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Cotas nas universidades
Enviado: 05 Jun 2008, 06:30
por spink
MÍRIAM LEITÃO - Jornal O Globo
Em vez de discutir cota, é melhor investir na educação. Não se deve adotar um sistema que separa por raça, pois isso criará racismo. Não se pode ferir o princípio constitucional de que todos são iguais perante a lei. Nunca pode ser revogado o princípio do mérito acadêmico. Os argumentos se repetem e parecem ótimos. Escondem a mesma resistência ao tema racial que temos mantido desde a abolição e as conclusões estão truncadas.
Nunca, os que defendem cotas raciais na universidade propuseram a escolha entre cotas e qualidade da educação. Não há essa dicotomia. É uma falsidade para truncar o debate. É fundamental melhorar a educação em todos os níveis. As cotas raciais não revogam essa idéia.
O princípio da igualdade perante a lei é a pedra que sustenta as sociedades democráticas e modernas. As ações afirmativas não vão revogá-lo. A igualdade perante a lei sempre conviveu com o tratamento diferente aos desiguais. Na área tributária, a regressividade, por exemplo: a alíquota para os mais ricos é maior. As transferências de renda são para quem tem renda abaixo das linhas de pobreza e miséria. Mulheres estão sub-representadas na política e, para tentar vencer isso, há a cota de 30% nas candidaturas. No comércio internacional, existe o princípio do tratamento diferenciado para os países mais pobres. Há muito tempo, o Direito convive com os dois princípios, como complemento um do outro. Um garante o outro. Tratar da mesma forma os desiguais acentua a desigualdade. O princípio da igualdade perante a lei é apresentado na discussão como um truque. Não há conflito entre ele e o outro princípio civilizatório do tratamento diferenciado aos desiguais. Quem quer defender o princípio da igualdade perante a lei deveria fazer um manifesto contra, por exemplo, a aberração de prisão especial para criminosos com curso superior.
O mérito acadêmico tem que ser preservado na formação universitária. Ele não está sob ameaça com medidas para aumentar o ingresso de negros na universidade. As avaliações de desempenho de diversas universidades mostram que não há esse risco. Os adversários das cotas rejeitam as avaliações dizendo que ainda não foi feito um estudo consistente. O mesmo argumento invalida seus próprios argumentos de que a qualidade da universidade estará em risco com as cotas. A universidade americana, que nunca abriu mão do mérito acadêmico, dá pontuação diferenciada por razões raciais, sociais e até aos esportistas no ingresso nas escolas.
Não podem ser adotadas políticas que incentivem o racismo. Quem discordaria disso? Esse argumento usado contra as cotas é um dos mais perversos truques. As políticas de ação afirmativa não vão criar o racismo. Não se cria o que já existe. O Brasil tem um fosso enorme, resistente, entre brancos e negros e é esse fosso que se pretende vencer. Sem o incentivo à mobilidade, o Brasil carregará para sempre as marcas da escravidão. Ela tem se eternizado por falta de debate e de políticas dedicadas a superar o problema.
Empresas internacionais adotam há tempos metas para aumentar a diversidade de seus funcionários, executivos e gerentes. É um objetivo desejável no mundo multiétnico e que se quer menos racista e menos injusto. Órgãos públicos americanos usam nas suas contratações mecanismos para aumentar a representatividade das várias partes da sociedade. Governos diversos usam incentivos para determinadas políticas como parte dos seus critérios de seleção de fornecedores nas compras governamentais. Nada há de errado e novo nessas políticas. O que há é que, pela primeira vez, fala-se em usar esses mecanismos para promover a ascensão dos negros no Brasil. O país tem um horror atávico a discutir o tema. Já se escondeu atrás de inúmeros sofismas. Acreditava estar numa bolha não racial, um país diferente, justo por natureza.
Não existe raça. É fato. Biológica e geneticamente não existe, como ficou provado em estudos recentes. Isso é mais um argumento a favor das políticas anti-racistas e não o contrário. Os avanços acadêmicos na área só servem para mostrar que os negros são mais pobres, têm piores empregos, ganham menos, não por qualquer incapacidade congênita, mas por falha da sociedade em construir oportunidades iguais. Isso se corrige com políticas públicas, iniciativas privadas, para desmontar as barreiras artificiais ao acesso dos negros à elite.
O debate é livre e benéfico. O problema não é o debate, mas alguns dos argumentos. E pior: os truques. Acusar de promover o racismo o primeiro esforço anti-racista após 118 anos do fim da escravidão é uma distorção inaceitável.
