Recessão nos EUA
Enviado: 08 Jun 2008, 04:58
Longe de ser temporal, fraco Employment Report denota recessão por vir nos EUA
SÃO PAULO - "O Relatório de Emprego mostrou pegadas de um quadro recessivo por todo o seu conteúdo". A afirmação cabe à Sherry Cooper, economista-chefe do BMO Capital Markets. Divulgado nesta sexta-feira (6), o indicador registrou a quinta perda consecutiva mensal de postos de trabalho nos EUA, aviltando as tensões em torno da maior economia do mundo.
Segundo os números apresentados ao mercado, 49 mil vagas de trabalho foram perdidas em maio, número alarmante, ainda que abaixo das expectativas dos analistas, que giravam em torno de uma retração de 60 mil postos. Entretanto, o principal destaque negativo do indicador ficou por conta da taxa de desemprego de 5,5% mensurada, maior patamar desde fevereiro de 1986.
Para Gustavo Gorski, economista-chefe da Geração Futuro, o resultado pode ser explicado com base na maior procura dos norte-americanos por emprego, tendo em vista o aperto no orçamento familiar, devido, entre outros fatores, à inflação crescente e a crise imobiliária. A visão é compartilhada pelos analistas da Merrill Lynch.
Para a equipe do banco de investimentos, o cenário no mercado de trabalho norte-americano foi agravado pela corrente de estudantes em busca de rendimentos na temporada de verão no Hemisfério Norte. "O número de jovens ativamente à caça por um emprego cresceu em maio a uma taxa não vista desde 1992", observam os analistas.
Iminência da tão temida recessão
O indicador teve impacto imediato sobre o desempenho dos mercados nesta sexta-feira, aprofundando o movimento de queda já apresentado pelas principais bolsas do mundo. E se depender dos próximos Employment Reports, o clima deve continuar negativo. "O mercado de trabalho deve continuar na sarjeta por certo tempo", polemiza Cooper.
Por sua vez, Gorski pondera que, em contrapartida, a produtividade do trabalhador norte-americano, temeroso de perder o seu emprego em tempos tão difíceis, vem aumentando, o que explica a relativa estabilidade nos números do PIB (Produto Interno Bruto) dos EUA até então.
"Mas uma deterioração dos dados se aproxima e as expectativas para um PIB negativo no segundo trimestre crescem cada vez mais", afirma. Ou seja, a confirmação do tão temido quadro recessivo.
"Qualquer um que acredite que os números apresentados não são consistentes com a iminência de uma recessão, expressiva ou amena, definitivamente pertence ao time dos novos paradigmistas", afirmam os analistas da Merrill Lynch.
Aperto monetário descartado
Desta forma, projeções de altas na Fed Funds Rate, até então predominantes no mercado, são descartadas pelo banco, que acredita que a deterioração no mercado de trabalho mitigue, com o tempo, um maior repasse de preços ao consumidor final.
"Nós acreditamos que as chances de um aperto monetário norte-americano neste ano ou no próximo sejam mínimas", prevê a equipe da Merrill Lynch, desafiando perspectivas dos analistas.
http://economia.uol.com.br/ultnot/infom ... 12240.jhtm
SÃO PAULO - "O Relatório de Emprego mostrou pegadas de um quadro recessivo por todo o seu conteúdo". A afirmação cabe à Sherry Cooper, economista-chefe do BMO Capital Markets. Divulgado nesta sexta-feira (6), o indicador registrou a quinta perda consecutiva mensal de postos de trabalho nos EUA, aviltando as tensões em torno da maior economia do mundo.
Segundo os números apresentados ao mercado, 49 mil vagas de trabalho foram perdidas em maio, número alarmante, ainda que abaixo das expectativas dos analistas, que giravam em torno de uma retração de 60 mil postos. Entretanto, o principal destaque negativo do indicador ficou por conta da taxa de desemprego de 5,5% mensurada, maior patamar desde fevereiro de 1986.
Para Gustavo Gorski, economista-chefe da Geração Futuro, o resultado pode ser explicado com base na maior procura dos norte-americanos por emprego, tendo em vista o aperto no orçamento familiar, devido, entre outros fatores, à inflação crescente e a crise imobiliária. A visão é compartilhada pelos analistas da Merrill Lynch.
Para a equipe do banco de investimentos, o cenário no mercado de trabalho norte-americano foi agravado pela corrente de estudantes em busca de rendimentos na temporada de verão no Hemisfério Norte. "O número de jovens ativamente à caça por um emprego cresceu em maio a uma taxa não vista desde 1992", observam os analistas.
Iminência da tão temida recessão
O indicador teve impacto imediato sobre o desempenho dos mercados nesta sexta-feira, aprofundando o movimento de queda já apresentado pelas principais bolsas do mundo. E se depender dos próximos Employment Reports, o clima deve continuar negativo. "O mercado de trabalho deve continuar na sarjeta por certo tempo", polemiza Cooper.
Por sua vez, Gorski pondera que, em contrapartida, a produtividade do trabalhador norte-americano, temeroso de perder o seu emprego em tempos tão difíceis, vem aumentando, o que explica a relativa estabilidade nos números do PIB (Produto Interno Bruto) dos EUA até então.
"Mas uma deterioração dos dados se aproxima e as expectativas para um PIB negativo no segundo trimestre crescem cada vez mais", afirma. Ou seja, a confirmação do tão temido quadro recessivo.
"Qualquer um que acredite que os números apresentados não são consistentes com a iminência de uma recessão, expressiva ou amena, definitivamente pertence ao time dos novos paradigmistas", afirmam os analistas da Merrill Lynch.
Aperto monetário descartado
Desta forma, projeções de altas na Fed Funds Rate, até então predominantes no mercado, são descartadas pelo banco, que acredita que a deterioração no mercado de trabalho mitigue, com o tempo, um maior repasse de preços ao consumidor final.
"Nós acreditamos que as chances de um aperto monetário norte-americano neste ano ou no próximo sejam mínimas", prevê a equipe da Merrill Lynch, desafiando perspectivas dos analistas.
http://economia.uol.com.br/ultnot/infom ... 12240.jhtm