O mecanismo da oferta e procura
Enviado: 16 Mai 2008, 09:12
Excessivamente “complexo”?
por Thomas Sowell em 15 de maio de 2008
Resumo: O mecanismo da oferta e procura não é excessivamente “complexo”. Ele só não é emocionalmente gratificante.
© 2008 MidiaSemMascara.org
Algumas pessoas pensam que a razão de o público não entender tantos assuntos é porque esses assuntos são excessivamente complexos para muitos eleitores. Mas, será isso verdade?
Será que há uma explicação terrivelmente complexa para toda a comoção dos políticos e da mídia a respeito dos altos preços da gasolina?
Será que há algo complexo a respeito do fato de que dois países – Índia e China – experimentando altas taxas de crescimento econômico e com a população somada de 8 vezes a dos EUA estejam criando uma demanda crescente sobre as reservas mundiais de petróleo?
O problema não é que o mecanismo da oferta e procura seja uma explicação complexa. O problema é que o mecanismo da oferta e procura não é uma explicação emocionalmente gratificante. Para isso, você precisa de melodrama, heróis e vilões.
É claro que muitos preferem culpar o presidente Bush. Outros preferem culpar as companhias petrolíferas, que há muito tempo têm sido os vilões da esquerda.
Os políticos entendem isso. Muitas vezes eles convocam executivos das companhias petrolíferas para deporem em comissões parlamentares e serem denunciados frente às câmeras das redes nacionais de televisão por “ganância”, e clamam por uma investigação em nível federal para “se chegar ao fundo do poço”.
Bem, isso é emocionalmente gratificante, e é isso que importa. Quando a investigação solicitada for concluída – e acabar não encontrando nada para substanciar a suposta vilania para os altos preços da gasolina – a atenção da maioria já se terá focalizado em algo diferente.
Os jornais, que publicaram originalmente as acusações inflamadas por meio de manchetes de primeira página, publicarão a notícia da investigação concluída, que não encontrou nada digno de nota, nas páginas internas do jornal.
Isso já aconteceu pelo menos uma dezena de vezes nas últimas décadas e, provavelmente, acontecerá de novo.
O que dizer desses lucros “obscenos” das companhias petrolíferas sobre os quais ouvimos tão freqüentemente?
Um economista perguntaria: “Obsceno comparado com o quê?”. Comparado com os investimentos feitos? Comparado com os novos investimentos necessários para encontrar, extrair e processar novas reservas?
Fazer tais perguntas é uma das muitas razões pelas quais os economistas nunca foram muito populares. Eles frustram o desejo das pessoas por explicações emocionalmente gratificantes.
Se a “ganância” corporativa é uma explicação para os altos preços da gasolina, por que os impostos governamentais não são um sinal de uma “ganância” ainda maior por parte dos políticos – uma vez que impostos afetam mais os preços da gasolina que os lucros das companhias petrolíferas?
Qualquer que seja o mérito ou demérito da proposta do senador John McCain de suspender temporariamente os impostos federais sobre a gasolina, ela certamente faria o preço baixar mais do que se confiscássemos todo o lucro das companhias petrolíferas.
Mas isso não seria emocionalmente gratificante.
O senador Barack Obama entende claramente as necessidades emocionais das pessoas e como saciá-las. Ele deseja elevar os impostos sobre as companhias petrolíferas.
Como isso nos dará mais petróleo ou menor preço da gasolina é um problema que pode ser deixado para os economistas discutirem. O problema de um político é como ganhar mais votos – e uma das formas mais efetivas de fazer isso é ser um herói que nos salvará dos vilões.
Você já ouviu falar sobre a cavalaria salvando o mocinho. Mas você nunca ouviu contar sobre economistas salvando alguém.
Enquanto os economistas falam sobre oferta e procura, os políticos falam sobre compaixão, “mudança” e em estar do lado dos anjos – e contra perfurarmos nosso próprio poço de petróleo.
Vocês já viram os economistas merecerem o tipo ovação popular que Barack Obama tem tido – ou mesmo a que Hillary Clinton e John McCain têm tido?
Se você quer ovação popular, não se preocupe em estudar economia. Isso só lhe atrapalhará. Diga às pessoas o que elas desejam ouvir – e elas não querem ouvir nada a respeito de oferta e procura.
