Estudo sobre a Onisciência
Enviado: 15 Jul 2008, 14:57
A história da humanidade sempre falou, desde seus períodos mais elementares, na existência dos deuses, seres supremos, poli ou uniexistentes. Entidades de extremo poder, infinito poder, oniscientes, onipresentes e onipotentes.
Aliás, esta famosa tríade teológica, convenhamos, não passa de um majestoso pleonasmo, talvez utilizado por religiosos para justamente elevar seus deuses a um patamar ainda acima de um patamar já máximo. Afinal, se um é onisciente, este de tudo possui conhecimento, inclusive do tempo e do espaço, o que o faz onipresente. E assim, se tudo conhece, também tudo pode, o que automaticamente o faz também onipotente. Se formos adiante neste raciocínio, logo perceberemos que bastaria uma destas três palavras para denominar este apotegma ideológico.
Mas como definir, então, a Onisciência? De forma lacônica e pouco profunda, seria a ciência de tudo, o conhecimento infinito, o que de fato, inicialmente, parece bastante plausível para a concepção de um ente supremo. Mas deixemos de pensar em um Deus e criemos um outro ser, imaginário, ao qual se aplique este mesmo, sonoro adjetivo da onisciência. Como agiria, de fato, este ser cuja ciência é inquestionável e que nada dele é oculto?
Antes de responder à isto, perguntemos; por quê, afinal, o ser humano se mantém vivo? Ora, o Homem desconhece seu futuro, os prazeres e desprazeres dos eventualismos conseguintes, os resultados de suas ações e das ações alheias e assim, ele vive, baseado unicamente em sua curiosidade, que nada mais é do que produto da restrição temporal imposta biologicamente ao indivíduo. Isto colocado, como conceber qualquer forma de ação que seja proveniente da Onisciência?
Nosso ser Onisciente teria conhecimento obviamente pleno, inclusive com relação a fatos temporais. Caso contrário, já não se trataria de Onisciência - qualquer restrição mínima que esta mente possuir virá diretamente a antagonizar este conceito. Que motivos teria então este ser para realizar qualquer tipo de ação? Qualquer realização terá resultado já conhecido, independemente do que for. Qualquer sentimento de prazer, tristeza, felicidade ou depressão - se é que se pode falar em sentimentos relativos a tal forma de existência - seriam inúteis, pois possui conhecimento pleno de toda e qualquer sensação. O Homem também as conhece, é verdade, porém não de forma integral, ou não as buscaria novamente, inifinamente. Apenas as reproduziria em sua mente quando quer que o achasse necessário, possuindo assim pleno controle de uma egopsicologia plenamente voltada para a Vontade humana.
Assim, o Onisciente não teria sequer prazeres psicológicos para os quais viver. Não raciocinaria, pois tudo já sabe. Não utilizaria seus sentidos inúteis para experimentar algo que jamais lhe será novo. Viveria de modo amorfo, estático, inerte, morto. Ou, simplesmente, inexistente. "Ignorância é Força", famoso dito orwelliano utilizado pelo Grande Irmão em "1984", quase faz sentido quando pensamos assim...
FONTE: Duplipensar.net
Abraços,
Aliás, esta famosa tríade teológica, convenhamos, não passa de um majestoso pleonasmo, talvez utilizado por religiosos para justamente elevar seus deuses a um patamar ainda acima de um patamar já máximo. Afinal, se um é onisciente, este de tudo possui conhecimento, inclusive do tempo e do espaço, o que o faz onipresente. E assim, se tudo conhece, também tudo pode, o que automaticamente o faz também onipotente. Se formos adiante neste raciocínio, logo perceberemos que bastaria uma destas três palavras para denominar este apotegma ideológico.
Mas como definir, então, a Onisciência? De forma lacônica e pouco profunda, seria a ciência de tudo, o conhecimento infinito, o que de fato, inicialmente, parece bastante plausível para a concepção de um ente supremo. Mas deixemos de pensar em um Deus e criemos um outro ser, imaginário, ao qual se aplique este mesmo, sonoro adjetivo da onisciência. Como agiria, de fato, este ser cuja ciência é inquestionável e que nada dele é oculto?
Antes de responder à isto, perguntemos; por quê, afinal, o ser humano se mantém vivo? Ora, o Homem desconhece seu futuro, os prazeres e desprazeres dos eventualismos conseguintes, os resultados de suas ações e das ações alheias e assim, ele vive, baseado unicamente em sua curiosidade, que nada mais é do que produto da restrição temporal imposta biologicamente ao indivíduo. Isto colocado, como conceber qualquer forma de ação que seja proveniente da Onisciência?
Nosso ser Onisciente teria conhecimento obviamente pleno, inclusive com relação a fatos temporais. Caso contrário, já não se trataria de Onisciência - qualquer restrição mínima que esta mente possuir virá diretamente a antagonizar este conceito. Que motivos teria então este ser para realizar qualquer tipo de ação? Qualquer realização terá resultado já conhecido, independemente do que for. Qualquer sentimento de prazer, tristeza, felicidade ou depressão - se é que se pode falar em sentimentos relativos a tal forma de existência - seriam inúteis, pois possui conhecimento pleno de toda e qualquer sensação. O Homem também as conhece, é verdade, porém não de forma integral, ou não as buscaria novamente, inifinamente. Apenas as reproduziria em sua mente quando quer que o achasse necessário, possuindo assim pleno controle de uma egopsicologia plenamente voltada para a Vontade humana.
Assim, o Onisciente não teria sequer prazeres psicológicos para os quais viver. Não raciocinaria, pois tudo já sabe. Não utilizaria seus sentidos inúteis para experimentar algo que jamais lhe será novo. Viveria de modo amorfo, estático, inerte, morto. Ou, simplesmente, inexistente. "Ignorância é Força", famoso dito orwelliano utilizado pelo Grande Irmão em "1984", quase faz sentido quando pensamos assim...
FONTE: Duplipensar.net
Abraços,