Quem gosta do Brasil assim deve ter a coragem de dizer isso. Quem não acha estranho, nem desconfortável, entrar nos restaurantes e só ver brancos, ver na direção das empresas apenas brancos, conviver com uma elite tão monocromática, tudo bem. Deve simplesmente dizer que prefere conservar o Brasil como ele é, com os brancos e negros mantidos assim: nesta imensa distância social.
Re: Cotas nas universidades
Enviado: 05 Jun 2008, 09:38
por user f.k.a. Cabeção
As criticas de Miriam Leitao ao governo Lula nunca me cativaram, de modo que nao me espantaria se esse texto fosse de fato de sua autoria, mas, de qualquer modo, qual e a fonte dele?
Re: Cotas nas universidades
Enviado: 05 Jun 2008, 09:46
por spink
não me lembro; mas se vc tiver um pouco de paciência procure aqui:
http://arquivoetc.blogspot.com/
Re: Cotas nas universidades
Enviado: 05 Jun 2008, 09:52
por spink
truncar o debate é o que ocorre nesse fórum...
Re: Cotas nas universidades
Enviado: 05 Jun 2008, 11:14
por user f.k.a. Cabeção
Miriam Leitao escreveu:Nunca, os que defendem cotas raciais na universidade propuseram a escolha entre cotas e qualidade da educação. Não há essa dicotomia. É uma falsidade para truncar o debate. É fundamental melhorar a educação em todos os níveis. As cotas raciais não revogam essa idéia.
Esse argumento e estranho vindo de uma economista. Se ela tem formacao em economia, deveria estar familiarizada com o conceito de escassez de recursos. Tentar agradar a Deus e ao Diabo e tipico do esquerdismo e da demagogia em geral, mas nao combinam com o raciocinio logico que um economista deve elaborar para fundamentar suas afirmacoes.
O fato e: ao permitir a entrada de alunos nas universidades por outros criterios que nao o merito escolar, diminui-se a qualidade da educacao que pode ser oferecida nessas instituicoes.
Isso porque os alunos menos qualificados nao obtem o rendimento dos alunos mais qualificados, exceto se despensados mais recursos para educa-los com o que lhes falta para atingirem os niveis dos mais qualificados.
Ora, entao, para manter o nivel da educacao, o devemos gastar para educar os alunos desqualificados admitidos, quando poderiamos gastar para educa-los ANTES de passarem no concurso de admissao das universidades.
A logica aqui e bem simples: se os alunos desqualificados nao atingirem o nivel dos qualificados , a qualidade da educacao baixa. Se eles atingirem esse nivel, sem que os qualificados precisem baixar seus proprios niveis para que isso ocorra, entao eles estariam em condicoes de competir para entrar com todo mundo, de modo que manter cotas nao faria sentido algum.
O discurso favoravel as cotas nao pode portanto se desvencilhar das implicacoes existentes na qualidade da educacao no momento em que o processo seletivo deixa de ser baseado no merito academico. Nao existe almoco gratis. Nao e a admissao para a universidade que tornara o desqualificado qualificado. Para isso e necessario investimento exclusivo na sua formacao, para que ele alcance o nivel do colega mais qualificado. E se esse investimento e possivel, ele deve ser feito antes do concurso universitario.
A logica das cotas e abrir mao dos criterios de excelencia e troca-los por criterios ditos mais "democraticos" ou "inclusivos". Nao ha como se servir dos dois.
Como economista, ela deveria saber disso.
Miriam Leitao escreveu:O princípio da igualdade perante a lei é a pedra que sustenta as sociedades democráticas e modernas. As ações afirmativas não vão revogá-lo. A igualdade perante a lei sempre conviveu com o tratamento diferente aos desiguais. Na área tributária, a regressividade, por exemplo: a alíquota para os mais ricos é maior. As transferências de renda são para quem tem renda abaixo das linhas de pobreza e miséria. Mulheres estão sub-representadas na política e, para tentar vencer isso, há a cota de 30% nas candidaturas. No comércio internacional, existe o princípio do tratamento diferenciado para os países mais pobres. Há muito tempo, o Direito convive com os dois princípios, como complemento um do outro. Um garante o outro. Tratar da mesma forma os desiguais acentua a desigualdade. O princípio da igualdade perante a lei é apresentado na discussão como um truque. Não há conflito entre ele e o outro princípio civilizatório do tratamento diferenciado aos desiguais. Quem quer defender o princípio da igualdade perante a lei deveria fazer um manifesto contra, por exemplo, a aberração de prisão especial para criminosos com curso superior.
