Os Pilares do Nazismo - Spamtantino
Os Pilares do Nazismo - Spamtantino
Rodrigo Constantino
“Deve ser sempre enfatizado que o nacionalismo econômico é um corolário do estatismo, seja o intervencionismo ou o socialismo.” (Mises)
Muitos historiadores tentaram explicar o surgimento do nazismo de diferentes formas. O enfoque do economista Mises, no entanto, é bastante peculiar, pois mostra como o nazismo foi um filhote da mentalidade estatizante que dominou o mundo na época, e a Alemanha em particular. O prisma econômico de Mises permite uma abordagem transparente, que desfaz uma das maiores inversões já criadas na história: a idéia de que o nazismo é de “direita” e, portanto, oposto ao socialismo e mais próximo do capitalismo. Socialismo, afinal, trata de um sistema econômico de organização da sociedade, defendendo meios públicos de produção, contra o pilar do capitalismo, que é a propriedade privada. Analisando por este ângulo, fica evidente a proximidade entre nazismo e socialismo, ambos totalmente opostos ao capitalismo de livre mercado.
Quando se fala em nazismo, o anti-semitismo é uma das primeiras características que vem à mente. Mises mostra, no entanto, que esse ódio racial foi apenas um pretexto utilizado pelos nazistas, transformando os judeus em bodes expiatórios. Era impossível diferenciar antropologicamente alemães judeus dos não-judeus. Não existem características raciais exclusivamente judaicas, e o “arianismo” não passava de uma ilusão. As leis nazistas de discriminação contra os judeus não tinham ligação com considerações da raça em si. Eles se uniram aos italianos e japoneses, sem ligação alguma com a “supremacia racial nórdica”, enquanto desprezavam os nórdicos que não simpatizavam com seus planos de domínio mundial. Tantas contradições não incomodavam os “arianos”, pois o racismo não era a causa do movimento, e sim um meio político para seus fins.
Tudo aquilo que representava um empecilho no caminho do poder total era considerado “judeu” pelos nazistas. Apesar de os nacionalistas alemães considerarem o bolchevismo uma criação judaica, isso não os impediu de cooperar com os comunistas alemães contra a República de Weimar, ou de treinar seus guardas de elite nos campos de artilharia e aviação russos entre 1923 e 1933. Também não os impediu de costurar um acordo de cumplicidade política e militar com a União Soviética entre 1939 e 1941. Mesmo assim, a opinião pública defende que o nazismo e o bolchevismo são filosofias implacavelmente opostas. O simples fato de que os dois grupos lutaram um contra o outro não prova que suas filosofias e princípios sejam diferentes. Sempre existiram guerras entre pessoas do mesmo credo ou filosofia. Se a meta for a mesma – o poder – então será natural uma colisão entre ambos. O rei Charles V disse uma vez que estava em pleno acordo com seu primo, o rei da França, pois ambos lutavam contra o outro pelo mesmo objetivo: Milão. Hitler e Stalin miravam no mesmo alvo. Ambos desejavam governar a Polônia, a Ucrânia e os estados bálticos. Além disso, disputavam o mesmo tipo de mentalidade, aqueles desesperados que estão dispostos a sacrificar a liberdade em prol de alguma promessa de segurança. Nada mais normal do que um bater de frente com o outro, quando sustentar o acordo mútuo ficou complicado demais. Não devemos esquecer que os socialistas de diferentes credos sempre lutaram uns contra os outros, e isso não os torna menos socialistas. Stalin não virou menos socialista porque brigou com Trotsky.
Os bolcheviques partiram na frente em termos de conquista de poder, e o sucesso militar de Lênin encorajou tanto Mussolini como Hitler. O fascismo italiano e o nazismo alemão adotaram os métodos políticos da União Soviética. Eles importaram da Rússia o sistema de partido único, a posição privilegiada da polícia secreta, a organização de partidos aliados no exterior para lutar contra seus governos locais e praticar sabotagem e espionagem, a execução e prisão os adversários políticos, os campos de concentração, a punição aos familiares de exilados e os métodos de propaganda. Como Mises disse, a questão não é em quais aspectos ambos os sistemas são parecidos, mas sim em quais eles diferem. O nazismo não rejeita o marxismo porque sua meta é o socialismo, e sim porque ele advoga o internacionalismo. Ambos são anticapitalistas e antiliberais, delegando todo o poder ao governo centralizado e planejador. No nazismo, a propriedade privada não foi abolida de jure, mas foi de facto, e os empresários eram nada mais do que “gerentes administrativos”, obedecendo a ordens do governo, que decidia sobre tudo, incluindo alocação de capital e preços exercidos.
Os judeus foram vítimas dos nazistas basicamente por representarem uma minoria que pode ser legalmente definida em termos precisos, o que era tentador numa era de intervencionismo estatal. Os nazistas souberam explorar isso usando os judeus como bodes expiatórios para os males criados pelo sistema econômico inadequado. Existiam aqueles que tentavam justificar o anti-semitismo denunciando os judeus como capitalistas, e existiam outros que culpavam os judeus pelo comunismo. As acusações contraditórias cancelam uma a outra. Com a derrota na primeira Guerra Mundial, o nacionalismo alemão conseguiu sobreviver arrumando um culpado para o fracasso. Os nacionalistas insistiram que eram invencíveis, mas alegaram terem sido sabotados pelos judeus. Se estes fossem eliminados, a vitória seria certa. O uso dessa minoria como bode expiatório serviu para a concentração de poder doméstico, assim como para o apoio de muitos no exterior, pois onde quer que houvesse alguém interessado em se livrar de um competidor judeu, lá poderia estar um apoio ao nazismo. De fato, não foi pequeno o apoio inicial que os nazistas receberam de fora. A humanidade pagou um elevado preço pelo anti-semitismo. Na União Soviética, os pequenos proprietários, os kulaks, exerceram esse papel de minoria culpada pelos males econômicos. Na essência, a tática é a mesma.
Os comunistas alemães abriram o caminho para o nazismo, ajudando a enterrar de vez o liberalismo no país. Os comunistas estavam ansiosos para tomar o poder através da violência. No começo de 1919, eles partiram para batalhas nas ruas de Berlim e conseguiram o controle de boa parte da capital. No final de 1918, a grande maioria da nação estava preparada para defender um governo democrático, segundo Mises. Mas esse choque criado pelos comunistas e marxistas, que se declararam a favor da ditadura do proletariado rejeitando a democracia, gerou enorme descrença no povo. Os alemães ficaram desiludidos com a democracia, sentindo-se enganados, como se o apelo pela democracia fosse apenas um meio de conquistar os tolos. Democracia passou a ser sinônimo de fraude. Os nacionalistas foram rápidos em aproveitar essa mudança de mentalidade. Os métodos marxistas foram usados pelos nacionalistas, que haviam lido Lênin e Bukharin. Um plano para a tomada do poder tinha sido traçado. Em 1919, a escolha política alemã era entre o totalitarismo bolchevique, sob a ditadura de Rosa Luxemburgo e Karl Liebknecht, ou o parlamentarismo. No entanto, os comunistas, apesar de minoria, não estavam dispostos a aceitar a decisão democrática, e o único meio de detê-los era o uso da força. A intervenção militar dos nacionalistas foi vista como única saída por muitos alemães. Os nazistas chegaram ao poder graças à ameaça comunista. Ambos disputavam os mesmos adeptos, já que o liberalismo não era mais uma alternativa após tanta idolatria ao estado.*
É verdade que Hitler conseguiu subsídios das grandes empresas na primeira fase de sua carreira política. Mas ele tomou esse dinheiro como um rei toma o tributo de seus súditos. Se os empresários negassem o que era demandado, Hitler teria os sabotado ou mesmo usado violência. Os empresários preferiram ser reduzidos ao papel de gerentes administrativos sob o nazismo a ser liquidados pelo comunismo no estilo soviético. Não havia uma terceira opção naquele contexto. Tanto a força como o dinheiro eram impotentes contra as idéias, e estas apontavam na direção da estatização da economia. O próprio Hitler concluiu que não era necessário socializar os meios de produção oficialmente. Ele havia socializado os homens! Os empresários alemães contribuíram com parte do avanço nazista, assim como várias outras camadas da nação, incluindo as igrejas, tanto a católica como a protestante. O lamentável fato é que a maioria do povo alemão abraçou o nacional-socialismo.
O cenário catastrófico da economia foi crucial para criar um terreno fértil ao nazismo. Mas o fato de existir uma doença não explica, por si só, a busca por um determinado remédio. Esse remédio é procurado porque o doente acredita que ele pode curá-lo. Logo, o caos econômico na Alemanha só levou ao nazismo porque muitos passaram a acreditar que este era o caminho da salvação. E isso foi uma conseqüência das idéias estatizantes, mercantilistas, que espalharam a falácia de que mais espaço físico e recursos naturais deveriam ser conquistados pelos alemães para garantir o suprimento doméstico e a retomada do crescimento. A inflação que devastou a economia não era vista como resultado das políticas do governo, mas sim como um problema do capitalismo internacional. A mentalidade de guerra, que encara o comércio entre nações como um jogo de perde e ganha, foi fundamental para o crescimento nazista. Poucos compreendiam as vantagens do livre comércio, da divisão internacional de trabalho. Para os males causados pelo intervencionismo estatal, mais estado foi proposto como solução. A ignorância econômica da grande maioria dos alemães foi o que permitiu o avanço do nacionalismo-socialista radical.
