Página 1 de 1
Exercício
Enviado: 10 Jun 2008, 22:49
por Apo
Você odeia alguma coisa e não pode se ver livre dela. Esqueça o livre-arbítrio aqui.
Imagine qualquer coisa realmente suportável apenas como se aquela fosse a última vez e graças a deus você nunca mais terá que se defrontar com ela.
Pense em algum problema real seu, em alguma característica repugnante sua ou de algo inerente a sua vida cotidiana. Algo que pode seguí-lo por um tempo absolutamente indefinido e que foge do seu controle.
Pode ser que acabe amanhã, mas é pouco provável. Algumas evidências mostram que vai durar um bocado...talvez a sua visa inteira. Talvez ainda sobre alguma "herança" para os seus filhos, ou outras pessoas importantes para você.
Como você vive e "carrega" esta cruz ao mesmo tempo em que preza o prazer e a busca pela paz interior e o que se pode chamar de felicidade, já que a sua vida é intrasferível e única ( pelo menos dentro do permite nossa memória e consciência)?
O que você faz com isto? Você suporta apenas ou cria mecanismos para defender esta provação, já que sem defesas fortes internas, é provável que você sucumbisse?
Re: Exercício
Enviado: 11 Jun 2008, 19:51
por francioalmeida
Apo escreveu:Você odeia alguma coisa e não pode se ver livre dela. Esqueça o livre-arbítrio aqui.
Imagine qualquer coisa realmente suportável apenas como se aquela fosse a última vez e graças a deus você nunca mais terá que se defrontar com ela.
Pense em algum problema real seu, em alguma característica repugnante sua ou de algo inerente a sua vida cotidiana. Algo que pode seguí-lo por um tempo absolutamente indefinido e que foge do seu controle.
Pode ser que acabe amanhã, mas é pouco provável. Algumas evidências mostram que vai durar um bocado...talvez a sua visa inteira. Talvez ainda sobre alguma "herança" para os seus filhos, ou outras pessoas importantes para você.
Como você vive e "carrega" esta cruz ao mesmo tempo em que preza o prazer e a busca pela paz interior e o que se pode chamar de felicidade, já que a sua vida é intrasferível e única ( pelo menos dentro do permite nossa memória e consciência)?
O que você faz com isto? Você suporta apenas ou cria mecanismos para defender esta provação, já que sem defesas fortes internas, é provável que você sucumbisse?
Suportaria, mas com o tempo criaria mecanismo de defesa.
Que pensamento mórbido é esse, apo!
Re: Exercício
Enviado: 11 Jun 2008, 20:11
por Apo
Pode ser mórbido, sim e pode realista como aquela tia chata e ranzinza que seu pai trouxe para morar indefinidamente com a família. Se você tiver mais de 18 anos, ainda pode pensar em fugir. Mas com 8 é difícil.
Na verdade, não quero citar mais exemplos, pois cada um que exercite aquilo que imagina como grande dificuldade e o quão pode ser assustador ter que suportar. Eu queria mexer com hipocrisias e pimentas nos olhos dos outros. A negação é sempre a melhor saída para quem nem sonha o que é uma situação extrema ( cada um nos seus limites ).
Re: Exercício
Enviado: 11 Jun 2008, 20:18
por francioalmeida
Vamos ver... Coisa como sofrimento angustiante?
Eu não sei, mas acho que nada comigo duraria muito tempo, a ponto de ficar martelando por dez anos, tanto tempo me faria se adaptar a angustia.
Re: Exercício
Enviado: 11 Jun 2008, 20:35
por Apo
francioalmeida escreveu:Vamos ver... Coisa como sofrimento angustiante?
Eu não sei, mas acho que nada comigo duraria muito tempo, a ponto de ficar martelando por dez anos, tanto tempo me faria se adaptar a angustia.
É...coisas angustiantes ou para as quais você percebe que não estava mesmo preparado e jamais estará. Aquilo vai te deprimir, te atrapalhar, de azucrinar e te empatar um monte de coisas que você poderia, desejaria ou precisaria muito fazer. Algo que fosse uma pedra considerável naquela sua idéia de felicidade ( o prazer é o sentido da vida, não tem jeito).
Re: Exercício
Enviado: 11 Jun 2008, 20:43
por francioalmeida
Só em pensar já estou angustiado.