Todas as cotas apresentadas sao questionaveis com base em argumentos similares, e apresenta-las como justificativa para as equivalentes raciais e apenas tentar justificar um erro pelo outro.
A afirmativa de que o tratamento igual de desiguais aumenta a desigualdade e uma manobra populista que visa angariar votos de grupos de pressao atraves da distribuicao de privilegios pagos pelo resto da sociedade.
Garantir precos para a industria nacional e apenas dar-lhe um incentivo para continuar defasada e ineficiente, incentivo pago do bolso do consumidor/contribuinte. Paises pobres nao devem ser privilegiados, devem explorar suas vantagens comparativas em termos de mao-de-obra e recursos naturais e desenvolver-se de forma sadia, e nao sob a tutela de um comercio favorecido. Paises que recentemente sairam da pobreza, como a Coreia e a Irlanda, aprenderam bem isso, e outros como a China e a India estao progredindo nesse caminho.
Da mesma forma, vagas reservadas para mulheres. Mulheres compoe 50% do eleitorado, e se acharem que estao mal representadas, que votem em mais mulheres. Nao ha necessidade de reserva de vagas para elas, tanto quanto nao ha para negros ou para homossexuais.
Sobre a prisao especial para quem tem curso superior, eu sou totalmente de acordo. Essa e uma distincao infeliz que deveria ser abolida o quanto antes. As prisoes deveriam separar as categorias de criminosos quanto aos crimes que cometeram e a seguranca exigida na sua custodia.
Miriam Leitao escreveu:O mérito acadêmico tem que ser preservado na formação universitária. Ele não está sob ameaça com medidas para aumentar o ingresso de negros na universidade. As avaliações de desempenho de diversas universidades mostram que não há esse risco. Os adversários das cotas rejeitam as avaliações dizendo que ainda não foi feito um estudo consistente. O mesmo argumento invalida seus próprios argumentos de que a qualidade da universidade estará em risco com as cotas. A universidade americana, que nunca abriu mão do mérito acadêmico, dá pontuação diferenciada por razões raciais, sociais e até aos esportistas no ingresso nas escolas.
E a velha mania de copiar o que e ruim, rejeitar o que e bom, que marca o comportamento da intelectualidade brasileira diante dos EUA.
Sob as avaliacoes de desempenho, quais sao os dados coletados por organizacoes neutras que comprovam atraves da analise consistente e sistematica dos fatos que a qualidade da educacao nao foi afetada negativamente pelas quotas? Alias, como seria essa metodologia? Como eles podem comparar o que a educacao daquela instituicao poderia ser sem cotas? No maximo, podem comparar instituicoes entre si, aquelas que adotam quotas contra aquelas que nao fazem isso, mas ate que ponto?
Outros dados, bem mais precisos, falam do alto indice de evasao constatada desses alunos, que nao conseguem assistir as aulas ou que por conta de suas dificuldades financeiras nao tem como se sustentar nos cursos de alta exigencia para os quais postularam vaga. Mante-los na universidade significa aumentar os custos com subsidios tais como alimentacao e transporte, alem dos reforcos pedagogicos que eles exigem para acompanhar os outros alunos.
Ficar citando a si mesmo e aos dados que sao convenientemente sacados do proprio bolso e facil, dificil e reverter a logica expressa na simples sentenca de que, para manter o nivel educacional, e necessario investir na recuperacao dos desqualificados que forem admitidos, e que nesse caso, isso poderia ser feito antes da sua admissao. Escolas e pre-vestibulares para negros e comunidades carentes poderiam receber mais verbas, de acordo com o seu sucesso em numero de admissoes. Mas isso significaria ter que fazer um esforco real para a melhoria da educacao, o que nao e o caso das quotas, que sao apenas uma medida paleativa para ganhar votos de grupos de pressao e simpatizantes.
Isso e logico e evidente caso os desqualificados exijam mais recursos para atingir o nivel dos qualificados. Caso contrario, o proprio vestibular deveria ser abolido, ja que estaria demonstrado que ele nao serve para avaliar a qualificacao dos entrantes na universidade, afinal, tanto os qualificados quanto os desqualificados necessitam do mesmo grau de atencao e obtem os mesmos resultados. Que seja substituido por outro criterio de selecao, ou por sorteio, ou por indicacao, da na mesma afinal.
