04/04/2008
Perfil do Inadimplente
A maioria dos inadimplentes é homem, tem entre 31 e 40 anos, ganha mais de R$ 761 e possui um débito médio de R$ 1.163,66, aponta a pesquisa de inadimplência realizada pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP). O estudo revelou que a maioria dos entrevistados ficou inadimplente porque perdeu o emprego, mas informou que vai quitar as dívidas nos próximos 30 dias, cortando gastos e com recursos do próprio salário.
As mulheres tiveram um crescimento entre os inadimplentes, com 45% das respostas este ano ante 38% em março de 2007, de acordo com a pesquisa foi devido a maior participação no mercado de trabalho e na concessão de crédito. Já os homens, que ainda são maioria, apresentaram queda na aquisição de dívidas, passando de 62% em março de 2007 para 55% em março de 2008.
Sobre as formas de pagamento não cumpridas, 38% responderam que utilizaram o carnê, 34% o cheque, 20% o cartão de crédito e 8% os empréstimos realizados nos bancos e em financeiras.
Entre os que ficaram inadimplentes com o cheque, 30% responderam ter entre dois e cinco cheques em atraso, 22% um cheque, 18% de seis a 10, 15% de 11 a 20 e 15% mais de 20 cheques. Dos consumidores que tiveram o cheque como objeto da inadimplência, 83% o emitiram como pré-datados e 17% para pagamento à vista.
Empréstimos consignados foram feitos por 17% dos entrevistados, entretanto, 56% dos que emprestaram esse dinheiro para desconto diretamente no salário ou na aposentadoria afirmaram que o pagamento mensal das parcelas do empréstimo não foram responsáveis pela inadimplência.
Questionados sobre os motivos para os empréstimos consignados, 55% responderam que utilizaram o dinheiro para quitar dívidas, 16% para compras, 15% para reformas em imóveis, 10% para auxílio da família e 4% alegaram outros motivos.
Como causas para a inadimplência, 56% responderam o desemprego próprio ou de alguém da família, 13% o descontrole dos gastos, 13% ter sido fiador, avalista ou ter "emprestado" o nome, 6% ter a renda diminuída, 5% ter alguém doente na família, 2% ter recebido o salário com atraso e 5% disseram ter tido outros motivos.
Entre os que tiveram o desemprego como causa da inadimplência, 73% responderam que estão trabalhando atualmente.
Na classificação por idade, 30% têm entre 31 e 40 anos, 25% entre 21 e 30 anos, também 25% entre 41 e 50 anos, 10% entre 51 e 60 anos, 6% menos de 20 anos e 4% mais de 60 anos. Em março de 2007, apenas 3% tinham menos de 20 anos e 1% tinha mais de 60 anos.
A renda familiar também foi questionada: 23% responderam receber de R$ 761 a 1 mil, também 23% de R$ 1 mil a R$ 2 mil, 19% de R$ 501 a R$ 760, 12% de R$ 381 a R$ 500, 10% acima de R$ 2 mil, 8% de R$ 201 a R$ 380 e 5% de R$ 100 a R$ 200.
Questionados se pretendem quitar seus débitos nos próximos 30 dias, 61% responderam que sim, 22% que não e 17% disseram que não sabem.
Os recursos que vão ser utilizados pelos que pretendem acabar com as dívidas são: 79% vão cortar gastos e utilizar o salário, 9% vão utilizar outros meios, 6% com a poupança, 2% com o FGTS, 2% com as férias e 2% com empréstimos.
Para o presidente da ACSP, Alencar Burti, a resposta de quase 80% dos que querem quitar seus débitos em até 30 dias demonstra a responsabilidade da maioria. "Responsabilidade e otimismo. Sabemos que as pessoas não ficam inadimplentes sem motivo. Cortar gastos e utilizar o próprio salário para pagar as contas prova que a maioria dos que estão inadimplentes não são devedores contumazes".
Para os próximos três meses, 47% responderam que não pretendem fazer novas compras, 32% disseram que pretendem e 21% que não sabem. Entre os que pretendem, 27% vão comprar eletroeletrônicos, 15% móveis, 12% roupas e calçados, 10% automóveis, 8% material de construção, 6% telefone celular, 3% produtos de informática e 19% outros produtos.
A Pesquisa de Inadimplência da ACSP foi realizada com 823 entrevistas feitas no balcão do Serviço Central de Proteção ao Crédito, durante todo o mês de março de 2008.
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