Pensando num extremo, é como ser soropositivo assintomático, como uma reportagem que eu ví de crianças que nasceram infectadas e agora estão com 18, 20 anos e não manifestaram a doênça. Só em saber que é incurável, já dá uma forte angustia, mas acredito que a convivência com isso faz agente se adaptar.
Re: Exercício
Enviado: 11 Jun 2008, 20:49
por Apo
francioalmeida escreveu:Só em pensar já estou angustiado.
Pensando num extremo, é como ser soropositivo assintomático, como uma reportagem que eu ví de crianças que nasceram infectadas e agora estão com 18, 20 anos e não manifestaram a doênça. Só em saber que é incurável, já dá uma forte angustia, mas acredito que a convivência com isso faz agente se adaptar.
É, este é apenas um exemplo. Mas não esqueça dos sentimentos e conseqüências diretas e indiretas disto diariamente.
Também pense que alguém que depende de você pode não contar mais com você amanhã, ou que esta pessoa vai ficar sugando a sua vida por longos anos.
E pense na culpa por você não conseguir dar conta do recado ( enviado pelo diviníssimo ou não).
Estas questões reais na vida de uma grande parcela da humanidade em algum momento da vida, são negadas quando estamos relativamente tranqüilos e bem. Costumos minimizar ou até menosprezar quem tem algum revés destes, como se nos sentíssemos a salvo, ou superiores, ou mais abençoados...
Re: Exercício
Enviado: 11 Jun 2008, 21:18
por francioalmeida
Apo escreveu:francioalmeida escreveu:Só em pensar já estou angustiado.
Pensando num extremo, é como ser soropositivo assintomático, como uma reportagem que eu ví de crianças que nasceram infectadas e agora estão com 18, 20 anos e não manifestaram a doênça. Só em saber que é incurável, já dá uma forte angustia, mas acredito que a convivência com isso faz agente se adaptar.
É, este é apenas um exemplo. Mas não esqueça dos sentimentos e conseqüências diretas e indiretas disto diariamente.
Também pense que alguém que depende de você pode não contar mais com você amanhã, ou que esta pessoa vai ficar sugando a sua vida por longos anos.
E pense na culpa por você não conseguir dar conta do recado ( enviado pelo diviníssimo ou não).
Estas questões reais na vida de uma grande parcela da humanidade em algum momento da vida, são negadas quando estamos relativamente tranqüilos e bem. Costumos minimizar ou até menosprezar quem tem algum revés destes, como se nos sentíssemos a salvo, ou superiores, ou mais abençoados...
Lembro-me que quando criança, 9 ou 10 anos, fiquei pertubado quando parei pra pensar que todos morreriam um dia, inclusive eu, talvez sentiria dor, muita dor e sofreria, isso me inquietava muito quando parava pra pensar no assunto. Agora parece ser mais aceitável. Não que tanto faça para mim morrer ou viver, claro que quero viver e muito, mas a questão soa como algo natural, foi uma adaptação.
Olhar um sofrimento alheio, por algum motivo nos deixa distinto, mas não indiferente.
Re: Exercício
Enviado: 11 Jun 2008, 21:22
por Apo
francioalmeida escreveu:Apo escreveu:francioalmeida escreveu:Só em pensar já estou angustiado.
Pensando num extremo, é como ser soropositivo assintomático, como uma reportagem que eu ví de crianças que nasceram infectadas e agora estão com 18, 20 anos e não manifestaram a doênça. Só em saber que é incurável, já dá uma forte angustia, mas acredito que a convivência com isso faz agente se adaptar.
É, este é apenas um exemplo. Mas não esqueça dos sentimentos e conseqüências diretas e indiretas disto diariamente.
Também pense que alguém que depende de você pode não contar mais com você amanhã, ou que esta pessoa vai ficar sugando a sua vida por longos anos.
E pense na culpa por você não conseguir dar conta do recado ( enviado pelo diviníssimo ou não).
Estas questões reais na vida de uma grande parcela da humanidade em algum momento da vida, são negadas quando estamos relativamente tranqüilos e bem. Costumos minimizar ou até menosprezar quem tem algum revés destes, como se nos sentíssemos a salvo, ou superiores, ou mais abençoados...
Lembro-me que quando criança, 9 ou 10 anos, fiquei pertubado quando parei pra pensar que todos morreriam um dia, inclusive eu, talvez sentiria dor, muita dor e sofreria, isso me inquietava muito quando parava pra pensar no assunto. Agora parece ser mais aceitável. Não que tanto faça para mim morrer ou viver, claro que quero viver e muito, mas a questão soa como algo natural, foi uma adaptação.
