Olavo de Carvalho: fanático religioso?

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Sudaka
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Re: Olavo de Carvalho: fanático religioso?

Mensagem por Sudaka »

Acauan escreveu:E nem foram fatores decisivos dos resultados eleitorais. A violência nazista pré-tomada do poder se concentrava na militância comunista, enquanto a noite dos longos punhais foi um expurgo interno do partido, para destruir as SA e instaurar as SS como braço direito paramilitar de Hitler.

Tudo isto mais compromete do que alivia a consciência do povo alemão, uma vez que eles votaram em massa no partido nazista apesar disto, sabendo disto e não porque foram obrigados a isto, votaram porque quiseram.


No momento de maior popularidade do partido de Hitler, 63% do eleitorado não votou nos nazistas. NEXT!

Acauan escreveu:Que não durariam cinco minutos em um conflito com o exército italiano se o rei tomasse esta decisão. Foi a grande penetração dos fascistas no centro da política italiana, seus relacionamentos e a aprovação popular que foram decisivos.


"Grande penetração", "relacionamentos", "aprovação popular"... E o que dizer das milícias fascistas queimando os estabelecimentos dos demais partidos, dispersando sindicatos e aterrorizando a população. Que dizer dos esquadrões de camisas negras atacando as instituições e orgãos do governo por todo país? Em 1921 os fascistas tinham controle de grande parte da Itália e o exército do Rei não fez nada. A classe média não aguentava mais greves e revoltas por todo lado. Mussolini inspirava tudo isto por um lado e por outro se apresentava como a solução dos problemas que ele e os fascistas criavam.

Acauan escreveu:Os partidos não eram democráticos, mas o nazista, em particular, optou pela via democrática institucional para chegar ao poder e destruir a democracia de dentro.


E ainda assim não foi o voto direto que colocou Hitler lá.

Acauan escreveu:
Sudaka escreveu:Na verdade, o que disse foi: "além disto, este tipo de acusação contra ateus sempre esquece, convenientemente, que o fascismo e o nazismo floresceram nas nações de origem do catolicismo e do protestantismo. Foram as nações fundadoras do cristianismo na Europa que elegeram voluntariamente monstros paras seus líderes e marcharam sob suas ordens para matar milhões."

Se isso não é relacionar o cristianismo com Hitler e com Mussolini numa relação de causa e efeito, eu preciso de uma melhor explicação.


Então você precisa ser melhor explicado, uma vez que o sujeito da frase central é "as nações fundadoras do cristianismo na Europa" e não o cristianismo em si.


É pegadinha? Cadê a câmera? E qual o propósito de mencionar o cristianismo então? Por que não mencionar outro aspecto, como as nações fundadoras da polka e da alta costura?

Acauan escreveu:Como se alemães e italianos, dois dos povos mais cultos e educados do mundo na época e até hoje, nações ricas na história e na economia, centros da civilização ocidental, fossem um bando de ingênuos que não entendessem que quando Hitler discursava sobre seus planos de perseguir os judeus seria exatamente isto que faria se votassem nele. Votaram mesmo assim, logo são cúmplices de tudo que se seguiu.


Que eu saiba recém havia ocorrido uma guerra mundial, havia a depressão, o medo do desemprego, os europeus se atiravam para as américas buscando melhores condições de vida. Que eu saiba não havia internet, televisão e os partidos nazista e fascista liquidavam com os rivais, trabalhavam intensamente com propaganda, etc.

Acauan escreveu:
Sudaka escreveu:O comunismo ateu floresceu na nação que deu origem ao cristianismo no norte da Ásia... :emoticon5:


Como disse, esta é a sua afirmação.


O comunismo ateu floresceu na nação que deu origem a Vodka... :emoticon5:

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Fernando Silva
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Re: Olavo de Carvalho: fanático religioso?

Mensagem por Fernando Silva »

Sudaka escreveu:No momento de maior popularidade do partido de Hitler, 63% do eleitorado não votou nos nazistas. NEXT!

Teve votos o bastante para ganhar, mesmo sem maioria, como acontece em grande parte das eleições legítimas, o tempo todo.

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Fernando Silva
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Re: Olavo de Carvalho: fanático religioso?

Mensagem por Fernando Silva »

Mussolini comprou o apoio da ICAR ao lhe restaurar alguns dos poderes perdidos na época de Garibaldi.
O papa da época disse: "Mussolini, uma dádiva de Deus".

Na maioria das revoluções onde religiosos foram mortos, os religiosos apoiavam o regime contra o qual a revolução lutava.

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Aranha
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Re: Olavo de Carvalho: fanático religioso?

Mensagem por Aranha »

Fernando Silva escreveu:
Sudaka escreveu:No momento de maior popularidade do partido de Hitler, 63% do eleitorado não votou nos nazistas. NEXT!

Teve votos o bastante para ganhar, mesmo sem maioria, como acontece em grande parte das eleições legítimas, o tempo todo.


