Religião é Veneno

BRASÍLIA - Ao comentar pela primeira vez o pedido de demissão de Marina Silva, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quarta-feira que viu a saída da ministra do Meio Ambiente com um misto de tristeza e alegria. Lula comparou a demissão de sua auxiliar como um pai que ouve do filho a decisão de que ele irá se mudar de casa.

- Primeiro eu não sei se vocês já tiveram um filho que um dia chega para você e diz assim: 'Tô saindo, vou morar sozinho, ou vou estudar em outro lugar'. E você fica num misto de sofrimento, porque você não quer que o filho saia, e fica no misto de alegria, porque a pessoa quando toma a decisão está pensando que aquilo que ela vai fazer é o melhor para ela - descreveu ele, durante entrevista coletiva, ao lado da primeira-ministra da Alemanha, Angela Merckel.

Meio ambiente

- Ex-guerrilheiro e combativo na Alerj, Minc passou de estilingue a vidraça

Publicada em 14/05/2008 às 15h28m
O Globo Online

RIO -O secretário de estado do Ambiente do Rio de Janeiro, Carlos Minc, 56 anos, novo ministro do Meio Ambiente, em substituição a Marina Silva , foi preso e exilado por participar da luta armada durante a ditadura militar. Em cinco mandatos como deputado estadual, transformou-se numa das mais ativas vozes de oposição no estado do Rio de Janeiro.

Para ser ouvido, fez uso até de performances teatrais, como quando entupiu, com batatas, os canos de descarga de ônibus que despejavam fumaça negra, ou quando vestiu o obelisco da Avenida Rio Branco com uma gigantesca camisinha. Em janeiro de 2007 tomou posse na Secretaria estadual do Ambiente do governo Sérgio Cabral, quando deixou, pela primeira vez, o posto de estilingue para se transformar em vidraça. Apesar de garantir que continuaria nas ruas, como fazia nos tempos de deputado, Minc anda sumido, enclausurado no gabinete.

Minc começou na vida política aos 15 anos como líder estudantil do grêmio do Colégio de Aplicação da UFRJ. Um ano mais tarde, assumiu a vice-presidência da Associação Metropolitana dos Estudantes Secundaristas (Ames) e se engajou na resistência armada à ditadura militar, como integrante do Movimento Revolucionário 8 de outubro (MR-8). Ele teria participado da famosa "expropriação" do cofre do ex-governador de São Paulo Adhemar de Barros, conhecido pelo lema "Rouba, mas faz". Minc não confirma:

- Há controvérsias a esse respeito. É uma história complexa. Diria apenas que eu participei da resistência armada à ditadura, fui preso e exilado por dez anos. Estudei e, com a anistia, voltei ao Brasil.

Minc foi professor-adjunto do Departamento de Geografia da UFRJ. Tem mestrado em planejamento urbano e regional pela Universidade Técnica de Lisboa e doutorado em economia do desenvolvimento por Sorbonne. Foi um dos fundadores do Partido Verde, com Fernando Gabeira, Alfredo Sirkis e outros.

Minc era chamado de 'xiita verde' e 'ecochato' na Alerj


Minc já foi chamado de "xiita verde" e "ecochato" ao longo de seus cinco mandatos na Alerj. Certo dia, no fim de 2006, o então governador eleito e amigo de tribuna Sérgio Cabral o chamou para o Executivo. Os velhos adversários torceram o nariz. Imaginaram um radical no poder, barrando o desenvolvimento econômico do estado. Pois que surgiu, no comando da Secretaria estadual do Ambiente, um Minc negociador, flexível, admirado até pelos desenvolvimentistas mais pragmáticos.

Entre as ações que elevaram o status de Minc no mundo empresarial está a desburocratização do licenciamento ambiental - processos que emperravam porque necessitavam de 20 procedimentos passaram a ter apenas seis - sem afrouxar as exigências:

Em tom de brincadeira, o senador Francisco Dornelles (PR), já sugeriu o nome de Minc para ministro do Meio Ambiente:

- Precisamos de um ministro que trabalhe, no Brasil, como o Minc no Rio - disse Dornelles, há um ano, em tom profético.

Orbe escreveu:Mais um que vai para lá servir de enfeite para um governo que está pouco se importando para o meio-ambiente. Vai ser mais um bobo da corte...

Apo escreveu:Eu gostaria de saber porque o Diesel brasileiro contém 50% de enxofre em sua composição, enquanto o americano contém 15% e o europeu 5%. Quanto desenvolvimento! Realmente o Brasil em nada fica devendo à países do primeiro mundo...

