Os heróis imaculados de 68
- Fernando Silva
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Os heróis imaculados de 68
"O Globo" 26/05/08
História
Joaquim Ferreira dos Santos
Ah, como eram conscientes esses entrevistados que os jornais exibem todos os dias falando de 1968, de como enfrentaram a ditadura na Passeata dos Cem Mil ou como arremessaram bola de gude na cavalaria da PM na Rio Branco. Nunca mais nasceu uma multidão daquelas. Todos íntegros, escorreitos.
Se não venceram a guerra na hora, é detalhe.
Os cadernos especiais de hoje lhes fazem justiça, um ministério do Lula também, e a medalha Pedro Ernesto logo será cravada no peito de cada um. Bravíssimos, que até a próxima temporada de elogios em 2018 os arquivos os mantenham assim. Altivos, coerentes e com cada minuto recheado de algum novo feito épico para contar. Percebe-se agora, 40 anos depois, que foi um ano inteiro de atitudes válidas e inseridas no contexto. Ninguém vil, muito menos torpe ou acovardado. Príncipes guerreiros. Nenhum deles vaiou o “Sabiá” de Chico e Tom no Maracanãzinho.
Ítala Nandi tirou a roupa no “Rei da vela” e não a chamaram de “galinha”. Também não era com algum deles que Caetano estava falando quando começou a arengar, debaixo de tomate e ovo podre, se era aquela a juventude que queria tomar o poder, planejando matar amanhã o velhinho doente que morreu ontem. Todos aplicados, empenhados no único projeto possível. O povo unido jamais seria vencido.
A indústria lançou a vitrola estereofônica.
Não ouviram. As mulheres inventaram o maiô-engana-mamãe. Nem perceberam. Investidos que estavam na produção de coquetéis molotov para jogar no lombo dos gorilas, os homens sérios a quem agora os cadernos especiais dedicam a manutenção da pátria livre não devem ter tido tempo sequer de piscar os olhos sobre as fotos de Jacqueline Kennedy nua numa ilha grega. Se um intervalo houvesse, também passariam ao largo com um solene muxoxo, pois estavam pegados na leitura de “Um projeto para o Brasil”, de Celso Furtado.
O bumbum da Jackie O, os cabelos da Duda Cavalcanti e o narigão da Veruschka, assuntos que se revezavam na capa da “Manchete”, assim como o desenho do Corcel do Vigilante Rodoviário — tudo isso era indiferente ao jovem universitário que chega ao noticiário quatro décadas depois com a lembrança da polícia batendo na porta e ele, longe, já na poltrona do Paissandu.
Eles não viram “O casamento na TV” do Raul Longras, não leram “O aeroporto”, do Arthur Hayley e, quando Lennon e Yoko ficaram nus na capa do LP, fizeram tsk, tsk, certos de que aquilo só desviava o foco da revolução que estava por vir. O proletariado no poder, abaixo o MECUSAID e outras mumunhas mais.
Era um país, percebe-se agora, de jovens sabendo a hora, não esperando acontecer. Fizeram a revolução que hoje tornou o país mais forte.
Nunca mais uma juventude tão consciente. Os engajados queriam o povo livre. Os alienados queriam as mulheres livres. Os engajados queriam transformar isso aqui numa Cuba enorme, os alienados preferiam que fosse uma festa interminável.
Os dois grupos menosprezavam-se, o que não vem mais ao caso. Todos heróis da pátria, merecedores do busto apropriado na pracinha mais próxima de seus condomínios ou um plástico maneiro no carro: “Eu estive em 68”. A todos o nosso muito obrigado e inveja branca.
Que geração raçuda! Que o National Kid e a Gata de Vison abram suas capas e para todo o sempre os protejam da contaminação dos maus. O nordestino pode ter sido um forte, mas ninguém superou a geração 68 em tutano e presença histórica.
Foi o ano de o “bip” começar a dar recados, o dia em que McLuhan começou com o papo de que o meio era a mensagem. Mas não para o homem sério engajado nas trincheiras. Ele desprezava as tecnologias. Lutava pela justiça nossa de cada dia, para nos salvar — e nada mais jornalisticamente correto que agora receba a salva de palmas no auditório dos cadernos especiais.
Que o Estado faça a sua parte e lhe dê todas as estátuas, pensões e uma coleção de Mug, aquele bonequinho que o Simonal vendia na TV.