Os aspectos fundamentais da ideologia nazista não diferem daqueles geralmente aceitos pelas demais ideologias estatizantes. O controle da economia deve ser estatal. O lucro é visto com enorme desdém. O planejamento centralizado é uma panacéia para os males econômicos. As importações são encaradas como uma invasão estrangeira negativa. O individualismo deve ser duramente combatido em prol do coletivismo. Eis o arcabouço ideológico que possibilitou a conquista do poder pelos nazistas, que derrubaram os concorrentes estatizantes porque estavam dispostos a defender até as últimas conseqüências esta mentalidade. Os pilares do nazismo foram erguidos sobre a mentalidade estatizante da época. A idolatria ao estado e a desconfiança em relação ao livre comércio sustentaram os dogmas nazistas. Mises afirma que somente através da destruição total do nazismo o mundo poderá retomar suas conquistas e melhorar a organização social, construindo uma boa sociedade. Infelizmente, os pilares de sua ideologia permanecem conquistando muitos adeptos, ainda que sob diferentes rótulos. São estes pilares que devem ser atacados para a garantia do progresso da civilização.
* O colega de Mises, o prêmio Nobel Hayek, também analisou o nazismo por um prisma semelhante, e concluiu que a relativa facilidade com que um jovem comunista podia se converter em nazista ou vice-versa era notória na Alemanha. Aqueles estudantes que detestavam a civilização liberal do Ocidente não sabiam ao certo o que escolher entre nazismo e comunismo, mas tinham em comum o ódio ao modelo liberal. Hayek explica a situação em O Caminho da Servidão: “É verdade que na Alemanha, antes de 1933, e na Itália, antes de 1922, comunistas e nazistas ou fascistas entravam mais freqüentemente em conflito entre si do que com os outros partidos. Disputavam o apoio de pessoas da mesma mentalidade e voltavam uns aos outros o ódio que se tem aos hereges. No entanto, seu modo de agir demonstrava quão semelhantes são, de fato. Para ambos, o verdadeiro inimigo, o homem com o qual nada tinham em comum e ao qual não poderiam esperar convencer, era o liberal da velha escola. Enquanto o nazista para o comunista, o comunista para o nazista, e para ambos o socialista, são recrutas em potencial, terreno propício à sua pregação – embora se tenham deixado levar por falsos profetas – eles sabem que é impossível qualquer tipo de entendimento com os que realmente acreditam na liberdade individual”. Mesmo o professor Eduard Heimann, um dos líderes do socialismo religioso alemão, escreveu que o liberalismo tem a honra de ser a doutrina mais odiada por Hitler. E pelos socialistas também.
http://rodrigoconstantino.blogspot.com/
“Deve ser sempre enfatizado que o nacionalismo econômico é um corolário do estatismo, seja o intervencionismo ou o socialismo.” (Mises)
Muitos historiadores tentaram explicar o surgimento do nazismo de diferentes formas. O enfoque do economista Mises, no entanto, é bastante peculiar, pois mostra como o nazismo foi um filhote da mentalidade estatizante que dominou o mundo na época, e a Alemanha em particular. O prisma econômico de Mises permite uma abordagem transparente, que desfaz uma das maiores inversões já criadas na história: a idéia de que o nazismo é de “direita” e, portanto, oposto ao socialismo e mais próximo do capitalismo. Socialismo, afinal, trata de um sistema econômico de organização da sociedade, defendendo meios públicos de produção, contra o pilar do capitalismo, que é a propriedade privada. Analisando por este ângulo, fica evidente a proximidade entre nazismo e socialismo, ambos totalmente opostos ao capitalismo de livre mercado.
Quando se fala em nazismo, o anti-semitismo é uma das primeiras características que vem à mente. Mises mostra, no entanto, que esse ódio racial foi apenas um pretexto utilizado pelos nazistas, transformando os judeus em bodes expiatórios. Era impossível diferenciar antropologicamente alemães judeus dos não-judeus. Não existem características raciais exclusivamente judaicas, e o “arianismo” não passava de uma ilusão. As leis nazistas de discriminação contra os judeus não tinham ligação com considerações da raça em si. Eles se uniram aos italianos e japoneses, sem ligação alguma com a “supremacia racial nórdica”, enquanto desprezavam os nórdicos que não simpatizavam com seus planos de domínio mundial. Tantas contradições não incomodavam os “arianos”, pois o racismo não era a causa do movimento, e sim um meio político para seus fins.
Tudo aquilo que representava um empecilho no caminho do poder total era considerado “judeu” pelos nazistas. Apesar de os nacionalistas alemães considerarem o bolchevismo uma criação judaica, isso não os impediu de cooperar com os comunistas alemães contra a República de Weimar, ou de treinar seus guardas de elite nos campos de artilharia e aviação russos entre 1923 e 1933. Também não os impediu de costurar um acordo de cumplicidade política e militar com a União Soviética entre 1939 e 1941. Mesmo assim, a opinião pública defende que o nazismo e o bolchevismo são filosofias implacavelmente opostas. O simples fato de que os dois grupos lutaram um contra o outro não prova que suas filosofias e princípios sejam diferentes. Sempre existiram guerras entre pessoas do mesmo credo ou filosofia. Se a meta for a mesma – o poder – então será natural uma colisão entre ambos. O rei Charles V disse uma vez que estava em pleno acordo com seu primo, o rei da França, pois ambos lutavam contra o outro pelo mesmo objetivo: Milão. Hitler e Stalin miravam no mesmo alvo. Ambos desejavam governar a Polônia, a Ucrânia e os estados bálticos. Além disso, disputavam o mesmo tipo de mentalidade, aqueles desesperados que estão dispostos a sacrificar a liberdade em prol de alguma promessa de segurança. Nada mais normal do que um bater de frente com o outro, quando sustentar o acordo mútuo ficou complicado demais. Não devemos esquecer que os socialistas de diferentes credos sempre lutaram uns contra os outros, e isso não os torna menos socialistas. Stalin não virou menos socialista porque brigou com Trotsky.
Os bolcheviques partiram na frente em termos de conquista de poder, e o sucesso militar de Lênin encorajou tanto Mussolini como Hitler. O fascismo italiano e o nazismo alemão adotaram os métodos políticos da União Soviética. Eles importaram da Rússia o sistema de partido único, a posição privilegiada da polícia secreta, a organização de partidos aliados no exterior para lutar contra seus governos locais e praticar sabotagem e espionagem, a execução e prisão os adversários políticos, os campos de concentração, a punição aos familiares de exilados e os métodos de propaganda. Como Mises disse, a questão não é em quais aspectos ambos os sistemas são parecidos, mas sim em quais eles diferem. O nazismo não rejeita o marxismo porque sua meta é o socialismo, e sim porque ele advoga o internacionalismo. Ambos são anticapitalistas e antiliberais, delegando todo o poder ao governo centralizado e planejador. No nazismo, a propriedade privada não foi abolida de jure, mas foi de facto, e os empresários eram nada mais do que “gerentes administrativos”, obedecendo a ordens do governo, que decidia sobre tudo, incluindo alocação de capital e preços exercidos.
Os judeus foram vítimas dos nazistas basicamente por representarem uma minoria que pode ser legalmente definida em termos precisos, o que era tentador numa era de intervencionismo estatal. Os nazistas souberam explorar isso usando os judeus como bodes expiatórios para os males criados pelo sistema econômico inadequado. Existiam aqueles que tentavam justificar o anti-semitismo denunciando os judeus como capitalistas, e existiam outros que culpavam os judeus pelo comunismo. As acusações contraditórias cancelam uma a outra. Com a derrota na primeira Guerra Mundial, o nacionalismo alemão conseguiu sobreviver arrumando um culpado para o fracasso. Os nacionalistas insistiram que eram invencíveis, mas alegaram terem sido sabotados pelos judeus. Se estes fossem eliminados, a vitória seria certa. O uso dessa minoria como bode expiatório serviu para a concentração de poder doméstico, assim como para o apoio de muitos no exterior, pois onde quer que houvesse alguém interessado em se livrar de um competidor judeu, lá poderia estar um apoio ao nazismo. De fato, não foi pequeno o apoio inicial que os nazistas receberam de fora. A humanidade pagou um elevado preço pelo anti-semitismo. Na União Soviética, os pequenos proprietários, os kulaks, exerceram esse papel de minoria culpada pelos males econômicos. Na essência, a tática é a mesma.
Os comunistas alemães abriram o caminho para o nazismo, ajudando a enterrar de vez o liberalismo no país. Os comunistas estavam ansiosos para tomar o poder através da violência. No começo de 1919, eles partiram para batalhas nas ruas de Berlim e conseguiram o controle de boa parte da capital. No final de 1918, a grande maioria da nação estava preparada para defender um governo democrático, segundo Mises. Mas esse choque criado pelos comunistas e marxistas, que se declararam a favor da ditadura do proletariado rejeitando a democracia, gerou enorme descrença no povo. Os alemães ficaram desiludidos com a democracia, sentindo-se enganados, como se o apelo pela democracia fosse apenas um meio de conquistar os tolos. Democracia passou a ser sinônimo de fraude. Os nacionalistas foram rápidos em aproveitar essa mudança de mentalidade. Os métodos marxistas foram usados pelos nacionalistas, que haviam lido Lênin e Bukharin. Um plano para a tomada do poder tinha sido traçado. Em 1919, a escolha política alemã era entre o totalitarismo bolchevique, sob a ditadura de Rosa Luxemburgo e Karl Liebknecht, ou o parlamentarismo. No entanto, os comunistas, apesar de minoria, não estavam dispostos a aceitar a decisão democrática, e o único meio de detê-los era o uso da força. A intervenção militar dos nacionalistas foi vista como única saída por muitos alemães. Os nazistas chegaram ao poder graças à ameaça comunista. Ambos disputavam os mesmos adeptos, já que o liberalismo não era mais uma alternativa após tanta idolatria ao estado.*
É verdade que Hitler conseguiu subsídios das grandes empresas na primeira fase de sua carreira política. Mas ele tomou esse dinheiro como um rei toma o tributo de seus súditos. Se os empresários negassem o que era demandado, Hitler teria os sabotado ou mesmo usado violência. Os empresários preferiram ser reduzidos ao papel de gerentes administrativos sob o nazismo a ser liquidados pelo comunismo no estilo soviético. Não havia uma terceira opção naquele contexto. Tanto a força como o dinheiro eram impotentes contra as idéias, e estas apontavam na direção da estatização da economia. O próprio Hitler concluiu que não era necessário socializar os meios de produção oficialmente. Ele havia socializado os homens! Os empresários alemães contribuíram com parte do avanço nazista, assim como várias outras camadas da nação, incluindo as igrejas, tanto a católica como a protestante. O lamentável fato é que a maioria do povo alemão abraçou o nacional-socialismo.
