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TEORIA DA EVOLUÇÃO COMPLETA 150 ANOS

Enviado: 01 Jul 2008, 12:34
por O ENCOSTO
Teoria de Darwin completa 150 anos

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Charles Darwin tinha a teoria da seleção natural quase pronta desde 1838, mas somente em 1º de julho de 1858, ao lado de Alfred Russell Wallace, resolveu apresentá-la. Entretanto, naquele dia, na Sociedade Linneana de Londres, sua tese revolucionária passou despercebida.

"Praticamente ninguém se interessou", explicou Juan Moreno, professor de pesquisa do Conselho Superior de Pesquisas Científicas (CSIC, na sigla em espanhol) no departamento de Ecologia Evolutiva do Museu Nacional de Ciências Naturais. Assim, há 150 anos, esta primeira tomada de contato "teve uma difusão tão pequena como quase todas as publicações científicas atuais". "Os especialistas não estavam nessa onda" e não levaram a sério uma proposta que era "profundamente materialista, antiteológica", algo que rompia com a teologia natural do momento.

Quando estudou em Cambridge, Darwin (1809-1882) também era um crente, mas ao chegar à América Latina no barco Beagle em 1831 e comprovar a diversidade das espécies "viu como a teoria de um desenho divino rachava por todas partes", afirma Moreno. "Sua visão científica e sua aceitação de uma visão materialista da história da vida o transformaram em um agnóstico", disse o especialista.

"O mecanismo da seleção natural era um mecanismo com uma enorme cobertura de sofrimento e morte para muitíssimos organismos. Como podia ser desenhada por um ser benévolo? Na natureza, os organismos estão continuamente buscando recursos e se eliminando uns aos outros", explica o professor.

Por isso, ao chegar à Inglaterra, expor sua teoria requeria uma sólida argumentação. Darwin "queria elaborar um livro muito extenso sobre esta teoria, mas o foi retardando até o ponto que só tinha preparado um breve ensaio, em 1844, que resumia sua teoria e que ele deixou como testamento caso ele morresse", explica. "Não acho que Darwin tivesse medo da recepção. Isso é um mito. Talvez sim nos anos 30 e 40. Sua reticência em publicar era porque muitos eruditos são compulsivos e (ele) queria recolher ainda mais dados", segundo Thomas Glick, historiador e especialista em Darwin.

Em entrevista em Boston, Glick afirmou que "para conceber uma teoria tão sintética, que cobre todo o mundo orgânico, é preciso viajar para muitos lugares e ver muitos organismos", e isso foi o que estendeu sua publicação. "Era mais cautela científica e política do que medo, na verdade", comentou.

Mas em 1858, seu colega Wallace chegou a conclusões muito similares na Malásia e isso antecipou o artigo intitulado "Sobre a tendência das espécies de formarem variedades". "Fez-se este acordo de publicá-lo conjuntamente para que Wallace não tivesse a prioridade", afirma Moreno.

Wallace tinha um enfoque substancialmente diferente. "A idéia da seleção entre indivíduos de uma mesma população é puramente de Darwin. Wallace pensava que era uma questão de que a variedade mais bem-sucedida seria a que suplantaria a outras, por isso que as espécies acabariam se modificando", completou Moreno.

A contribuição fundamental de Darwin era, então, alheia a Wallace, já que para Darwin, autor de A origem das espécies, "a competição existia o tempo todo". Darwin foi o que obteve êxito com seu livro, que foi publicado em novembro de 1859 e esgotou em seu primeiro dia de venda ao público.

Moreno explica que "o que fez com que (a obra) fosse tão impactante foi que apresentava muitíssima informação. Se antecipa aos críticos em muitos casos e apresenta muito bem seus argumentos". Darwin tinha escrito ao botânico Henslow para expressar sua fascinação pelos Andes e, no museu Francisco Mazzoni de Maldonado, no Uruguai, se conserva uma banheira com encosto que, supostamente, utilizou durante dez semanas, de 29 de abril a 8 de julho de 1833.

Darwin, além disso, "embora rara vez se envolvesse politicamente", posicionou-se a favor da abolição de escravos no Brasil. "Escrevia a sua irmã e a pessoas da Nova Inglaterra antes e durante a Guerra Civil. Esperava ver algum dia uma revolução dos negros brasileiros contra os europeus ao estilo da revolução dos escravos no Haiti", lembra Glick.

Re: TEORIA DA EVOLUÇÃO COMPLETA 150 ANOS

Enviado: 01 Jul 2008, 13:22
por Suyndara
Pois é...

Posso contar nos dedos os criacionistas que leram "A Origem das Espécies" :emoticon26: :emoticon26:

E olha que já se passaram 15 anos...