Grandes homens para os almanaques do pantheon nacional, os revolucionários de 1968 — ou seja, toda a população, noves fora os milicos de verde-oliva — deixaram de fazer filmes geniais para esconder Marta Saré no sótão. Alguns até hoje carregam uma bruta rinite alérgica adquirida naqueles cobertores das Casas Pernambucanas com que posaram, presos, após o Congresso da UNE em Ibiúna.
Viram “A chinesa” e entenderam tudo. Merecem todos os beijos no coração que agora recebem nos jornais. Eles não dançaram o let kiss, porque estavam lendo “Eros e Civilização”, do Marcuse; eles não transaram com a Barbarella, pois estavam velando o corpo de Edson Luís no Calabouço; eles não curtiram a moda cigana do Denner, porque estavam debatendo o marxismo no campus da Praia Vermelha.
Houve a geração de craques do futebol de 1970, os garotos antenados da Geração Mimeógrafo e os modernistas de 22. Todos deram sua contribuição, aqui e ali, para colocar esta taba em pé e fixar na porta a placa afirmando que “Isto é um país”. Gerações de bravos, sem dúvida.
Mas lê-se agora nos cadernos especiais dos jornais que todos fizeram muito pouco diante dos que estiveram em 1968, bateram na cara dos estudantes de direita da Rua Maria Antônia e foram presos com a turma do “Pasquim” na Vila Militar. 1968 foi o ano, percebe-se finalmente, visto assim do alto de 2008, em que o heroísmo grassou.
Ninguém perdeu tempo lendo “Meu pé de laranja lima”, ninguém reclamou se Leila Diniz não estava na última lista que Sérgio Porto faria das certinhas do Lalau. Foi o ano em que o país inteiro a-mou de primeira a distorção da guitarra de Hendrix e repetiu no ouvido da namorada não o “Eu te amo, te amo, te amo”, do Roberto, o grande sucesso da temporada, mas as palavras de ordem política do jornalista visionário de “Terra em transe”.
Aos heróis semideuses de 1968, mais esta meia página de eterna gratidão.
História
Joaquim Ferreira dos Santos
Ah, como eram conscientes esses entrevistados que os jornais exibem todos os dias falando de 1968, de como enfrentaram a ditadura na Passeata dos Cem Mil ou como arremessaram bola de gude na cavalaria da PM na Rio Branco. Nunca mais nasceu uma multidão daquelas. Todos íntegros, escorreitos.
Se não venceram a guerra na hora, é detalhe.
Os cadernos especiais de hoje lhes fazem justiça, um ministério do Lula também, e a medalha Pedro Ernesto logo será cravada no peito de cada um. Bravíssimos, que até a próxima temporada de elogios em 2018 os arquivos os mantenham assim. Altivos, coerentes e com cada minuto recheado de algum novo feito épico para contar. Percebe-se agora, 40 anos depois, que foi um ano inteiro de atitudes válidas e inseridas no contexto. Ninguém vil, muito menos torpe ou acovardado. Príncipes guerreiros. Nenhum deles vaiou o “Sabiá” de Chico e Tom no Maracanãzinho.
Ítala Nandi tirou a roupa no “Rei da vela” e não a chamaram de “galinha”. Também não era com algum deles que Caetano estava falando quando começou a arengar, debaixo de tomate e ovo podre, se era aquela a juventude que queria tomar o poder, planejando matar amanhã o velhinho doente que morreu ontem. Todos aplicados, empenhados no único projeto possível. O povo unido jamais seria vencido.
A indústria lançou a vitrola estereofônica.
Não ouviram. As mulheres inventaram o maiô-engana-mamãe. Nem perceberam. Investidos que estavam na produção de coquetéis molotov para jogar no lombo dos gorilas, os homens sérios a quem agora os cadernos especiais dedicam a manutenção da pátria livre não devem ter tido tempo sequer de piscar os olhos sobre as fotos de Jacqueline Kennedy nua numa ilha grega. Se um intervalo houvesse, também passariam ao largo com um solene muxoxo, pois estavam pegados na leitura de “Um projeto para o Brasil”, de Celso Furtado.
