Dúvidas sobre a ética calvinista e o sucesso de seus países
Enviado: 29 Abr 2008, 20:32
Protestantismo leva a capitalismo e riqueza?
Certa vez, Fidel Castro admitiu relutantemente que admirava muito dos protestantes de Cuba. Isso porque eles trabalham duro, comparecem ao trabalho pontualmente, não burlam o sistema. Resumindo: Embora discordasse veementemente do ponto de vida deles, o ditador comunista reconheceu o valor utilitário de praticarem a ética de trabalho cristã. Essa é a mesma ética que viabilizou a prosperidade nos EUA que ele muitas vezes difama.
A ética de trabalho protestante, que ajudou a viabilizar uma grande prosperidade, surgiu principalmente por intermédio de João Calvino e de seus seguidores. O historiador Richard Dunn escreveu:
Seria mera coincidência que os mais dinâmicos homens de negócios fossem encontrados na Holanda protestante, e que o mais sólido crescimento industrial ocoresse na Inglaterra protestante; ambos os países profundamente influenciados pelo calvinismo? Por que os huguenotes [calvinistas franceses] eram tão proeminentes na comunidade de negócios da França católica? Ou por que a Brandenburgo protestante, na Prússia, sob o comando do grande membro calvinista do colégio eleitoral, foi quase que o único Estado alemão do século XVII a mostrar uma crescente prosperidade? [ The age of religious wars: 1559-1648, New York: W. W. Norton and Company, 1970, p. 117.]
Max Weber escreveu um famoso livro sobre esse assunto. Entre 1904 e 1905 publicou pela primeira vez seu clássico A ética protestante e o espírito do capitalismo. Ele começa com a observação de que os líderes de negócios, os trabalhadores altamente qualificados e os donos do capital eram predominantemente protestantes. A seguir, traça o vínculo entre os dois com uns poucos comentários positivos sobre o calvinismo.
Por exemplo: Weber se refere ao "motivo para um constante autocontrole, que desta forma, traz um controle premeditado da própria vida", como se fosse um resultado natural, da "sombria doutrina do calvinismo". [Trad. M. Irene Szmrecsanyi, Brasília: Universidade de Brasília, 1982.] Weber também escreveu: "o calvinsimo, em comparação [com o pietismo], aparenta estar mais intimamente relacionado com legalismo incondicional e com a iniciativa dinâmica dos empresários burgo-capityalista. [Trad. M. Irene Szmrecsanyi, Brasília: Universidade de Brasília, 1982. Pg 139] Os calvinistas praticavam o que Weber descreveu como "ascetismo mundano" [Trad. M. Irene Szmrecsanyi, Brasília: Universidade de Brasília, 1982. Pg 109], que preparou a cena para a revolução capitalista. Os puritanos, seguidores do calvinismo, viam a obtenção de riquezas "como um fruto do trabalho em uma ocupação", e como "um sinal das bênçãos de Deus". [Trad. M. Irene Szmrecsanyi, Brasília: Universidade de Brasília, 1982. Pg 172]. Weber continua:
A valorização religiosa do trabalho sistemático, contínuo e incansável em uma ocupação mundana, era considerada como o melhor recurso do ascetismo e, ao mesmo tempo, a mais segura e evidente prova de renascimento e de fé genuína, a qual deve ter sido a mais poderosa alavanca concebível para a expanção daquela postura em relação à vida, que chamamos de espírito do capitalismo. [Trad. M. Irene Szmrecsanyi, Brasília: Universidade de Brasília, 1982].
Ernst Troeltsch também colocava toda a culpa do capitalismo sobre João Calvino. Estes historiadores, Weber e Troeltsch, que eram contrários ao capitalismo e ao calvinsimo, viram que João Calvino foi efetivamente a grande máquina motriz do capitalismo.
O mercado financeiro e o que se chama hoje de "capitalismo" nasceu nas cidades do norte da Itália, ainda no fim da Idade Média.
É verdade que o capitalismo começou a surgir, ao menos em sua forma embrionária, nas cidades do norte da Itália e do sul da Alemanha, antes da época de Calvino. Mas João Calvino foi o único teólogo que percebeu o cerne da questão e estava disposto a abandonar a postura, influenciada pelos ensinos de Aristóteles, por intermédio de Tomás de Aquino, que tentava harmonizar os ensinamentos cristãos com as opiniões de Aristóteles, a qual foi sustentada pela Igreja Católica durante todos esses séculos.
