VOCÊ COMERIA INSETOS??
Enviado: 10 Mar 2008, 21:17
Outra matéria da Revista da Semana que achei interessante.
POR QUE AINDA COMEREMOS INSETOS
Larvas de mariposa e gafanhoto são ricos em proteínas e podem ajudar a combater a fome, dizem estudos
A proposta é séria e foi debatida na semana passada em encontro da FAQ, a Organização para Comida e Agricultura da ONU. Reunidos em Chiang Mai, no norte da Tailândia, mais de 30 cientistas de 15 países apresentaram estudos sobre o alto valor nutricional dos insetos e fizeram campanha pelo seu consumo. Estamos prontos para isso?
Qual a vantagem de comer insetos?
Insetos são altamente nutritivos. Segundo nutricionistas da FAQ, larvas desidratadas de mariposa, por exemplo, possuem todos os minerais necessários para o ser humano, como potássio, cálcio, zinco e fósforo. São também uma excelente fonte de energia e proteína. Cada 100 gramas equivalem a 430 calorias. Gafanhotos grelhados tem 60% de proteína e apenas 6% de gordura.
Estamos prontos para comê-los?
Insetos já estão no cardápio de cerca de 90 países da África, Ásia e América Latina. De acordo com a FAQ, 1462 espécies são consideradas comestíveis. Libélulas são degustadas na Indonésia, escorpiões em Cinggapura, içás (parte traseira das formigas) no Brasil. No Japão, larvas gratinadas de mosca com molho shoyu é prato fino. Insetos ainda são gostoso, asseguram os apreciadores. Formigas têm um gosto levemente avinagrado. Já as traças lembram amêndoas.
E no Ocidente?
O tabú é forte. Os países europeus aprendem lentamente a apreciar essa exótica comida, mas os consumidores ainda são, na maioria, imigrantes. O Congo exporta cerca de 8 toneladas de diversas espécies por ano para a França e a Bélgica. Em mercados tradicionais como La Boqueria, em Barcelona, barracas vendem aranhas e escorpiões desidratados. Livros de receitas, como Eat-A-Bug Cookbook (algo como O Livro de Receitas dos Insetos) são vendidos pela internet. Cabe lembrar que os insetos eram apreciados nas antigas culturas ocidentais. O historiador Plínio, o Velho (23d.C. - 79 d.C.), autor de Naturalis História, conta que larvas de besouro eram degustadas com vinho nas festas dos aristocratas romanos. O filósofo grego Aristóteles (384a.C. - 322a.C.) ensinava que a melhor época para comer cigarras fêmeas era depois da cópula, quando elas estavam cheias de ovos.
Em que momento comer insetos passou a ser repugnante?
Depois que a Europa se tornou agrária os insetos passaram a ser vistos mais como destruidores de lavoura do que fonte de energia, disse Gene DeFoliart, professor de entomologia da Universidade de Wisconsin-Madison, nos EUA, à revista National Geographic. Comida é questão cultural. Assim como insetos, lagostas e camarões são artrópodes. Na tradição judaica são considerados sujos por se alimentar de resto de comida. Para todos os outros povos são iguarias.
Comer insetos resolveria o problema da fome?
Não, mas ajudaria. Cerca de 850 milhões de pessoas no mundo estão subnutridas. Em 2020 esse número poderá chegar a 1,2 bilhão. "Insetors podem beneficiar muita gente e se tornar um ótimo complemento para a dieta", afirma Tina van den Briel, nutricionista da World Food Program,a agência da ONU encarregada de programas de combate à fome, em entrevista ao site Fox News. "Mas a maioria das espécies e sazonal. Haveria dificuldades para conservá-los e transportá-los a longa distâncias."
Cachorro é comida?
Para os coreanos, sim. Cada povo cultiva seus hábitos.
Não são apenas os insetos. O consumo de animais também varia de acordo com cada cultura. Nos paises ocidentais, cachorros são animais de estimação. Na Coréia e na China estão confinados em fazxendas e abatedouros para fornecimento de carne. Os porquinhos-da-[india são usados como cobaia na Europa e nos EUA. Nos Andes peruanos viraram fonte de energia e de medicina popular.
O sangue de vaca é ingrediente da morcilla espanhola, mas está vetado pelas religiões judaica e islâmica. A necessidade também dita regras alimentares. Há registros de pessoas comendo gato na favela do Rosário, na Argentina. Muitos vezes, os tabus surgem de questões de saúde pública. Carne de porco mal cozida pode levar à teníase, assim como frutos do mar oferecem riscos de intoxicação - e por isso acabaram sendo vetados em tantas culturas.
