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Re: A pior recessão dos últimos 25 anos?

Enviado: 21 Mar 2008, 23:13
por Samael
A Teoria dos Ciclos Econômicos, até onde eu saiba, não pertence a Mises ou Hayek. Ela é um lugar comum pra qualquer um que estuda Teoria Econômica ou mesmo História da Economia, visto que o capitalismo, até hoje, demonstrou sempre períodos de expansão e recessão de tempos e em tempos e esses ciclos, historicamente, se dão em períodos de tempo bastante parecidos.

Essa é apenas a explicação liberal para esse fenômeno.

Re: A pior recessão dos últimos 25 anos?

Enviado: 22 Mar 2008, 11:24
por RicardoVitor
Que surra. Belo texto, pena que será ignorado completamente pela esquerda do forum, assim como fez o Samael/Orbe.

Re: A pior recessão dos últimos 25 anos?

Enviado: 22 Mar 2008, 14:54
por Fernando Silva
Há um bando de gente por aí falando da "decadência do império ianque", causada, segundo eles, por seu materialismo e afastamento de Deus, segundo os religiosos, ou pelo fracasso do capitalismo, segundo os esquerdinhas.

Nos dois casos, continuam a assistir a séries e filmes americanos em suas TVs inventadas por americanos, a ouvir música americana em seu iPods americanos, a usar roupas e tênis de griffes americanas, a andar em carros de fabricantes americanos e a beber refrigerantes americanos, depois de surfar na Internet inventada por americanos com seus computadores inventados por americanos.
Quando ficam doentes, tomam remédios americanos e se tratam em hospitais equipados com tecnologia americana.

Re: A pior recessão dos últimos 25 anos?

Enviado: 22 Mar 2008, 14:59
por Apáte
Fernando Silva escreveu:por seu materialismo e afastamento de Deus

Por isso o milagre chinês! :emoticon12:

Re: A pior recessão dos últimos 25 anos?

Enviado: 23 Mar 2008, 03:33
por Samael
RicardoVitor escreveu:Que surra. Belo texto, pena que será ignorado completamente pela esquerda do forum, assim como fez o Samael/Orbe.


Eu li o texto inteiro.

Re: A pior recessão dos últimos 25 anos?

Enviado: 23 Mar 2008, 03:59
por Orbe
RicardoVitor escreveu:Que surra. Belo texto, pena que será ignorado completamente pela esquerda do forum, assim como fez o Samael/Orbe.


Não entendi.

Re: A pior recessão dos últimos 25 anos?

Enviado: 23 Mar 2008, 09:37
por Ilovefoxes
É porque você odeia o que o mercado faz, defende regrinhas, etc...

Re: A pior recessão dos últimos 25 anos?

Enviado: 23 Mar 2008, 15:11
por Samael
Orbe escreveu:
RicardoVitor escreveu:Que surra. Belo texto, pena que será ignorado completamente pela esquerda do forum, assim como fez o Samael/Orbe.


Não entendi.


Ele cismou que somos a mesma pessoa.

Re: A pior recessão dos últimos 25 anos?

Enviado: 23 Mar 2008, 16:34
por Ilovefoxes
Eu acho que ele só falou que vocês dois são de esquerda.

Re: A pior recessão dos últimos 25 anos?

Enviado: 23 Mar 2008, 22:36
por Samael
Ilovefoxes escreveu:Eu acho que ele só falou que vocês dois são de esquerda.


Não, em outro momento ele cinicamente afirmou que éramos o mesmo forista.

O mais incrível é que devo ter um problema grave de esquizofrenia, dada a discordância que Orbe e eu possuímos em várias questões.

Re: A pior recessão dos últimos 25 anos?

Enviado: 23 Mar 2008, 23:01
por Orbe
Eu sou o Samael para o RicardoVitor, sou o NadaSei para o zencem, sou um outro fulano banido que não lembro o nome agora...

Re: A pior recessão dos últimos 25 anos?

Enviado: 24 Mar 2008, 00:50
por SickBoy
Samael escreveu:
Orbe escreveu:
RicardoVitor escreveu:Que surra. Belo texto, pena que será ignorado completamente pela esquerda do forum, assim como fez o Samael/Orbe.


Não entendi.


Ele cismou que somos a mesma pessoa.



Acho que isso é em resposta à acusação de que ele seria bogus do LiquidSnake/capitão américa.


algo como uma piada com a máxima de lênin: "-acuse-os do que você faz". Porque convenhamos, Orbe e Samael, não ten nada a ver :emoticon39:

Re: A pior recessão dos últimos 25 anos?