Em cerca de 400 a.C., Aristóteles ensinou que o dinheiro era estéril e improdutivo. Esta era a visão da Igreja Católica Romana, Calvino disse que isso não era verdade, que na realidade o dinheiro poderia ser extremamente produtivo. A Igreja Catóica havia definido todo e qualquer juro como usura, e esta foi a visão da igreja durante séculos.
Pode-se argumentar a favor da igreja, que isso foi feito para proteger o povo da exploração. Chamberlain escreveu:
Longe de originar e proteger as instituições políticas e econômicas da Idade Média, a igreja era o amortecedor que defendia o indivíduo contra as mais penosas tendências de todos os tempos. Evidentemente, a igreja assumiu uma posição contra a usura, em um período em que não havia possibilidade para a expanção produtiva de empréstimos de dinheiro que recompensassem tanto quem emprestava quanto quem tomava emprestado. Uma vez que o dinheiro era rapidamente esgotado por aquelas pessoas de menor poder auisitivo que faziam o empréstimo, parecia monstruoso para Tomás de Aquino e para outros filósofos católicos, obrigar um homem a pagar juros sobre o que já não existia. [ The roots of capitalism, p. 48]
Mas as circunstâncias estavam mudando.
Calvino percebeu que classificar qualquer juro como usura não era nem correto nem bíblico, e ele redefiniu a usura conforme o sentido que conhecemos, ou seja, que a usura é a cobrança de juros excessivos.Calvino também achava que não se podia cobrar juros dos pobres. Acima de tudo, a regra de ouro deve ser o padrão de como nossas operações econômicas devem ser conduzidas. Calvino escreveu:
A razão não suporta que admitamos que toda usura será condenada sem exceção [...] Eu respondo que a questão [de quando a usura deve ser proibida] é somente quando se refere ao pobre e, por conseguinte, se tivermos de usá-a com o rico, a usura é livremente permitida [...] A usura não é ilegal, com exceção de quando transgride a justiça e a união fraternal. Assim, que cada um se coloque diante do trono de Deus e não faça ao seu próximo o que não teria feito a si mesmo, chegando assim a uma decisão correta e infalível. [ Calvin's commentaries, vol. I, p. 911]
No clássico livro: Religion and the rise of capitalism, Richard H. Tawnwy escreve a respeito de João Calvino:
Ele supõe que crédito é uma ocorrência normal e inevitável na vida da sociedade. Portanto, considera irrelevantes as frequentes citações de passagens do Antigo Testamento e dos primeiros cristãos, porque foram concebidas para condições que já não existem mais. Argumenta que o pagamento de juros sobre capital é tão sensato quanto o pagamento de aluguel pelo uso da terra, deixando para a consciência do indivíduo a obrigação de verificar que esse não exceda o montante determinado pela justiça natural e pela regra de ouro. [New York: Mentor, 1952, p. 95]
Calvino libertou o dinheiro do cativeiro em que foi mantido por séculos e desencadeou os poderes que o capitalismo produz. E quais são eles? Bem, não há por que pôr em dúvida o fato de que o sistema de livre iniciativa nos EUA gerou um elevado padrão de vida. Mesmo as pessoas pobres de uma nação industrializada estão em uma situação bem superior à média das pessoas de um país do terceiro mundo.
Calvino defendia o direito à propriedade privada. Também ensianva o conceito bíblico de administração que diz que somos apenas administradores do dinheiro confiado a nós por Deus, pelo qual viremos prestar contas.
Existia lá uma cultura de liberdade que promoveu o crescimento econômico; nada diretamente ligado à religião.
Antes de me converter, eu tirei nota 7 nos primeiros dois anos da faculdade. Após a minha conversão, eu só tirava 10. Acontece o mesmo nos negócios: quando as pessoas se tornam cristãs, muitas vezes, começam a prosperar. Por quê?
Primero, não nos preocupamos com a ansiedade. O receio, que é tão frustrante e limitada a capacidade das pessoas, é retirado. As Escrituras dizem: "Não andem ansiosos por coisa alguma...." (Fp 4:6). Jesus proverá as nossas necessidades.
Segundo, temos o socorro e a ajuda de Deus, que nos dá força para realizarmos nossas tarefas.
Terceiro, temos novas idéias e sabedoria que vêm de Deus. "Se algum de vocês tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá livremente...." (Tg 1:5).
Quarto, os redimidos recebem o poder de perseverar e seguir em frente, enquanto os outros podem cair pelo caminho.
Quinto, temos um propósito para o que fazemos. O nosso trabalho, temos um propósito para o que fazemos. O nosso trabalho, qualquer que seja, é feito para a glória de Deus.