Nao ha como escapar dessa conclusao mantendo a honestidade intelectual, mas acho que isso nao e um problema para os defensores de cotas.
Miriam Leitao escreveu:Não podem ser adotadas políticas que incentivem o racismo. Quem discordaria disso? Esse argumento usado contra as cotas é um dos mais perversos truques. As políticas de ação afirmativa não vão criar o racismo. Não se cria o que já existe. O Brasil tem um fosso enorme, resistente, entre brancos e negros e é esse fosso que se pretende vencer. Sem o incentivo à mobilidade, o Brasil carregará para sempre as marcas da escravidão. Ela tem se eternizado por falta de debate e de políticas dedicadas a superar o problema.
E existem duas maneiras de se vencer esse fosso.
Uma e fazer os negros subirem ao nivel dos brancos, tanto em termos de renda como em termos educacionais, atraves do crescimento da riqueza e das oportunidades numa sociedade de livre empresa e com leis igualitarias, oferecendo os servicos basicos que possibilitem a vida nela.
A longo prazo, negros e brancos, cujas capacidades e competencias inatas sao iguais ou similares, estarao condicoes iguais ou similares. Pode-se reclamar do "longo prazo", mas e o melhor que pode-se conseguir, sem sacrificar os valores descritos acima.
A outra maneira e facilitar essa equalizacao ao rebaixar todos ao mesmo nivel de ignorancia e pobreza. Essa e a maneira das cotas e dos grupos de pressao.
Miriam Leitao escreveu:Empresas internacionais adotam há tempos metas para aumentar a diversidade de seus funcionários, executivos e gerentes. É um objetivo desejável no mundo multiétnico e que se quer menos racista e menos injusto. Órgãos públicos americanos usam nas suas contratações mecanismos para aumentar a representatividade das várias partes da sociedade. Governos diversos usam incentivos para determinadas políticas como parte dos seus critérios de seleção de fornecedores nas compras governamentais. Nada há de errado e novo nessas políticas. O que há é que, pela primeira vez, fala-se em usar esses mecanismos para promover a ascensão dos negros no Brasil. O país tem um horror atávico a discutir o tema. Já se escondeu atrás de inúmeros sofismas. Acreditava estar numa bolha não racial, um país diferente, justo por natureza.
Um exemplo nao vale nada exceto quando se mostra que o exemplo e de uma coisa certa, e isso a madame Leitao nao faz.
Empresas podem adotar a politica que elas quiserem, e elas que arquem com as perdas de eficiencia, ou lucrem com os ganhos.
Governos e orgaos publicos devem ser isentos a essas heterodoxias, e quando selecionarem seus quadros, que o facam por criterios racionais, equivalentes e meritocraticos. Falar de ficticias minorais e apenas fazer demagogia para agradar grupos de pressao, pois a menor minoria de todas e o individuo, e quando um individuo qualificado e preterido numa selecao oficial em relacao ao individuo desqualificado, ele foi prejudicado.
Racismo consiste exatamente em segregar a sociedade em grupos com direitos diferentes baseando-se na raca, nao importando qual justificativa historica, biologica ou social for levantada para essa segragacao.
Equivalem em essencia o racismo nazista e o racismo politicamente correto dos defensores de cotas. Sao medidas que visam os privilegios de um grupo baseando-se exclusivamente em criterios de raca.
Miriam Leitao escreveu:Não existe raça. É fato. Biológica e geneticamente não existe, como ficou provado em estudos recentes. Isso é mais um argumento a favor das políticas anti-racistas e não o contrário. Os avanços acadêmicos na área só servem para mostrar que os negros são mais pobres, têm piores empregos, ganham menos, não por qualquer incapacidade congênita, mas por falha da sociedade em construir oportunidades iguais. Isso se corrige com políticas públicas, iniciativas privadas, para desmontar as barreiras artificiais ao acesso dos negros à elite.
Errado. Negros nao ganham menos. Eu ganho menos que Kobe Bryant ou que o Fifty Cent.
A afirmacao correta e: o salario medio do conjunto de individuos de pele negra e menor do que o de pele branca.
Isso pode se dever a inumeros fatores, mas o unico escolhido pela ilustre economista como verdadeiro e o de que a sociedade ativamente discrimina negros.