- Concordo que as regras do jogo são estas, mas este número inocenta o povo Alemão não inocenta?

Abraços,
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Ben Parker

Sudaka
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Re: Olavo de Carvalho: fanático religioso?

Mensagem por Sudaka »

Fernando Silva escreveu:
Sudaka escreveu:No momento de maior popularidade do partido de Hitler, 63% do eleitorado não votou nos nazistas. NEXT!

Teve votos o bastante para ganhar, mesmo sem maioria, como acontece em grande parte das eleições legítimas, o tempo todo.


Mas ele não ganhou! :emoticon24: Hitler was not directly voted in to power!

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Re: Olavo de Carvalho: fanático religioso?

Mensagem por Fernando Silva »

Sudaka escreveu:
Fernando Silva escreveu:
Sudaka escreveu:No momento de maior popularidade do partido de Hitler, 63% do eleitorado não votou nos nazistas. NEXT!

Teve votos o bastante para ganhar, mesmo sem maioria, como acontece em grande parte das eleições legítimas, o tempo todo.

Mas ele não ganhou! :emoticon24: Hitler was not directly voted in to power!

Mas ele seguiu os trâmites legais, embora apelando para métodos como corrupção e intimidação, como acontece no Brasil e em muitos outros paises democráticos.

O que eu quero dizer é que ele não entrou em Berlim à frente de um exército revolucionário.

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Fernando Silva
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Re: Olavo de Carvalho: fanático religioso?

Mensagem por Fernando Silva »

Abmael escreveu:
Fernando Silva escreveu:
Sudaka escreveu:No momento de maior popularidade do partido de Hitler, 63% do eleitorado não votou nos nazistas. NEXT!

Teve votos o bastante para ganhar, mesmo sem maioria, como acontece em grande parte das eleições legítimas, o tempo todo.


- Concordo que as regras do jogo são estas, mas este número inocenta o povo Alemão não inocenta?

Abraços,

Se inocenta os alemães, inocenta também os europeus que fingiram que não viram quando Hitler invadiu a Polônia, na esperança de que ele pararia por ali, ou os americanos, que se mantiveram neutros e, em muitos casos, simpatizavam com a ideologia arianista (e ainda simpatizam...).
Ou o Brasil, com a simpatia de Vargas e partidos como o integralista.

É uma atitude comum fingir que nada está acontecendo na esperança de que nada aconteça conosco. É apenas humano.

Claro, é bem possível que poucos soubessem dos massacres nos campos de concentração ou então preferissem ignorar os boatos a respeito.

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Acauan
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Re: Olavo de Carvalho: fanático religioso?

Mensagem por Acauan »

Sudaka escreveu:No momento de maior popularidade do partido de Hitler, 63% do eleitorado não votou nos nazistas. NEXT!


O partido nazista venceu as eleições de 1933 com 44% dos votos, consolidou-se como maior partido no Reichstag, formando uma coalização que lhes garantiu mais da metade dos votos no parlamento. Posteriormente ampliou esta coligação e obteve maioria absoluta, com poderes para modificar a constituição, a partir do que iniciou a construção do Estado Totalitário de partido único.

Para exemplo comparativo didático sobre os significado dos 44% dos votos recebidos pelos nazistas, em 1970 Salvador Allende foi eleito presidente do Chile com 36% dos votos.


Sudaka escreveu:"Grande penetração", "relacionamentos", "aprovação popular"... E o que dizer das milícias fascistas queimando os estabelecimentos dos demais partidos, dispersando sindicatos e aterrorizando a população. Que dizer dos esquadrões de camisas negras atacando as instituições e orgãos do governo por todo país? Em 1921 os fascistas tinham controle de grande parte da Itália e o exército do Rei não fez nada. A classe média não aguentava mais greves e revoltas por todo lado. Mussolini inspirava tudo isto por um lado e por outro se apresentava como a solução dos problemas que ele e os fascistas criavam.


Já discutido.

Sudaka escreveu:E ainda assim não foi o voto direto que colocou Hitler lá.


Em nenhum momento disse que Hitler foi eleito pelo voto direto e sim que chegou ao poder pela via democrática por conta de seu partido ter sido o mais votado nas eleições e ser a maior força no parlamento, o que o levou a ser nomeado Chanceler pelo presidente, dentro da ordem constitucional vigente.

Sudaka escreveu:
Acauan escreveu:
Sudaka escreveu:Na verdade, o que disse foi: "além disto, este tipo de acusação contra ateus sempre esquece, convenientemente, que o fascismo e o nazismo floresceram nas nações de origem do catolicismo e do protestantismo. Foram as nações fundadoras do cristianismo na Europa que elegeram voluntariamente monstros paras seus líderes e marcharam sob suas ordens para matar milhões."

Se isso não é relacionar o cristianismo com Hitler e com Mussolini numa relação de causa e efeito, eu preciso de uma melhor explicação.


