Religião é Veneno

Muitos filosofos e Democrito e o Academico Xenocrates estao entre os que consideraram que o pensar em fazer uma ma acao equivale a cometer a ma acao.
Um dito de espirito cristao, embora Democrito e Xenocrates nao fossem cristaos.

Ando refletindo sobre se isto esta ou nao correto e gostaria que os colegas
opinassem, se lhes interessar.

Acho que nao esta correto.

Nao sei bulhufas de direito, mas um dos principios do mesmo nao e que as penas aplicadas devem ser proporcionais a gravidade do delito cometido?
Se, por exemplo, o pensar em matar alguem e o assassinato de uma pessoa nao tem, obviamente, as mesmas consequencias, logo nao tem a mesma gravidade e nao seriam passiveis da mesma pena. Nao e assim?

Entao como dizer que o pensar A e o executar A sao equivalentes?

Sequer faria sentido aplicar alguma punicao ao primeiro caso, ou faria?
Suponha que fosse possivel ler a mente de A e se certificar que A pensa em matar B
Seria razoavel punir A de alguma forma, mesmo que o que A pensou
jamais se concretizasse, mas continuasse a ser sempre uma possibilidade?

Ja que nao e possivel ler ou entrar na mente de outrem, logo nao se coloca
a questao de pensar ou nao pensar em matar, se nao ha assassinato. Seria irrelevante, nao?

Por um outro lado, se o assassinato se concretiza, as motivacoes do assassino
passam a ter importancia para o caso e embora nao se possa ler a mente dele, pode se procurar sempre por indicios que lancem alguma luz sobre o que ele pensou antes e durante o ato.

Assim, se a acao acompanha um pensamento, o pensamento tem relevancia.
Se nao ha acao alguma, o pensamento e irrelevante.

Logo, pensar o mal e fazer o mal nao se equivalem.

Concordam ou discordam disso?

Acham que e perda de tempo? bobagem? por demais elementar? ou serviria a alguma discussao proveitosa?

Não deve-se dar tanta importância assim ao que disseram ou dizem alguns filósofos. A maior parte é romantismo, lugar-comum e pode ser usada por qualquer EMO ou adolescente em formação como se fossem uma grande descoberta!

Evidente que se alguém faz o mal, o pensar antecipou-se à ação. Então, pensar e fazer seriam 2 crimes a serem julgados cumulativamente.

Mais evidente ainda é que o ser humano pensa em tudo que possa ser passível de julgamento moral dentro de sua ambiguidade inata: o bem e o mal, que se contrapõe inerentemente. Se pensar o bem é considerado bom, é porque há a possibilidade de pensarmos o mal.
O que isto tem a ver com ações consideradas corretas e não corretas? Nada. Enquanto pensamento são o livre exercício da natureza instintiva humana e sua capacidade de desejar, fantasiar, imaginar, projetar e até planejar. Passar à ação é outro passo, mesmo que a linha divisória seja sutil.

Apo escreveu:Não deve-se dar tanta importância assim ao que disseram ou dizem alguns filósofos. A maior parte é romantismo, lugar-comum e pode ser usada por qualquer EMO ou adolescente em formação como se fossem uma grande descoberta!

Evidente que se alguém faz o mal, o pensar antecipou-se à ação. Então, pensar e fazer seriam 2 crimes a serem julgados cumulativamente.

Mais evidente ainda é que o ser humano pensa em tudo que possa ser passível de julgamento moral dentro de sua ambiguidade inata: o bem e o mal, que se contrapõe inerentemente. Se pensar o bem é considerado bom, é porque há a possibilidade de pensarmos o mal.
O que isto tem a ver com ações consideradas corretas e não corretas? Nada. Enquanto pensamento são o livre exercício da natureza instintiva humana e sua capacidade de desejar, fantasiar, imaginar, projetar e até planejar. Passar à ação é outro passo, mesmo que a linha divisória seja sutil.

EMO... sai, capeta!

Certo, mas e quanto a isto?

Fenrir escreveu:Suponha que fosse possivel ler a mente de A e se certificar que A pensa em matar B
Seria razoavel punir A de alguma forma, mesmo que o que A pensou
jamais se concretizasse, mas continuasse a ser sempre uma possibilidade?

Creio que seja interessante discutir, ainda que a situacao nunca ocorra na pratica.

Se todos lessem as mentes, talvez esta capacidade evolutiva não nos tivesse trazido ao ponto em que estamos com nosso potencial moral ou ético. Seria de outra forma, visto que estabelecemos regras e leis defensivas porque não está escrito na mente de ninguém as suas intenções.

Mas se pudéssemos, agora, de repente, inventar um jeito de ler pensamentos, seria como prever que algum maluco ( pois já sabemos que ele é capaz) possa trazer algum risco potencial. Mas como punir pelo pensamento, se a ação não foi concretizada e se todos pensam em fazer o mal vez por outra?

O que seria considerado potencialmente letal e o que não seria, já que o fluxo do pensamento é regido também por intercorrências incontinentes de nossa psiqué? Não haveria como punir, porque não há parâmetro para julgar sob estes critérios fugazes.

Poderia haver alguma espécie de espionagem para impedir que o sujeito consumasse o ato? Por quanto tempo? Não vejo probabilidade alguma deste tipo de punição.