Não, o mecanismo da oferta e procura não é excessivamente “complexo”. Ele só não é emocionalmente gratificante.
por Thomas Sowell em 15 de maio de 2008
Resumo: O mecanismo da oferta e procura não é excessivamente “complexo”. Ele só não é emocionalmente gratificante.
© 2008 MidiaSemMascara.org
Algumas pessoas pensam que a razão de o público não entender tantos assuntos é porque esses assuntos são excessivamente complexos para muitos eleitores. Mas, será isso verdade?
Será que há uma explicação terrivelmente complexa para toda a comoção dos políticos e da mídia a respeito dos altos preços da gasolina?
Será que há algo complexo a respeito do fato de que dois países – Índia e China – experimentando altas taxas de crescimento econômico e com a população somada de 8 vezes a dos EUA estejam criando uma demanda crescente sobre as reservas mundiais de petróleo?
O problema não é que o mecanismo da oferta e procura seja uma explicação complexa. O problema é que o mecanismo da oferta e procura não é uma explicação emocionalmente gratificante. Para isso, você precisa de melodrama, heróis e vilões.
É claro que muitos preferem culpar o presidente Bush. Outros preferem culpar as companhias petrolíferas, que há muito tempo têm sido os vilões da esquerda.
Os políticos entendem isso. Muitas vezes eles convocam executivos das companhias petrolíferas para deporem em comissões parlamentares e serem denunciados frente às câmeras das redes nacionais de televisão por “ganância”, e clamam por uma investigação em nível federal para “se chegar ao fundo do poço”.
Bem, isso é emocionalmente gratificante, e é isso que importa. Quando a investigação solicitada for concluída – e acabar não encontrando nada para substanciar a suposta vilania para os altos preços da gasolina – a atenção da maioria já se terá focalizado em algo diferente.
Os jornais, que publicaram originalmente as acusações inflamadas por meio de manchetes de primeira página, publicarão a notícia da investigação concluída, que não encontrou nada digno de nota, nas páginas internas do jornal.
Isso já aconteceu pelo menos uma dezena de vezes nas últimas décadas e, provavelmente, acontecerá de novo.
O que dizer desses lucros “obscenos” das companhias petrolíferas sobre os quais ouvimos tão freqüentemente?
Um economista perguntaria: “Obsceno comparado com o quê?”. Comparado com os investimentos feitos? Comparado com os novos investimentos necessários para encontrar, extrair e processar novas reservas?
Fazer tais perguntas é uma das muitas razões pelas quais os economistas nunca foram muito populares. Eles frustram o desejo das pessoas por explicações emocionalmente gratificantes.
Se a “ganância” corporativa é uma explicação para os altos preços da gasolina, por que os impostos governamentais não são um sinal de uma “ganância” ainda maior por parte dos políticos – uma vez que impostos afetam mais os preços da gasolina que os lucros das companhias petrolíferas?
Qualquer que seja o mérito ou demérito da proposta do senador John McCain de suspender temporariamente os impostos federais sobre a gasolina, ela certamente faria o preço baixar mais do que se confiscássemos todo o lucro das companhias petrolíferas.
Mas isso não seria emocionalmente gratificante.
O senador Barack Obama entende claramente as necessidades emocionais das pessoas e como saciá-las. Ele deseja elevar os impostos sobre as companhias petrolíferas.
Como isso nos dará mais petróleo ou menor preço da gasolina é um problema que pode ser deixado para os economistas discutirem. O problema de um político é como ganhar mais votos – e uma das formas mais efetivas de fazer isso é ser um herói que nos salvará dos vilões.
Você já ouviu falar sobre a cavalaria salvando o mocinho. Mas você nunca ouviu contar sobre economistas salvando alguém.
Enquanto os economistas falam sobre oferta e procura, os políticos falam sobre compaixão, “mudança” e em estar do lado dos anjos – e contra perfurarmos nosso próprio poço de petróleo.
Vocês já viram os economistas merecerem o tipo ovação popular que Barack Obama tem tido – ou mesmo a que Hillary Clinton e John McCain têm tido?
Se você quer ovação popular, não se preocupe em estudar economia. Isso só lhe atrapalhará. Diga às pessoas o que elas desejam ouvir – e elas não querem ouvir nada a respeito de oferta e procura.
Não, o mecanismo da oferta e procura não é excessivamente “complexo”. Ele só não é emocionalmente gratificante.