Nao lhe ocorre nem por um momento que, mesmo nao havendo fatores geneticos que distanciem significativamente as etnias, os proprios negros podem cultivar uma cultura e identidade racial menos preocupada com o sucesso academico e profissional. Que eles proprios olhem torto para o pretinho que estuda e que nao fala com girias e palavroes, para o negao que saiu do gueto e que agora so anda com branquelos. Que exista uma valorizacao, ainda que implicita, da indolencia, da malandragem, da luxuria e da contravencao, ricamente ilustrada nos seus raps e hip hops.
E claro que essa cultura nao afeta a todos eles igualmente, mas pode significar bastante em termos de "media dos salarios".
E isso nao tem nada a ver com competencias inatas ou biologicas, e sim com escolhas individuais. Se os negros pretendem prosperar na sociedade capitalista competitiva, antes deles pedirem esmolas e privilegios, eles devem repensar sua propria cultura, guardando o que ela tem de valioso e adaptando-a a realidade em que se encontram de modo a nao sairem perdendo. Nesse sentido, os defensores de cota apenas atrapalham, tanto quanto atrapalham os que acham que a Africa saira da miseria atraves das doacoes feitas por roqueiros ou pela Onu.
Sao coisas que, por exemplo, nao vemos nos asiaticos, que praticam outro tipo de cultura e cujos resultados tanto academicos quanto profissionais sao visiveis. Novamente, nao se aplica a todos igualmente, mas afeta bastante a media.
Nao vou me igualar a ela e dizer que o unico fator e a cultura. Existem fatores como heranca e tambem o preconceito. Mas nao da para focar apenas neles. Tanto a heranca como o preconceito sao, em grande parte, devido a essa cultura indolente que e ainda hoje e cultivada no seio das comunidades negras. Por culpa dela, negros deixam de prosperar e deixar heranca para seus filhos, alem de figurarem em estereotipos que alimentam todo tipo de preconceito que sofrem, mesmo quando nao sao promotores dessa cultura.
E evidente que existe esse processo de retro-alimentacao, onde o ressentimento pelo preconceito sofrido e pelo fracasso pessoal estimula uma cultura de reacao contra os valores da "sociedade branca". E e ai que devem se concentrar as tentativas de modificar o panorama. Atraves de iniciativas de resgatar a cultura negra, de maneira que ela conserve o que lhe e caro e essencial, mas que se adapte aos valores da civilizacao a qual pertence, podendo assim prosperar dentro do sistema que mais oportunidades oferece a todos: a democracia com livre mercado.
O mesmo vale para os povos indigenas, aos imigrantes arabes e outras minorias que se sintam oprimidas e procurem se afirmar atraves da perversao dos valores ocidentais. Nao e atraves da condecendencia com maus habitos que seus padroes de vida melhorarao. No maximo, o que vamos conseguir e nos rebaixar em direcao aos padroes que eles impoe para si proprios.
Miriam Leitao escreveu:O debate é livre e benéfico. O problema não é o debate, mas alguns dos argumentos. E pior: os truques. Acusar de promover o racismo o primeiro esforço anti-racista após 118 anos do fim da escravidão é uma distorção inaceitável.
Pelo amor de Deus... e a total inversao da realidade...
Este e o primeiro esforco Racista, no seu verdadeiro sentido, em muito tempo.
Implicito nesse argumento esta a tentativa de fazer passar o racismo como o "preconceito e a segregacao do branco contra o negro", e nao o preconceito e a segregacao em si. Este, por si so, ja e um argumento racista.
Miriam Leitao escreveu:Quem gosta do Brasil assim deve ter a coragem de dizer isso. Quem não acha estranho, nem desconfortável, entrar nos restaurantes e só ver brancos, ver na direção das empresas apenas brancos, conviver com uma elite tão monocromática, tudo bem. Deve simplesmente dizer que prefere conservar o Brasil como ele é, com os brancos e negros mantidos assim: nesta imensa distância social.
E para completar, nao poderia faltar o expediente de sugerir que os contrarios as suas ideias sejam supremacistas raciais.
Re: Cotas nas universidades
Enviado: 05 Jun 2008, 11:21
por spink
vc está onde mesmo?
quem pagou?
não seja hipócrita.
vc é "branco"?
Re: Cotas nas universidades
Enviado: 05 Jun 2008, 11:26
por user f.k.a. Cabeção
vc está onde mesmo?
Nao te interessa.quem pagou?
Nao foi voce, logo, nao e da sua conta.não seja hipócrita.
Nao sou.vc é "branco"?
Irrelevante.
