FUNCIONALISMO PÚBLICO - AS CORPORAÇÕES

[O ENCOSTO]

FESTEJANDO

Enquanto o país festeja o importante Investment Grade, distinção por enquanto concedida por somente uma das agências de classificação de risco, que considera o Brasil um país sério economicamente, nós brasileiros continuamos reféns das corporações que estão à frente dos serviços públicos.


INCAPACIDADE TOTAL


É impressionante o que, neste momento, os auditores fiscais estão fazendo com o Brasil. A greve, que já está perto de completar dois meses, não está promovendo somente prejuízos meramente financeiros ao país. Vai muito além: mostra a nossa total incapacidade para enfrentar as corporações que tomaram conta do país.

COVARDES


É sabido e confirmado que todas as corporações públicas fazem e desfazem tudo o que querem, e da forma com que bem entendem. Em todas as oportunidades que resolveram fazer exigências sempre foram atendidas. E ninguém ainda teve a coragem de dar um fim nesses abusos. Isso demonstra o quanto somos incompetentes e covardes.

PACIÊNCIA

No caso dessa greve, de prejuízos incalculáveis, o teste da paciência, e da infinita capacidade de tolerância da sociedade, já foi além de qualquer limite. Pois, nem assim conseguimos ver uma postura forte e decidida do governo contra as corporações. Elas, simplesmente, continuam mandando e desmandando. E nós? Obedecendo, ora.

E o que mais tem alimentado o contínuo crescimento dos movimentos das corporações é a pura aceitação da sociedade, que nunca se manifesta.

REAÇÃO

O povo brasileiro só se rebela e reage, com força, quando o assunto está fora do setor púbico. Reage contra tramas de novelas e, no exemplo mais recente, no caso do assassinato da menina Isabela. Aí o povo grita e clama por justiça.

Porém, quando os assuntos envolvem corrupção no setor público, ou uma greve de qualquer corporação, aí o povo tem reagido com aplausos ao presidente.

TUDO DOMINADO

E,por incrível que possa parecer, até as entidades privadas, como Federações de Indústrias, de Comércio e Serviços, de vários Estados, pouco ou quase nada têm comentado ou exigido para uma solução definitiva nos casos de paralisações do setor público. Infelizmente, tá tudo dominado, gente.

CÂMBIO

Para encerrar: continuo indignado com os empresários que ainda vivem reclamando do câmbio, dizendo que o preço do dólar está dificultando as exportações. A nossa dificuldade está nos altos impostos, nos custos trabalhistas, etc. É aí que perdermos competitividade. Não é, portanto, no câmbio. Até porque todos os países deste mundo estão enfrentando problemas cambiais. Com custos internos bem menores têm mais vantagens competitivas.

Se for para gritar, que gritemos com inteligência: contra o inimigo, contra as causas. Nunca contra as conseqüências. É por aí que as corporações crescem e dominam, Elas percebem que a sociedade organizada é incompetente, está tonta e completamente perdida.


http://www.pontoritico.com