Então você precisa ser melhor explicado, uma vez que o sujeito da frase central é "as nações fundadoras do cristianismo na Europa" e não o cristianismo em si.


É pegadinha?


Não.

Sudaka escreveu:Que eu saiba recém havia ocorrido uma guerra mundial, havia a depressão, o medo do desemprego, os europeus se atiravam para as américas buscando melhores condições de vida. Que eu saiba não havia internet, televisão e os partidos nazista e fascista liquidavam com os rivais, trabalhavam intensamente com propaganda, etc.


E mesmo vendo e sabendo de tudo isto, quase um entre dois eleitores alemães votou no partido nazista.
Quanto a "não haver internet e televisão" é um argumento tão pueril que nem merece resposta.
Nós, Índios.

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Re: Olavo de Carvalho: fanático religioso?

Mensagem por Acauan »

Fernando Silva escreveu:
Abmael escreveu: - Concordo que as regras do jogo são estas, mas este número inocenta o povo Alemão não inocenta?


Se inocenta os alemães, inocenta também os europeus que fingiram que não viram quando Hitler invadiu a Polônia, na esperança de que ele pararia por ali, ...


Fernando,

Você deve ter confundido os países.
Inglaterra e França declararam guerra à Alemanha por conta da invasão da Polônia, como haviam prometido ao governo polonês.

O último lance da estratégia de apaziguamento foi entregar a região dos sudetos à Hitler, que garantiu que se atendido não teria mais reivindicações territoriais na Europa. Logo em seguida os nazistas ocuparam toda a Tchecoslováquia e ingleses e franceses perceberam o papel de bobos que fizeram.
Nós, Índios.

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Re: Olavo de Carvalho: fanático religioso?

Mensagem por Fernando Silva »

Acauan escreveu:
Fernando Silva escreveu:
Abmael escreveu: - Concordo que as regras do jogo são estas, mas este número inocenta o povo Alemão não inocenta?


Se inocenta os alemães, inocenta também os europeus que fingiram que não viram quando Hitler invadiu a Polônia, na esperança de que ele pararia por ali, ...

Fernando,

Você deve ter confundido os países.
Inglaterra e França declararam guerra à Alemanha por conta da invasão da Polônia, como haviam prometido ao governo polonês.

O último lance da estratégia de apaziguamento foi entregar a região dos sudetos à Hitler, que garantiu que se atendido não teria mais reivindicações territoriais na Europa. Logo em seguida os nazistas ocuparam toda a Tchecoslováquia e ingleses e franceses perceberam o papel de bobos que fizeram.

"Isso, isso, isso".
É no que dá responder correndo nos intervalos do trabalho...

Sudaka
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Re: Olavo de Carvalho: fanático religioso?

Mensagem por Sudaka »

Acauan escreveu:
Sudaka escreveu:No momento de maior popularidade do partido de Hitler, 63% do eleitorado não votou nos nazistas. NEXT!


O partido nazista venceu as eleições de 1933 com 44% dos votos, consolidou-se como maior partido no Reichstag, formando uma coalização que lhes garantiu mais da metade dos votos no parlamento. Posteriormente ampliou esta coligação e obteve maioria absoluta, com poderes para modificar a constituição, a partir do que iniciou a construção do Estado Totalitário de partido único.

Para exemplo comparativo didático sobre os significado dos 44% dos votos recebidos pelos nazistas, em 1970 Salvador Allende foi eleito presidente do Chile com 36% dos votos!


Outra pegadinha.

Seria mais didático informar que em janeiro de 1933 Hitler já era chanceler e, seguro de sua paixão pela democracia, convocou eleições para março.

Sudaka escreveu:Que eu saiba recém havia ocorrido uma guerra mundial, havia a depressão, o medo do desemprego, os europeus se atiravam para as américas buscando melhores condições de vida. Que eu saiba não havia internet, televisão e os partidos nazista e fascista liquidavam com os rivais, trabalhavam intensamente com propaganda, etc.


Acauan escreveu: E mesmo vendo e sabendo de tudo isto, quase um entre dois eleitores alemães votou no partido nazista.
Quanto a "não haver internet e televisão" é um argumento tão pueril que nem merece resposta.


Um entre dois? Olha a pegadinha de novo. Ó Alemães, cultos, ricos, cidadãos conscientes, cristãos...