O cenário catastrófico da economia foi crucial para criar um terreno fértil ao nazismo. Mas o fato de existir uma doença não explica, por si só, a busca por um determinado remédio. Esse remédio é procurado porque o doente acredita que ele pode curá-lo. Logo, o caos econômico na Alemanha só levou ao nazismo porque muitos passaram a acreditar que este era o caminho da salvação. E isso foi uma conseqüência das idéias estatizantes, mercantilistas, que espalharam a falácia de que mais espaço físico e recursos naturais deveriam ser conquistados pelos alemães para garantir o suprimento doméstico e a retomada do crescimento. A inflação que devastou a economia não era vista como resultado das políticas do governo, mas sim como um problema do capitalismo internacional. A mentalidade de guerra, que encara o comércio entre nações como um jogo de perde e ganha, foi fundamental para o crescimento nazista. Poucos compreendiam as vantagens do livre comércio, da divisão internacional de trabalho. Para os males causados pelo intervencionismo estatal, mais estado foi proposto como solução. A ignorância econômica da grande maioria dos alemães foi o que permitiu o avanço do nacionalismo-socialista radical.
Os aspectos fundamentais da ideologia nazista não diferem daqueles geralmente aceitos pelas demais ideologias estatizantes. O controle da economia deve ser estatal. O lucro é visto com enorme desdém. O planejamento centralizado é uma panacéia para os males econômicos. As importações são encaradas como uma invasão estrangeira negativa. O individualismo deve ser duramente combatido em prol do coletivismo. Eis o arcabouço ideológico que possibilitou a conquista do poder pelos nazistas, que derrubaram os concorrentes estatizantes porque estavam dispostos a defender até as últimas conseqüências esta mentalidade. Os pilares do nazismo foram erguidos sobre a mentalidade estatizante da época. A idolatria ao estado e a desconfiança em relação ao livre comércio sustentaram os dogmas nazistas. Mises afirma que somente através da destruição total do nazismo o mundo poderá retomar suas conquistas e melhorar a organização social, construindo uma boa sociedade. Infelizmente, os pilares de sua ideologia permanecem conquistando muitos adeptos, ainda que sob diferentes rótulos. São estes pilares que devem ser atacados para a garantia do progresso da civilização.
* O colega de Mises, o prêmio Nobel Hayek, também analisou o nazismo por um prisma semelhante, e concluiu que a relativa facilidade com que um jovem comunista podia se converter em nazista ou vice-versa era notória na Alemanha. Aqueles estudantes que detestavam a civilização liberal do Ocidente não sabiam ao certo o que escolher entre nazismo e comunismo, mas tinham em comum o ódio ao modelo liberal. Hayek explica a situação em O Caminho da Servidão: “É verdade que na Alemanha, antes de 1933, e na Itália, antes de 1922, comunistas e nazistas ou fascistas entravam mais freqüentemente em conflito entre si do que com os outros partidos. Disputavam o apoio de pessoas da mesma mentalidade e voltavam uns aos outros o ódio que se tem aos hereges. No entanto, seu modo de agir demonstrava quão semelhantes são, de fato. Para ambos, o verdadeiro inimigo, o homem com o qual nada tinham em comum e ao qual não poderiam esperar convencer, era o liberal da velha escola. Enquanto o nazista para o comunista, o comunista para o nazista, e para ambos o socialista, são recrutas em potencial, terreno propício à sua pregação – embora se tenham deixado levar por falsos profetas – eles sabem que é impossível qualquer tipo de entendimento com os que realmente acreditam na liberdade individual”. Mesmo o professor Eduard Heimann, um dos líderes do socialismo religioso alemão, escreveu que o liberalismo tem a honra de ser a doutrina mais odiada por Hitler. E pelos socialistas também.
http://rodrigoconstantino.blogspot.com/
Re: Os Pilares do Nazismo - Spamtantino
DIG escreveu:Rodrigo Constantino
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Quando se fala em nazismo, o anti-semitismo é uma das primeiras características que vem à mente. Mises mostra, no entanto, que esse ódio racial foi apenas um pretexto utilizado pelos nazistas, transformando os judeus em bodes expiatórios. Era impossível diferenciar antropologicamente alemães judeus dos não-judeus. Não existem características raciais exclusivamente judaicas, e o “arianismo” não passava de uma ilusão. As leis nazistas de discriminação contra os judeus não tinham ligação com considerações da raça em si. Eles se uniram aos italianos e japoneses, sem ligação alguma com a “supremacia racial nórdica”, enquanto desprezavam os nórdicos que não simpatizavam com seus planos de domínio mundial. Tantas contradições não incomodavam os “arianos”, pois o racismo não era a causa do movimento, e sim um meio político para seus fins.
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Os judeus foram vítimas dos nazistas basicamente por representarem uma minoria que pode ser legalmente definida em termos precisos, o que era tentador numa era de intervencionismo estatal. Os nazistas souberam explorar isso usando os judeus como bodes expiatórios para os males criados pelo sistema econômico inadequado.
Não sei bem se esta superficialidade na análise do nazismo vem do Mises ou do Constantino, mas é de doer.
Primeiro que o anti-semitismo não era um pretexto dos nazistas para atingir outros fins, era o fim em si. Mesmo quando a guerra estava perdida e a Wermatch precisava desesperadamente de vagões e locomotivas para manter funcionando suas linhas de suprimentos, a manutenção das ferrovias usadas para deportar judeus para os campos de concentração e extermínio tinha prioridade sobre qualquer urgência militar.
Esta coisa de achar que o mundo é movido pelo confronto "liberdade de mercado x estatização" é uma miopia idêntica à dos marxistas, que acham que a Economia é que define a natureza humana.
Os nazistas eram malucos que cagavam e andavam para economia - deviam achar que se preocupar com isto era coisa de judeu - e estavam sinceramente dedicados a contruir um mundo mais belo e puro, exterminando todos que não se enquadrassem na idéia própria e peculiar que tinham destes atributos.
As raízes do anti-semitismo nazista eram essencialmente místicas, esotéricas, chupinhadas de antigas superstições medievais e revitalizadas por teorias malucas de ocultistas do século XIX, os quais Hitler admirava em primeira ou segunda mão.
Himmler, por exemplo, era um babaca que acreditava que os arianos eram descendentes de um tipo de semi-deuses caídos, que precisavam recuperar sua antiga grandeza, necessariamente dominando e destruindo as raças baixas que dominavam este mundo inferior - a começar, claro, pelos judeus.
E vá falar besteira assim na Alemanha, quando diz que não era possível diferenciar antropologicamente um judeu alemão de um alemão não judeu na época.
Por que o Constantino acha que quase não sobraram judeus para contar a História?
Dentre outras coisas porque era facílimo para um alemão identificar os traços típicos dos judeus na grande maioria dos casos, tanto quanto, até hoje, os italianos não têm dificuldade em diferenciar-se entre si como nórdicos ou meridionais.
Além do que, Hitler não morria de amores com a hipótese de se aliar à "raça amarela" (palavras dele), mas foi o que lhe sobrou, uma vez que seu primeiro projeto - para quem não sabia - se aliar aos ingleses e franceses contra os russos, foi para o espaço quando o apressadinho invadiu toda Tchecoslováquia que prometeu não invadir, fazendo de bobos - que de fato eram - os governantes daqueles países que, só então, passaram a desconfiar que o führer não fosse lá muito sincero em suas promessas.
E não sendo lá muito sincero em suas promessas, não é difícil concluir que, se vencida a guerra na Europa pelos alemães, os aliados japoneses teriam o mesmo destino dos ex-aliados russos, rebaixados repentinamente de melhores amigos para sub-humanos quando as panzers avançaram rumo a Moscou.
Ou seja, o texto do Constantino é muito ruim.
Nós, Índios.
Acauan Guajajara
ACAUAN DOS TUPIS, o gavião que caminha
Lutar com bravura, morrer com honra.
Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós!
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz!
Acauan Guajajara
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Lutar com bravura, morrer com honra.
Liberdade! Liberdade!
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Das lutas na tempestade
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Re: Os Pilares do Nazismo - Spamtantino
DIG escreveu:Rodrigo Constantino
“Deve ser sempre enfatizado que o nacionalismo econômico é um corolário do estatismo, seja o intervencionismo ou o socialismo.” (Mises)
Muitos historiadores tentaram explicar o surgimento do nazismo de diferentes formas. O enfoque do economista Mises, no entanto, é bastante peculiar, pois mostra como o nazismo foi um filhote da mentalidade estatizante que dominou o mundo na época, e a Alemanha em particular. O prisma econômico de Mises permite uma abordagem transparente, que desfaz uma das maiores inversões já criadas na história: a idéia de que o nazismo é de “direita” e, portanto, oposto ao socialismo e mais próximo do capitalismo. Socialismo, afinal, trata de um sistema econômico de organização da sociedade, defendendo meios públicos de produção, contra o pilar do capitalismo, que é a propriedade privada. Analisando por este ângulo, fica evidente a proximidade entre nazismo e socialismo, ambos totalmente opostos ao capitalismo de livre mercado.