Enviado: 24 Mar 2008, 01:20
por Samael
SickBoy escreveu:
Samael escreveu:
Orbe escreveu:
RicardoVitor escreveu:Que surra. Belo texto, pena que será ignorado completamente pela esquerda do forum, assim como fez o Samael/Orbe.


Não entendi.


Ele cismou que somos a mesma pessoa.



Acho que isso é em resposta à acusação de que ele seria bogus do LiquidSnake/capitão américa.


algo como uma piada com a máxima de lênin: "-acuse-os do que você faz". Porque convenhamos, Orbe e Samael, não ten nada a ver :emoticon39:


Cara, foristas como Liquid Snake, Capitão América e RicardoVitor usam proxy, são ideologicamente similares, escrevem e argumentam da mesma forma (começam naquele estilo agressivo meio Res Cogitans e partem pra ofensa ou pro "obvio que apenas eu sei" quando os argumentos faltam). Até a retórica é idêntica.

Eu não fui o primeiro nem serei o último a dizer que são o mesmo forista.

E, bom, Lênin nunca disse isso, até que provem o contrário. Ninguém consegue citar a bibliografia dessa afirmação.

Re: A pior recessão dos últimos 25 anos?

Enviado: 24 Mar 2008, 01:44
por SickBoy
corrigindo: "-máxima atribuída a Lênin"


quanto a acusação de que ele é bogus, não quis dizer que só você o faz, mas como você é um dos que mais debatem com ele, seria essa a razão dele contra-atacar você, inclusive em semelhantes acusações, embora as dele sem nexo algum

Re: A pior recessão dos últimos 25 anos?

Enviado: 25 Mar 2008, 23:50
por Huxley
Usuário deletado escreveu:A pior recessão dos últimos 25 anos?

Por Robert P. Murphy

A teoria austríaca dos ciclos econômicos

De acordo com Ludwig von Mises e seus seguidores, o ciclo de expansão e recessão (boom-bust cycle) não é algo inerente ao livre mercado; ao contrário, é causado pela interferência do governo nos mercados de crédito, mais especificamente por sua manipulação das taxas de juros.O governo causa o período de expansão econômica (boom period) injetando crédito novo no sistema (diminuindo as taxas de juros), o que estimula inúmeros projetos de investimentos que não seriam feitos caso uma taxa de juros realista estivesse em vigor. Por causa disso, esses investimentos inevitavelmente se revelarão insustentáveis e economicamente débeis no longo prazo, e entrarão em colapso (bust period) em alguma data futura.


Essa história de que "na ausência de perturbações monetárias, o sistema econômico tende ao equilíbrio" não é nada mais que uma afirmação vazia que não passa pelo rigor do escrutínio científico. O austríaco assume como premissa teórica um postulado de um paradigma científico, e não de uma constatação deduzida por ele. É algo desprovido, portanto, de respaldo empírico.

Na teoria austríaca, a função da taxa de juros é a de servir como sinal de coordenação entre as trajetórias de consumo e investimento que leva a perfeita coordenação entre o comportamento dos poupadores e dos investidores (http://www.midiasemmascara.com.br/artigo.php?sid=2471). Só que os agentes que tomam as decisões de investimento e poupança podem está motivados por fatores distintos entre si. Devido a pobreza a que submete a hipótese arbitrária que explica o comportamento dos agentes econômicos, austríacos não fazem distinção entre “possibilidade lógica” e “necessidade lógica”.

Além disso, dever-se-ia levar em conta a objeção fatal que hoje em dia o aumento na demanda por moeda também pode ser suprida pelo setor privado através do aumento da oferta de agregados monetários (ativos financeiros de quase-moeda) sobre os quais o Fed não tem controle. Coisa que já expliquei aqui:

viewtopic.php?f=1&t=15314&hilit=neoliberais

Devo lembrar também que depois de uma crítica de um artigo de Piero Sraffa (Dr. Hayek on Money and Capital,” in The Economic Journal, Vol. 42, No. 1, March, 1932, pp. 42-53), o próprio Hayek fez alterações em sua teoria dos ciclos, tanto que já chegou a defender o “Bolsa Keynes”:

“Há, por fim,um problema de suma importância:combater as flutuações gerais da atividade econômica e os surtos de desemprego em grande escala que costumam acompanhá-las.”