O bumbum da Jackie O, os cabelos da Duda Cavalcanti e o narigão da Veruschka, assuntos que se revezavam na capa da “Manchete”, assim como o desenho do Corcel do Vigilante Rodoviário — tudo isso era indiferente ao jovem universitário que chega ao noticiário quatro décadas depois com a lembrança da polícia batendo na porta e ele, longe, já na poltrona do Paissandu.
Eles não viram “O casamento na TV” do Raul Longras, não leram “O aeroporto”, do Arthur Hayley e, quando Lennon e Yoko ficaram nus na capa do LP, fizeram tsk, tsk, certos de que aquilo só desviava o foco da revolução que estava por vir. O proletariado no poder, abaixo o MECUSAID e outras mumunhas mais.
Era um país, percebe-se agora, de jovens sabendo a hora, não esperando acontecer. Fizeram a revolução que hoje tornou o país mais forte.
Nunca mais uma juventude tão consciente. Os engajados queriam o povo livre. Os alienados queriam as mulheres livres. Os engajados queriam transformar isso aqui numa Cuba enorme, os alienados preferiam que fosse uma festa interminável.
Os dois grupos menosprezavam-se, o que não vem mais ao caso. Todos heróis da pátria, merecedores do busto apropriado na pracinha mais próxima de seus condomínios ou um plástico maneiro no carro: “Eu estive em 68”. A todos o nosso muito obrigado e inveja branca.
Que geração raçuda! Que o National Kid e a Gata de Vison abram suas capas e para todo o sempre os protejam da contaminação dos maus. O nordestino pode ter sido um forte, mas ninguém superou a geração 68 em tutano e presença histórica.
Foi o ano de o “bip” começar a dar recados, o dia em que McLuhan começou com o papo de que o meio era a mensagem. Mas não para o homem sério engajado nas trincheiras. Ele desprezava as tecnologias. Lutava pela justiça nossa de cada dia, para nos salvar — e nada mais jornalisticamente correto que agora receba a salva de palmas no auditório dos cadernos especiais.
Que o Estado faça a sua parte e lhe dê todas as estátuas, pensões e uma coleção de Mug, aquele bonequinho que o Simonal vendia na TV.
Grandes homens para os almanaques do pantheon nacional, os revolucionários de 1968 — ou seja, toda a população, noves fora os milicos de verde-oliva — deixaram de fazer filmes geniais para esconder Marta Saré no sótão. Alguns até hoje carregam uma bruta rinite alérgica adquirida naqueles cobertores das Casas Pernambucanas com que posaram, presos, após o Congresso da UNE em Ibiúna.
Viram “A chinesa” e entenderam tudo. Merecem todos os beijos no coração que agora recebem nos jornais. Eles não dançaram o let kiss, porque estavam lendo “Eros e Civilização”, do Marcuse; eles não transaram com a Barbarella, pois estavam velando o corpo de Edson Luís no Calabouço; eles não curtiram a moda cigana do Denner, porque estavam debatendo o marxismo no campus da Praia Vermelha.
Houve a geração de craques do futebol de 1970, os garotos antenados da Geração Mimeógrafo e os modernistas de 22. Todos deram sua contribuição, aqui e ali, para colocar esta taba em pé e fixar na porta a placa afirmando que “Isto é um país”. Gerações de bravos, sem dúvida.
Mas lê-se agora nos cadernos especiais dos jornais que todos fizeram muito pouco diante dos que estiveram em 1968, bateram na cara dos estudantes de direita da Rua Maria Antônia e foram presos com a turma do “Pasquim” na Vila Militar. 1968 foi o ano, percebe-se finalmente, visto assim do alto de 2008, em que o heroísmo grassou.
Ninguém perdeu tempo lendo “Meu pé de laranja lima”, ninguém reclamou se Leila Diniz não estava na última lista que Sérgio Porto faria das certinhas do Lalau. Foi o ano em que o país inteiro a-mou de primeira a distorção da guitarra de Hendrix e repetiu no ouvido da namorada não o “Eu te amo, te amo, te amo”, do Roberto, o grande sucesso da temporada, mas as palavras de ordem política do jornalista visionário de “Terra em transe”.
Aos heróis semideuses de 1968, mais esta meia página de eterna gratidão.
