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Relator da ONU: biocombustível é 1 crime contra a humanidade

Enviado: 14 Abr 2008, 14:03
por DIG
BERLIM, 14 Abr 2008 (AFP) - A produção em massa de biocombustíveis representa um crime contra a humanidade por seu impacto nos preços mundiais dos alimentos, declarou nesta segunda-feira o relator especial da ONU para o Direito à Alimentação, o suíço Jean Ziegler, em entrevista a uma rádio alemã.

Os críticos dessa tecnologia argumentam que o uso de terras férteis para cultivos destinados a fabricar biocombustíveis reduz as superfícies destinadas aos alimentos e contribui para o aumento dos preços dos mantimentos.

Ziegler pediu ao Fundo Monetário Internacional (FMI) que mude suas políticas sobre os subsídios agrícolas e deixe de apoiar apenas programas destinados à redução da dívida. Para ele, a agricultura também deve ser subsidiada em regiões onde se garanta a sobrevivência das populações locais.

O ministro das Relações Exteriores alemão, Peer Steinbrueck, deu seu apoio ao apelo feito pelo FMI e o Banco Mundial neste fim de semana para responder à crise gerada pelo aumento de preços dos alimentos, que está gerando violência e instabilidade política em inúmeros países.

"A Alemanha não fugirá de sua obrigação nesse tema", afirmou Steinbrueck.

Ziegler acusou a União Européia de dumping agrícola na África.

"A UE financia as exportações de superávits agrícolas europeus para a África, onde são oferecidos pela metade ou a um terço de seu preço de produção", queixou-se Ziegler. "Isso arruina completamente a agricultura africana", acrescentou.

Em entrevista ao jornal francês "Liberation", Ziegler também advertiu que o mundo se dirige para "um período muito longo de distúrbios e outros tipos de conflitos derivados da escassez de alimentos e aumentos de preços".

Nesse contexto, a Comissão Européia indicou nesta segunda-feira que vai propor a supressão das subvenções para os cultivos destinados à produção de biocombustíveis, em meio à crescente polêmica causada pelo desenvolvimento dessa fonte de energia para lutar contra a mudança climática.

Vários outros dirigentes europeus já manifestaram preocupação com a utilização da produção agrícola com fins energéticos em detrimento dos alimentos, num contexto de alta dos preços das matérias-primas.

"A produção agrícola com fins alimentares deve ser claramente prioritária", afirmou o ministro francês da Agricultura, Michel Barnier.

A França propôs nesta segunda-feira uma iniciativa européia frente ao aumento de preços das matérias-primas e a crise alimentar que isto provoca, impulsionando um apoio reforçado à agricultura comunitária e uma ajuda maior a este setor nos países pobres.

"Em um mundo em que vai ser necessário produzir mais e melhor para alimentar nove bilhões de habitantes, há necessidade dos esforços de todos e também da Europa", afirmou o ministro francês da Agricultura, Michel Barnier, ao antecipar as grandes linhas da proposta que deve apresentar a seus colegas da União Européia em Luxemburgo.


:emoticon39:
Fonte: http://economia.uol.com.br/ultnot/afp/2 ... 59228.jhtm

Re: Relator da ONU: biocombustível é 1 crime contra a humanidade

Enviado: 14 Abr 2008, 14:05
por DIG
Contra-ataque

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva prepara um contra-ataque à onda de rejeição internacional aos biocombustíveis. A ampla estratégia envolve o governo e empresários do setor sucroalcooleiro

Brasil prepara defesa ampla do etanol

BRASÍLIA - Para enfrentar a onda de rejeição ao uso dos biocombustíveis na Europa, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pretende montar um contra-ataque, sustentado principalmente por uma rede de informações maciça. A estratégia envolve não só órgãos governamentais, mas também empresários brasileiros do setor sucroalcooleiro, interessados em atrair investimentos europeus.

O usineiro Maurílio Biagi, um dos maiores do país e dirigente da Unica, que acompanhou Lula na viagem para a Holanda, diz que essa é uma luta de Davi contra Golias, " porque existe uma hipocrisia muito forte com relação ao etanol " . " Nunca vamos ter uma estrutura para conseguir combater essa grande onda, que vem de uma hipocrisia muito forte. Nenhuma crítica é justificada. Nem a ambiental, nem a social, nem a econômica " .

A Unica - a associação paulista do setor - já tem um escritório em Washington, trabalhando para difundir informações sobre o etanol e abriu recentemente um escritório em Bruxelas, onde funciona a Comissão Européia, para fazer essa ponte direta com os europeus.