Como alguém que acredita na inexistência de flutuações econômicas na ausência de injeção monetária estatal, vai defender política keynesianas? Nesta declaração, Hayek mostra claramente que rompeu com a idéia liberal “mais interessante” de Von Mises. Como mesmo reconhece o “austríaco” Walter Block neste artigo onde ele desce o cacete no discípulo traíra de Von Mises:
http://www.mises.org/journals/jls/12_2/12_2_6.pdf



Usuário deletado escreveu:A pior recessão dos últimos 25 anos?
Esse colapso é necessário para que as condições econômicas sadias sejam restabelecidas e todos os maus investimentos sejam depurados (Aqui vai um plano de leitura para este tópico).


Colapso necessário? Como da vez que o Fed negou ajuda aos bancos em risco de falência, deixando-os quebrarem, ampliando a magnitude da crise de 29, inclusive tendo essa omissão criticada por Milton Friedman e Anna Schwartz naquele famoso livro sobre a história monetária dos EUA?

Usuário deletado escreveu:A pior recessão dos últimos 25 anos?
O gráfico a seguir ilustra a explicação de Mises. Observe que o gráfico não inclui os cortes ocorridos desde setembro de 2007.

Imagem

Falando no geral, o gráfico indica uma relação inversa entre as duas séries. Isso vai de acordo com o senso comum que diz que um corte na taxa de juros fornece um estímulo ao crescimento, ao passo que um aumento dela é algo contracionista. Entretanto, o que a abordagem austríaca fornece é a compreensão das forças reais por detrás do ciclo de expansão e recessão. Em outras palavras, a maioria dos comentaristas financeiros acredita que as taxas de juros atuais afetam o crescimento econômico atual e fim de papo.


O argumentador está se fazendo de cego. Em vários trechos, a relação está conforme previsto pela visão da “maioria dos comentaristas financeiros”.

Outra coisa omitida. O gráfico concentra-se nas taxas de juros de títulos de curto prazo. No entanto, a atividade econômica depende da taxa de juros que os tomadores de empréstimos (investidores) precisam tomar. A visão convencional é que as duas seguem de perto uma a outra. Mas dados recentes das últimas décadas indicam que movimentos entre as duas exibiu um comportamento bem irregular (ver o capítulo 1 de “Rumo a um novo paradigma” de Joseph Stiglitz e Bruce Greenwald, Editora Francis).

Ah, e o investimento é autônomo e as expectativas são exógenas. Ele está influenciado por fatores políticos, ondas de pessimismos... Não seria esperada uma correlação negativa perfeita entre taxa de juros e investimento.



Usuário deletado escreveu:A pior recessão dos últimos 25 anos?
Mas se um período prévio de crescimento levou a inúmeros maus investimentos, é necessário haver um período de contração econômica para liquidar esses vários projetos (que contam com uma inadequada estrutura de capital para completá-los).


Taxas básicas de juros irrealistas determinadas pelo Fed levam a maus investimentos? Meu Deus!Estamos andando em círculos.

A questão é que quando os preços de ativos aumentam rapidamente e inflam o patrimônio líquido das pessoas e das empresas, os agentes que controlam o crédito passam a subordinar às decisões de gasto a valorização patrimonial: rebaixam os critérios de concessão de crédito e na medida em que as projeções otimistas se confirmam passam a inchar carteira de ativos com dívida de empreendimentos mais arriscados. Foi o Fed que colocou uma arma na cabeça dos agentes que controlam a riqueza para que eles fizessem isso?


Usuário deletado escreveu:[b][size=140]
Na visão austríaca, o ciclo de expansão e recessão é causado por taxas de juros mantidas artificialmente baixas pelo Fed. São essas baixas taxas de juros que provocam a expansão dos negócios, que contratam mais mão-de-obra, que compram outros recursos, e assim por diante, ainda que esses projetos não sejam justificáveis pelo nível real de poupança da economia.


A última frase é pífia, porque POUPANÇA NÃO CRIA INVESTIMENTO.

Outra coisa a ressaltar. Tudo bem que pelas leis econômicas se sabe que, em equilíbrio, “investimento= poupança”, mas dizer que poupança determina investimento é algo sustentado em bases frágeis.