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Re: Os heróis imaculados de 68
Não tinha visto isto. Fantástico. Que saudade desta época. Orgulho, sim. Inveja...um pouco, pois assistia ainda meio infantil os acontecimentos. Mas os anos que se passaram deixaram o panorama definitivamente diferente. Isto e Woodstock em 69 me marcaram para sempre. Quem não viveu, jamais saberá.

- Fernando Silva
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Re: Os heróis imaculados de 68
Muitos desses jovens eram uns iludidos achando que estavam fazendo coisas boas quando, na verdade, estavam sendo usados pelos comunistas.
Re: Os heróis imaculados de 68
Neste ano eu tinha dez anos, fazia o meu segundo ano primário e não tava muito aí para toda essa efervescência. Deste ano, o que eu me lembro, aliás me veio à lembrança quando a vilã da novela Beleza Pura chamou uma das suas vítimas de "A pequena órfã". É... houve sim uma novela com esse título em 1968, da qual não vi um só capítulo (meu pai não gostava que nós víssemos novelas...). Mas eu fiquei comovido na chamada da novela, onde aparecia a menininha de seis anos, primeiro com os olhos atingidos pela poeira de um carro que passava, depois ela olhando por uma janela, via uma criança que soprava as velinhas de seu aniversário. E ela, sem nada, ali apenas olhando. Perguntei à minha tia que estava na sala:
_ Mas o que é uma órfã?
_ É que ela não tem pai, nem mãe.
Fiquei ainda mais triste... Uma menininha pobre, abandonada, sozinha, loirinha (a cor do olhos eu não sei, naqueles tempos a TV era P&B) e tão bonitinha. Bem, acho que não despertaria compaixão se fosse negra...
Não importava se sentia as mesmas dores, a mesma fome, o mesmo frio, a mesma solidão.
Mas pesquisando recentemente, achei umas coisas interessantes sobre essa novela. Alguém aqui com mais de 50 se lembra dela também?
_ Mas o que é uma órfã?
_ É que ela não tem pai, nem mãe.
Fiquei ainda mais triste... Uma menininha pobre, abandonada, sozinha, loirinha (a cor do olhos eu não sei, naqueles tempos a TV era P&B) e tão bonitinha. Bem, acho que não despertaria compaixão se fosse negra...
Não importava se sentia as mesmas dores, a mesma fome, o mesmo frio, a mesma solidão.
Mas pesquisando recentemente, achei umas coisas interessantes sobre essa novela. Alguém aqui com mais de 50 se lembra dela também?
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Re: Os heróis imaculados de 68
Fernando Silva escreveu:Muitos desses jovens eram uns iludidos achando que estavam fazendo coisas boas quando, na verdade, estavam sendo usados pelos comunistas.
Sim estavam. Mas era um fermento muito mais poderoso do que os cara-pintada, por exemplo.
Claro que eles meio que se perderam mundialmente, muita droga pesada, muita seita esquisita, muito psicodelismo, loucura total. Mas mesmo assim, antes daquilo nenhuma geração havia chutado o balde com força. Há um enorme ganho depois daqueles acontecimentos. Depois de 70...marasmo e mesmice.

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Re: Os heróis imaculados de 68
Botanico escreveu:Mas pesquisando recentemente, achei umas coisas interessantes sobre essa novela. Alguém aqui com mais de 50 se lembra dela também?
Precisa ter mais de 50?

Eu me lembro.

Re: Os heróis imaculados de 68
Apo escreveu:Botanico escreveu:Mas pesquisando recentemente, achei umas coisas interessantes sobre essa novela. Alguém aqui com mais de 50 se lembra dela também?
Precisa ter mais de 50?![]()
Eu me lembro.
E o que achou dela?
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Re: Os heróis imaculados de 68
Botanico escreveu:Apo escreveu:Botanico escreveu:Mas pesquisando recentemente, achei umas coisas interessantes sobre essa novela. Alguém aqui com mais de 50 se lembra dela também?
Precisa ter mais de 50?![]()
Eu me lembro.
E o que achou dela?
Na idade em que eu estava, a menininha ( feita pela atriz Patrícia Ayres) era uma coitadinha abandonada. O velho Gui era um senhor muito simpático e que passou a fazer o papel de avô ( pois para pai era muito velho). Mas lembro que eu sentia pena dela porque não tinha uma mãe, eu achava que um homem velho jamais supriria todas as necessidades de uma menina. Mas era uma choradeira só. Eu não via todos os capítulos pois só tinha uma TV em casa, então não tinha que dividir o tempo.

