ALSTOM: UM ESCÂNDALO 100% TUCANO
Enviado: 05 Jun 2008, 06:03
Há escândalos ecumênicos, aqueles que envolvem vários partidos. Outros são, digamos, mais "puristas". O Mensalão, que teve origem mineiro-tucana, transformou-se num escândalo petista. O Banestado tinha guarda-compartilhada do vexame. A grana que o advogado de Duda Mendonça alega ter recebido no exterior por exigência do PT é um escândalo obviamente "petista".
Por isso, não adianta tapar o sol com a peneira quanto ao caso Alstom: o caso é 100% tucano. Com bico, penas, plumas, asas e muita grana. Muita, mesmo.
Quem são os culpados? Não sei. A Folha de São Paulo, hoje, mira num dos políticos mais próximos de Mário Covas, de quem chegou a ser Secretário da Casa Civil, e depois presenteado com uma cadeira vitalícia no TCE: Robson Marinho.
No exercício desse cargo (que tem similaridades com o de Papa), ele aprovou - foi o único! - o contrato com a Alstom. Também viajou para ver a final da Copa do Mundo com despesas pagas pela mesma Alstom. Ele diz que não sabia. Além de não poder mais falar um "a" contra o PT no que diz respeito a escândalos, o PSDB acaba de anular a velha desculpa do "eu não sabia".
Abaixo, trecho da reportagem de hoje da Folha:
"Robson Marinho é o RM citado em documentos que a Promotoria da Suíça enviou ao Brasil sobre o suposto pagamento de propinas da Alstom a políticos brasileiros, segundo apurações preliminares feitas por Polícia Federal, procuradores e promotores.
Marinho foi um dos políticos mais próximos de Mario Covas (1930-2001), governador do Estado entre 1995 e 2001. Coordenou sua campanha ao governo paulista e ocupou a chefia da Casa Civil de 1995 a 1997. Em 1997, Covas retribuiu os trabalhos prestados por Marinho nomeando-o conselheiro do Tribunal de Contas. No órgão, é conhecido como um defensor dos tucanos.
Os investigadores que receberam documentos da Suíça sobre propinas pagas pela Alstom suspeitam de Marinho por duas anotações feitas nos documentos suíços. Numa passagem, RM é apontado como "ex secretaire du governeur" (ex-secretário do governador). Há uma anotação de que o dinheiro seria usado para fazer pagamentos a "le tribunal de comptes" (Tribunal de Contas).
O grupo Alstom, um dos maiores do mundo na área de energia e de transportes, é investigado na França e na Suíça sob suspeita de ter pago propinas a políticos do Brasil, da Venezuela e de Cingapura. Um dos casos, revelados pelo jornal "The Wall Street Journal", teria sido o pagamento de US$ 6,8 milhões para que a empresa obtivesse negócios de US$ 45 milhões do Metrô. Reportagem de "O Estado de S. Paulo" publicada na sexta-feira cita comissões de R$ 13,5 milhões em troca de um negócio com a Eletropaulo. No Tribunal de Contas, Marinho é conhecido como um aliado dos tucanos. Sempre que os conselheiros apontam problemas em contratos da administração do PSDB, ele defende a regularidade do negócio.
No ano passado, os conselheiros do TCE decidiram que todos os acréscimos a um contrato do Metrô com a Alstom que perdurou por 13 anos posteriores a 2001 eram irregulares. O conselheiro Edgard Camargo Rodrigues chegou a ironizar em 2004 os dez anos do negócio: "Ora, não é de supor que o Metrô esteja funcionando esse tempo todo sem o Centro de Controle Operacional".
Nesse mesmo ano, Marinho apresentou a defesa do contrato: "não houve qualquer ofensa a dispositivos legais". Segundo ele, a dilatação do contrato devia-se à necessidade de "atualização tecnológica". As alegações foram descartadas na votação, que considerou irregular a prorrogação." (grifos nossos)
E mais isso:
"Alstom paga viagem - Ontem, o "Estado" informa que o conselheiro do TCE Robson Marinho, que foi chefe da Casa Civil do governo Covas de 1995 a 1997 foi à Copa da França em 1998 bancado pela Alstom. No TCE, Marinho deu parecer sobre contratos com a empresa. A Folha publica que a Promotoria de SP vai apurar duas compras de trens da Alstom pelo Metrô e pela CPTM que somam R$ 723,5 milhões e que foram feitas sem a abertura de nova concorrência pública" (grifos nossos)
Como visto, é uma bomba que atinge o tucanato em cheio. Se o partido não souber explicar corretamente tudo isso (e o trabalho vai ser árduo, para dizer o mínimo), perderá todos os direitos de falar qualquer coisa do PT.
E o Brasil continua cada vez mais brasileiro.