Uma resposta esclarecedora de Mário Possas quanto a esse assunto:

“A poupança não precede o investimento, porque ela não precede nem temporal e nem logicamente, o investimento (inexiste logicamente uma poupança ex ante). Ela é por definição um fluxo simultâneo ao investimento e por ele determinado. Segundo por que quem financia o investimento é o crédito, este sim, um estoque- de poder de compra criado ex nihilo pelo sistema bancário- que precede lógica e temporalmente o investimento.”
http://dspace.c3sl.ufpr.br:8080/dspace/ ... 0Jonas.pdf

Sobre o debate entre os períodos de guerras e a teoria austríaca dos ciclos, Olivier Blanchard diz:

“Quando a demanda por investimentos cresce- digamos em resposta aos preços estimulantes das firmas- qual então é o mecanismo que assegure que a poupança também cresça? Tentando responder esta pergunta, era lógico para os economistas da época olhar para o crédito bancário. Apesar de tudo, isso é como as firmas largamente financiam o investimento adicional. Mas isto só levanta a seguinte questão: como os bancos são capazes de aumentar o montante de crédito bancário? Quem poupa mais? (...) É aqui onde o conceito de poupança forçada convenientemente vem. Eu vejo isto basicamente como a resposta errada. A resposta certa foi, eu acredito, dada por Keynes. O aumento da produção é que gera a poupança adicional em resposta ao investimento mais elevado.”
http://www.sapientia.pucsp.br/tde_arqui ... rvalho.pdf

Re: A pior recessão dos últimos 25 anos?

Enviado: 26 Mar 2008, 01:07
por Samael
Huxley escreveu:Além disso, dever-se-ia levar em conta a objeção fatal que hoje em dia o aumento na demanda por moeda também pode ser suprida pelo setor privado através do aumento da oferta de agregados monetários (ativos financeiros de quase-moeda) sobre os quais o Fed não tem controle. Coisa que já expliquei aqui:

viewtopic.php?f=1&t=15314&hilit=neoliberais


Tickets e vales, basicamente?

Re: A pior recessão dos últimos 25 anos?

Enviado: 26 Mar 2008, 11:12
por spink
Martin Wolf: o socorro ao Bear Stearns marca limite da liberalização


Martin Wolf

Marque a sexta-feira, 14 de março de 2008: foi o dia em que o sonho do capitalismo de livre mercado global morreu. Por três décadas, nós caminhamos para sistemas financeiros regulados pelo mercado. Com sua decisão de socorrer o Bear Stearns, o Federal Reserve (Fed, o banco central americano), a instituição responsável pela política monetária americana, protagonista chefe do capitalismo de livre mercado, declarou o fim dessa era. Ele mostrou com sua ação concordar com o comentário de Joseph Ackermann, executivo-chefe do Deutsche Bank, de que "eu não mais acredito que o mercado possa se curar sozinho". A desregulação atingiu seu limite.

Meu julgamento não é se o Fed agiu corretamente ao salvar o Bear Stearns da falência. Eu não sei se os riscos justificavam as decisões não apenas de agir como credor de último recurso para um banco de investimento, mas também de incorporar os créditos de risco nos livros do Fed. Mas as autoridades envolvidas são pessoas sérias. Elas deviam ter motivos para suas decisões. Elas certamente podem apontar para os riscos do momento -uma crise que Alan Greenspan, o ex-presidente do Fed, chama de "a mais violenta desde o final da Segunda Guerra Mundial"- e o papel do Bear Stearns nestes mercados frágeis.

Meu julgamento é mais sobre as implicações da decisão do Fed. Colocando de forma simples, o Bear Stearns foi considerado importante demais para o sistema para falir. Esta decisão foi tomada, é verdade, às pressas, em um momento de crise. Mas momentos de crise são quando surgem novas funções, notadamente práticas associadas à função de credor de último recurso dos bancos centrais, no século 19.

As implicações desta decisão são evidentes: haverá uma maior regulação dessas instituições. O Fed forneceu uma forma valiosa de seguro aos bancos de investimento. De fato, isto já é evidente a partir do que aconteceu com o mercado de ações desde o socorro: os outros grandes bancos de investimento desfrutaram de saltos consideráveis nos preços de suas ações. Este é um risco moral visível. O Fed decidiu que o "ataque" do mercado de dinheiro contra os bancos de investimento é o equivalente a uma corrida aos bancos comerciais para saque de depósitos. Ele concluiu que, por este motivo, é necessário abrir a torneira monetária em prol dessas instituições. Uma maior regulação deve estar a caminho.

Os lobbies em Wall Street vão, é verdade, resistir a uma regulação onerosa de exigências de capital ou liquidez após o término da crise. Eles poderão ter sucesso. Mas, intelectualmente, a posição deles agora é indefensável. Instituições importantes para o sistema devem pagar por qualquer proteção oficial que recebam. Sua capacidade de desfrutar do lado positivo dos riscos que correm, ao mesmo tempo que dividem com a sociedade em geral o lado negativo, deve ser restringida. Isto não é apenas uma simples questão de justiça (apesar de também ser). Também é uma questão de eficiência. Um cassino desregulado, mas subsidiado, não alocará bem os recursos. Além disso, tal subsídio não se aplica agora apenas aos acionistas, mas a todos os credores. Seu efeito é tornar os custos dos fundos irracionalmente baratos. Estes incentivos excessivamente desalinhados devem ser corrigidos.