Olhar um sofrimento alheio, por algum motivo nos deixa distinto, mas não indiferente.
Quanto mais a vida passa, mais complexidade vai-se agregando a estes pensamentos. Mas acontecem coisas aparentamente paradoxais: por um lado você empatiza mais com a dor alheia, com a dor do filho, com o medo de ser o "próximo da lista" ( coisas que a adolescência por exemplo, não permite que se pense). Por outro lado, você perde medos primitivos e passa a ser mais egoísta e centrado na sua segurança e na dos seus.
Re: Exercício
Enviado: 11 Jun 2008, 21:31
por francioalmeida
Apo escreveu:francioalmeida escreveu:Apo escreveu:francioalmeida escreveu:Só em pensar já estou angustiado.
Pensando num extremo, é como ser soropositivo assintomático, como uma reportagem que eu ví de crianças que nasceram infectadas e agora estão com 18, 20 anos e não manifestaram a doênça. Só em saber que é incurável, já dá uma forte angustia, mas acredito que a convivência com isso faz agente se adaptar.
É, este é apenas um exemplo. Mas não esqueça dos sentimentos e conseqüências diretas e indiretas disto diariamente.
Também pense que alguém que depende de você pode não contar mais com você amanhã, ou que esta pessoa vai ficar sugando a sua vida por longos anos.
E pense na culpa por você não conseguir dar conta do recado ( enviado pelo diviníssimo ou não).
Estas questões reais na vida de uma grande parcela da humanidade em algum momento da vida, são negadas quando estamos relativamente tranqüilos e bem. Costumos minimizar ou até menosprezar quem tem algum revés destes, como se nos sentíssemos a salvo, ou superiores, ou mais abençoados...
Lembro-me que quando criança, 9 ou 10 anos, fiquei pertubado quando parei pra pensar que todos morreriam um dia, inclusive eu, talvez sentiria dor, muita dor e sofreria, isso me inquietava muito quando parava pra pensar no assunto. Agora parece ser mais aceitável. Não que tanto faça para mim morrer ou viver, claro que quero viver e muito, mas a questão soa como algo natural, foi uma adaptação.
Olhar um sofrimento alheio, por algum motivo nos deixa distinto, mas não indiferente.
Quanto mais a vida passa, mais complexidade vai-se agregando a estes pensamentos. Mas acontecem coisas aparentamente paradoxais: por um lado você empatiza mais com a dor alheia, com a dor do filho, com o medo de ser o "próximo da lista" ( coisas que a adolescência por exemplo, não permite que se pense). Por outro lado, você perde medos primitivos e passa a ser mais egoísta e centrado na sua segurança e na dos seus.
Isso parece um círculo natural.
Talvez, quando jovem, para conquistar um espaço a "segurança" não seja primordial, o risco é bem vindo. Com o tempo as conquistas precisam ser mantida e o risco não vale a pena. Isso acentua-se muito quando se tem filho.
Re: Exercício
Enviado: 11 Jun 2008, 22:21
por Márcio
Apo escreveu:Você odeia alguma coisa e não pode se ver livre dela. Esqueça o livre-arbítrio aqui.
Imagine qualquer coisa realmente suportável apenas como se aquela fosse a última vez e graças a deus você nunca mais terá que se defrontar com ela.
Pense em algum problema real seu, em alguma característica repugnante sua ou de algo inerente a sua vida cotidiana. Algo que pode seguí-lo por um tempo absolutamente indefinido e que foge do seu controle.
Pode ser que acabe amanhã, mas é pouco provável. Algumas evidências mostram que vai durar um bocado...talvez a sua visa inteira. Talvez ainda sobre alguma "herança" para os seus filhos, ou outras pessoas importantes para você.
Como você vive e "carrega" esta cruz ao mesmo tempo em que preza o prazer e a busca pela paz interior e o que se pode chamar de felicidade, já que a sua vida é intrasferível e única ( pelo menos dentro do permite nossa memória e consciência)?
O que você faz com isto? Você suporta apenas ou cria mecanismos para defender esta provação, já que sem defesas fortes internas, é provável que você sucumbisse?
Nunca convivi com tal tormento extremo, houveram momentos ruins, situações que me deixaram realmente infeliz, mas tudo passou e não chegou a durar demasiado.