Agora, será qiue poderia dizer que há um nome para esses cinco cocneitos que acabei de mencionar? São chamaods ética de trabalho puritana, ética de trabalho protestante ou simplesmente ética de trabalho cristã.
Sendo que os salvos receberam essas capacidades aprimoradas, eles realmente produzem mais. Produzem até mais do que querem dos bens deste mundo. Logo, podem dar muito mais, poupar muito mais e investir em equipamentos. É por isso que, após cem anos da fundação dos EUA, os americanos poupavam mais do que qualquer outro povo do mundo. Eles investiam mais em equipamentos. Os trabalhadores americanos, seja em fábricas ou fazendas, tinha mais e melhores equipamentos. Então, alcançaram um elevado padrão de vida.
A experiência se repete atualmente em alguns países da América Latina. As pessoas com frequencia ficam abastadas em comparação aos seus vizinhos, em função de terem se tornado cristãs. Deixaram de beber ou apostar seu dinheiro em jogos, e começam a trabalhar e a poupar para o futuro. Essa mesma experiência tem se repetido ao longo da história da igreja.
Na verdade, isso pode até se tornar um problema, grande por sinal, que é claramente expresso em Deuteronômio: conforme as pessoas se tornam mais prósperas, tendem a esquecer que Deus é a fonte da sua riqueza (Dt 6:10-12). João Wesley alertava:
Temo que nos lugares onde a riqueza aumentou, a essência da religião diminuiu na mesma proporção. Assim, não vejo como é possível, de acordo com a natureza das coisas, que qualquer reavivamento continue por muito tempo. Pois a religião deve necessariamente produzir dedicação e sendo de economia, e estes não podem evitar de produzir riquezas. Mas à medida que a riqueza aumenta, também aumenta o orgulho, a cólera e o amor ao mundo em todos os seus aspectos. [ Apud Weber, A ética protestante e o espírito do capitalismo ]
O grande pastor puritano Cotton Mather expressou esse pensamento mais sucintamente, quando disse: "A religião gerou a prosperidade, e a filha consumiu a mãe!".
E quando nos lembramos que países budistas têm crescido muito e enriquecido, fica claro que a influência direta na religião na riqueza é, no mínimo altamente questionável
Alguns países asiáticos só prosperaram, após adotar idéias econômicas do Ocidente.
Certa vez, Fidel Castro admitiu relutantemente que admirava muito dos protestantes de Cuba. Isso porque eles trabalham duro, comparecem ao trabalho pontualmente, não burlam o sistema. Resumindo: Embora discordasse veementemente do ponto de vida deles, o ditador comunista reconheceu o valor utilitário de praticarem a ética de trabalho cristã. Essa é a mesma ética que viabilizou a prosperidade nos EUA que ele muitas vezes difama.
A ética de trabalho protestante, que ajudou a viabilizar uma grande prosperidade, surgiu principalmente por intermédio de João Calvino e de seus seguidores. O historiador Richard Dunn escreveu:
Seria mera coincidência que os mais dinâmicos homens de negócios fossem encontrados na Holanda protestante, e que o mais sólido crescimento industrial ocoresse na Inglaterra protestante; ambos os países profundamente influenciados pelo calvinismo? Por que os huguenotes [calvinistas franceses] eram tão proeminentes na comunidade de negócios da França católica? Ou por que a Brandenburgo protestante, na Prússia, sob o comando do grande membro calvinista do colégio eleitoral, foi quase que o único Estado alemão do século XVII a mostrar uma crescente prosperidade? [ The age of religious wars: 1559-1648, New York: W. W. Norton and Company, 1970, p. 117.]
Max Weber escreveu um famoso livro sobre esse assunto. Entre 1904 e 1905 publicou pela primeira vez seu clássico A ética protestante e o espírito do capitalismo. Ele começa com a observação de que os líderes de negócios, os trabalhadores altamente qualificados e os donos do capital eram predominantemente protestantes. A seguir, traça o vínculo entre os dois com uns poucos comentários positivos sobre o calvinismo.