- Onde os Nazistas atentaram contra a propriedade privada? - Até quando confiscaram propriedades dos Judeus, não as repassaram ao estado e sim a gente do partido.
DIG escreveu:Quando se fala em nazismo, o anti-semitismo é uma das primeiras características que vem à mente. Mises mostra, no entanto, que esse ódio racial foi apenas um pretexto utilizado pelos nazistas, transformando os judeus em bodes expiatórios. Era impossível diferenciar antropologicamente alemães judeus dos não-judeus.
- Há sim e quando não há ainda temos, hábitos, costumes, vestimenta, forma de cortar o cabelo, circuncisão.
DIG escreveu: Não existem características raciais exclusivamente judaicas, e o “arianismo” não passava de uma ilusão. As leis nazistas de discriminação contra os judeus não tinham ligação com considerações da raça em si. Eles se uniram aos italianos e japoneses, sem ligação alguma com a “supremacia racial nórdica”, enquanto desprezavam os nórdicos que não simpatizavam com seus planos de domínio mundial. Tantas contradições não incomodavam os “arianos”, pois o racismo não era a causa do movimento, e sim um meio político para seus fins.
- Hitler traiu os russos, o que o impediria de trair japoneses e italianos quando lhe fosse conveniente?
DIG escreveu:Tudo aquilo que representava um empecilho no caminho do poder total era considerado “judeu” pelos nazistas. Apesar de os nacionalistas alemães considerarem o bolchevismo uma criação judaica, isso não os impediu de cooperar com os comunistas alemães contra a República de Weimar, ou de treinar seus guardas de elite nos campos de artilharia e aviação russos entre 1923 e 1933. Também não os impediu de costurar um acordo de cumplicidade política e militar com a União Soviética entre 1939 e 1941. Mesmo assim, a opinião pública defende que o nazismo e o bolchevismo são filosofias implacavelmente opostas. O simples fato de que os dois grupos lutaram um contra o outro não prova que suas filosofias e princípios sejam diferentes. Sempre existiram guerras entre pessoas do mesmo credo ou filosofia. Se a meta for a mesma – o poder – então será natural uma colisão entre ambos. O rei Charles V disse uma vez que estava em pleno acordo com seu primo, o rei da França, pois ambos lutavam contra o outro pelo mesmo objetivo: Milão. Hitler e Stalin miravam no mesmo alvo. Ambos desejavam governar a Polônia, a Ucrânia e os estados bálticos. Além disso, disputavam o mesmo tipo de mentalidade, aqueles desesperados que estão dispostos a sacrificar a liberdade em prol de alguma promessa de segurança. Nada mais normal do que um bater de frente com o outro, quando sustentar o acordo mútuo ficou complicado demais. Não devemos esquecer que os socialistas de diferentes credos sempre lutaram uns contra os outros, e isso não os torna menos socialistas. Stalin não virou menos socialista porque brigou com Trotsky.
- Vejam só, o cara maximiza as semelhanças e minimiza as diferenças sem critério algum, deste jeito até eu provo qualquer merda.
- Chega! - O texto é uma bosta.
Abraços,
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Re: Os Pilares do Nazismo - Spamtantino
Só algumas correções Grande Acauan:
Hitler sonhava com uma aliança com os ingleses, pois os considerava oriundos da "raça pura ariana", mas jamais quis se aliar com os franceses, muito pelo contrario, os alemães estavam entalados pela garganta, naquela época com o tratado de versailhes, imposto pelos franceses após a primeira guerra, que tomava grandes porções de terras pertencentes a Alemanha e impunha pesadas multas de guerra para pagar a destruição causada pelos alemães em solo francês.
E o estopim que deflagrou a guerra, não foi a invasão à tchecoeslováquia, mas sim, a invasão à Polônia.
Como França e Inglaterra tinham tratados de apoio à Polônia, estes não tiveram outra opção, a não ser declarar guerra a Alemanha, por causa da invasão.
Hitler sonhava com uma aliança com os ingleses, pois os considerava oriundos da "raça pura ariana", mas jamais quis se aliar com os franceses, muito pelo contrario, os alemães estavam entalados pela garganta, naquela época com o tratado de versailhes, imposto pelos franceses após a primeira guerra, que tomava grandes porções de terras pertencentes a Alemanha e impunha pesadas multas de guerra para pagar a destruição causada pelos alemães em solo francês.
E o estopim que deflagrou a guerra, não foi a invasão à tchecoeslováquia, mas sim, a invasão à Polônia.
Como França e Inglaterra tinham tratados de apoio à Polônia, estes não tiveram outra opção, a não ser declarar guerra a Alemanha, por causa da invasão.
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Re: Os Pilares do Nazismo - Spamtantino
Gilghamesh escreveu:Só algumas correções Grande Acauan:
Sempre bem-vindas, Grande Sumério.
Gilghamesh escreveu:Hitler sonhava com uma aliança com os ingleses, pois os considerava oriundos da "raça pura ariana", mas jamais quis se aliar com os franceses, muito pelo contrario, os alemães estavam entalados pela garganta, naquela época com o tratado de versailhes, imposto pelos franceses após a primeira guerra, que tomava grandes porções de terras pertencentes a Alemanha e impunha pesadas multas de guerra para pagar a destruição causada pelos alemães em solo francês.
Os nazistas em geral e Hitler em particular tinham pretensões políticas muito além das rivalidades de seu tempo. Os doidos acreditavam mesmo naquela coisa de Reich de mil anos e fiados nisto desprezavam picuinhas de época, que tinham como questões menores diante da grande missão de destruir os judeus. bolcheviques e democratas e erguer seu império mundial ariano.
Claro que nos discursos públicos o ódio aos franceses era lembrado, mas só para efeito de dar ao povão o que queriam ouvir. Nos bastidores Hitler aceitaria de bom grado um acordo com os franceses, os quais, ao contrário do que se possa pensar, aprendera a respeitar como povo valoroso em virtude do que viu nos campos de batalha da Primeira Guerra. Além do que, dentro da esquisitíssima classificação racial dos nazistas, os franceses não judeus também eram considerados arianos.
Gilghamesh escreveu:E o estopim que deflagrou a guerra, não foi a invasão à tchecoeslováquia, mas sim, a invasão à Polônia.
Como França e Inglaterra tinham tratados de apoio à Polônia, estes não tiveram outra opção, a não ser declarar guerra a Alemanha, por causa da invasão.
Bem..., sem querer contrariá-lo e já o fazendo, se o estopim da guerra foi a invasão da Polônia, este estopim foi criado pela ocupação da Tchecoslováquia, pois antes disto Hitler ainda contava com uma aliança com os governos apaziguadores da França e da Inglaterra, que lhe deram de mão beijada a região dos Sudetos, pertencente aos tchecoslovacos, mas habitada por alemães, sob a promessa de Hitler de que pararia suas reivindicações territoriais na Europa ocidental por aí.
Quando Hitler ocupou TODA a Tchecoslováquia, Inglaterra e França decidiram que não lhe fariam mais concessões e deram garantias à Polônia que a defenderiam em caso de ataque alemão, o que levou o führer a fazer o maledeto pacto com Stalin, com a cláusula secreta de divisão da Polônia e o resto todo mundo sabe.
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Re: Os Pilares do Nazismo - Spamtantino
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É vero, Acauan, é vero.
Mas, os alemães estavam tão interessados em humilhar a França na 2ª guerra, que fizeram os franceses assinarem o armistício, no mesmo vagão de trem em que os alemães haviam assinado sua proposta de paz durante a primeira guerra mundial.
Vendeta, pura e simples...
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É vero, Acauan, é vero.
Mas, os alemães estavam tão interessados em humilhar a França na 2ª guerra, que fizeram os franceses assinarem o armistício, no mesmo vagão de trem em que os alemães haviam assinado sua proposta de paz durante a primeira guerra mundial.
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Re: Os Pilares do Nazismo - Spamtantino
Constantino entende tanto de História que alcunhou a política socialista alemã de "bolchevique", sendo que a própria Rosa Luxemburgo rompeu com Lênin justo por considerar seus preceitos anti-democráticos como, de uma forma geral, anti-socialistas.
Esse cara é um imbecil completo, é incrível. E ainda há quem o adore.
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Re: Os Pilares do Nazismo - Spamtantino
Ainda bem que sou olavete, né, Saminha?
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Re: Os Pilares do Nazismo - Spamtantino
Eu já disse que Olavo vs Spamta é quase Alien vs Predador...
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Re: Os Pilares do Nazismo - Spamtantino
Samael escreveu:Eu já disse que Olavo vs Spamta é quase Alien vs Predador...
Seria interessante dizer o mesmo sobre nacional socialismo e socialismo.
Quanto ao texto, é praxe constantiniano colocar um parágrafo que caga com toda a obra, seja uma mentira descarada, seja um receita de cocada mole de maracujá num discurso sobre islamismo. Tirando a parte dos judeus camaleões, não vi outro defeito de igual tamanho no texto.
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Re: Os Pilares do Nazismo - Spamtantino
Apáte escreveu: Quanto ao texto, é praxe constantiniano colocar um parágrafo que caga com toda a obra, seja uma mentira descarada, seja um receita de cocada mole de maracujá num discurso sobre islamismo. Tirando a parte dos judeus camaleões, não vi outro defeito de igual tamanho no texto.
Apáte,
O problema é que Constantino frequentemente aborda temas sobre os quais demonstra ignorância abissal dos fundamentos mínimos.
Quando ele (se referindo a Mises ou não) diz que era "impossível diferenciar antropologicamente alemães judeus dos não-judeus" evidencia desconhecer os critérios de aparência física pelo qual a maioria dos judeus alemães podia ser facilmente identificada, como explicado por Jean Paul Sartre em A Questão Judaica, tanto quanto ignora as técnicas especialistas que permitem distinguir as origens étnico-regionais de alguém por sutilezas mínimas, como sotaque, por exemplo.
