Paradoxo EPR e Desigdd de Bell
Enviado: 22 Mar 2008, 11:58
Gostaria de iniciar a retomada a um velho debate: Paradoxo EPR e Desigualdade de Bell. Inicialmente, posto este texto do primeiro foco deste tópico. Gostaria de saber dos companheiros de fórum sobre a clareza e precisão dos argumentos e termos empregados. Sugestões são bem-vindas!
Abç
Leo
Paradoxo EPR
Sabemos que o princípio da incerteza (Werner Heisenber, 1927) prevê a impossibilidade de medirmos a posição e a quantidade de movimento (massa multiplicada pela velocidade) simultaneamente de uma partícula.
Porém, para muitos no início da “era quântica” (e alguns ainda hoje) esta era (ou é) uma limitação tecnológica, ou uma impossibilidade física de medição. Era como se eu tentasse ver uma bactéria sem microscópio (ou algo que o valha). Para estas pessoas, a partícula tinha posição e velocidades definidas, embora nos não conseguíssemos medi-las.
Os mais famosos defensores deste ponto de vista foram Albert Einstein, Boris Podolsky, e Nathan Rosen, que apresentaram um trabalho em 1935 onde buscavam demonstrar que a mecânica quântica não é um teoria física completa, no sentido de que não consegue admitir o “obvio” da existência de posição e velocidade (ou quantidade de movimento) de uma partícula elementar (como elétrons e quarks). A formulação desta objeção pelos três cientistas ficou conhecido como Paradoxo EPR (as letras derivam dos sobrenomes).
A base do raciocínio do EPR é focada na propriedade prevista teoricamente, e verificada em laboratório, pela mecânica quântica conhecida como conexão quântica, ou partículas entrelaçadas, ou ainda entrelaçamento quântico. Para determinadas condições específicas em que partículas gemas, ou seja, originadas por um mesmo evento e em conjunto, mantém um “nebuloso” elo que só é dissolvido após a interação de pelo menos uma delas com outras partículas. Grosso modo, esta propriedade permite afirmar que quando uma partícula entrelaçada tem uma propriedade medida define, completamente, esta mesma propriedade em sua gêmea. Com efeito, se duas partículas entrelaçadas estão diametralmente opostas em relação a nossa galáxia, medir a posição de uma define a posição da outra. O surpreendente é que esta propriedade é comprovada experimentalmente em laboratórios (em distâncias menores, verdade).
Para Einstein e seus colaboradores, haveria aqui uma violação da relatividade, uma vez que o entrelaçamento quântico prevê a transmissão de uma informação a uma velocidade superior a velocidade da luz (em verdade, a previsão é instantânea, ou velocidade infinita, nesta interpretação). Desta forma, haveriam de ter variáveis ocultas, como posição e velocidades, ainda que insondáveis por nós, que permitiriam um nexo causal à resposta uniforme das partículas entrelaçadas. Com efeito, no nosso exemplo, se uma partícula dispara com velocidade V em dada direção, sua gêmea tem velocidade igual em módulo (V), mas em sentido oposto (o mesmo vale para sua energia spin, posição, etc).
Aqui nascem as variáveis ocultas.
“O problema de saber se algo sobre o que nada sabemos existe na verdade merece o mesmo esforço mental que dedicamos hoje à antiga questão de saber quantos anjos podem sentar-se na ponta de uma agulha.”
Wolfgang Pauli – físico
A ciência, e a física em particular, ocupa-se daquilo que pode ser mensurável, hoje ou amanhã, no universo. Se não puder ser medido, está fora do domínio da física. É sobre isso que Pauli fala acima.
Como saber se as propriedades medidas nas partículas são causais (existência de variáveis ocultas) ou são aleatórias (sem causa, assumidas somente por ocasião da medição)?
Há uma limitação da natureza para medirmos a existência das tais variáveis ou é algo que faz parte da estrutura intima da existência? Como saberemos qual delas está correta?