Eu lamento o fato do Fed ter considerado necessário dar este passo. Eu antes esperava que a securitização transferiria uma parte substancial do ônus dos riscos para fora do sistema bancário regulado, onde os governos não mais precisariam intervir. Isto provou ser uma ilusão. Uma quantidade imensa de empréstimos de risco, quando não fraudulentos, promoveu finanças igualmente arriscadas, tornando os mercados de securitização altamente arriscados. Isto prejudicou as instituições, notadamente a Bear Stearns, que operava intensivamente nestes mercados.

Mas a extensão da rede de segurança do Fed para os bancos de investimento não é o único motivo para esta crise marcar um ponto de virada nas posturas em relação à liberalização financeira. Também contribui a confusão no mercado imobiliário americano (e talvez em breve em vários outros países desenvolvidos). Ben Bernanke, o presidente do Fed, descreveu grande parte das hipotecas subprime (de risco) dos últimos anos como "nem responsáveis, nem prudentes" em um discurso cujos detalhes são de arrepiar os cabelos.* Esta é a forma do Fed de dizer "criminosas e insanas". De novo, isto não pode acontecer de novo, particularmente considerando que as perdas impostas ao sistema financeiro por estes empréstimos poderão ser enormes. O colapso no preço dos imóveis, o aumento da inadimplência e as execuções hipotecárias afetarão milhões de eleitores. Os políticos não ignorarão seus apuros, mesmo se o resultado for um socorro oneroso aos imprudentes. Mas depois certamente haverá uma maior regulação do que hoje.

Se os Estados Unidos ultrapassaram a marca da desregulação financeira, isto terá implicações globais imensas. Até recentemente, era possível dizer aos chineses, indianos ou à aqueles que sofriam crises financeiras significativas, nas duas últimas décadas, que existia um sistema financeiro tanto livre quanto robusto. Agora não há mais. Será difícil persuadir estes países de que os fracassos no mercado experimentados nos Estados Unidos e em outros países de alta renda não são um alerta. Se os Estados Unidos, com sua vasta experiência e recursos, foram incapazes de escapar dessas armadilhas, por que, eles perguntarão, nós devemos esperar que nos sairemos melhor?

Estas implicações de longo prazo para as posições em prol de mercados financeiros desregulados estão longe de ser o único motivo para a presente turbulência ser significativa. Nós ainda precisamos superar a crise imediata. Um colapso nos lucros financeiros (muito importantes na economia americana), um crash no preço dos imóveis residenciais e um grande aumento nos preços dos commodities são uma combinação que provavelmente gerará uma recessão longa e profunda. Para lidar com este risco o Fed já reduziu suas taxas de juros de curto prazo para 2,25%. Enquanto isso, o Fed também corre o risco de uma fuga global das obrigações denominadas em dólares e um ressurgimento da inflação. É difícil ver um motivo para o rendimento dos títulos do Tesouro americano serem tão baixos, fora um desejo de possuir obrigações do Tesouro americano, o emissor dos títulos denominados em dólar mais seguros.

"Alguns dizem que o mundo acabará em chamas, alguns dizem que em gelo", Kenneth Rogoff, de Harvard, citou recentemente as palavras de Robert Frost ao descrever os riscos da ruína financeira (fogo) e da inflação (gelo) diante de nós.** Estes são tempos perigosos. Também são tempos históricos. Os Estados Unidos estão mostrando os limites da desregulamentação. Administrar esta mudança inevitável, sem jogar fora o que foi conquistado nas últimas três décadas, é um desafio imenso. Assim como passar incólume pela desalavancagem à frente. Mas devemos começar pelo lugar certo, ao reconhecer que mesmo o passado recente é uma terra estrangeira.

*"Promovendo uma Propriedade Sustentável de Imóvel", 14 de março de 2008, http://www.federalreserve.gov; **Globalização e Política Monetária, 7 de março de 2008, uma conferência sobre globalização, inflação e política monetária, http://www.banque-france.fr


http://noticias.uol.com.br/midiaglobal/ ... u2414.jhtm

Re: A pior recessão dos últimos 25 anos?

Enviado: 26 Mar 2008, 12:14
por Ilovefoxes
Orbe escreveu:Eu sou o Samael para o RicardoVitor, sou o NadaSei para o zencem, sou um outro fulano banido que não lembro o nome agora...
Para mim você é Ugo Chaves e o Abmael o Lula.