PARA CONTER AVANÇO DOS EVANGÉLICOS, PARÓQUIAS DA ARQUIDIOCESE DA CAPITAL INTESIFICAM BUSCA DOS DESGARRADOS EM TRABALHO DE PORTA EM PORTA.
A Arquidiocese de São Paulo, que responde por seis regiões da cidade (Sé, Belém, Brasilândia, Ipiranga, Lapa e Santana), amplia sua ofensiva em busca de fiéis, "desgarrados" e contra o avanço de outras igrejas, especialmente as evangélicas, na capital. Atualmente, as 281 paróquias da arquidiocese estão envolvidas com o trabalho missionário - grupos de fiéis que saem de porta em porta para divulgar os dogmas católicos.
A ampliação dessa cruzada é uma resposta ao crescimento das igrejas evangélicas na capital, fenômeno que atinge todo o Brasil - que, com 125 milhões de católicos, ainda é o país com o maior número de adeptos do mundo.
Em 1940, 95,2% da população brasileira declarava ser católica, de acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Em 2000, o percentual caiu para 73,8%.
"É difícil falar em números, mas todas as paróquias estão, de alguma forma, envolvidas com o trabalho missionário. A cada semestre, mais delas estão intensificando esse trabalho", diz o padre Silvio Andrei, membro do Conselho Arquidiocesano de Comunicação.
Bater palmas de casa em casa era uma abordagem atípica da ICAR até os últimos anos, mas muito praticada pelas igrejas evangélicas. Para se adaptar a esse "novo" perfil sem se comparar a outras religiões, a cúpula dos católicos prega o não-proselitismo - ou seja, as missões objetivam levar a palavra de Deus, e não convencer as pessoas a mudar de religião.
"A proposta não e converter a pessoa, só queremos nos colocar aà disposição para ajudar. Não importa a religião que ela tenha", disse a coordenadora do Conselho Missionário da região do Ipiranga, Izabel Cristina Lara Stevanatto, durante missão acompanhada pelo Agora.
SEMELHANÇAS
O doutor em ciências sociais Wagner Lopes Sanchez, professor da PUC (Pontificia Universidade Católica) e autor do livro "Pluralismo Religioso", da Editora Paulinas, afirma que, apesar da rientação da ICAR, muitas vezes as missões são parecidas às de outras religiões.
"Na missão, você encontra paróquias que fazem o trabalho de proselitismo, de trazer quem não é católico. Como a ICAR é muito grande e a orientação é genérica, há uma diversidade muito grande de comportamentos", diz Sanchez. "O medo de perder seu espaço é um fantasma presente em muitos setores da ICAR.
Para o padre Andrei, as missões da ICAR são uma resposta ao tempo atual, no qual "O ser humano valta-se para si mesmo". "A missão quer despertar a fé naquela pessoa que caminha para o individualismo, incentivá-la a participar da igreja, da missa, da celebração", diz.
Segundo ele, a perda de fiéis ´erum fenômeno natural para uma instituição milenar como a ICAR. "Por outro lado, hoje temos um atólico muito mais consciente, houve um aumento da temperatura da fé do católico", diz o religioso.
(jorge Soufen Jr)
GRUPO DIFICILMENTE É RECEBIDO
Foram nove tentativas frustradas na tarde de sábado, 15 de março. Em cinco casas, ninguém atendeu. Em outras quatro, moradores, não abriram a porta. Mas, finalmente o grupo de missionários da Paróquia Imaculada Conceição, do Ipiranga (zona sul de SP), foi recebido gentilmente pela aposentada Angelina Pelaio Pinto, de 80 anos.
De roupão e pantufas, ela convidou os quatro religiosos a entrarem na sala de sua casa. A Coordenadora do Conselho Missionário da região do Ipiranga Cristina Lara Stevanatto, perguntou se a familia passava por algum problema e disse que a igreja se disporia a ajudar.
Angelina é católica, mas disse que tem ido pouco às missas devido a um problema nas pernas., "Perdi meu marido há quatro anos. É bom quando chega alguém para conversar", disse a mulher.
Depois de dez minutos falando sobre a importância da fé e do amor na vida das pessoas, os missionário leram um trecho da Bíblia e fizeram uma oração para Angelina, que recebeu um terço de presente. O grupo também deixou uma lista com a programação da paróquia.
"É muito bom quando a gente encontra essas pessoas nas missas. Na maioriua dos casos, elas já não frequentavam a igeja há bastante tempo", disse Izabel.
Já há dois anos nos trabalhos missionários, Izabel disse que também enfrenta dificuldades nas abordagens - um dos exemplos são alguns jovens que acordam irritados pela manhã. "Eles dizem para voltar outro dia porque é muito cedo, e chegaram há pouco da balada."
(Fabiana Seragusa)
EVANGÉLICOS EVITAM SE MANIFESTAR
Líderes de igrejas evangélicas da capital procurados pela reportagem ficaram receosos em falar sobre o trabalho missionário realizado pelos seus fiéis.
O Agora procurou quatro igrejas evangélicas para que seus representantes pudessem falar sobre o aumento de fiéis e a queda de adeptos da ICAR.
Na Igreja Evangélica Assembléia de Deus, a reportagem chegou a se deslocar para flar com um pastor responsável pela área de missões, mas um superior ligou para avisar que tinha cancelado a entrevista.
Na Igreja Cristã Evangélica Betesda e na Igreja Evangélica Livre, a reportagem deixou recados para atendentes, mas os pastores responsáveis não retornaram as ligações
(JSI)
Jornal Agora São Paulo 23/03/2008
Obs. Nas partes que estavam escritas Igrejas Católicas, eu coloquei ICAR.
Na ofensiva, católicos vão buscar fiéis em casa!!
Re: Na ofensiva, católicos vão buscar fiéis em casa!!
Lúcifer escreveu:Mas, finalmente o grupo de missionários da Paróquia Imaculada Conceição, do Ipiranga (zona sul de SP), foi recebido gentilmente pela aposentada Angelina Pelaio Pinto, de 80 anos.
Tem sempre um idoso idiota para dar atenção para essa gente.
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Re: Na ofensiva, católicos vão buscar fiéis em casa!!
Bater em porta em porta tá mais pra Testemunha de Jeová...
- Lúcifer
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Re: Na ofensiva, católicos vão buscar fiéis em casa!!
Orbe escreveu:Lúcifer escreveu:Mas, finalmente o grupo de missionários da Paróquia Imaculada Conceição, do Ipiranga (zona sul de SP), foi recebido gentilmente pela aposentada Angelina Pelaio Pinto, de 80 anos.
Tem sempre um idoso idiota para dar atenção para essa gente.
Não é que seja idiota. É que quantas pessoas dão atenção para as conversas de um idoso hoje em dia?
As pessoas idosas gostam de conversar, mas os "jovens" nunca tem tempo para eles. Aí, quando aparece uma oportunidade dessas, ela não vai descartar, né?