Re: TEORIA DA EVOLUÇÃO COMPLETA 150 ANOS

Enviado: 01 Jul 2008, 13:50
por DIG
[criacionista]POIS EH!11JAH SI PAÇARAN 150 ANUZI EÇA TEORIA AIMDA EH SOH 1 TEEEEOOORIAAA,NAUM EH FATU, NAUM EH LEI1111111[/criacionista]


Posso contar nos dedos os criacionistas que leram "A Origem das Espécies" :emoticon26: :emoticon26:



Dedos? Eu nunca vi mas nem sombra de um desses :emoticon28:

Re: TEORIA DA EVOLUÇÃO COMPLETA 150 ANOS

Enviado: 01 Jul 2008, 14:34
por Anna
E ainda tem gente que afirma q ele era racista e que foi o criador do darwinismosocial, ai, ai, ai... :emoticon8:

Re: TEORIA DA EVOLUÇÃO COMPLETA 150 ANOS

Enviado: 01 Jul 2008, 16:00
por Fenrir
Anna escreveu:E ainda tem gente que afirma q ele era racista e que foi o criador do darwinismosocial, ai, ai, ai... :emoticon8:


adHominem

Enquanto isso, prosseguem esbravejando sem ter lido uma so linha do que ele escreveu, como bem disse a Suyndara

Re: TEORIA DA EVOLUÇÃO COMPLETA 150 ANOS

Enviado: 02 Jul 2008, 07:25
por Fernando Silva
Ou inventando historinhas do tipo "Você sabia que Darwin se arrependeu e voltou atrás pouco antes de morrer? "

Re: TEORIA DA EVOLUÇÃO COMPLETA 150 ANOS

Enviado: 02 Jul 2008, 07:27
por Fernando Silva
"O Globo" 01/07/08
Deus sai de cena
Roberta Jansen

Fundamentalistas ainda resistem à revolução que há 150 anos separou fé e ciência

Quando a Teoria da Evolução foi apresentada há exatos 150 anos ela não só ofereceu uma explicação científica comprovável para a evolução das espécies, incluindo aí a humana. Ela também baniu o sobrenatural das ciências naturais, reduzindo, consideravelmente, o poder das religiões nos assuntos terrenos. Na análise de especialistas, essa é a principal explicação para o fato de a evolução ser uma das únicas teorias científicas questionadas até hoje por uma parcela pequena, mas significativa da população, formada basicamente por fundamentalistas cristãos e muçulmanos. Cientistas acreditam, no entanto, que o criacionismo tende a arrefecer.

Não há questionamentos, por exemplo, sobre as teorias da relatividade, do Big Bang ou da mecânica quântica. Mas a idéia de Charles Darwin de que o homem é diretamente ligado aos outros animais e descende de um ancestral comum ao dos macacos é freqüentemente rejeitada, seja na forma do criacionismo mais tradicional ou do seu primo pseudocientífico mais recente, o design inteligente.

Como afirmou o professor de genética Steve Jones, da University College, de Londres, ao jornal “The Guardian”: “Quando eu pergunto (a alunos que questionam Darwin) se eles acreditam nas leis da hereditariedade de Mendel, eles respondem que sim, claro. E na existência do DNA? De novo, sim. E nas mutações genéticas? Sim. Na disseminação da resistência a inseticidas? Sim. Na divergência de populações isoladas em ilhas? Sim. E vocês aceitam que 98% do DNA de humanos e chimpanzés é comum? Sim. Então, o que há de errado com a seleção natural? É uma mentira, eles respondem. É simplesmente incrível.” — Até o século XIX, a teologia oferecia respostas para fenômenos naturais válidas até mesmo para a comunidade científica — resume a bióloga Maria Isabel Landim, da USP, uma das curadoras da exposição de Darwin no Brasil. — Quando a Teoria da Evolução bane de vez a necessidade do sobrenatural para explicar o mundo natural, de fato ocorre uma perda de poder muito grande por parte das religiões e acho que esse é o medo.

Além disso, continua a especialista, a questão se estende para o campo da moral.

— Uma das idéias das religiões é ser o bastião da moral e dos bons costumes — resume a bióloga. — E quando a Teoria da Evolução mostra que a moral é também um resultado de leis naturais, que para viver em sociedade precisamos ter certas regras, isso representa uma ameaça muito grande ao poder das religiões.

O criacionismo mais tradicional sempre questionou a Teoria da Evolução, mas ao se travestir de design inteligente a partir da década de 90, tornou-se ainda mais pernicioso por se definir como uma tese científica de peso equivalente à de Darwin e tentar refutar o evolucionismo.

— Sempre existiram pessoas insatisfeitas com a visão fornecida pela evolução, mas nos últimos 20 anos os movimentos criacionistas ganharam um vulto maior — afirma o biólogo Cristiano Moreira, também curador da exposição de Darwin no Brasil. — O que antigamente era apenas um argumento filosófico, hoje é um argumento mascarado de científico. E o que é pior: que tenta estender essa influência a áreas da ciência, sobretudo no ensino.

Para se equiparar à Teoria da Evolução, o design inteligente (que defende a idéia de que Deus seria o grande projetista do Universo) usa como um de seus principais argumentos a idéia falaciosa de que o evolucionismo “é apenas mais uma teoria”, sem comprovação científica. Ocorre que teoria, no linguajar científico, tem um significado diferente daquele do uso cotidiano: é aquela que passou por todos os testes possíveis e foi corroborada.

— Fato, em ciência, é aquilo que observamos, como a chuva, o pulo de um peixe — explica Moreira. — Em cima dos fatos, desenvolvemos hipóteses sobre por que choveu ou por que o animal pulou. A partir dessas hipóteses, elaboramos testes para corroborar e também para refutar as idéias.

Vale ressaltar que o que, em tese, não pode ser refutado não pode ser considerado uma questão científica. É por isso que Deus não pode ser colocado em teste cientificamente (tampouco o design inteligente)