Estes são, obviamente, métodos antropológicos, mas Constantino parece se ater aos modernos critérios de exame de dna, que genericamente dizem não existir raças humanas, ignorando que pesquisas especializadas com dna judeu mostraram que eles possuem sim características genéticas de grupo.
Mas o pior do texto não é a parte, é o todo, uma tese idiota na base, que repete a idéia pobre de que os interesses nazistas eram predominantemente econômicos, o mesmo erro que cometeu a alta burguesia industrial e financeira alemã ao apoiar Hitler, certos de que, uma vez no governo, ele abandonaria o discurso radical e como qualquer político se acomodaria dentro das regras do jogo do poder, garantindo uma ordem que no fim beneficiaria a todos os jogadores.
Aquelas antas - de ontem e de hoje - não perceberam que entregaram aos loucos o poder total sobre o hospício, esperando que uma vez no poder os dementes se tornassem sãos.
Acontece que Hitler não era um político qualquer, não seguia regras e o único jogo que comandava era o seu próprio, fundamentado no caos e não em qualquer tipo de ordem.
A lógica econômica dos nazistas - talvez nunca escrita, mas muito praticada - se resumia a "se a economia é administração da escassez, extermine os indesejáveis até que a escassez se torne em abundância e, assim, todos os problemas econômicos estarão resolvidos".
Do ponto de vista exclusivo da Economia, o pensamento é perfeito, irretocável, de uma lógica, clareza e simplicidade únicos.
De todos os outros os pontos de vista que se analisar, aquele pensamento era loucura.
Constantino, no texto, quis dar racionalidade ao pensamento dos loucos, baseado em teorias econômicas.
Só que teorias econômicas são - quando usadas isoladamente - tão limitadas para analisar o fenômeno do nazismo, que fazem os loucos parecer brilhantemente racionais.
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Re: Os Pilares do Nazismo - Spamtantino
Acauan escreveu:Apáte escreveu: Quanto ao texto, é praxe constantiniano colocar um parágrafo que caga com toda a obra, seja uma mentira descarada, seja um receita de cocada mole de maracujá num discurso sobre islamismo. Tirando a parte dos judeus camaleões, não vi outro defeito de igual tamanho no texto.
Apáte,
O problema é que Constantino frequentemente aborda temas sobre os quais demonstra ignorância abissal dos fundamentos mínimos.
Seria realmente muito bom se Constantino se atesse apenas à economia. Tenho uma pesada impressão que todos os textos dele sobre outros assuntos são escritos imediatamente após ele ter lido o capítulo de algum livro famoso, apresentando os argumentos do autor de maneira mais vulgar e sem verificar qualquer outra fonte.
Acauan escreveu:
Quando ele (se referindo a Mises ou não) diz que era "impossível diferenciar antropologicamente alemães judeus dos não-judeus" evidencia desconhecer os critérios de aparência física pelo qual a maioria dos judeus alemães podia ser facilmente identificada, como explicado por Jean Paul Sartre em A Questão Judaica, tanto quanto ignora as técnicas especialistas que permitem distinguir as origens étnico-regionais de alguém por sutilezas mínimas, como sotaque, por exemplo.
Creio que ele trocou as bolas, e este parágrafo se referia a Hayek. Tratando-se de Constantino, o cara que adora fugir do tema sem maiores explicações, não sei como ele não usou o sistema de cotas universitárias, com o caso dos gêmeos, um branco outro negro, para colaborar com o seu argumento de judeus indetectáveis, o que vejo como a pior parte do seu texto.
Com sorte, muita sorte, uma família conseguiu passar despercebida pelos nazistas, mas é um caso isolado.
Acauan escreveu:
Estes são, obviamente, métodos antropológicos, mas Constantino parece se ater aos modernos critérios de exame de dna, que genericamente dizem não existir raças humanas, ignorando que pesquisas especializadas com dna judeu mostraram que eles possuem sim características genéticas de grupo.
Acho que ele não chegaria a tanto.
Acauan escreveu:
Mas o pior do texto não é a parte, é o todo, uma tese idiota na base, que repete a idéia pobre de que os interesses nazistas eram predominantemente econômicos, o mesmo erro que cometeu a alta burguesia industrial e financeira alemã ao apoiar Hitler, certos de que, uma vez no governo, ele abandonaria o discurso radical e como qualquer político se acomodaria dentro das regras do jogo do poder, garantindo uma ordem que no fim beneficiaria a todos os jogadores.
A essência do pensamento nazista da forma como tratar os recursos não é diferente da socialista. O pensamento classista é mantido em ambas ideologias, com a única diferença de qual seria a classe privilegiada e os bodes expiatórios.
Isso não tem nada a ver com a isonomia e o individualismo presente no livre-mercado. Ademais, socialistas adoram jogar o nazismo na "direita", a mesma direita americana, argumentando que socialistas e nazistas foram inimigos, esquecendo que os americanos foram quem derrubaram o nazismo, e que diferentes correntes esquerdistas sempre se chocaram.
Acauan escreveu:
Aquelas antas - de ontem e de hoje - não perceberam que entregaram aos loucos o poder total sobre o hospício, esperando que uma vez no poder os dementes se tornassem sãos.
Gostei disso.
Acauan escreveu:
Acontece que Hitler não era um político qualquer, não seguia regras e o único jogo que comandava era o seu próprio, fundamentado no caos e não em qualquer tipo de ordem.
Considerando todo o poder que Hitler concentrou em suas mãos, não há muitos motivos para que ele não quebre as regras, mesmo as impostas por ele.
Acauan escreveu:
A lógica econômica dos nazistas - talvez nunca escrita, mas muito praticada - se resumia a "se a economia é administração da escassez, extermine os indesejáveis até que a escassez se torne em abundância e, assim, todos os problemas econômicos estarão resolvidos".
Do ponto de vista exclusivo da Economia, o pensamento é perfeito, irretocável, de uma lógica, clareza e simplicidade únicos.
De todos os outros os pontos de vista que se analisar, aquele pensamento era loucura.
Mas isso é justamente o que Constantino disse.
Rodrigo Constantino escreveu:Os nacionalistas insistiram que eram invencíveis, mas alegaram terem sido sabotados pelos judeus. Se estes fossem eliminados, a vitória seria certa. O uso dessa minoria como bode expiatório serviu para a concentração de poder doméstico, assim como para o apoio de muitos no exterior, pois onde quer que houvesse alguém interessado em se livrar de um competidor judeu, lá poderia estar um apoio ao nazismo. De fato, não foi pequeno o apoio inicial que os nazistas receberam de fora. A humanidade pagou um elevado preço pelo anti-semitismo. Na União Soviética, os pequenos proprietários, os kulaks, exerceram esse papel de minoria culpada pelos males econômicos. Na essência, a tática é a mesma.
Que este sistema é loucura, é desnecessário ser dito, mas foi praticado tanto por nacional socialistas quanto por socialistas
Acauan escreveu:
Constantino, no texto, quis dar racionalidade ao pensamento dos loucos, baseado em teorias econômicas.
Só que teorias econômicas são - quando usadas isoladamente - tão limitadas para analisar o fenômeno do nazismo, que fazem os loucos parecer brilhantemente racionais.
Acho que ele quis explicar que a loucura destes loucos era semelhante a de outros igualmente loucos, ao invés de torná-la racional. Afinal, Constantino não defendeu racionalidade no sistema nazista hora nenhuma.
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Re: Os Pilares do Nazismo - Spamtantino
Apáte escreveu:A essência do pensamento nazista da forma como tratar os recursos não é diferente da socialista. O pensamento classista é mantido em ambas ideologias, com a única diferença de qual seria a classe privilegiada e os bodes expiatórios.
Isso não tem nada a ver com a isonomia e o individualismo presente no livre-mercado. Ademais, socialistas adoram jogar o nazismo na "direita", a mesma direita americana, argumentando que socialistas e nazistas foram inimigos, esquecendo que os americanos foram quem derrubaram o nazismo, e que diferentes correntes esquerdistas sempre se chocaram.
Caro Ápate,
- Isto é uma simplificação grosseira do Marxismo cuja única finalidade é reduzí-lo ao mesmo nível do Nazismo, é a invenção de um argumento anti-esquerda, para ideólogos panfletários ignorantes como Constantino isto é interessante, para mim basta saber que ambos são ruins, e não precisam ser iguais para serem ruins.
- Já há argumentação anti-esquerda suficiente para desacreditá-la, essa forçação de barra é desnecessária.
Abraços,
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Re: Os Pilares do Nazismo - Spamtantino
Fui la no blog do constantino e apos fuçar nos comentarios ao texto dele sobre o nazismo, encontrei isto:
Senhor Comunista.
Com licença para meter o meu “bedelho” nessa conversa.
Já digo de antemão que não sou intelectual nem político e nem economista.
Nem tenho os conhecimentos filosóficos que o Senhor e os demais
comentaristas desse foro. Sou um simples ex-operário metalúrgico
o que não deve pesar muito contra, posto que o atual Presidente da
República também o é. Mas, isso não vem ao caso. O que quero dizer-lhe
é que se o Senhor quer ser um comunista, por favor, fique à vontade.
Pegue o produto do seu trabalho (conseguido de acordo com a sua possibilidade) e distribua igualitariamente entre aqueles que o Senhor achar que deve (de acordo com suas necessidades). E aí o Senhor estará praticando o verdadeiro socialismo democrático já que estará sendo praticado de livre espontânea vontade sua. Agora, não me venha querer impor a sua vontade porque eu penso diferente do Senhor, com todo o respeito.