" Deveríamos ter essa estratégia de informação junto à Comunidade Européia " , defendeu o dirigente da Unica. " Hoje vivemos uma civilização do petróleo. Quando surge uma coisa nova, a reação é enorme. Somos o único país do mundo em que o consumidor pode chegar à bomba e escolher entre um combustível fóssil, que é a gasolina, ou renovável, que é o álcool. E normalmente opta pelo álcool, porque custa quase a metade. Nós conseguimos, com o combustível alternativo, concorrer com o fóssil, o que era inimaginável anos atrás. "

A preocupação de Lula com a crescente resistência ao etanol na Europa esteve presente em todos os seus discursos e conversas na Holanda. Governo e empresários holandeses deixaram claro ao presidente brasileiro que o mercado europeu só se abrirá para o biocombustível se ele obtiver uma certificação de que sua produção é ecológica e socialmente correta. Lula pediu a colaboração dos holandeses para elaborar os critérios e formatar essa certificação.

Ao encerrar o seminário " Brasil-Países Baixos, Oportunidades de Negócios " , Lula fez uma pregação das vantagens do etanol como fonte energética alternativa ao petróleo e convidou os holandeses a " renovar a aposta na cana e nos biocombustíveis brasileiros " . Ele disse aos empresários que acusar a produção de biocombustíveis como responsável pelo aumento da inflação é " uma falácia, uma mentira deslavada " . E repetiu à exaustão, ao governo holandês e aos investidores, que, no Brasil, é possível compatibilizar a produção da cana com a de alimento.

O ministro do Desenvolvimento, Miguel Jorge, voltou otimista da viagem porque, segundo ele, toda a resistência ao etanol resulta de desinformação. Ele recebeu a determinação do presidente de criar uma força-tarefa - com os ministérios do Meio Ambiente, Agricultura e Desenvolvimento Agrário - para montar essa estratégia de informação, que visa principalmente a convencer a opinião pública européia.



Fonte: http://economia.uol.com.br/ultnot/valor ... 86835.jhtm

Re: Relator da ONU: biocombustível é 1 crime contra a humanidade

Enviado: 14 Abr 2008, 14:08
por Orbe
O Luladrão deve ser o único governante que ainda se importa com o que os inúteis da ONU falam.

Re: Relator da ONU: biocombustível é 1 crime contra a humanidade

Enviado: 14 Abr 2008, 16:31
por Apo
Voltemos todos ao tempo da tração animal. Lula será o primeiro a servir de buçal. Uma pena que emita gases tóxicos e alcólicos na atmosfera....snif

Re: Relator da ONU: biocombustível é 1 crime contra a humanidade

Enviado: 14 Abr 2008, 16:32
por Apo
Orbe escreveu:O Luladrão deve ser o único governante que ainda se importa com o que os inúteis da ONU falam.



Nada, ele se sente importante com estas coisas. Assim causa polêmica, aparece mais na mídia e pode até inventar mais umas viagens para debater a questão.

Re: Relator da ONU: biocombustível é 1 crime contra a humanidade

Enviado: 15 Abr 2008, 07:45
por Fernando Silva
Realmente, não faz sentido gastar 1 litro de diesel para se produzir 1 litro de álcool, como ocorre nos EUA.
Quanto a acabar com a comida para se ter combustível, é preciso se encontrar um ponto de equilíbrio.
Se durarmos o bastante como espécie, talvez consigamos uma solução. No momento, tudo é novidade e ainda estamos na fase da tentativa e erro.

Re: Relator da ONU: biocombustível é 1 crime contra a humanidade

Enviado: 15 Abr 2008, 08:19
por Botanico
Apo escreveu:
Orbe escreveu:O Luladrão deve ser o único governante que ainda se importa com o que os inúteis da ONU falam.



Nada, ele se sente importante com estas coisas. Assim causa polêmica, aparece mais na mídia e pode até inventar mais umas viagens para debater a questão.



Acertou

Aparecer na mídia é a única coisa que o Lulla pode fazer, já que não tem um mínimo de inteligência para debater esse assunto (e pior ainda, para gerenciar a coisa...). Lulla é bem acessorado, mas a sua falta de inteligência o impede de entender o que os seus acessores dizem. Se tivesse um resto de inteligência, diria ao bem nutrido suíço, cujo país roubou as contas dos judeus para ajudar Hitler:

_ Os cães ladram e a caravana passa.