Também gostaria de saber porque o desmatamento da Amazônia( que sempre foi liberado )agora parece que saiu realmente do controle. Alguém arrisca algum palpite? Ein ein? E ainda dão pitaco quando os EUA não assinam Kyoto...eu acho que o Brasil deveria se preocupar mais com o próprio rabo sujo ( que modos...coisa feia isto...).

ade escreveu:

Apo escreveu:Eu gostaria de saber porque o Diesel brasileiro contém 50% de enxofre em sua composição, enquanto o americano contém 15% e o europeu 5%. Quanto desenvolvimento! Realmente o Brasil em nada fica devendo à países do primeiro mundo...

Também gostaria de saber porque o desmatamento da Amazônia( que sempre foi liberado )agora parece que saiu realmente do controle. Alguém arrisca algum palpite? Ein ein? E ainda dão pitaco quando os EUA não assinam Kyoto...eu acho que o Brasil deveria se preocupar mais com o próprio rabo sujo ( que modos...coisa feia isto...).

Olá, Apoca. O diesel no brasil não tem tanto enxofre assim, são 0,05% e não 50%. O pior diesel, usado no interior do Brasil, em caminhões e tratores, tem 0,2%. O problema é o custo para retirar este enxofre do diesel, durante o refino. Quanto mais limpo o Diesel, mais caro. O nosso petroleo tambem não ajuda, é muito "pesado".

Sobre o desmatamento da Amazonia, é simplesmente uma questão de mercado; de 2003 a 2006 o preço das commodities agricolas e da carne estava muito baixo, e não compensava investir em sua produção em locais mais distantes, pois o custo do frete consumia todo o lucro. Com os preços dos cereais e da carne em alta, e provavelmente irão continuar assim, pois o consumo de cereais aumentou muito, tornou-se novamente vantajoso investir na produção. Mas não se preocupe, o aumento do custo dos fertilizantes irá fazer a lucratividade cair novamente, e o desmatamento irá somente até o ponto suficiente para atender a demanda extra, o real problema será se a população do mundo continuar crescendo como está, pois aumentar a produtividade agricola requer mais fertilizantes, e estes sim serão o gargalo final, pois as terras da amazonia, em sua maioria, não são muito férteis. Mas não vamos nos iludir, entre passar fome e derrubar as florestas, é fácil saber o que será escolhido...

Abraço.

Apo escreveu:Hoje pela manhã, vendo os jornais nas TVs, acho que foi na Globo News, estavam falando sobre o caso, e a pessoa entrevistada disse algo como : o percentual de enxofre no diesel brasileiro era 10 vezes superior ao percentual europeu. E disseram extamente isto: Brasil 50%, EUA 15% e Europa 5%. Não sei como estes números podem ser divulgados numa conversa séria a respeito do assunto. é um disparate muito, muito grande...

Fernando Silva escreveu:

Apo escreveu:Hoje pela manhã, vendo os jornais nas TVs, acho que foi na Globo News, estavam falando sobre o caso, e a pessoa entrevistada disse algo como : o percentual de enxofre no diesel brasileiro era 10 vezes superior ao percentual europeu. E disseram extamente isto: Brasil 50%, EUA 15% e Europa 5%. Não sei como estes números podem ser divulgados numa conversa séria a respeito do assunto. é um disparate muito, muito grande...

Acho que quiseram dizer que o percentual de enxofre no diesel brasileiro é 50% maior que o do europeu, ou seja, se o europeu tem 0,1%, o brasileiro tem 0,15%.

Se fosse 50% de enxofre, nem líquido ele seria. E cheiraria a enxofre.

Apo escreveu:Hoje pela manhã, vendo os jornais nas TVs, acho que foi na Globo News, estavam falando sobre o caso, e a pessoa entrevistada disse algo como : o percentual de enxofre no diesel brasileiro era 10 vezes superior ao percentual europeu. E disseram extamente isto: Brasil 50%, EUA 15% e Europa 5%.

Apo escreveu:Se o desmatamento fosse "apenas" para fins agropastoris, ainda assim eu seria contra. E de fato, a Amazônia não é terra privilegiada para plantio. Há muita coisa sendo plantada e colhida por lá. Madeira ilegal, inclusive. Além disto há a questão das queimadas ( uma coisa que brasileiro adora fazer, não precisa nem sair das capitais para assistir ). A Amazônia há décadas é terra de ninguém, ou melhor, de qualquer um, inclusive dos estrangeiros. O desmando é total. E estas justificativas de mercado internacional que o governo costuma usar como bode expiatório para a bagunça administrativa nem a mídia engole mais.