Eu nasci livre e pretendo morrer livre. Não peço nada a ninguém, não tiro nada de ninguém e ajudo quem eu acho que devo e na medida em que eu acho que posso. E olha que eu pratico a tal de solidariedade bem mais do que muitos que andam por aí pregando a dita. Não tenho ideologia e nem sei o que é isso. Alguns me chamam de liberal outros de anarquista e outros até de libertário. Chamem do que quiserem.
Tenho vivido vendendo meu trabalho por dinheiro e com este comprando as coisas que me apetecem. Acho que o que eu pratico é o que o Rodrigo chama aqui de “trocas voluntárias”. É! Deve ser isso mesmo. Sempre troquei meu trabalho por dinheiro e quando achava que estava pouco pedia mais. Se não havia concordância pegava minhas ferramentas e ia oferecer-me a quem pagasse mais. Sempre encontrei. Nunca arreganhei os dentes contra os, como é mesmo? “patrões”. Odeio essa palavra. Parece coisa de servil ou puxa-saco. Para mim eles eram, como está na moda falar, “parceiros comerciais”. É isso aí, minhas relações sempre foram de parcerias comerciais. E assim será minha vida sempre, mas respeito a sua intenção de ser comunista desde que não pretenda avançar no produto do meu trabalho para distribuir bondades. Já pago bastante imposto para os governantes distribuírem os serviços necessários. Não reclamo, agora se os governantes não fazem a sua parte quem precisar que reclame. Com eles, não comigo que sou quem contribui. Eu pago por tudo que preciso, de saúde a segurança, mas liberdade não tem preço. Só isso. Ah, mais uma coisa. Todos os “istas” (comunistas, capitalistas, nazistas...) querem as mesmas coisas: poder e riqueza (não necessariamente nessa ordem)
Sendo que os capitalistas procuram conquistar pela inteligência, pela sagacidade e os outros pela força, pelo terror, pelas armas. Ah e mais uma coisinha, ia me esquecendo, políticos, não importa o “ista” que carreguem, são vagabundos; não gostam de trabalhar. Gostam é de discursar e viver às custas dos outros. São os maiores exploradores do trabalho alheio. Agora é só isso mesmo. Desculpas ao dono do blog pela extensão.
J.Rodrigues (Isso não é pseudônimo. Rodrigues é meu sobrenome e J é a primeira letra do meu pré-nome. Não escrevo todo o pré-nome porque não quero. Já disse, não faço o que não quero)
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Re: Os Pilares do Nazismo - Spamtantino
Fenrir escreveu:Fui la no blog do constantino e apos fuçar nos comentarios ao texto dele sobre o nazismo, encontrei isto:Senhor Comunista.
Com licença para meter o meu “bedelho” nessa conversa.
Já digo de antemão que não sou intelectual nem político e nem economista.
Nem tenho os conhecimentos filosóficos que o Senhor e os demais
comentaristas desse foro. Sou um simples ex-operário metalúrgico
o que não deve pesar muito contra, posto que o atual Presidente da
República também o é. Mas, isso não vem ao caso. O que quero dizer-lhe
é que se o Senhor quer ser um comunista, por favor, fique à vontade.
Pegue o produto do seu trabalho (conseguido de acordo com a sua possibilidade) e distribua igualitariamente entre aqueles que o Senhor achar que deve (de acordo com suas necessidades). E aí o Senhor estará praticando o verdadeiro socialismo democrático já que estará sendo praticado de livre espontânea vontade sua. Agora, não me venha querer impor a sua vontade porque eu penso diferente do Senhor, com todo o respeito.
Eu nasci livre e pretendo morrer livre. Não peço nada a ninguém, não tiro nada de ninguém e ajudo quem eu acho que devo e na medida em que eu acho que posso. E olha que eu pratico a tal de solidariedade bem mais do que muitos que andam por aí pregando a dita. Não tenho ideologia e nem sei o que é isso. Alguns me chamam de liberal outros de anarquista e outros até de libertário. Chamem do que quiserem.
Tenho vivido vendendo meu trabalho por dinheiro e com este comprando as coisas que me apetecem. Acho que o que eu pratico é o que o Rodrigo chama aqui de “trocas voluntárias”. É! Deve ser isso mesmo. Sempre troquei meu trabalho por dinheiro e quando achava que estava pouco pedia mais. Se não havia concordância pegava minhas ferramentas e ia oferecer-me a quem pagasse mais. Sempre encontrei. Nunca arreganhei os dentes contra os, como é mesmo? “patrões”. Odeio essa palavra. Parece coisa de servil ou puxa-saco. Para mim eles eram, como está na moda falar, “parceiros comerciais”. É isso aí, minhas relações sempre foram de parcerias comerciais. E assim será minha vida sempre, mas respeito a sua intenção de ser comunista desde que não pretenda avançar no produto do meu trabalho para distribuir bondades. Já pago bastante imposto para os governantes distribuírem os serviços necessários. Não reclamo, agora se os governantes não fazem a sua parte quem precisar que reclame. Com eles, não comigo que sou quem contribui. Eu pago por tudo que preciso, de saúde a segurança, mas liberdade não tem preço. Só isso. Ah, mais uma coisa. Todos os “istas” (comunistas, capitalistas, nazistas...) querem as mesmas coisas: poder e riqueza (não necessariamente nessa ordem)
Sendo que os capitalistas procuram conquistar pela inteligência, pela sagacidade e os outros pela força, pelo terror, pelas armas. Ah e mais uma coisinha, ia me esquecendo, políticos, não importa o “ista” que carreguem, são vagabundos; não gostam de trabalhar. Gostam é de discursar e viver às custas dos outros. São os maiores exploradores do trabalho alheio. Agora é só isso mesmo. Desculpas ao dono do blog pela extensão.
J.Rodrigues (Isso não é pseudônimo. Rodrigues é meu sobrenome e J é a primeira letra do meu pré-nome. Não escrevo todo o pré-nome porque não quero. Já disse, não faço o que não quero)
Gostei, simples, direto e racional!

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Re: Os Pilares do Nazismo - Spamtantino
Apáte escreveu:Acauan escreveu:A lógica econômica dos nazistas - talvez nunca escrita, mas muito praticada - se resumia a "se a economia é administração da escassez, extermine os indesejáveis até que a escassez se torne em abundância e, assim, todos os problemas econômicos estarão resolvidos".
Do ponto de vista exclusivo da Economia, o pensamento é perfeito, irretocável, de uma lógica, clareza e simplicidade únicos.
De todos os outros os pontos de vista que se analisar, aquele pensamento era loucura.
Mas isso é justamente o que Constantino disse.Rodrigo Constantino escreveu:Os nacionalistas insistiram que eram invencíveis, mas alegaram terem sido sabotados pelos judeus. Se estes fossem eliminados, a vitória seria certa. O uso dessa minoria como bode expiatório serviu para a concentração de poder doméstico, assim como para o apoio de muitos no exterior, pois onde quer que houvesse alguém interessado em se livrar de um competidor judeu, lá poderia estar um apoio ao nazismo. De fato, não foi pequeno o apoio inicial que os nazistas receberam de fora. A humanidade pagou um elevado preço pelo anti-semitismo. Na União Soviética, os pequenos proprietários, os kulaks, exerceram esse papel de minoria culpada pelos males econômicos. Na essência, a tática é a mesma.
Que este sistema é loucura, é desnecessário ser dito, mas foi praticado tanto por nacional socialistas quanto por socialistas.
Há duas abordagens do problema aqui.
No campo político, os nazistas viam os judeus como inimigos raciais, motivados, dentre outros fatores e oportunismos, por um pastiche esotérico que, resumido, via os tais dos arianos como a raça pura boa e os judeus como a raça pura ruim e por isto destinados ao confronto que daria à raça vencedora o comando do mundo.
Isto é só maluquice.
Já a abordagem econômica tinha uma lógica monstruosa, mas inegável.
Há quem diga que os nazistas eram keynesianos intuitivos, quando na verdade eram outra coisa muito menos sutil e mais eficiente.
A economia nazi era tocada a gastos estatais desenfreados, o que pelos postulados básicos implicaria em déficit público e inflação.
Só que antes que estas pressões produzissem seu maior efeito, os alemães invadiam algum país, se apoderavam de suas riquezas e recursos e escravizavam parte de sua população.
Ou seja, resolviam seu problema de escassez pela força bruta militar, que lhes dava acesso a recursos ilimitados praticamente gratuitos, condição na qual a escassez não existe e a economia deixa de ser um problema.
Por isto os nazistas não eram keynesianos ou qualquer outra coisa, eram saqueadores primitivos que resolviam o problema da falta de recursos entre as populações conquistadas simplesmente matando parte destas populações, o que lhes poupava da preocupação de aumentar os recursos.
Apáte escreveu:Acauan escreveu:Constantino, no texto, quis dar racionalidade ao pensamento dos loucos, baseado em teorias econômicas.
Só que teorias econômicas são - quando usadas isoladamente - tão limitadas para analisar o fenômeno do nazismo, que fazem os loucos parecer brilhantemente racionais.
Acho que ele quis explicar que a loucura destes loucos era semelhante a de outros igualmente loucos, ao invés de torná-la racional. Afinal, Constantino não defendeu racionalidade no sistema nazista hora nenhuma.
Ele centrou sua análise do nazismo no aspecto da estatização e partir daí o comparou com outras ideologias estatizantes, enquanto a verdadeira ideologia nazista é o niilismo total, a vontade de potência levada às últimas conseqüências para construir um novo e – na concepção deles – belo mundo a partir da destruição do antigo pelo triunfo do mais forte. Dentro desta brutal concepção, se eles eram estatizantes ou não torna-se apenas um detalhe operacional, um modo como administravam o caos e não como buscavam a ordem.
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Re: Os Pilares do Nazismo - Spamtantino
Acauan,
Então o único erro de Constantino foi ter trocado a ordem dos fatores. Enquanto no comunismo o objetivo era a estatização em si, e as catástrofes vinham como conseqüência desta ideologia, no nazismo o único fim era as catástrofes/maluquices, e o poder total do Estado era o único meio para concretizá-lo.