"Vendo e sabendo tudo" como? Os alemães não assistiram em massa no canal de história o que seria o nazismo, não tinham acesso a internet para acompanhar livremente o que se dizia pelo país e pelo mundo. Você confunde a tua condição atual ou teu ideal de italianos e alemães com a realidade da época. A Alemanha estava aniquilada, humilhada, em 1932 o desemprego atingia 29,9% da população. A miséria era tão grande que o presidente americano Herbert Hoover declarou uma moratória da reparação de guerra, o país estava a beira da guerra civil. As forças políticas populares que não eram nazistas eram comunistas (o que é pior?). Desinformação, propaganda feroz e shows oratórios por todo lado. Os nazistas não falavam em guerra, guerra, guerra, matar, matar matar. Falavam em auto determinação dos povos, direitos iguais para alemães, abrogação do humilhante Tratado de Versalles, guerra à corrupção, garantia estatal de vida digna para todos, partilha dos lucros das empresas, reforma agrária, substituição da lei romana pela common law germânica, escola gratuita para filhos de pais pobres, centros de maternidade estatais, proibição de trabalho infantil, aumento dos valores da aposentadoria, etc. A falta de alimentos e de recursos básicos eram atribuídos aos corruptos e traidores do povo alemão, e também aos estrangeiros, em especial os judeus. Ademais, bastou que em novembro de 1932 o desemprego caísse um pouco para que o partido nazista que em julho deste ano obtivera 14 millhões de votos caisse para 12 milhões de votos (33% do total de votos).

Então, pensa bem na situação desse eleitor. Que tal um pouco de realismo, de pé no chão, antes de de realizar declarações histriônicas.

"O fascismo e o nazismo floresceram nas nações de origem do catolicismo e do protestantismo. Foram as nações fundadoras do cristianismo na Europa que elegeram voluntariamente monstros paras seus líderes e marcharam sob suas ordens para matar milhões." FIRKIN LOL!

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Acauan
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Re: Olavo de Carvalho: fanático religioso?

Mensagem por Acauan »

Sudaka escreveu:
Acauan escreveu:
Sudaka escreveu: escreveu:No momento de maior popularidade do partido de Hitler, 63% do eleitorado não votou nos nazistas. NEXT!


O partido nazista venceu as eleições de 1933 com 44% dos votos...


Outra pegadinha.
Seria mais didático informar que em janeiro de 1933 Hitler já era chanceler e, seguro de sua paixão pela democracia, convocou eleições para março.


O que não muda em absolutamente nada o fato que em 1933 os nazistas venceram as eleições com 44% dos votos, sem evidências históricas de fraude ou outras denúncias que invalidassem as eleições.

Sudaka escreveu:
Acauan escreveu:
Sudaka escreveu: Que eu saiba recém havia ocorrido uma guerra mundial, havia a depressão, o medo do desemprego, os europeus se atiravam para as américas buscando melhores condições de vida. Que eu saiba não havia internet, televisão e os partidos nazista e fascista liquidavam com os rivais, trabalhavam intensamente com propaganda, etc.


E mesmo vendo e sabendo de tudo isto, quase um entre dois eleitores alemães votou no partido nazista.
Quanto a "não haver internet e televisão" é um argumento tão pueril que nem merece resposta.


Um entre dois? Olha a pegadinha de novo.


Escrevi "quase um entre dois alemães" ou, se preferir, um em cada 2,27 alemães.


Sudaka escreveu: Ó Alemães, cultos, ricos, cidadãos conscientes, cristãos...

"Vendo e sabendo tudo" como? Os alemães não assistiram em massa no canal de história o que seria o nazismo, não tinham acesso a internet para acompanhar livremente o que se dizia pelo país e pelo mundo. Você confunde a tua condição atual ou teu ideal de italianos e alemães com a realidade da época. A Alemanha estava aniquilada, humilhada, em 1932 o desemprego atingia 29,9% da população. A miséria era tão grande que o presidente americano Herbert Hoover declarou uma moratória da reparação de guerra, o país estava a beira da guerra civil. As forças políticas populares que não eram nazistas eram comunistas (o que é pior?). Desinformação, propaganda feroz e shows oratórios por todo lado. Os nazistas não falavam em guerra, guerra, guerra, matar, matar matar. Falavam em auto determinação dos povos, direitos iguais para alemães, abrogação do humilhante Tratado de Versalles, guerra à corrupção, garantia estatal de vida digna para todos, partilha dos lucros das empresas, reforma agrária, substituição da lei romana pela common law germânica, escola gratuita para filhos de pais pobres, centros de maternidade estatais, proibição de trabalho infantil, aumento dos valores da aposentadoria, etc. A falta de alimentos e de recursos básicos eram atribuídos aos corruptos e traidores do povo alemão, e também aos estrangeiros, em especial os judeus. Ademais, bastou que em novembro de 1932 o desemprego caísse um pouco para que o partido nazista que em julho deste ano obtivera 14 millhões de votos caisse para 12 milhões de votos (33% do total de votos).

Então, pensa bem na situação desse eleitor. Que tal um pouco de realismo, de pé no chão, antes de de realizar declarações histriônicas..


Não que isto tenha a mais mínima importância, mas qualquer um que comparar minhas postagens às tuas neste tópico chegará à conclusão correta sobre quem está sendo histriônico, com base apenas no sentido estrito da palavra.