Re: Cotas nas universidades
Enviado: 05 Jun 2008, 11:33
por spink
com certeza é grana do atual governo que lhe propiciou essa "estadia"
aproveitam-se do ESTADO e falam de "liberalismo".
Re: Cotas nas universidades
Enviado: 05 Jun 2008, 11:35
por spink
é o típico liberal tupinambá.
Re: Cotas nas universidades
Enviado: 05 Jun 2008, 11:45
por Apo
Nunca vi tanta estupidez embutida num mesmo texto.
PAÍS DE MERDA.
Re: Cotas nas universidades
Enviado: 05 Jun 2008, 11:55
por spink
Apo escreveu:Nunca vi tanta estupidez embutida num mesmo texto.
PAÍS DE MERDA.
vc pagou a "estadia na europa"?
Re: Cotas nas universidades
Enviado: 05 Jun 2008, 12:01
por Apo
spink escreveu:Apo escreveu:Nunca vi tanta estupidez embutida num mesmo texto.
PAÍS DE MERDA.
vc pagou a "estadia na europa"?
Nunca fui à Europa, ao contrário de nossos governantes que viajam pelo mundo com o meu patrocínio, fazem compras com cartão de crédito coorporativo e não aprendem muita coisa, pois alguns são analfabetos, nem entendem muito do que aquilo tudo se trata.
E você, vota neles?
Re: Cotas nas universidades
Enviado: 05 Jun 2008, 12:03
por Jack Torrance
Acho interessante a total falta de competência que o spink tem para debater...
A máximo que ele consegue é falar merda.
Re: Cotas nas universidades
Enviado: 05 Jun 2008, 12:04
por Jack Torrance
spink escreveu:vc está onde mesmo?
quem pagou?
não seja hipócrita.
vc é "branco"?
Pelo que eu sei a ida à França do Cabeção foi iniciativa dos franceses e de lá veio a grana.
Agora você vai continuar a falar merda?
Re: Cotas nas universidades
Enviado: 05 Jun 2008, 12:10
por Acauan
Jack Torrance escreveu:Pelo que eu sei a ida à França do Cabeção foi iniciativa dos franceses e de lá veio a grana.
Cabeção está onde está - e muito bem - pelos seus próprios e muitos méritos, coisa que ofende muito os invejosos, medíocres e esquerdistas em geral, se é que há diferença.
Re: Cotas nas universidades
Enviado: 05 Jun 2008, 12:11
por Acauan
O que nenhum defensor do sistema de cotas pode negar é que a coisa toda não passa do que se chamava antigamente de dar bom dia com o chapéu dos outros.
Obviamente não há problema nenhum em criar mais oportunidades para quem tem menos acesso a elas.
Outra coisa é não criar oportunidade nenhuma e se fazer de bonzinho dando a uns as oportunidades tiradas de outros.
No mais, o de sempre.
A esquerda é mesmo aquela metamorfose ambulante.
Metem o pau a torto e a direito em tudo que venha dos Estados Unidos da América e defendem com unhas e dentes um modelo integralmente copiado de lá, sem atentar para as diferenças óbvias entre uma sociedade formada pela segregação racial e outra formada pela miscigenação.
O que o texto de abertura não diz em sua superficialidade é que nos Estados Unidos a segregação – como o nome obviamente implica – criou duas comunidades separadas por raça, com diferenças culturais expressivas entre si.
Neste cenário, pouca diferença faz nos Estados Unidos se o cara é mulato claro ou mulato escuro. Se ele for criado em uma comunidade negra será considerado negro, antes pelo fato de ser membro desta comunidade e de sua cultura do que pela tonalidade mais clara ou escura da pele.
No Brasil existe o conceito difuso de pardo, o indivíduo racialmente miscigenado, com características brancas, negras e indígenas, que o tornam indefinido etnicamente, sendo o critério brasileiro de diferenciação no quesito o quanto se é mais claro ou mais escuro, numa interpretação de matizes cujas fronteiras entre branco e pardo ou entre pardo e negro são indistinguíveis.
Obviamente, neste samba do crioulo louro não se pode dizer que pardos escuros tenham uma identidade cultural distinta dos pardos claros ou que ambos distem tanto, culturalmente, dos brancos e negros.
O único critério de julgamento é a aparência.
Critério tão chinfrim que é divertido ver a reação de certos viajantes brancos brasileiros, que por aqui nunca tiveram sua branquitude questionada, surpreender-se ao serem considerados negros, ou, no limite, latinos-cucarachas, pelos locais de latitudes mais claras.
