Ciência e democracia- Paul Feyerabend

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docdeoz
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Ciência e democracia- Paul Feyerabend

Mensagem por docdeoz »

No espírito de cientistas e de leigos, a imagem da ciência do
século XX é decorrência de milagres tecnológicos, tais como a televisão
em cores, as viagens à Lua, o forno a raios infravermelhos
e de informações vagas, mas nem por isso de menor força — algo
como histórias fantasiosas — a propósito de como surgem tais
milagres.
Segundo essas histórias fantasiosas, o êxito da ciência é o
resultado de combinação sutil, mas cuidadosamente dosada, de
inventividade e controle. Os cientistas têm idéias e dispõem de métodos
especiais para desenvolvê-las. As teorias da ciência foram aprovadas
no teste do método. Proporcionam melhor visão do
mundo que idéias não passadas pelo crivo desse teste.
A história fantasiosa explica por que a sociedade moderna
dá à ciência tratamento especial e por que lhe concede privilégios
que não beneficiam outras instituições.
Idealmente, o Estado moderno é ideologicamente neutro.
A religião, o mito, os preconceitos exercem influência, mas tãosomente
de forma indireta, através de partidos politicamente atuantes.
Princípios ideológicos podem ingressar na estrutura governamental,
mas apenas por meio de um voto majoritário e após
longa discussão das possíveis conseqüências. Em nossas escolas,
as principais religiões são ensinadas em termos de fenômenos históricos.
São ensinadas como parte da verdade, na dependência de
os pais insistirem em mais direta forma de instrução. A eles cabe
decidir quanto à educação religiosa dos filhos. O apoio financeiro
às ideologias não excede o apoio financeiro dado a partidos e a
grupos privados. Estado e ideologia, Estado e Igreja, Estado e mito
estão cuidadosamente separados.

Estado e ciência, entretanto, atuam em estreita ligação.
Somas imensas são gastas no desenvolvimento de idéias científicas.
Disciplinas espúrias, como a filosofia da ciência, que não
têm a seu crédito qualquer descoberta, beneficiam-se do crescimento
explosivo das ciências. Até as relações humanas são tratadas
de maneira científica, tal como evidenciam os projetos
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de educação, as propostas de reforma penitenciária e assim por
diante. Quase todos os assuntos científicos são matérias obrigatórias
em nossas escolas. Se os pais de uma criança de seis anos podem
decidir se ela receberá rudimentos de protestantismo ou de
judaísmo ou se não terá instrução religiosa alguma, não gozam esses
pais da mesma liberdade no que respeita à ciência.
Física, Astronomia,
História devem ser estudadas. Não podem ser substituídas
por mágica, astrologia ou por um estudo das lendas.

Contra o Método Paul K. Feyerabend

http://www.4shared.com/file/31028992/f6 ... o.html?s=1
(HNT) ויאמר אלי אחד מן־הזקנים אל־תבכה הנה נצח האריה אשר הוא משבט Rev 5:5
http://www.rv.cnt.br/viewtopic.php?t=13986
http://rv.cnt.br/viewtopic.php?t=14653

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docdeoz
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Re: Ciência e democracia- Paul Feyerabend

Mensagem por docdeoz »

I. INTRODUCCIÓN: UN PAPEL PARA LA
HISTORIA
Si SE CONSIDERA a la historia como algo más que
un depósito de anécdotas o cronología, puede producir
una transformación decisiva de la imagen
que tenemos actualmente de la ciencia. Esa imagen
fue trazada previamente, incluso por los mismos
científicos, sobre todo a partir del estudio
de los logros científicos llevados a cabo, que se
encuentran en las lecturas clásicas y, más recientemente,
en los libros de texto con los que cada
una de las nuevas generaciones de científicos
aprende a practicar su profesión. Sin embargo,
es inevitable que la finalidad de esos libros sea
persuasiva y pedagógica; un concepto de la ciencia
que se obtenga de ellos no tendrá más probabilidades
de ajustarse al ideal que los produjo,
que la imagen que pueda obtenerse de una cultura
nacional mediante un folleto turístico o un
texto para el aprendizaje del idioma. En este
ensayo tratamos de mostrar que hemos sido mal
conducidos por ellos en aspectos fundamentales.
Su finalidad es trazar un bosquejo del concepto
absolutamente diferente de la ciencia que puede
surgir de los registros históricos de la actividad
de investigación misma.
Sin embargo, incluso a partir de la historia,
ese nuevo concepto no surgiría si continuáramos
buscando y estudiando los datos históricos con
el único fin de responder a las preguntas planteadas
por el estereotipo no histórico que procede
de los libros de texto científicos. Por ejemplo,
esos libros de texto dan con frecuencia la sensación
de implicar que el contenido de la ciencia
está ejemplificado solamente mediante las obser-
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Thomas Khun- Las Estructuras de la Revoluciones Cientificas