No mais, a ideologia e os planos de Hitler estavam descritos em Mein Kampf, publicado em 1926, que fala de supremacia racial, expansão territorial, remilitarização, perseguição aos judeus e tudo o mais que depois seria posto em prática.

Em seus discursos públicos, assistidos por milhares, reproduzido pelos jornais e transmitidos pelo rádio para milhões, o futuro führer deixava claro, aos gritos, sua doutrina do Espaço Vital, a ser conquistado dos povos inferiores que deveriam ser escravizados ou destruídos.

As ações violentas de perseguição das SA contra judeus eram feitas à luz do dia nas cidades alemãs.

Ou seja, os nazista nunca esconderam quem eram e a que vieram.
Os fundamentos arianistas, anti-semitas, racistas e expansionistas de sua ideologia eram públicos e notórios. Não apenas não foram escondidos do povo alemão como faziam parte de sua propaganda política.

E mesmo assim os alemães votaram neles.
Nós, Índios.

Acauan Guajajara
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Re: Olavo de Carvalho: fanático religioso?

Mensagem por Apáte »

Acauan escreveu:
Apáte escreveu: Pelo mesmo critério, poderíamos chamar Dawkins, aquele que diz que religião é um "vírus da mente" e assume o papel de defensor incondicional do materialismo, de fanático.


Dawkins parece um caso diferente, tornou-se uma espécie de superstar desta militância e certamente gosta disto e quer mais, mas não ostenta aquela paixão exacerbada pela causa que caracteriza o fanatismo.

Dawkins é mais entusiasmado em sua casa do que Olavo na dele. Os métodos de combate aos opositores de Dawkins também me parecem menos sutis do que os olavianos.

Mesmo assim, vou refazer a minha colocação, já que você discorda da afirmação que Olavo é um fanático, embora alegue que seu discurso possa ser próximo.

"Pelos mesmos critérios, a defesa incondicional da anti-religião, podemos afirmar que o discurso de Dawkins é semelhante ao dos fanáticos, mesmo que ele próprio não seja um."

Acauan escreveu:
Apáte escreveu: O que vejo é Olavo descendo o pau nas autoridades católicas atuais, com destaque para a CNBB e não deixando nem o Papa se safar.


Não conheço suficiente da CNBB, mas sei que naquele pardieiro tem de tudo, desde os teólogos da libertação que OdeC odeia, até defensores da Renovação Carismática Católica, que querem abrir espaço para se orar em línguas na missa.
O fato é que qualquer crítica genérica àquele balaio de gatos será sempre injusta e Olavo de Carvalho cada dia generaliza mais tudo que critica.

Um indicador seguro é o número de vezes que ele usa a expressão "todos sem exceção", palavras que convém ser econômico no uso.

Olavo deve nutrir o mesmo grau de simpatia tanto pela TC quanto pela RCC. O "todos sem exceção" usado sem pudor pelo Olavo não se refere ao comportamento unânime dos membros da CNBB, e sim pela culpa do seu desvio do que seria o verdadeiro catolicismo (pelo menos pro Olavo). Para O. de C., mesmo os bispos que tem uma condulta séria e verdadeiramente católica, são negligentes ao não fazerem nada com relação àqueles que estão destruindo a Igreja.

Acauan escreveu:
Apáte escreveu: Olavo não tenta desculpar pelos atos demoníacos destes padres, apenas afirma, e com razão, que estes não podem ser católicos, e sim demônios infiltrados na Igreja tentando destruí-la por dentro, o que faz bastante sentido.


É tudo muito forçado.
Primeiro porque a Igreja foi institucionalmente cúmplice dos pedófilos, ocultando, abafando e transferindo os criminosos, o que no fim só serviu para que tivessem um acervo de vítimas maior e mais variado.
Estas decisões de ocultar, abafar e transferir não foram tomadas por um grupelho de conspiradores infiltrados, mas por autoridades eclesiásticas legítimas, cujo rastreamento das responsabilidades chega à Roma, como era inevitável nestes casos.

Como respondido acima, Olavo atribui tanta culpa aos cúmplices de toda esta atrocidade quanto aos verdadeiros mal feitores.

Acauan escreveu:Depois não há evidência nenhuma que aqueles pedófilos denunciados fossem infiltrados em qualquer sentido.
Olavo de Carvalho falou de uma conspiração de novo em termos genéricos, mas em momento nenhum apresentou uma prova do tipo o padre pedófilo Fulano de Tal era participante do Grupo Tal e foi infiltrado na paróquia tal para destruir a Igreja.
A base do argumento dele é uma declaração de Sei-Lá-Quem que afirma ter preparado um plano de sabotagem das vocações sacerdotais, como se bastasse uma declaração de um fulano para que todos os casos de pedofilia – e são centenas – estivessem automaticamente escusados da responsabilidade da Igreja.

Não estão e não vi Olavo dizer diretamente que a Igreja não tem culpa por estes casos. Não vi, mas pode ter dito.