Aqui é que entra “a descoberta mais profunda da ciência”, feita por John Bell.
Abç
Leo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Paradoxo_EPR
http://www.fisica.net/quantica/interpre ... antica.php
Abç
Leo
Paradoxo EPR
Sabemos que o princípio da incerteza (Werner Heisenber, 1927) prevê a impossibilidade de medirmos a posição e a quantidade de movimento (massa multiplicada pela velocidade) simultaneamente de uma partícula.
Porém, para muitos no início da “era quântica” (e alguns ainda hoje) esta era (ou é) uma limitação tecnológica, ou uma impossibilidade física de medição. Era como se eu tentasse ver uma bactéria sem microscópio (ou algo que o valha). Para estas pessoas, a partícula tinha posição e velocidades definidas, embora nos não conseguíssemos medi-las.
Os mais famosos defensores deste ponto de vista foram Albert Einstein, Boris Podolsky, e Nathan Rosen, que apresentaram um trabalho em 1935 onde buscavam demonstrar que a mecânica quântica não é um teoria física completa, no sentido de que não consegue admitir o “obvio” da existência de posição e velocidade (ou quantidade de movimento) de uma partícula elementar (como elétrons e quarks). A formulação desta objeção pelos três cientistas ficou conhecido como Paradoxo EPR (as letras derivam dos sobrenomes).
A base do raciocínio do EPR é focada na propriedade prevista teoricamente, e verificada em laboratório, pela mecânica quântica conhecida como conexão quântica, ou partículas entrelaçadas, ou ainda entrelaçamento quântico. Para determinadas condições específicas em que partículas gemas, ou seja, originadas por um mesmo evento e em conjunto, mantém um “nebuloso” elo que só é dissolvido após a interação de pelo menos uma delas com outras partículas. Grosso modo, esta propriedade permite afirmar que quando uma partícula entrelaçada tem uma propriedade medida define, completamente, esta mesma propriedade em sua gêmea. Com efeito, se duas partículas entrelaçadas estão diametralmente opostas em relação a nossa galáxia, medir a posição de uma define a posição da outra. O surpreendente é que esta propriedade é comprovada experimentalmente em laboratórios (em distâncias menores, verdade).
Para Einstein e seus colaboradores, haveria aqui uma violação da relatividade, uma vez que o entrelaçamento quântico prevê a transmissão de uma informação a uma velocidade superior a velocidade da luz (em verdade, a previsão é instantânea, ou velocidade infinita, nesta interpretação). Desta forma, haveriam de ter variáveis ocultas, como posição e velocidades, ainda que insondáveis por nós, que permitiriam um nexo causal à resposta uniforme das partículas entrelaçadas. Com efeito, no nosso exemplo, se uma partícula dispara com velocidade V em dada direção, sua gêmea tem velocidade igual em módulo (V), mas em sentido oposto (o mesmo vale para sua energia spin, posição, etc).
Aqui nascem as variáveis ocultas.
“O problema de saber se algo sobre o que nada sabemos existe na verdade merece o mesmo esforço mental que dedicamos hoje à antiga questão de saber quantos anjos podem sentar-se na ponta de uma agulha.”
Wolfgang Pauli – físico
A ciência, e a física em particular, ocupa-se daquilo que pode ser mensurável, hoje ou amanhã, no universo. Se não puder ser medido, está fora do domínio da física. É sobre isso que Pauli fala acima.
Como saber se as propriedades medidas nas partículas são causais (existência de variáveis ocultas) ou são aleatórias (sem causa, assumidas somente por ocasião da medição)?
Há uma limitação da natureza para medirmos a existência das tais variáveis ou é algo que faz parte da estrutura intima da existência? Como saberemos qual delas está correta?
Aqui é que entra “a descoberta mais profunda da ciência”, feita por John Bell.
Abç
Leo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Paradoxo_EPR
http://www.fisica.net/quantica/interpre ... antica.php