* * *
Como sou obrigado a xingar um partido quando xingo o adversário, agora é a vez de dizer que o PT é feio, bobo e tem cara de melão. Beleza?
http://www.interney.net/blogs/imprensam ... 00_tucano/
Por isso, não adianta tapar o sol com a peneira quanto ao caso Alstom: o caso é 100% tucano. Com bico, penas, plumas, asas e muita grana. Muita, mesmo.
Quem são os culpados? Não sei. A Folha de São Paulo, hoje, mira num dos políticos mais próximos de Mário Covas, de quem chegou a ser Secretário da Casa Civil, e depois presenteado com uma cadeira vitalícia no TCE: Robson Marinho.
No exercício desse cargo (que tem similaridades com o de Papa), ele aprovou - foi o único! - o contrato com a Alstom. Também viajou para ver a final da Copa do Mundo com despesas pagas pela mesma Alstom. Ele diz que não sabia. Além de não poder mais falar um "a" contra o PT no que diz respeito a escândalos, o PSDB acaba de anular a velha desculpa do "eu não sabia".
Abaixo, trecho da reportagem de hoje da Folha:
"Robson Marinho é o RM citado em documentos que a Promotoria da Suíça enviou ao Brasil sobre o suposto pagamento de propinas da Alstom a políticos brasileiros, segundo apurações preliminares feitas por Polícia Federal, procuradores e promotores.
Marinho foi um dos políticos mais próximos de Mario Covas (1930-2001), governador do Estado entre 1995 e 2001. Coordenou sua campanha ao governo paulista e ocupou a chefia da Casa Civil de 1995 a 1997. Em 1997, Covas retribuiu os trabalhos prestados por Marinho nomeando-o conselheiro do Tribunal de Contas. No órgão, é conhecido como um defensor dos tucanos.
Os investigadores que receberam documentos da Suíça sobre propinas pagas pela Alstom suspeitam de Marinho por duas anotações feitas nos documentos suíços. Numa passagem, RM é apontado como "ex secretaire du governeur" (ex-secretário do governador). Há uma anotação de que o dinheiro seria usado para fazer pagamentos a "le tribunal de comptes" (Tribunal de Contas).
O grupo Alstom, um dos maiores do mundo na área de energia e de transportes, é investigado na França e na Suíça sob suspeita de ter pago propinas a políticos do Brasil, da Venezuela e de Cingapura. Um dos casos, revelados pelo jornal "The Wall Street Journal", teria sido o pagamento de US$ 6,8 milhões para que a empresa obtivesse negócios de US$ 45 milhões do Metrô. Reportagem de "O Estado de S. Paulo" publicada na sexta-feira cita comissões de R$ 13,5 milhões em troca de um negócio com a Eletropaulo. No Tribunal de Contas, Marinho é conhecido como um aliado dos tucanos. Sempre que os conselheiros apontam problemas em contratos da administração do PSDB, ele defende a regularidade do negócio.
No ano passado, os conselheiros do TCE decidiram que todos os acréscimos a um contrato do Metrô com a Alstom que perdurou por 13 anos posteriores a 2001 eram irregulares. O conselheiro Edgard Camargo Rodrigues chegou a ironizar em 2004 os dez anos do negócio: "Ora, não é de supor que o Metrô esteja funcionando esse tempo todo sem o Centro de Controle Operacional".
Nesse mesmo ano, Marinho apresentou a defesa do contrato: "não houve qualquer ofensa a dispositivos legais". Segundo ele, a dilatação do contrato devia-se à necessidade de "atualização tecnológica". As alegações foram descartadas na votação, que considerou irregular a prorrogação." (grifos nossos)
E mais isso:
"Alstom paga viagem - Ontem, o "Estado" informa que o conselheiro do TCE Robson Marinho, que foi chefe da Casa Civil do governo Covas de 1995 a 1997 foi à Copa da França em 1998 bancado pela Alstom. No TCE, Marinho deu parecer sobre contratos com a empresa. A Folha publica que a Promotoria de SP vai apurar duas compras de trens da Alstom pelo Metrô e pela CPTM que somam R$ 723,5 milhões e que foram feitas sem a abertura de nova concorrência pública" (grifos nossos)
Como visto, é uma bomba que atinge o tucanato em cheio. Se o partido não souber explicar corretamente tudo isso (e o trabalho vai ser árduo, para dizer o mínimo), perderá todos os direitos de falar qualquer coisa do PT.
E o Brasil continua cada vez mais brasileiro.
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Como sou obrigado a xingar um partido quando xingo o adversário, agora é a vez de dizer que o PT é feio, bobo e tem cara de melão. Beleza?
http://www.interney.net/blogs/imprensam ... 00_tucano/