Re: Os heróis imaculados de 68
Apo escreveu:Botanico escreveu:Apo escreveu:Botanico escreveu:Mas pesquisando recentemente, achei umas coisas interessantes sobre essa novela. Alguém aqui com mais de 50 se lembra dela também?
Precisa ter mais de 50?![]()
Eu me lembro.
E o que achou dela?
Na idade em que eu estava, a menininha ( feita pela atriz Patrícia Ayres) era uma coitadinha abandonada. O velho Gui era um senhor muito simpático e que passou a fazer o papel de avô ( pois para pai era muito velho). Mas lembro que eu sentia pena dela porque não tinha uma mãe, eu achava que um homem velho jamais supriria todas as necessidades de uma menina. Mas era uma choradeira só. Eu não via todos os capítulos pois só tinha uma TV em casa, então não tinha que dividir o tempo.
Pois é. Patrícia Ayres era perfeita para o papel: loirinha, bonitinha e tipicamente FêFêDêIn (FFDIn). Pena que ela saiu antes da novela acabar e foi substituída por Marize Ney, só que era três anos mais velha e aí tiveram de colocar "três anos depois". Numa entrevista na Veja, Percy Ayres justificou que tirou a filha da novela, pois as cenas estavam muito violentas e numa delas Patrícia caiu e machucou a boca. Além disso o contrato rezava que ela trabalharia dois dias por semana, 4 horas cada dia, mas a estavam obrigando a trabalhar 8 horas.
Conversa pra boi dormir. Com a fabulosa audiência da novela, a direção da Excelsior comeria na mão do cara para que ela não saísse da novela. O motivo da saída dela foi a guerra de audiências. O pessoal da Record, fulo da vida com a audiência da novela, sacou que o público caía de choro por causa da menininha. Então para quebrar a história, o jeito era sumir com Patrícia. E foi o que fizeram: ela foi "raptada".
A jogada foi assim: ofereceram uma boa grana a Percy para que ele fugisse com a família e meio malandro como era, segundo o Paulo Machado de Carvalho, aceitou na hora. Paulo Machado de Carvalho (o dono da Record) confessou: _ Mandamos a família para Buenos Aires. O pessoal da Excelsior ficou em polvorosa, ninguém sabia o que aconteceu com a família e porque sumiram de repente. Por duas semanas, a novela A Pequena órfã ficou órfã da pequena órfa

Que chato não?
Editado pela última vez por Botanico em 03 Nov 2008, 08:26, em um total de 1 vez.
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Re: Os heróis imaculados de 68
Botanico escreveu:Apo escreveu:Botanico escreveu:Apo escreveu:Botanico escreveu:Mas pesquisando recentemente, achei umas coisas interessantes sobre essa novela. Alguém aqui com mais de 50 se lembra dela também?
Precisa ter mais de 50?![]()
Eu me lembro.
E o que achou dela?
Na idade em que eu estava, a menininha ( feita pela atriz Patrícia Ayres) era uma coitadinha abandonada. O velho Gui era um senhor muito simpático e que passou a fazer o papel de avô ( pois para pai era muito velho). Mas lembro que eu sentia pena dela porque não tinha uma mãe, eu achava que um homem velho jamais supriria todas as necessidades de uma menina. Mas era uma choradeira só. Eu não via todos os capítulos pois só tinha uma TV em casa, então não tinha que dividir o tempo.
[color=#FFFF00]Pois é. Patrícia Ayres era perfeita para o papel: loirinha, bonitinha e tipicamente FêFêDêIn (FFDIn). Pena que ela saiu antes da novela acabar e foi substituída por Marize Ney, só que era três anos mais velha e aí tiveram de colocar "três anos depois". Numa entrevista na Veja, Percy Ayres justificou que tirou a filha da novela, pois as cenas estavam muito violentas e numa delas Patrícia caiu e machucou a boca. Além disso o contrato rezava que ela trabalharia dois dias por semana, 4 horas cada dia, mas a estavam obrigando a trabalhar 8 horas.
Lembro vagamente de alguma coisa relaconada com uma substituição, mas só porque você falou agora.
O que é FêFêDêIn?