Para dizer a verdade, pelo menos no campo da teoria, acho esta afirmação bastante contestável. Como uma população vacinada como a alemã caiu num discurso que só pregava o caos?
Então o único erro de Constantino foi ter trocado a ordem dos fatores. Enquanto no comunismo o objetivo era a estatização em si, e as catástrofes vinham como conseqüência desta ideologia, no nazismo o único fim era as catástrofes/maluquices, e o poder total do Estado era o único meio para concretizá-lo.
Para dizer a verdade, pelo menos no campo da teoria, acho esta afirmação bastante contestável. Como uma população vacinada como a alemã caiu num discurso que só pregava o caos?
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Re: Os Pilares do Nazismo - Spamtantino
Convidei o Constantino a participar do fórum. Se ele debate no orkut, julgo este espaço bem mais apropriedado.
Aproveitando: Acauan, mesmo já tendo discutido o assunto aqui outras vezes, não sairia um "Os pilares do Nazismo - por Acauan dos Tupis". Saudades dos bons e velhos textos...
Aproveitando: Acauan, mesmo já tendo discutido o assunto aqui outras vezes, não sairia um "Os pilares do Nazismo - por Acauan dos Tupis". Saudades dos bons e velhos textos...
"Da sempre conduco una attività ininterrotta di lavoro, se qualche volta mi succede di guardare in faccia qualche bella ragazza... meglio essere appassionati di belle ragazze che gay" by: Silvio Berlusconi
Re: Os Pilares do Nazismo - Spamtantino
Apáte escreveu:Acauan,
Então o único erro de Constantino foi ter trocado a ordem dos fatores. Enquanto no comunismo o objetivo era a estatização em si, e as catástrofes vinham como conseqüência desta ideologia, no nazismo o único fim era as catástrofes/maluquices, e o poder total do Estado era o único meio para concretizá-lo.
Constantino erra recorrentemente por seu reducionismo.
Nazismo e comunismo são regimes semelhantes, sim, mas não por conta dos modos como administram a produção, por suas políticas econômicas, que no fim se tornam uma questão menor dentro da maluquice geral que é típica do totalitarismo coletivista oligárquico, que é o que aquelas duas monstruosidades são.
Como regimes totalitários, tanto o comunismo, quanto o nazismo, retiram o indivíduo do centro da definição humana e transferem este centro para um coletivo abstrato - a classe, raça ou nação - e, pior, situam a expressão plena deste coletivo abstrato em algum futuro indefinidio e, consolidando sua vocação para o absurdo, passam a tratar os indivíduos que vivem no presente como se estes fossem abstrações. A partir disto, matar milhões ou dezenas de milhões é só uma questão de decisão, planejamento e recursos.
Apáte escreveu:Para dizer a verdade, pelo menos no campo da teoria, acho esta afirmação bastante contestável. Como uma população vacinada como a alemã caiu num discurso que só pregava o caos?
Uma compreensão bem completa do fenômeno nazista em suas abrangências macro e micro pode ser tirada de "Origens do Totalitarismo", de Hanna Arendt, que explica o nazismo como movimento revolucionário permanente, e de "Hitler e os Alemães", de Eric Voegelin, que analisa a culpa individual de cada alemão pela ascenção de Hitler ao poder.
Os livros dão a visão das massas e a visão do indivíduo que observam o caos e se submetem a ele e tentam explicar os porquês, embora, no fim, tudo pareça apenas loucura.
Nós, Índios.
Acauan Guajajara
ACAUAN DOS TUPIS, o gavião que caminha
Lutar com bravura, morrer com honra.
Liberdade! Liberdade!
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Re: Os Pilares do Nazismo - Spamtantino
Acauan escreveu:Apáte escreveu:Para dizer a verdade, pelo menos no campo da teoria, acho esta afirmação bastante contestável. Como uma população vacinada como a alemã caiu num discurso que só pregava o caos?
Uma compreensão bem completa do fenômeno nazista em suas abrangências macro e micro pode ser tirada de "Origens do Totalitarismo", de Hanna Arendt, que explica o nazismo como movimento revolucionário permanente, e de "Hitler e os Alemães", de Eric Voegelin, que analisa a culpa individual de cada alemão pela ascenção de Hitler ao poder.
Os livros dão a visão das massas e a visão do indivíduo que observam o caos e se submetem a ele e tentam explicar os porquês, embora, no fim, tudo pareça apenas loucura.
Acho mais complicada essa idéia de que uma população inteira caiu num discurso de meia dúzia de indivíduos até então sem influência alguma.
Não seria o homem nazista uma consequência natural e provável daquilo que cercava o homem prussiano?
Obviamente elevado a extremos.
- Apáte
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Re: Os Pilares do Nazismo - Spamtantino
Acauan escreveu:Apáte escreveu:Acauan,
Então o único erro de Constantino foi ter trocado a ordem dos fatores. Enquanto no comunismo o objetivo era a estatização em si, e as catástrofes vinham como conseqüência desta ideologia, no nazismo o único fim era as catástrofes/maluquices, e o poder total do Estado era o único meio para concretizá-lo.
Constantino erra recorrentemente por seu reducionismo.
Nazismo e comunismo são regimes semelhantes, sim, mas não por conta dos modos como administram a produção, por suas políticas econômicas, que no fim se tornam uma questão menor dentro da maluquice geral que é típica do totalitarismo coletivista oligárquico, que é o que aquelas duas monstruosidades são.
Como regimes totalitários, tanto o comunismo, quanto o nazismo, retiram o indivíduo do centro da definição humana e transferem este centro para um coletivo abstrato - a classe, raça ou nação - e, pior, situam a expressão plena deste coletivo abstrato em algum futuro indefinidio e, consolidando sua vocação para o absurdo, passam a tratar os indivíduos que vivem no presente como se estes fossem abstrações. A partir disto, matar milhões ou dezenas de milhões é só uma questão de decisão, planejamento e recursos.
Concordo.
Acauan escreveu:Apáte escreveu:Para dizer a verdade, pelo menos no campo da teoria, acho esta afirmação bastante contestável. Como uma população vacinada como a alemã caiu num discurso que só pregava o caos?
Uma compreensão bem completa do fenômeno nazista em suas abrangências macro e micro pode ser tirada de "Origens do Totalitarismo", de Hanna Arendt, que explica o nazismo como movimento revolucionário permanente, e de "Hitler e os Alemães", de Eric Voegelin, que analisa a culpa individual de cada alemão pela ascenção de Hitler ao poder.
Os livros dão a visão das massas e a visão do indivíduo que observam o caos e se submetem a ele e tentam explicar os porquês, embora, no fim, tudo pareça apenas loucura.
Obrigado pelas fontes. Provavelmente não lerei este semestre ainda, mas quando ler dou uma procurada.
"Da sempre conduco una attività ininterrotta di lavoro, se qualche volta mi succede di guardare in faccia qualche bella ragazza... meglio essere appassionati di belle ragazze che gay" by: Silvio Berlusconi
Re: Os Pilares do Nazismo - Spamtantino
rapha... escreveu: Acho mais complicada essa idéia de que uma população inteira caiu num discurso de meia dúzia de indivíduos até então sem influência alguma.
Ou pior, caiu no discurso de um único sujeito, até então sem influência alguma.
rapha... escreveu: Não seria o homem nazista uma consequência natural e provável daquilo que cercava o homem prussiano? Obviamente elevado a extremos.
É uma proposição interessante, mas precisa ser melhor detalhada.
O foco de irradiação do nazismo para o resto da Alemanha não foi a Prússia e sim a Baviera, primeiro Munique, depois Nurembergue.
E também é preciso detalhar melhor o que significa homem prussiano.
Se quer dizer a aristocracia prussiana, sua adesão ao nazismo se deu gradualmente, de certo modo reagindo às circunstâncias, partindo de uma desconfiança ou mesmo repulsa à ralé que constituía as S.A., até se identificar com a elite tradicional que compôs o alto oficialato da SS.
Não estou bem certo, mas acho que a aristocracia militar prussiana só se convenceu da viabilidade do nazismo e da liderança de Hitler após o sucesso da ocupação militar da Renânia, quando era esperado que os franceses botassem os alemães para correr, mas não mexeram um dedo e não deram um pio.
O resto, todo mundo sabe...
Nós, Índios.
Acauan Guajajara
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Re: Os Pilares do Nazismo - Spamtantino
Acauan escreveu:Ou pior, caiu no discurso de um único sujeito, até então sem influência alguma.
Sei não. Acho essa coisa difícil de engolir.
Acauan escreveu:É uma proposição interessante, mas precisa ser melhor detalhada.
Li essa proposição "por aí", de um desses figurões liberais, e achei a mais convincente, tirando o nazismo do ombro de poucos líderes e colocando-o nas costas de uma sociedade inteira.
Com a memória fraca que tenho aliada ao pouco que conheço, não deve sair grande coisa, mas vamos lá.
Acauan escreveu:O foco de irradiação do nazismo para o resto da Alemanha não foi a Prússia e sim a Baviera, primeiro Munique, depois Nurembergue.
E também é preciso detalhar melhor o que significa homem prussiano.
Se quer dizer a aristocracia prussiana, sua adesão ao nazismo se deu gradualmente, de certo modo reagindo às circunstâncias, partindo de uma desconfiança ou mesmo repulsa à ralé que constituía as S.A., até se identificar com a elite tradicional que compôs o alto oficialato da SS.
Não estou bem certo, mas acho que a aristocracia militar prussiana só se convenceu da viabilidade do nazismo e da liderança de Hitler após o sucesso da ocupação militar da Renânia, quando era esperado que os franceses botassem os alemães para correr, mas não mexeram um dedo e não deram um pio.