Independente destes padres serem filiados à uma seita obscura que pretende destruir a Igreja por dentro, ou que sejam só inimigos isolados, basta saber que ela encobriu os crimes desses párias para saber que ela tem culpa. Por outro lado, algumas atitudes são passíveis de excomunhão automática, sem necessidade de julgamento, o que faz com que certa parte deste clero não seja nem bispo, nem padre e nem mesmo um fiel católico.

Acauan escreveu:Por fim, se é claro que os padres pedófilos devem ser enquadrados na mesma situação dos chefes de escoteiros pedófilos – gente que inscreve em agremiações onde esteja próximo de sua vítima e possa conquistar sua confiança – é mais claro ainda que em se sabendo disto é obrigação tanto dos escoteiros quanto das igrejas escolher muito bem seus membros que lidam com crianças, vigiá-los sempre e agir ao menor sinal de alguma coisa errada. Não sei dos escoteiros, mas a Igreja falhou em tudo isto.

Concordo, e aposto que o Olavo também.

Acauan escreveu:
Apáte escreveu: Tirando isso, nestas últimas três semanas Olavo não está poupando críticas aos 'carolas', 'igrejeiros', 'bom moço' e outras comadres que não trepam nem dizem palavrão, enquanto tomam atitudes bem mais nocivas e anti-cristãs. Basta ver qual foi o primeiro tópico do seu último programa ( http://www.blogtalkradio.com/olavo ) anteontem para ver (ou ouvir) o que estou dizendo.


Olavo de Carvalho gosta de justificar seu palavreado repetindo sempre a mesma citação de São Bernardo de Clairvaux que compara os pregadores preguiçosos aos que vão atrás dos carros comendo a bosta dos bois, propondo que seus xingamentos se alinham a uma tradição cristã de estilos agressivos, mas sincero e eficaz de defender suas posições.

Neste caso em particular, fica claro que o problema não é o que fazem ou deixam de fazer os católicos que não falam palavrões e procuram se comportar educadamente, mesmo porque, não se as sabe. O que ocorre é que ele gosta de xingar e falar palavrões e parece escorregar para a conclusão de que quem não age como ele é porque boa coisa não é. Pior que a coisa pega e ta cheio de idiotas por aí falando que vão cuspir na cara de fulano ou mandar sicrano tomar no cu, embora eu duvide que seus físicos possam compensar os cheques que suas bocas emitem.

Concordo com a última frase. Numa briga on-line eu espanco até o Myke Tyson. Só que a "boiolagem" não está em não dizer palavrão ou não arrumar encrenca a toa, e sim em deixar que seus desafetos façam o que quiserem contigo sem nem mesmo mandá-los tomar no cu. Além do problema das pessoas inofensivas coitadinhas e orgulhosas que ficam tremendamente ofendidas por causa de qualquer coisa, como é o caso da mulher que caiu aos prantos, conseguindo um bando de apoiadores, só porque foi chamada de feia.

Aproveitando para postar o discurso do Olavo sobre este caso: http://www.youtube.com/watch?v=KtuDhG2Fpl0&eurl
Editado pela última vez por Apáte em 25 Jul 2008, 19:27, em um total de 1 vez.
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Re: Olavo de Carvalho: fanático religioso?

Mensagem por Apáte »

Anna escreveu:Que maluquice é essa? Eu postei uma resposta ao Apate, meu nome aparece como se eu tivesse sido a ultima a postar nesse tópico na pág principal, mas a mensagem sumiu! :emoticon9:

Anna escreveu:Que maluquice é essa? Eu postei uma resposta ao Apate, meu nome aparece como se eu tivesse sido a ultima a postar nesse tópico na pág principal, mas a mensagem sumiu! :emoticon9:

Anna escreveu:Oxi! E agora essa de cima, que acabo de postar horas depois, aparece duas vezes em páginas distintas desse tópicco!!!!! :emoticon27:

Posso lhe garantir que isso é obra de satanás.
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Re: Olavo de Carvalho: fanático religioso?

Mensagem por Apáte »

Sudaka escreveu:Foi a nação fundadora do cristianismo no norte da Ásia (russos) que elegeu voluntariamente monstros para seus líderes e marcharam sob suas ordens para matar milhões. :emoticon5:

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Re: Olavo de Carvalho: fanático religioso?

Mensagem por waldon »

Apáte escreveu:
Acauan escreveu:
Apáte escreveu: Pelo mesmo critério, poderíamos chamar Dawkins, aquele que diz que religião é um "vírus da mente" e assume o papel de defensor incondicional do materialismo, de fanático.


Dawkins parece um caso diferente, tornou-se uma espécie de superstar desta militância e certamente gosta disto e quer mais, mas não ostenta aquela paixão exacerbada pela causa que caracteriza o fanatismo.