Conversa pra boi dormir. Com a fabulosa audiência da novela, a direção da Excelsior comeria na mão do cara para que ela não saísse da novela. O motivo da saída dela foi a guerra de audiências. O pessoal da Record, fulo da vida com a audiência da novela, sacou que o público caía de choro por causa da menininha. Então para quebrar a história, o jeito era sumir com Patrícia. E foi o que fizeram: ela foi "raptada".
Puxa, não soube disto, não....talvez meus pais se lembrem disto.
A jogada foi assim: ofereceram uma boa grana a Percy para que ele fugisse com a família e malandrão como era, aceitou na hora. Paulo Machado de Carvalho (o dono da Record) confessou: _ Mandamos a família para Buenos Aires. O pessoal da Excelsior ficou em polvorosa, ninguém sabia o que aconteceu com a família e porque sumiram de repente. Por duas semanas, a novela A Pequena órfã ficou órfã da pequena órfaFoi então que uma das atrizes trouxe a priminha dela, Marize Ney, que era parecida com Patrícia e a novela continou, com a mesma audiência... para desgosto do pessoal da Record.
Que chato não?
Nossa, quanta coisa podre por trás das telas. Meu sogro deve saber de tudo isto, ele foi diretor da Globo e da Piratini aqui no RS. Aquela turma da ápoca como Eva Wilma, Jonas Bloch, Elis Regina, Wanderléa e Rosemary( as cantoras), Tarcísio e Glória, Vera Fisher e marido etc etc etc viviam circulando em jantares e eventos na casa dele. Ele sabe das fofocas todas. Ele não fala muito, pois são muitas e ele prefere um pouco de discrição.

Re: Os heróis imaculados de 68
Botanico escreveu:Apo escreveu:Botanico escreveu:Apo escreveu:Botanico escreveu:Mas pesquisando recentemente, achei umas coisas interessantes sobre essa novela. Alguém aqui com mais de 50 se lembra dela também?
Precisa ter mais de 50?![]()
Eu me lembro.
E o que achou dela?
Na idade em que eu estava, a menininha ( feita pela atriz Patrícia Ayres) era uma coitadinha abandonada. O velho Gui era um senhor muito simpático e que passou a fazer o papel de avô ( pois para pai era muito velho). Mas lembro que eu sentia pena dela porque não tinha uma mãe, eu achava que um homem velho jamais supriria todas as necessidades de uma menina. Mas era uma choradeira só. Eu não via todos os capítulos pois só tinha uma TV em casa, então não tinha que dividir o tempo.
Pois é. Patrícia Ayres era perfeita para o papel: loirinha, bonitinha e tipicamente FêFêDêIn (FFDIn). Pena que ela saiu antes da novela acabar e foi substituída por Marize Ney, só que era três anos mais velha e aí tiveram de colocar "três anos depois". Numa entrevista na Veja, Percy Ayres justificou que tirou a filha da novela, pois as cenas estavam muito violentas e numa delas Patrícia caiu e machucou a boca. Além disso o contrato rezava que ela trabalharia dois dias por semana, 4 horas cada dia, mas a estavam obrigando a trabalhar 8 horas.
Apo escreveu:Lembro vagamente de alguma coisa relaconada com uma substituição, mas só porque você falou agora.
O que é FêFêDêIn?
[color=#80FFFF]FFDIn refere-se às características físicas. Tá na cara, isto é: tá no corpo. Patrícia Ayres, quando criança e até quando tinha 16 anos, que foi a última foto que vi dela, encaixa-se no esquema. FFDIn significa: Frágil, Fraquinha, Delicada e Indefesa


Conversa pra boi dormir. Com a fabulosa audiência da novela, a direção da Excelsior comeria na mão do cara para que ela não saísse da novela. O motivo da saída dela foi a guerra de audiências. O pessoal da Record, fulo da vida com a audiência da novela, sacou que o público caía de choro por causa da menininha. Então para quebrar a história, o jeito era sumir com Patrícia. E foi o que fizeram: ela foi "raptada".
Apo escreveu:Puxa, não soube disto, não....talvez meus pais se lembrem disto.