O resto, todo mundo sabe...
Falei em "homem prussiano" de um modo genérico, provavelmente mal empregado, para me referir ao alemão comum dos tempos de império. O histórico prussiano de rígida organização militar, expansionismo, dominação e rechaçamento de minorias, encontra-se fortemente presente no que veio depois. Essa entrega do indivíduo a um Estado em busca da "perfeição" já havia ocorrido antes.
Esse homem compartilhava mais dos preceitos nazistas do que do crescente espírito mercantil inglês que contagiava setores governistas, propostos a implantar modelo semelhante após a dissolução do Império Alemão, anunciando o fim deste. Os alemães não estavam dispostos ao Estado de Direito e à liberdade.
Hitler certamente buscava o retorno ao passado glorioso, na reconstrução de um grandioso império, e não há como imaginar que a sociedade alemã tenha caido em seu conto se não quisesse ouvir exatamente o que ele tinha para dizer. Hitler era o único caminho de volta e seu perfil, genericamente, não deve diferir do cidadão comum, em menor grau de loucura.
Re: Os Pilares do Nazismo - Spamtantino
rapha... escreveu:Acauan escreveu:Ou pior, caiu no discurso de um único sujeito, até então sem influência alguma.
Sei não. Acho essa coisa difícil de engolir.
É possível que se trate da usual resistência à explicação mais simples, que na maioria das vezes se mostra mais verdadeira.
Uma análise rápida pode partir da hipótese sobre o que seria o partido nazista sem Hitler:
Até onde chegaria se liderado por escórias como Himmler, Röhm, Goebbels ou Martin Borman, por um doido como Hess ou mesmo por uma exceção competente, como Goering (por mais moralmente desprezível que fosse)?
Na Europa, o discurso anti-semita era mais velho que a Sé de Braga, uma lenga-lenga que remetia à Idade Média e que por si só seria insuficiente para entusiasmar as massas. O resto do discurso nazista era um pastiche sem pé nem cabeça de nacionalismo, anti-comunismo e racismo, que imitava na forma o fascismo italiano e se mostrava ao alemão comum como coisa de um bando de palhaços que não tinha o que fazer além de andar uniformizados fazendo arruaças.
Foi o carisma hipnótico, ousadia, intuição política, habilidade cênica e espetacular senso de oportunidade de Hitler que transformaram rufiões imitadores de Mussolini na mais poderosa força político da Europa.
rapha... escreveu:Acauan escreveu:É uma proposição interessante, mas precisa ser melhor detalhada.
Li essa proposição "por aí", de um desses figurões liberais, e achei a mais convincente, tirando o nazismo do ombro de poucos líderes e colocando-o nas costas de uma sociedade inteira.
Bem, há quem entre os figurões liberais que gostam de dissertar sobre o livre mercado como uma panacéia, a cura para todos os males.
Quanto à proposição de tirar o nazismo do ombro de poucos líderes e colocá-lo nas costas de uma sociedade inteira, ela pode ser aplicada a todos os eventos históricos, do surgimento dos primeiros impérios mesopotâmicos até a queda do muro de Berlim.
É importante lembrar que a entidade "um povo inteiro" é um coletivo abstrato que não pode ser sujeito da História.
Sujeitos da História são indivíduos e organizações, que estruturadas de modo a dar à entidade coletiva uma unidade e personalidade que imita a individual, podem se tornar agentes de decisão e ação histórica. Assim são os partidos políticos, igrejas, castas aristocráticas, oligarquias econômico-financeiras, sociedades secretas ou discretas, sindicatos, associações etc, mas nunca "povo inteiro", que por conta da diversidade, indefinição, dispersão e falta de centro para decisão e ação só se torna sujeito da História quando alguma liderança organizada os conduz para determinada ação conjunta.
Não há dúvida sobre a culpa dos alemães quanto à ascensão do nazismo, mas prefiro a abordagem de Eric Voegelin que situa esta culpa na consciência individual de cada alemão que devia ter rejeitado moralmente de imediato a pregação nazista, mas cedeu a ela por decisão própria. A culpa coletiva, nestes termos, é apenas a multiplicação de uma culpa individual, que não pode e não deve ser diluída na coletividade abstrata.
rapha... escreveu:Acauan escreveu:O foco de irradiação do nazismo para o resto da Alemanha não foi a Prússia e sim a Baviera, primeiro Munique, depois Nurembergue.
E também é preciso detalhar melhor o que significa homem prussiano.
Se quer dizer a aristocracia prussiana, sua adesão ao nazismo se deu gradualmente, de certo modo reagindo às circunstâncias, partindo de uma desconfiança ou mesmo repulsa à ralé que constituía as S.A., até se identificar com a elite tradicional que compôs o alto oficialato da SS.
Não estou bem certo, mas acho que a aristocracia militar prussiana só se convenceu da viabilidade do nazismo e da liderança de Hitler após o sucesso da ocupação militar da Renânia, quando era esperado que os franceses botassem os alemães para correr, mas não mexeram um dedo e não deram um pio.
O resto, todo mundo sabe...
Falei em "homem prussiano" de um modo genérico, provavelmente mal empregado, para me referir ao alemão comum dos tempos de império. O histórico prussiano de rígida organização militar, expansionismo, dominação e rechaçamento de minorias, encontra-se fortemente presente no que veio depois. Essa entrega do indivíduo a um Estado em busca da "perfeição" já havia ocorrido antes.
Desculpe minha ignorância, mas poderia me citar os exemplos históricos de expansionismo, dominação e rechaçamento de minorias entre os alemães em geral e entre os prussianos em particular, nos tempos do império?
A nação alemã, o Reich, só se unificou completamente em 1871.
Antes disto, enquanto França, Inglaterra, Portugal e Espanha exibiam vastos impérios coloniais, os alemães se mantinham nos mesmos territórios da Europa Central que ocupavam desde a queda do Império Romano.
Na guerra Franco-Prussiana, simultânea à unificação, os alemães tomaram a Alsácia-Lorena dos franceses, mas aquela era uma região historicamente ocupada por populações germânicas.
Como dificilmente podemos definir a Primeira Guerra Mundial pelo expansionismo alemão, temos que este só surge genuinamente com o nazismo e sua doutrina do Espaço Vital.
Quanto ao "rechaçamento de minorias", os alemães registram mais conflitos internos por sectarismo religioso do que étnico, ficando esta questão evidente no caso particular dos judeus, sendo importante lembrar que Portugal, Espanha, França, Polônia e Rússia também tem históricos muito comprometedores no quesito.
rapha... escreveu:Esse homem compartilhava mais dos preceitos nazistas do que do crescente espírito mercantil inglês que contagiava setores governistas, propostos a implantar modelo semelhante após a dissolução do Império Alemão, anunciando o fim deste. Os alemães não estavam dispostos ao Estado de Direito e à liberdade.
Hitler certamente buscava o retorno ao passado glorioso, na reconstrução de um grandioso império, e não há como imaginar que a sociedade alemã tenha caido em seu conto se não quisesse ouvir exatamente o que ele tinha para dizer. Hitler era o único caminho de volta e seu perfil, genericamente, não deve diferir do cidadão comum, em menor grau de loucura.
Bem, se considerarmos Nietzsche como fonte confiável, temos que o sentimento dominante no homem alemão do século XIX quando se comparava aos europeus ocidentais era complexo de inferioridade.
Segundo o filósofo, os alemães gostariam de ser franceses, povo que lhes parecia em tudo melhor que eles próprios. Por mais realizações que o gênio alemão criasse nas artes, ciências e tecnologias, sempre se viam como um povo menor que os aristocráticos britânicos, os refinados franceses ou mesmo que os esplendorosos italianos.
Não é difícil concluir que após a derrota na Primeira Guerra este complexo de inferioridade se exacerbou.
Também não é difícil concluir que nenhum discurso é mais bem vindo pelos que lamentam sua inferioridade do que palavras que clamem o quanto são superiores.
Note que este discurso não conclama o retorno a um remoto passado glorioso (o mote da reconstrução do grande império era de Mussolini, não de Hitler), mas sim a negação de um passado de ressentimento, derrota e humilhação. É correto dizer que o führer sonhava com a reconstrução de uma antiga Idade do Ouro, mas todo ditador maluco sonha com isto, sem nunca ficar claro o significado exato da coisa.
Também é importante lembrar que Hitler se apresentava como o instrumento para a realização dos anseios do povo alemão no discurso, quando na verdade seu plano era usar o povo alemão como instrumento de realização de seus próprios anseios.
E foi o que fez.
Nós, Índios.
Acauan Guajajara
ACAUAN DOS TUPIS, o gavião que caminha
Lutar com bravura, morrer com honra.
Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós!
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz!
Acauan Guajajara
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Re: Os Pilares do Nazismo - Spamtantino
Não há o que eu possa acrescentar ou questionar.
O mais incrível em todas essas linhas são sua argumentação e conhecimento.
Realmente o Império Alemão só se expandiu para territórios do antigo Império Romano, o que não deve ter sido muito difícil, e por pouco tempo sobre territórios russos [extraído de uma visita ao Wikipedia], embora dominasse territórios onde se encontravam eslavos e bálticos [onde fiz o famoso 1+1=3].
O mais incrível em todas essas linhas são sua argumentação e conhecimento.
Acauan escreveu:Desculpe minha ignorância, mas poderia me citar os exemplos históricos de expansionismo, dominação e rechaçamento de minorias entre os alemães em geral e entre os prussianos em particular, nos tempos do império?
Realmente o Império Alemão só se expandiu para territórios do antigo Império Romano, o que não deve ter sido muito difícil, e por pouco tempo sobre territórios russos [extraído de uma visita ao Wikipedia], embora dominasse territórios onde se encontravam eslavos e bálticos [onde fiz o famoso 1+1=3].