Por exemplo: Weber se refere ao "motivo para um constante autocontrole, que desta forma, traz um controle premeditado da própria vida", como se fosse um resultado natural, da "sombria doutrina do calvinismo". [Trad. M. Irene Szmrecsanyi, Brasília: Universidade de Brasília, 1982.] Weber também escreveu: "o calvinsimo, em comparação [com o pietismo], aparenta estar mais intimamente relacionado com legalismo incondicional e com a iniciativa dinâmica dos empresários burgo-capityalista. [Trad. M. Irene Szmrecsanyi, Brasília: Universidade de Brasília, 1982. Pg 139] Os calvinistas praticavam o que Weber descreveu como "ascetismo mundano" [Trad. M. Irene Szmrecsanyi, Brasília: Universidade de Brasília, 1982. Pg 109], que preparou a cena para a revolução capitalista. Os puritanos, seguidores do calvinismo, viam a obtenção de riquezas "como um fruto do trabalho em uma ocupação", e como "um sinal das bênçãos de Deus". [Trad. M. Irene Szmrecsanyi, Brasília: Universidade de Brasília, 1982. Pg 172]. Weber continua:
A valorização religiosa do trabalho sistemático, contínuo e incansável em uma ocupação mundana, era considerada como o melhor recurso do ascetismo e, ao mesmo tempo, a mais segura e evidente prova de renascimento e de fé genuína, a qual deve ter sido a mais poderosa alavanca concebível para a expanção daquela postura em relação à vida, que chamamos de espírito do capitalismo. [Trad. M. Irene Szmrecsanyi, Brasília: Universidade de Brasília, 1982].
Ernst Troeltsch também colocava toda a culpa do capitalismo sobre João Calvino. Estes historiadores, Weber e Troeltsch, que eram contrários ao capitalismo e ao calvinsimo, viram que João Calvino foi efetivamente a grande máquina motriz do capitalismo.
O mercado financeiro e o que se chama hoje de "capitalismo" nasceu nas cidades do norte da Itália, ainda no fim da Idade Média.
É verdade que o capitalismo começou a surgir, ao menos em sua forma embrionária, nas cidades do norte da Itália e do sul da Alemanha, antes da época de Calvino. Mas João Calvino foi o único teólogo que percebeu o cerne da questão e estava disposto a abandonar a postura, influenciada pelos ensinos de Aristóteles, por intermédio de Tomás de Aquino, que tentava harmonizar os ensinamentos cristãos com as opiniões de Aristóteles, a qual foi sustentada pela Igreja Católica durante todos esses séculos.
Em cerca de 400 a.C., Aristóteles ensinou que o dinheiro era estéril e improdutivo. Esta era a visão da Igreja Católica Romana, Calvino disse que isso não era verdade, que na realidade o dinheiro poderia ser extremamente produtivo. A Igreja Catóica havia definido todo e qualquer juro como usura, e esta foi a visão da igreja durante séculos.
Pode-se argumentar a favor da igreja, que isso foi feito para proteger o povo da exploração. Chamberlain escreveu:
Longe de originar e proteger as instituições políticas e econômicas da Idade Média, a igreja era o amortecedor que defendia o indivíduo contra as mais penosas tendências de todos os tempos. Evidentemente, a igreja assumiu uma posição contra a usura, em um período em que não havia possibilidade para a expanção produtiva de empréstimos de dinheiro que recompensassem tanto quem emprestava quanto quem tomava emprestado. Uma vez que o dinheiro era rapidamente esgotado por aquelas pessoas de menor poder auisitivo que faziam o empréstimo, parecia monstruoso para Tomás de Aquino e para outros filósofos católicos, obrigar um homem a pagar juros sobre o que já não existia. [ The roots of capitalism, p. 48]
Mas as circunstâncias estavam mudando.
Calvino percebeu que classificar qualquer juro como usura não era nem correto nem bíblico, e ele redefiniu a usura conforme o sentido que conhecemos, ou seja, que a usura é a cobrança de juros excessivos.Calvino também achava que não se podia cobrar juros dos pobres. Acima de tudo, a regra de ouro deve ser o padrão de como nossas operações econômicas devem ser conduzidas. Calvino escreveu:
A razão não suporta que admitamos que toda usura será condenada sem exceção [...] Eu respondo que a questão [de quando a usura deve ser proibida] é somente quando se refere ao pobre e, por conseguinte, se tivermos de usá-a com o rico, a usura é livremente permitida [...] A usura não é ilegal, com exceção de quando transgride a justiça e a união fraternal. Assim, que cada um se coloque diante do trono de Deus e não faça ao seu próximo o que não teria feito a si mesmo, chegando assim a uma decisão correta e infalível. [ Calvin's commentaries, vol. I, p. 911]
No clássico livro: Religion and the rise of capitalism, Richard H. Tawnwy escreve a respeito de João Calvino:
Ele supõe que crédito é uma ocorrência normal e inevitável na vida da sociedade. Portanto, considera irrelevantes as frequentes citações de passagens do Antigo Testamento e dos primeiros cristãos, porque foram concebidas para condições que já não existem mais. Argumenta que o pagamento de juros sobre capital é tão sensato quanto o pagamento de aluguel pelo uso da terra, deixando para a consciência do indivíduo a obrigação de verificar que esse não exceda o montante determinado pela justiça natural e pela regra de ouro. [New York: Mentor, 1952, p. 95]
Calvino libertou o dinheiro do cativeiro em que foi mantido por séculos e desencadeou os poderes que o capitalismo produz. E quais são eles? Bem, não há por que pôr em dúvida o fato de que o sistema de livre iniciativa nos EUA gerou um elevado padrão de vida. Mesmo as pessoas pobres de uma nação industrializada estão em uma situação bem superior à média das pessoas de um país do terceiro mundo.