A jogada foi assim: ofereceram uma boa grana a Percy para que ele fugisse com a família e malandrão como era, aceitou na hora. Paulo Machado de Carvalho (o dono da Record) confessou: _ Mandamos a família para Buenos Aires. O pessoal da Excelsior ficou em polvorosa, ninguém sabia o que aconteceu com a família e porque sumiram de repente. Por duas semanas, a novela A Pequena órfã ficou órfã da pequena órfaFoi então que uma das atrizes trouxe a priminha dela, Marize Ney, que era parecida com Patrícia e a novela continou, com a mesma audiência... para desgosto do pessoal da Record.
Que chato não?
Apo escreveu:Nossa, quanta coisa podre por trás das telas. Meu sogro deve saber de tudo isto, ele foi diretor da Globo e da Piratini aqui no RS. Aquela turma da ápoca como Eva Wilma, Jonas Bloch, Elis Regina, Wanderléa e Rosemary( as cantoras), Tarcísio e Glória, Vera Fisher e marido etc etc etc viviam circulando em jantares e eventos na casa dele. Ele sabe das fofocas todas. Ele não fala muito, pois são muitas e ele prefere um pouco de discrição.
Eu fiquei sabendo disso no livro Roberto Carlos em Detalhes. Lá também conta o passa-moleque que deram no Ronnie Von por causa dessa guerra de audiências.
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Re: Os heróis imaculados de 68
Bot
Este quote aí tá um espetáculo!
As meninas ficam furiosas quando você faz este "elogio" para elas porque ele é tão meigo, tão meigo que parece conversa de viado. Mulher gosta de ouvir outras coisas, honney.

Este quote aí tá um espetáculo!
As meninas ficam furiosas quando você faz este "elogio" para elas porque ele é tão meigo, tão meigo que parece conversa de viado. Mulher gosta de ouvir outras coisas, honney.




Re: Os heróis imaculados de 68
Apo escreveu:Bot
Este quote aí tá um espetáculo!
As meninas ficam furiosas quando você faz este "elogio" para elas porque ele é tão meigo, tão meigo que parece conversa de viado. Mulher gosta de ouvir outras coisas, honney.
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EU MERECIA ISSO!


Só que o correto é honey (literalmente: mel; figurativamente: querido). Mas o que eu lamento na sua resposta é que em vez de colocar carinhas risonhas, você deveria ter colocado uma fileira de rolos de madeira para abrir pizza ou pastel...
Mas mesmo vendo as fotos da Patrícia Ayres criancinha, não posso deixar de pensar nela como uma menina de aparência tipicamente FFDIn...
Editado pela última vez por Botanico em 15 Dez 2008, 04:42, em um total de 1 vez.
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Re: Os heróis imaculados de 68
Botanico escreveu:Apo escreveu:Bot
Este quote aí tá um espetáculo!
As meninas ficam furiosas quando você faz este "elogio" para elas porque ele é tão meigo, tão meigo que parece conversa de viado. Mulher gosta de ouvir outras coisas, honney.
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é honey (literalmente: mel; figurativamente: querido). Mas o que eu lamento na sua resposta é que em vez de colocar carinhas risonhas, você deveria ter colocado uma fileira de rolos de madeira para abrir pizza ou pastel... Mas vendo as fotos da Patrícia Ayres criancinha, não posso deixar de pensar nela como uma menina FFDIn...
Rolos de abrir pastel? Coisa mais brega, Bot. Você é chauvinista do tipo brega ainda? Putz.
Beijos.

Re: Os heróis imaculados de 68
Apo escreveu:Botanico escreveu:Apo escreveu:Bot
Este quote aí tá um espetáculo!
As meninas ficam furiosas quando você faz este "elogio" para elas porque ele é tão meigo, tão meigo que parece conversa de viado. Mulher gosta de ouvir outras coisas, honney.
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é honey (literalmente: mel; figurativamente: querido). Mas o que eu lamento na sua resposta é que em vez de colocar carinhas risonhas, você deveria ter colocado uma fileira de rolos de madeira para abrir pizza ou pastel... Mas vendo as fotos da Patrícia Ayres criancinha, não posso deixar de pensar nela como uma menina FFDIn...
Rolos de abrir pastel? Coisa mais brega, Bot. Você é chauvinista do tipo brega ainda? Putz.
Beijos.
Pois é. Hoje se a mulér entrar na justiça, faz um estrago enorme na parte mais sensível do homem (que não é o playground e sim o bolso)...
Mas ao contrário do que pensa, não sou chavinista não... É só na hora da brincadeira.