POR QUE AINDA COMEREMOS INSETOS
Larvas de mariposa e gafanhoto são ricos em proteínas e podem ajudar a combater a fome, dizem estudos
A proposta é séria e foi debatida na semana passada em encontro da FAQ, a Organização para Comida e Agricultura da ONU. Reunidos em Chiang Mai, no norte da Tailândia, mais de 30 cientistas de 15 países apresentaram estudos sobre o alto valor nutricional dos insetos e fizeram campanha pelo seu consumo. Estamos prontos para isso?
Qual a vantagem de comer insetos?
Insetos são altamente nutritivos. Segundo nutricionistas da FAQ, larvas desidratadas de mariposa, por exemplo, possuem todos os minerais necessários para o ser humano, como potássio, cálcio, zinco e fósforo. São também uma excelente fonte de energia e proteína. Cada 100 gramas equivalem a 430 calorias. Gafanhotos grelhados tem 60% de proteína e apenas 6% de gordura.
Estamos prontos para comê-los?
Insetos já estão no cardápio de cerca de 90 países da África, Ásia e América Latina. De acordo com a FAQ, 1462 espécies são consideradas comestíveis. Libélulas são degustadas na Indonésia, escorpiões em Cinggapura, içás (parte traseira das formigas) no Brasil. No Japão, larvas gratinadas de mosca com molho shoyu é prato fino. Insetos ainda são gostoso, asseguram os apreciadores. Formigas têm um gosto levemente avinagrado. Já as traças lembram amêndoas.
E no Ocidente?
O tabú é forte. Os países europeus aprendem lentamente a apreciar essa exótica comida, mas os consumidores ainda são, na maioria, imigrantes. O Congo exporta cerca de 8 toneladas de diversas espécies por ano para a França e a Bélgica. Em mercados tradicionais como La Boqueria, em Barcelona, barracas vendem aranhas e escorpiões desidratados. Livros de receitas, como Eat-A-Bug Cookbook (algo como O Livro de Receitas dos Insetos) são vendidos pela internet. Cabe lembrar que os insetos eram apreciados nas antigas culturas ocidentais. O historiador Plínio, o Velho (23d.C. - 79 d.C.), autor de Naturalis História, conta que larvas de besouro eram degustadas com vinho nas festas dos aristocratas romanos. O filósofo grego Aristóteles (384a.C. - 322a.C.) ensinava que a melhor época para comer cigarras fêmeas era depois da cópula, quando elas estavam cheias de ovos.
Em que momento comer insetos passou a ser repugnante?
Depois que a Europa se tornou agrária os insetos passaram a ser vistos mais como destruidores de lavoura do que fonte de energia, disse Gene DeFoliart, professor de entomologia da Universidade de Wisconsin-Madison, nos EUA, à revista National Geographic. Comida é questão cultural. Assim como insetos, lagostas e camarões são artrópodes. Na tradição judaica são considerados sujos por se alimentar de resto de comida. Para todos os outros povos são iguarias.
Comer insetos resolveria o problema da fome?
Não, mas ajudaria. Cerca de 850 milhões de pessoas no mundo estão subnutridas. Em 2020 esse número poderá chegar a 1,2 bilhão. "Insetors podem beneficiar muita gente e se tornar um ótimo complemento para a dieta", afirma Tina van den Briel, nutricionista da World Food Program,a agência da ONU encarregada de programas de combate à fome, em entrevista ao site Fox News. "Mas a maioria das espécies e sazonal. Haveria dificuldades para conservá-los e transportá-los a longa distâncias."
Cachorro é comida?
Para os coreanos, sim. Cada povo cultiva seus hábitos.
Não são apenas os insetos. O consumo de animais também varia de acordo com cada cultura. Nos paises ocidentais, cachorros são animais de estimação. Na Coréia e na China estão confinados em fazxendas e abatedouros para fornecimento de carne. Os porquinhos-da-[india são usados como cobaia na Europa e nos EUA. Nos Andes peruanos viraram fonte de energia e de medicina popular.
O sangue de vaca é ingrediente da morcilla espanhola, mas está vetado pelas religiões judaica e islâmica. A necessidade também dita regras alimentares. Há registros de pessoas comendo gato na favela do Rosário, na Argentina. Muitos vezes, os tabus surgem de questões de saúde pública. Carne de porco mal cozida pode levar à teníase, assim como frutos do mar oferecem riscos de intoxicação - e por isso acabaram sendo vetados em tantas culturas.