Calvino defendia o direito à propriedade privada. Também ensianva o conceito bíblico de administração que diz que somos apenas administradores do dinheiro confiado a nós por Deus, pelo qual viremos prestar contas.
Existia lá uma cultura de liberdade que promoveu o crescimento econômico; nada diretamente ligado à religião.
Antes de me converter, eu tirei nota 7 nos primeiros dois anos da faculdade. Após a minha conversão, eu só tirava 10. Acontece o mesmo nos negócios: quando as pessoas se tornam cristãs, muitas vezes, começam a prosperar. Por quê?
Primero, não nos preocupamos com a ansiedade. O receio, que é tão frustrante e limitada a capacidade das pessoas, é retirado. As Escrituras dizem: "Não andem ansiosos por coisa alguma...." (Fp 4:6). Jesus proverá as nossas necessidades.
Segundo, temos o socorro e a ajuda de Deus, que nos dá força para realizarmos nossas tarefas.
Terceiro, temos novas idéias e sabedoria que vêm de Deus. "Se algum de vocês tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá livremente...." (Tg 1:5).
Quarto, os redimidos recebem o poder de perseverar e seguir em frente, enquanto os outros podem cair pelo caminho.
Quinto, temos um propósito para o que fazemos. O nosso trabalho, temos um propósito para o que fazemos. O nosso trabalho, qualquer que seja, é feito para a glória de Deus.
Agora, será qiue poderia dizer que há um nome para esses cinco cocneitos que acabei de mencionar? São chamaods ética de trabalho puritana, ética de trabalho protestante ou simplesmente ética de trabalho cristã.
Sendo que os salvos receberam essas capacidades aprimoradas, eles realmente produzem mais. Produzem até mais do que querem dos bens deste mundo. Logo, podem dar muito mais, poupar muito mais e investir em equipamentos. É por isso que, após cem anos da fundação dos EUA, os americanos poupavam mais do que qualquer outro povo do mundo. Eles investiam mais em equipamentos. Os trabalhadores americanos, seja em fábricas ou fazendas, tinha mais e melhores equipamentos. Então, alcançaram um elevado padrão de vida.
A experiência se repete atualmente em alguns países da América Latina. As pessoas com frequencia ficam abastadas em comparação aos seus vizinhos, em função de terem se tornado cristãs. Deixaram de beber ou apostar seu dinheiro em jogos, e começam a trabalhar e a poupar para o futuro. Essa mesma experiência tem se repetido ao longo da história da igreja.
Na verdade, isso pode até se tornar um problema, grande por sinal, que é claramente expresso em Deuteronômio: conforme as pessoas se tornam mais prósperas, tendem a esquecer que Deus é a fonte da sua riqueza (Dt 6:10-12). João Wesley alertava:
Temo que nos lugares onde a riqueza aumentou, a essência da religião diminuiu na mesma proporção. Assim, não vejo como é possível, de acordo com a natureza das coisas, que qualquer reavivamento continue por muito tempo. Pois a religião deve necessariamente produzir dedicação e sendo de economia, e estes não podem evitar de produzir riquezas. Mas à medida que a riqueza aumenta, também aumenta o orgulho, a cólera e o amor ao mundo em todos os seus aspectos. [ Apud Weber, A ética protestante e o espírito do capitalismo ]
O grande pastor puritano Cotton Mather expressou esse pensamento mais sucintamente, quando disse: "A religião gerou a prosperidade, e a filha consumiu a mãe!".
E quando nos lembramos que países budistas têm crescido muito e enriquecido, fica claro que a influência direta na religião na riqueza é, no mínimo altamente questionável
Alguns países asiáticos só prosperaram, após adotar idéias econômicas do Ocidente.