, perguntei isso para "antes" de qqr ciência de bem e mal, antes do momento que vc citou no qual o espírito passa a evoluir, no período onde ele é neutro.

O contato com o bem/mal ocorre no convívio com seus semelhantes, os quais estão em diferentes estágios evolutivos. Assim, o espírito ignorante adquire noções do que sejam interesses próprios e coletivos. Neste estágio ele ainda não tem ciência do que seja bem ou mal. Nesta situação, ele poderá conviver com esse "maniqueísmo", mas se ainda não satisfizer as condições mínimas de discernimento, ele será um mero espectador, um aluno que assiste a uma aula e não pode ser julgado por nada saber. Pode, e como será visto na pergunta seguinte, ser chamado a atenção, como qualquer professor faz com seus alunos. Quanto dura esse período? Cada caso é uma caso...




aknatom escreveu:Para o bem e mal praticado e sua retribuição cármica, perguntei somente os praticados no período de neutralidade (podemos chamar assim?).

Você pode chamar do jeito que achar melhor.

O comportamento do espírito antes de assimilar os conceitos do bem e do mal, está vinculado a uma dinâmica interativa de sua consciência com o meio. Ele pode até praticar o mal sem querer, mas saberá, pelas consequências, que aquilo é errado. Com isso, terá chances de acertar ou continuar no erro.

Mas nesta fase anterior ao conhecimento, a lei do retorno será na medida exata da correção, respeitando a ignorância do espírito e quantificada na proporção exigida tão somente para sua conscientização ( Professor que chama atenção do aluno... ). Neste ponto, inicia-se a noção do certo e errado.




aknatom escreveu:E a última pergunta se refere ao momento onde o espírito passa a escolher bem e mal com ciência, se refere a pré-requisitos para esta escolha, como forma humana ou animal, animal inferior ou superior, estas coisas.

Às vezes não é tão simples entender o que uma pessoa, com conhecimentos tão diferentes, quer dizer.

Esse momento, onde o espírito passa a escolher entre o bem ou o mal, consciente daquilo que pratica, dá-se em estágios onde há racionalidade. Penso que já tinha respondido isso antes. Então, na forma animal, as escolhas são baseadas no instinto. Os conceitos de bem ou mal para o instinto são substancialmente diferentes do estado racional. Logo, ao estado instintivo, essa ciência plena do bem ou mal não se aplica.


Seria certo dizer então, que isto só se aplica em uma fase, onde a humanidade ainda engatinhava como civilização?

Trancado