A única coisa que parece me incomodar agora é o fato de olhar para o espelho e ver mudanças que não gostaria, ter que lidar com as limitações que vão se acentuando aos poucos, sentir o meu tempo passando tão rápido.
Ver que acabo sendo derrotado por instintos que me dominam, me forçam à ações automáticas diante de situações onde deveria agir com a razão.
Eu não posso fugir de mim mesmo, não posso derrotar o tempo.
Essa talvez seja a minha cruz agora, lutar comigo mesmo.
Re: Exercício
Enviado: 11 Jun 2008, 22:42
por Apo
francioalmeida escreveu:Apo escreveu:francioalmeida escreveu:Apo escreveu:francioalmeida escreveu:Só em pensar já estou angustiado.
Pensando num extremo, é como ser soropositivo assintomático, como uma reportagem que eu ví de crianças que nasceram infectadas e agora estão com 18, 20 anos e não manifestaram a doênça. Só em saber que é incurável, já dá uma forte angustia, mas acredito que a convivência com isso faz agente se adaptar.
É, este é apenas um exemplo. Mas não esqueça dos sentimentos e conseqüências diretas e indiretas disto diariamente.
Também pense que alguém que depende de você pode não contar mais com você amanhã, ou que esta pessoa vai ficar sugando a sua vida por longos anos.
E pense na culpa por você não conseguir dar conta do recado ( enviado pelo diviníssimo ou não).
Estas questões reais na vida de uma grande parcela da humanidade em algum momento da vida, são negadas quando estamos relativamente tranqüilos e bem. Costumos minimizar ou até menosprezar quem tem algum revés destes, como se nos sentíssemos a salvo, ou superiores, ou mais abençoados...
Lembro-me que quando criança, 9 ou 10 anos, fiquei pertubado quando parei pra pensar que todos morreriam um dia, inclusive eu, talvez sentiria dor, muita dor e sofreria, isso me inquietava muito quando parava pra pensar no assunto. Agora parece ser mais aceitável. Não que tanto faça para mim morrer ou viver, claro que quero viver e muito, mas a questão soa como algo natural, foi uma adaptação.
Olhar um sofrimento alheio, por algum motivo nos deixa distinto, mas não indiferente.
Quanto mais a vida passa, mais complexidade vai-se agregando a estes pensamentos. Mas acontecem coisas aparentamente paradoxais: por um lado você empatiza mais com a dor alheia, com a dor do filho, com o medo de ser o "próximo da lista" ( coisas que a adolescência por exemplo, não permite que se pense). Por outro lado, você perde medos primitivos e passa a ser mais egoísta e centrado na sua segurança e na dos seus.
Isso parece um círculo natural.
Talvez, quando jovem, para conquistar um espaço a "segurança" não seja primordial, o risco é bem vindo. Com o tempo as conquistas precisam ser mantida e o risco não vale a pena. Isso acentua-se muito quando se tem filho.
Sim, natural. Mas dá mais uns anos e tu vai passar a pensar mais ou menos como o Márcio ( vide post dele acima).

Re: Exercício
Enviado: 11 Jun 2008, 22:48
por Apo
Márcio escreveu:Apo escreveu:Você odeia alguma coisa e não pode se ver livre dela. Esqueça o livre-arbítrio aqui.
Imagine qualquer coisa realmente suportável apenas como se aquela fosse a última vez e graças a deus você nunca mais terá que se defrontar com ela.
Pense em algum problema real seu, em alguma característica repugnante sua ou de algo inerente a sua vida cotidiana. Algo que pode seguí-lo por um tempo absolutamente indefinido e que foge do seu controle.
Pode ser que acabe amanhã, mas é pouco provável. Algumas evidências mostram que vai durar um bocado...talvez a sua visa inteira. Talvez ainda sobre alguma "herança" para os seus filhos, ou outras pessoas importantes para você.
Como você vive e "carrega" esta cruz ao mesmo tempo em que preza o prazer e a busca pela paz interior e o que se pode chamar de felicidade, já que a sua vida é intrasferível e única ( pelo menos dentro do permite nossa memória e consciência)?
O que você faz com isto? Você suporta apenas ou cria mecanismos para defender esta provação, já que sem defesas fortes internas, é provável que você sucumbisse?
Nunca convivi com tal tormento extremo, houveram momentos ruins, situações que me deixaram realmente infeliz, mas tudo passou e não chegou a durar demasiado.
