Entrevista com John McCain

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O ENCOSTO
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Entrevista com John McCain

Mensagem por O ENCOSTO »

O candidato republicano à Presidência dos Estados Unidos, senador John McCain, 71 anos, disse que pretende acabar com os impostos sobre a importação de etanol brasileiro, em entrevista exclusiva ao Jornal do Brasil. Outra proposta é barrar os subsídios agrícolas à produção interna, que beneficiam somente os grandes produtores, de acordo com a opinião dele.

No cenário político internacional, o republicano aposta na criação de um grupo - como o G8 - somente entre potências econômicas democráticas, que teria a participação do Brasil, e veta conversas com Cuba e Venezuela. McCain afirmou, ainda, que conhece bem o País: teve duas namoradas brasileiras.

1) Senador, o senhor é a favor das sobretaxas americanas à importação de etanol brasileiro?

"Não! Está claro em minha plataforma que eu apóio o fim da sobretaxa. Nesta questão, pode ter certeza que minha proposta é a de acabar com os impostos sobre as importações de etanol, não apenas do Brasil, mas de outros produtores."

2) O senhor também parece ser contra os subsídios agrícolas, como o pacote recentemente aprovado pelo Congresso. Será isto indicativo de que o senhor está aberto a aceitar a principal reivindicação dos países emergentes nas negociações da Rodada de Doha?

"A Rodada de Doha tem vários aspectos e é uma avenida de mão dupla. Mas, basicamente, na questão dos subsídios agrícolas, acho que minha administração fará grande esforço para acomodar uma solução. E a questão dos produtos agrícolas estará na mesa com muitas chances de um acordo."

3) Nem todos americanos concordam com isso. Acreditam que vai prejudicar os agricultores dos Estados Unidos. Por que o senhor discorda?

"Os subsídios ajudam mesmo os grande produtores de milho. Eles não são os pequenos produtores, as fazendinhas de mamãe e papai. São grandes conglomerados, ganhando subsídios amealhados com os impostos pagos pelo povo americano. E, o que se vê, especialmente agora, é que as famílias estão tendo cada vez mais dificuldades para colocar a comida na mesa. Por que não dar a oportunidade para países agrícolas da América do Sul, da África e do resto do mundo competirem para a venda de seus produtos nos supermercados americanos? A competição fará os preços dos alimentos baixarem."

4) Recentemente o senhor propôs um grupo ¿ como o G8 ¿ só de potências econômicas democratas. E incluiu o Brasil neste conjunto. Não acha que um grupo político multinacional que exclua a China e a Rússia será inexpressivo?

"Você acha que o Brasil é inexpressivo? Ou o Reino Unido, a França, a Itália, a Índia? Estas são potências ¿ muitas delas nucleares ¿ que cada vez mais têm projeção no cenário político mundial. A idéia é fazer países não democráticos perceberem que não podem mais jogar com cartas marcadas, abusar de seus poderes, e ficar impunes num mundo civilizado. Um bloco democrático teria condições de derrubar barreiras alfandegárias, negociar seus produtos livremente, e prosperar. Os que não respeitam os valores democráticos ficariam de fora deste bloco, com prejuízo de suas economias."

5) O senhor já se disse intransigente com relação a conversas com Cuba e com o presidente venezuelano Hugo Chávez. Mesmo muitos republicanos são à favor de um acomodamento com Cuba. Por que o senhor é contra uma tentativa de diálogo?

"Exatamente porque não são democráticos, não respeitam valores de liberdade, são hostis e desestabilizam a paz na região. Nunca ouvi uma única frase de Chávez que fosse uma tentativa de diálogo. Ele mesmo não quer conversar. Por que nós deveríamos fazê-lo? E em Cuba, apesar das reformas cosméticas de Raúl Castro, não têm ocorrido reformas democráticas plenas. Aqueles que desejam o fim do embargo e as conversas apaziguadoras com regimes tirânicos, como meu oponente propõe, colocam em risco a segurança americana e dos países livres. Aqueles que defendem fazer negócios com Cuba, como meu oponente, esquecem que existem outros países democráticos oferecendo as mesmas oportunidades de negócios. A cana do Brasil, por exemplo, não é mais cara do que aquela produzida em Cuba. Nem as praias e hotéis brasileiros são piores e mais caros."

6) E, nesta mesma linha, o senhor também pretende jogar mais duro com, por exemplo, a Arábia Saudita, onde o regime é uma monarquia autoritária, mas tem petróleo que os Estados Unidos desesperadamente necessitam?

"Minha proposta é a de acabar com a dependência americana das fontes externas de energia. A auto-suficiência envolverá novas prospecções em território nacional, muito investimento em tecnologias alternativas de energia, mudança nos padrões de consumo ¿ onde se inclui o maior uso de biocombustíveis ¿ e abertura de mercado para produtores que sejam aliados democráticos dos Estados Unidos. Deste modo, acho que poderíamos entrar em outros patamares de conversas com os sauditas. Mesmo porque, meu amigo, eles não têm se mostrado muito simpáticos quanto ao aumento de sua produção de petróleo para o barateamento de preços."

7) Por fim, senador, esclareça algumas dúvidas que estão nas cabeças do Brasil: a sua ex-namorada brasileira foi conquistada no Rio, na Virgínia, ou foram duas em locais diferentes? Pelo que parece, o senhor teve um amor tórrido, mas passageiro, numa estada carioca. E outro, mais prolongado, com uma "dançarina exótica", que trabalhava num show burlesco em Washington, quando o senhor era estudante em Annapolis. Qual suposição é a verdadeira?

"A última (risos). Eu era muito namorador. Foram duas brasileiras: a "dançarina exótica", nos tempos da Academia Naval. E a do Rio de Janeiro no final dos anos 50. Como você vê, meu amigo, eu gosto dos brasileiros (risos)."

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O ENCOSTO


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King In Crimson
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Re: Entrevista com John McCain

Mensagem por King In Crimson »

Gostei muito das idéia do senador.

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Amenemés
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Re: Entrevista com John McCain

Mensagem por Amenemés »

Talvez sua eleição fosse ruim, de modo geral, para o mundo e para o Oriente Médio principalmente. Mas seria bom para o Brasil...

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DIG
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Re: Entrevista com John McCain

Mensagem por DIG »

Brasil no G8...que pirado

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rapha...
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Re: Entrevista com John McCain

Mensagem por rapha... »

DIG escreveu:Brasil no G8...que pirado


Realmente, muito pirado.

Quem disse uma coisa dessas?

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Apáte
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Re: Entrevista com John McCain

Mensagem por Apáte »

Eu tinha um certo pé atrás com este cara, mas agora ele conquistou muito crédito comigo.

Amenemés escreveu:Talvez sua eleição fosse ruim, de modo geral, para o mundo e para o Oriente Médio principalmente. Mas seria bom para o Brasil...

Por que raios seria ruim para de modo geral?

Para o Oriente Médio, fazê-los com que se adaptem à democracia seria uma grande vitória.
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