Dawkins é mais entusiasmado em sua casa do que Olavo na dele. Os métodos de combate aos opositores de Dawkins também me parecem menos sutis do que os olavianos.

Mesmo assim, vou refazer a minha colocação, já que você discorda da afirmação que Olavo é um fanático, embora alegue que seu discurso possa ser próximo.

"Pelos mesmos critérios, a defesa incondicional da anti-religião, podemos afirmar que o discurso de Dawkins é semelhante ao dos fanáticos, mesmo que ele próprio não seja um."

Acauan escreveu:
Apáte escreveu: O que vejo é Olavo descendo o pau nas autoridades católicas atuais, com destaque para a CNBB e não deixando nem o Papa se safar.


Não conheço suficiente da CNBB, mas sei que naquele pardieiro tem de tudo, desde os teólogos da libertação que OdeC odeia, até defensores da Renovação Carismática Católica, que querem abrir espaço para se orar em línguas na missa.
O fato é que qualquer crítica genérica àquele balaio de gatos será sempre injusta e Olavo de Carvalho cada dia generaliza mais tudo que critica.

Um indicador seguro é o número de vezes que ele usa a expressão "todos sem exceção", palavras que convém ser econômico no uso.

Olavo deve nutrir o mesmo grau de simpatia tanto pela TC quanto pela RCC. O "todos sem exceção" usado sem pudor pelo Olavo não se refere ao comportamento unânime dos membros da CNBB, e sim pela culpa do seu desvio do que seria o verdadeiro catolicismo (pelo menos pro Olavo). Para O. de C., mesmo os bispos que tem uma condulta séria e verdadeiramente católica, são negligentes ao não fazerem nada com relação àqueles que estão destruindo a Igreja.

Acauan escreveu:
Apáte escreveu: Olavo não tenta desculpar pelos atos demoníacos destes padres, apenas afirma, e com razão, que estes não podem ser católicos, e sim demônios infiltrados na Igreja tentando destruí-la por dentro, o que faz bastante sentido.


É tudo muito forçado.
Primeiro porque a Igreja foi institucionalmente cúmplice dos pedófilos, ocultando, abafando e transferindo os criminosos, o que no fim só serviu para que tivessem um acervo de vítimas maior e mais variado.
Estas decisões de ocultar, abafar e transferir não foram tomadas por um grupelho de conspiradores infiltrados, mas por autoridades eclesiásticas legítimas, cujo rastreamento das responsabilidades chega à Roma, como era inevitável nestes casos.

Como respondido acima, Olavo atribui tanta culpa aos cúmplices de toda esta atrocidade quanto aos verdadeiros mal feitores.

Acauan escreveu:Depois não há evidência nenhuma que aqueles pedófilos denunciados fossem infiltrados em qualquer sentido.
Olavo de Carvalho falou de uma conspiração de novo em termos genéricos, mas em momento nenhum apresentou uma prova do tipo o padre pedófilo Fulano de Tal era participante do Grupo Tal e foi infiltrado na paróquia tal para destruir a Igreja.
A base do argumento dele é uma declaração de Sei-Lá-Quem que afirma ter preparado um plano de sabotagem das vocações sacerdotais, como se bastasse uma declaração de um fulano para que todos os casos de pedofilia – e são centenas – estivessem automaticamente escusados da responsabilidade da Igreja.

Não estão e não vi Olavo dizer diretamente que a Igreja não tem culpa por estes casos. Não vi, mas pode ter dito.

Independente destes padres serem filiados à uma seita obscura que pretende destruir a Igreja por dentro, ou que sejam só inimigos isolados, basta saber que ela encobriu os crimes desses párias para saber que ela tem culpa. Por outro lado, algumas atitudes são passíveis de excomunhão automática, sem necessidade de julgamento, o que faz com que certa parte deste clero não seja nem bispo, nem padre e nem mesmo um fiel católico.

Acauan escreveu:Por fim, se é claro que os padres pedófilos devem ser enquadrados na mesma situação dos chefes de escoteiros pedófilos – gente que inscreve em agremiações onde esteja próximo de sua vítima e possa conquistar sua confiança – é mais claro ainda que em se sabendo disto é obrigação tanto dos escoteiros quanto das igrejas escolher muito bem seus membros que lidam com crianças, vigiá-los sempre e agir ao menor sinal de alguma coisa errada. Não sei dos escoteiros, mas a Igreja falhou em tudo isto.

Concordo, e aposto que o Olavo também.

Acauan escreveu:
Apáte escreveu: Tirando isso, nestas últimas três semanas Olavo não está poupando críticas aos 'carolas', 'igrejeiros', 'bom moço' e outras comadres que não trepam nem dizem palavrão, enquanto tomam atitudes bem mais nocivas e anti-cristãs. Basta ver qual foi o primeiro tópico do seu último programa ( http://www.blogtalkradio.com/olavo ) anteontem para ver (ou ouvir) o que estou dizendo.