Re: Relator da ONU: biocombustível é 1 crime contra a humanidade

Enviado: 15 Abr 2008, 15:52
por Johnny
Fernando Silva escreveu:Realmente, não faz sentido gastar 1 litro de diesel para se produzir 1 litro de álcool, como ocorre nos EUA.
Quanto a acabar com a comida para se ter combustível, é preciso se encontrar um ponto de equilíbrio.
Se durarmos o bastante como espécie, talvez consigamos uma solução. No momento, tudo é novidade e ainda estamos na fase da tentativa e erro.


Não esquecendo que, mesmo o petróleo a US$112 o barril hoje e mesmo o Brasil decobrindo novos campos, ainda assim o nosso alcool é muito interessante economicamente.

Quanto ao Lula isso e Lula aquilo, bem, cada um elogia o que quer e critica o que quer. Eu não ponho mais o dedo no buraquinho...


























...e é Lula lá no terceiro mandato...


k kkkkkk


Brincadeirinha.

Re: Relator da ONU: biocombustível é 1 crime contra a humanidade

Enviado: 15 Abr 2008, 16:45
por Sorrelfa
Falar em controle de natalidade que é bom esses vagabundos da onu não se atrevem !

Re: Relator da ONU: biocombustível é 1 crime contra a humanidade

Enviado: 15 Abr 2008, 16:52
por emmmcri
Não sei porque não se fala muito em energia solar, teóricamente ela é uma das que mais demoraria a acabar.

Re: Relator da ONU: biocombustível é 1 crime contra a humanidade

Enviado: 15 Abr 2008, 17:00
por Sorrelfa
emmmcri escreveu:Não sei porque não se fala muito em energia solar, teóricamente ela é uma das que mais demoraria a acabar.


Não seria porque as celulas fotoelétricas tem rendimento baixo e custos altissimos ? Sendo portanto, inviáveis no momento ?

Re: Relator da ONU: biocombustível é 1 crime contra a humanidade

Enviado: 15 Abr 2008, 17:15
por Dick
Exato. A propósito, concordo em boa medida com a acessoaria do Lula. Os argumentos contra o uso da biomassa para a produção de combustível exploram o lado catastrófico da coisa, aquilo que poderia acontecer. E tudo de uma forma bem hipócrita. É tudo uma questão de logística competente (talvez este seja o problema), para se produzir uma coisa sem afetar a outra.

Re: Relator da ONU: biocombustível é 1 crime contra a humanidade

Enviado: 15 Abr 2008, 18:15
por Fenrir
<teoria_da_conspiracao>
Isto é um complô para impedir o crescimento do Brasil no setor energético
</teoria_da_conspiracao>

Re: Relator da ONU: biocombustível é 1 crime contra a humanidade

Enviado: 15 Abr 2008, 19:19
por Acauan
Let me think for a while escreveu:Exato. A propósito, concordo em boa medida com a acessoaria do Lula. Os argumentos contra o uso da biomassa para a produção de combustível exploram o lado catastrófico da coisa, aquilo que poderia acontecer. E tudo de uma forma bem hipócrita. É tudo uma questão de logística competente (talvez este seja o problema), para se produzir uma coisa sem afetar a outra.


Disseram a mesma coisa na época do pró-álcool, que usariam as terras fertéis para plantar cana e faltaria solo para cultivo de alimentos.
Bobagem inacreditável.
O que aconteceu foi que a fronteira agrícola avançou no centro-oeste, o agro-negócio multiplicou a produtividade do campo e tivemos décadas de safras recordes de grãos uma após a outra.
Resultado, hoje a comida é muito mais barata do que era nos anos setenta, antes do álcool.

Sempre vai ter um Hardy Har-Har para dizer que não vai dar certo, pelos motivos errados.
O pró-álcool no fim, não deu certo porque faltou álcool e não porque faltou comida.

Re: Relator da ONU: biocombustível é 1 crime contra a humanidade

Enviado: 16 Abr 2008, 13:01
por Fernando Silva
Acauan escreveu:O pró-álcool no fim, não deu certo porque faltou álcool e não porque faltou comida.

Li ontem que o Pró-álcool não deu certo porque vender açúcar se tornou mais lucrativo que vender álcool, mas agora a coisa se inverteu: os brasileiros reduziram o consumo de açúcar a tal ponto que agora é melhor produzir álcool.
E as plantações de cana usam apenas 1% do solo agricultável.