http://www.4shared.com/file/42991904/d8 ... s.html?s=1
(HNT) ויאמר אלי אחד מן־הזקנים אל־תבכה הנה נצח האריה אשר הוא משבט Rev 5:5
http://www.rv.cnt.br/viewtopic.php?t=13986
http://rv.cnt.br/viewtopic.php?t=14653

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Dick
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Re: Ciência e democracia- Paul Feyerabend

Mensagem por Dick »

Autores muito bem lembrados, docdeoz! Mas: Feyerabend, por seu anarquismo epistemológico e dadaísmo pernicioso em algumas situações, fez um ataque apaixonado (e portanto um tanto quanto desarrazoado) do método científico. Ele está (pelos menos estava, enquanto vivo) absolutamente certo em seu ataque ao método científico supostamente bem delimitado e universalmente aceito, mas tinhas que escolher justamente este ponto? Não, não, não é porque neste ponto eu discordo dele. É que neste ponto muitas outros argumentos bem tecidos já foram engendrados. Por exemplo, o professor Gerald Holton (ainda vivo, com seus noventa e poucos anos), de Harvard, diz que apresentar o misticismo para uma criança, em uma escola, como um conhecimento em pé de igualdade com a ciência, como se este tivesse o mesmo nível de correlação com a natureza, para além das subjetividades irrefutáveis (como toda metafísica que se preze), é algo extremamente pernicioso por ignorar as etapas epistemológicas naturais de um indivíduo. Uma coisa é criticar os métodos científicos para quem já sabe do que se trata... outra coisa é o fazer para crianças, biologicamente ineptas para a compreensão do raciocínio sistemático imprescindível à ciência. Não, a sugestão de Feyerabend não procede. Façamos o diabo com o que julgamos ser o método científico. Mas não coloquemos uma criança sob forro cerrado, sem que tenha meios de desviar das balas. Quanto às balas da ciência, não esqueça de que, não obstante seus métodos muitas vezes coercitivos, como genialmente relata Feyerabend em seu Contra o método, particularmente os episódios envolvendo Galileu e o telescópio, ela produz resultados (exultados pelo próprio Feyerabend!) inigualáveis por qualquer sistema meramente interpretativo.

Quanto a Kuhn, também: logo esta idéia? A caracterização da Ciência Normal, por Kuhn, em seu A Estrutura das Revoluções Científicas, é muito mal utilizada pelos que procuram, nele, respaldo para o acomunamento científico. Kuhn deixa muito claro que a ciência, embora possa ser caracterizada por "treinamento" acadêmico, vai muito além:

“Embora a investigação susceptível de ter êxito requeira uma adesão profunda ao status quo, a inovação continua a ocupar uma posição central. Os cientistas são treinados para funcionar como solucionadores de puzzles dentro de regras estabelecidas, mas são também ensinados a considerar-se eles próprios como exploradores e inventores que não conhecem outras regras além das ditadas pela natureza” (Kuhn, 1979, p. 78).

A ciência é, sim, treinamento. É, sim, um círculo esotérico em certa medida. Mas quem acha que isto depõe ao seu favor, definitivamente sairá ganhando muito ao conhecer mais seus preceitos e metodologias.

KUHN, T. S. A estrutura das revoluções científicas. São Paulo: Perspectiva, 1970.
docdeoz escreveu:
"Você vai apertando a "coisa" e encontra um livro- "Variedades da Experiência Científica" que que CARL SAGAN afirma que há evidências de uma entidade chamada DEUS...
PASMEM!"

CADÊ O TRECHO? EM QUÊ PÁGINA? DE QUAL EDIÇÃO? EM QUAL CONTEXTO? SUA HONESTIDADE INTELECTUAL É IGUAL A UMA TEMPERATURA DE - 274 GRAUS CENTÍGRADOS, NÃO É MESMO?

Trancado