Deu no que deu como mostra aquele caso da Universidade de Brasília, em que dois gêmeos idênticos avaliados pelo tribunal de pureza racial do sistema de cotas foram considerados um negro e outro não.
Por fim, que merda pode-se esperar de um sistema que entre um negro rico ou de classe média alta – e existem muitos – e um branco pobre, favorece o primeiro?
Re: Cotas nas universidades
Enviado: 05 Jun 2008, 12:22
por Fernando Silva
spink escreveu:com certeza é grana do atual governo que lhe propiciou essa "estadia"
aproveitam-se do ESTADO e falam de "liberalismo".
Viajei pelo Brasil e pelo mundo, mas foi sempre a serviço de uma empresa privada.
Acredite: é possível, acontece.
Não é preciso roubar nem ser político ou parente de político.
Basta ter competência.
Re: Cotas nas universidades
Enviado: 05 Jun 2008, 12:36
por spink
Fernando Silva escreveu:spink escreveu:com certeza é grana do atual governo que lhe propiciou essa "estadia"
aproveitam-se do ESTADO e falam de "liberalismo".
Viajei pelo Brasil e pelo mundo, mas foi sempre a serviço de uma empresa privada.
Acredite: é possível, acontece.
Não é preciso roubar nem ser político ou parente de político.
Basta ter competência.
sei disso, só queria - e consegui - provocar um debate.
Re: Cotas nas universidades
Enviado: 05 Jun 2008, 13:40
por waldon
Na Unifesp, cotista só fica atrás nos cursos de exatas
da Folha Online
Os estudantes cotistas na Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) têm um desempenho semelhante aos demais durante a graduação em 21 dos seus 23 cursos --as duas exceções estão em carreiras na área de exatas--, segundo reportagem de Fábio Takahashi publicada na edição da Folha de S.Paulo desta terça-feira (íntegra disponível apenas para assinantes do jornal ou do UOL).
De acordo com a reportagem, os dados fazem parte de uma pesquisa da pró-reitoria de graduação da instituição. "O estudo também serve como base para crítica ao projeto a ser votado no Congresso, que determina que as universidades reservem metade de suas vagas a alunos da rede pública."
Há três anos, a Unifesp destina 10% das vagas a alunos de escolas públicas que se declarem negros, pardos ou indígenas. Com a reserva, cotistas chegam a ser aprovados no vestibular com nota 30% inferior aos demais. Em geral, a diferença desaparece no início da graduação, inclusive em medicina.
http://www1.folha.uol.com.br/folha/educ ... 8185.shtml
Re: Cotas nas universidades
Enviado: 05 Jun 2008, 14:27
por Suyndara
Engraçado, sempre senti orgulho das minhas origens, de ter várias etnias misturadas...de repente isso me lembrou que não faço a mínima idéia se sou uma mameluca ou sei lá o quê
Eu tenho cor de "burro fugido", mas na certidão de nascimento está como "parda clara"

Mas e o meu sangue xavante?
Eu não acho que num país tão miscigenado seja fácil definir "raças", já vi casos de irmão gêmeos que foram identificados de forma diferente no vestibular: um como pardo e outro como branco
Não seria melhor um sistema definido por classe social?
[]s
Re: Cotas nas universidades
Enviado: 05 Jun 2008, 15:21
por Herf
waldon escreveu:Na Unifesp, cotista só fica atrás nos cursos de exatas
da Folha Online
Os estudantes cotistas na Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) têm um desempenho semelhante aos demais durante a graduação em 21 dos seus 23 cursos --as duas exceções estão em carreiras na área de exatas--, segundo reportagem de Fábio Takahashi publicada na edição da Folha de S.Paulo desta terça-feira (íntegra disponível apenas para assinantes do jornal ou do UOL).
De acordo com a reportagem, os dados fazem parte de uma pesquisa da pró-reitoria de graduação da instituição. "O estudo também serve como base para crítica ao projeto a ser votado no Congresso, que determina que as universidades reservem metade de suas vagas a alunos da rede pública."
Há três anos, a Unifesp destina 10% das vagas a alunos de escolas públicas que se declarem negros, pardos ou indígenas. Com a reserva, cotistas chegam a ser aprovados no vestibular com nota 30% inferior aos demais. Em geral, a diferença desaparece no início da graduação, inclusive em medicina.
http://www1.folha.uol.com.br/folha/educ ... 8185.shtml
Por vezes aparecem pesquisas como esta demonstrando o relativo sucesso de universitários cotistas, pesquisas apresentadas em um contexto de defesa do sistema de cotas.