A única coisa que parece me incomodar agora é o fato de olhar para o espelho e ver mudanças que não gostaria, ter que lidar com as limitações que vão se acentuando aos poucos, sentir o meu tempo passando tão rápido.
Ver que acabo sendo derrotado por instintos que me dominam, me forçam à ações automáticas diante de situações onde deveria agir com a razão.
Eu não posso fugir de mim mesmo, não posso derrotar o tempo.
Essa talvez seja a minha cruz agora, lutar comigo mesmo.
Bom , eu já convivi, sim. E ainda convivo. Preciso manter distância regulamentar, embora esta distância seja sempre uma linha quase invisível, ou talvez eu apenas pense que ela exista, como defesa mesmo.
Mas este papo de tempo, corpo e idade é um processo doloroso. A derrota chega para todos, por mais que a mente continue querendo sempre nascer de novo.
Mas quando eu fiz o tópico, pensei naquelas questões de abortar ou não ( já tendo se consumado a fecundação, e havendo impossibilidades reais de um futuro obscuro e doloroso). Pensei em situações de convívio obrigatório. Convívio pessoal e com o poder. Coisas que vão chegando a um limite de coexistência, mas que parecem não ter fim. E às vezes não têm mesmo, pelo menos em vida ou em tempo hábil para ser feliz.
Re: Exercício
Enviado: 12 Jun 2008, 13:12
por francioalmeida
Apo escreveu:francioalmeida escreveu:Apo escreveu:francioalmeida escreveu:Apo escreveu:francioalmeida escreveu:Só em pensar já estou angustiado.
Pensando num extremo, é como ser soropositivo assintomático, como uma reportagem que eu ví de crianças que nasceram infectadas e agora estão com 18, 20 anos e não manifestaram a doênça. Só em saber que é incurável, já dá uma forte angustia, mas acredito que a convivência com isso faz agente se adaptar.
É, este é apenas um exemplo. Mas não esqueça dos sentimentos e conseqüências diretas e indiretas disto diariamente.
Também pense que alguém que depende de você pode não contar mais com você amanhã, ou que esta pessoa vai ficar sugando a sua vida por longos anos.
E pense na culpa por você não conseguir dar conta do recado ( enviado pelo diviníssimo ou não).
Estas questões reais na vida de uma grande parcela da humanidade em algum momento da vida, são negadas quando estamos relativamente tranqüilos e bem. Costumos minimizar ou até menosprezar quem tem algum revés destes, como se nos sentíssemos a salvo, ou superiores, ou mais abençoados...
Lembro-me que quando criança, 9 ou 10 anos, fiquei pertubado quando parei pra pensar que todos morreriam um dia, inclusive eu, talvez sentiria dor, muita dor e sofreria, isso me inquietava muito quando parava pra pensar no assunto. Agora parece ser mais aceitável. Não que tanto faça para mim morrer ou viver, claro que quero viver e muito, mas a questão soa como algo natural, foi uma adaptação.
Olhar um sofrimento alheio, por algum motivo nos deixa distinto, mas não indiferente.
Quanto mais a vida passa, mais complexidade vai-se agregando a estes pensamentos. Mas acontecem coisas aparentamente paradoxais: por um lado você empatiza mais com a dor alheia, com a dor do filho, com o medo de ser o "próximo da lista" ( coisas que a adolescência por exemplo, não permite que se pense). Por outro lado, você perde medos primitivos e passa a ser mais egoísta e centrado na sua segurança e na dos seus.
Isso parece um círculo natural.
Talvez, quando jovem, para conquistar um espaço a "segurança" não seja primordial, o risco é bem vindo. Com o tempo as conquistas precisam ser mantida e o risco não vale a pena. Isso acentua-se muito quando se tem filho.
Sim, natural. Mas dá mais uns anos e tu vai passar a pensar mais ou menos como o Márcio ( vide post dele acima).

Falta muitos anos ainda pro garotão aqui!

Re: Exercício
Enviado: 12 Jun 2008, 20:13
por Fenrir
Lutaria contra.
Mas nao poderia deixar de evitar de sentir medo pela possibilidade de toda a luta ser em vao...
Mas ao menos tentaria. Usaria a teimosia como arma.
Se, ao contrario, nao fizesse nada, julgaria a mim mesmo um fraco e ai conseguiria piorar tudo, por pior que ja estivesse!