Mas o sucesso de alunos cotistas realmente é um bom argumento em favor do sistema de cotas implantado?
Por exemplo, se fossem criadas cotas para judeus, amanhã, e logo após se verificasse que os judeus beneficiados se saíram, em média, melhor que os demais alunos não-cotistas, isso poderia ser usado como argumento em favor das cotas para judeus?
Colocando a questão desta forma, percebe-se o absurdo que é apresentar uma estatística mostrando o relativo bom desempenho de alunos autodecloarados negros como defesa de um sistema que privilegia auto-declarados negros em um processo de seleção.
Por mais que determinado aluno cotista tenha um bom desempenho na universidade, nada muda o fato de que ele passou por cima de outros para ingressar na instituição. O argumento anti-cotas baseia-se na injustiuça que ocorre em um processo que seleciona as pessoas para uma universidade pública de acordo com a sua cor da pele e não de acordo com seu mérito intelectual. Qualquer menção ao desempenho de um aluno que ingressou pelo sistema de cotas é irrelevante. Estatísticas como essa possuem valor nulo. Só servem mesmo como apoio para a retórica cotista.
Re: Cotas nas universidades
Enviado: 05 Jun 2008, 20:01
por Apáte
spink escreveu:vc está onde mesmo?
quem pagou?
não seja hipócrita.
vc é "branco"?
Interessante que faz apenas 2 minutos que eu
postei sobre este sentimento de fracassado revoltado do Carlos. E o cabeção já até tinha dado uma satisfação, desnecessária, sobre sua estadia na França.

Ê inveja...
Re: Cotas nas universidades
Enviado: 05 Jun 2008, 22:01
por Jack Torrance
Acauan escreveu:Jack Torrance escreveu:Pelo que eu sei a ida à França do Cabeção foi iniciativa dos franceses e de lá veio a grana.
Cabeção está onde está - e muito bem - pelos seus próprios e muitos méritos, coisa que ofende muito os invejosos, medíocres e esquerdistas em geral, se é que há diferença.
Claro, mas falei no tocante ao financiamento (que não é da conta de ninguém daqui a não ser dele mesmo).
Re: Cotas nas universidades
Enviado: 07 Jun 2008, 08:23
por user f.k.a. Cabeção
Jack Torrance escreveu:Acauan escreveu:Jack Torrance escreveu:Pelo que eu sei a ida à França do Cabeção foi iniciativa dos franceses e de lá veio a grana.
Cabeção está onde está - e muito bem - pelos seus próprios e muitos méritos, coisa que ofende muito os invejosos, medíocres e esquerdistas em geral, se é que há diferença.
Claro, mas falei no tocante ao financiamento (que não é da conta de ninguém daqui a não ser dele mesmo).
Os franceses tem status militar, pertencem a Armee de Terre, de l'Air, Marine ou Gendarmerie e recebem soldos diretamente do ministerio da defesa frances, mais ou menos como ocorre no IME e no ITA no Brasil.
Os estrangeiros podem receber bolsas de uma fundacao ligada ao ministerio da defesa frances, obedecendo a alguns criterios impostos por eles, mas sao mais raras e concorridas. Os demais ganham uma bolsa da fundacao de ex-alunos e empresarios parceiros da escola, ou podem negociar diretamente com empresas interessadas nos seus perfis individuais.
Nao ha qualquer financiamento por parte do Estado brasileiro.
Re: Cotas nas universidades
Enviado: 07 Jun 2008, 08:42
por user f.k.a. Cabeção
Acauan escreveu:Jack Torrance escreveu:Pelo que eu sei a ida à França do Cabeção foi iniciativa dos franceses e de lá veio a grana.
Cabeção está onde está - e muito bem - pelos seus próprios e muitos méritos, coisa que ofende muito os invejosos, medíocres e esquerdistas em geral, se é que há diferença.
Valeu velho indio. Nao sei se eu concordo, mas fico lisonjeado assim mesmo.
Mas acho que nao custa nada informar, vai que o cara se interessa por prestar o concurso, o que eu recomendo fortemente para qualquer um que esteja em um curso de graduacao em exatas no Brasil.
A unica coisa que eu tive de pagar do meu proprio bolso foram os documentos necessarios para inscricao, que tiveram de ser traduzidos para o frances, e a passagem de aviao, que depois me foi quase integralmente reembolsada pelo organismo que paga a minha bolsa.