Olavo de Carvalho gosta de justificar seu palavreado repetindo sempre a mesma citação de São Bernardo de Clairvaux que compara os pregadores preguiçosos aos que vão atrás dos carros comendo a bosta dos bois, propondo que seus xingamentos se alinham a uma tradição cristã de estilos agressivos, mas sincero e eficaz de defender suas posições.

Neste caso em particular, fica claro que o problema não é o que fazem ou deixam de fazer os católicos que não falam palavrões e procuram se comportar educadamente, mesmo porque, não se as sabe. O que ocorre é que ele gosta de xingar e falar palavrões e parece escorregar para a conclusão de que quem não age como ele é porque boa coisa não é. Pior que a coisa pega e ta cheio de idiotas por aí falando que vão cuspir na cara de fulano ou mandar sicrano tomar no cu, embora eu duvide que seus físicos possam compensar os cheques que suas bocas emitem.

Concordo com a última frase. Numa briga on-line eu espanco até o Myke Tyson. Só que a "boiolagem" não está em não dizer palavrão ou não arrumar encrenca a toa, e sim em deixar que seus desafetos façam o que quiserem contigo sem nem mesmo mandá-los tomar no cu. Além do problema das pessoas inofensivas coitadinhas e orgulhosas que ficam tremendamente ofendidas por causa de qualquer coisa, como é o caso da mulher que caiu aos prantos, conseguindo um bando de apoiadores, só porque foi chamada de feia.

Aproveitando para postar o discurso do Olavo sobre este caso: http://www.youtube.com/watch?v=KtuDhG2Fpl0&eurl


Acho que o discurso do Olavo sobre este caso é este:


http://br.youtube.com/watch?v=VPqGverhnoU
Crie sua camisa com frases ateístas ou de qualquer religião, frases tipo "DARWIN TEM AMA" ou fotos que você quiser, são camisas personalizadas, voce manda fazer a estampa, clique abaixo no link e saiba mais:


http://www.CamisaOnline.com.br/?id=449

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Re: Olavo de Carvalho: fanático religioso?

Mensagem por Apáte »

Não precisava quotar tudo.

Este também, mas no outro ele é mais... digamos... "enérgico".
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Re: Olavo de Carvalho: fanático religioso?

Mensagem por Anna »

Apáte escreveu:
Anna escreveu:Que maluquice é essa? Eu postei uma resposta ao Apate, meu nome aparece como se eu tivesse sido a ultima a postar nesse tópico na pág principal, mas a mensagem sumiu! :emoticon9:

Anna escreveu:Que maluquice é essa? Eu postei uma resposta ao Apate, meu nome aparece como se eu tivesse sido a ultima a postar nesse tópico na pág principal, mas a mensagem sumiu! :emoticon9:

Anna escreveu:Oxi! E agora essa de cima, que acabo de postar horas depois, aparece duas vezes em páginas distintas desse tópicco!!!!! :emoticon27:

Posso lhe garantir que isso é obra de satanás.



Sim, Deus ou diabo, tradicionalmente, são os nomes invocados para as coisas quando temos preguiça de procurar uma resposta, medo ou não sabemos direito porquê, ou como, ocorreram.
Cérebro é uma coisa maravilhosa. Todos deveriam ter um.

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Re: Olavo de Carvalho: fanático religioso?

Mensagem por Apáte »

Justamente, se é ruim é do diabo.
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Re: Olavo de Carvalho: fanático religioso?

Mensagem por Acauan »

Apáte escreveu:Dawkins é mais entusiasmado em sua casa do que Olavo na dele. Os métodos de combate aos opositores de Dawkins também me parecem menos sutis do que os olavianos.
Mesmo assim, vou refazer a minha colocação, já que você discorda da afirmação que Olavo é um fanático, embora alegue que seu discurso possa ser próximo.
"Pelos mesmos critérios, a defesa incondicional da anti-religião, podemos afirmar que o discurso de Dawkins é semelhante ao dos fanáticos, mesmo que ele próprio não seja um."


Eu não tenho bem certeza.

Uma das características do fanático é a sinceridade.
Fanáticos realmente acreditam no objeto de seu fanatismo e tenho cá minhas dúvidas tanto se Dawkins quanto Olavo de Carvalho acreditam realmente no que dizem, ou apenas usam um discurso útil para atingir seus objetivos.


Apáte escreveu:Olavo deve nutrir o mesmo grau de simpatia tanto pela TC quanto pela RCC.


A tolerância religiosa de Olavo de Carvalho é uma característica interessante dele,
Particularmente considero o artigo Israel aos olhos de um cristão um dos grandes momentos do autor, junto com outros dois que expressam grande humanismo, Aprendendo com o dr. Johnson e Pobreza e grossura.

Sua manifesta tolerância ecumênica praticamente iguala em valor o Islã, judaísmo, o tao e todas as vertentes cristãs, incluindo, até bem pouco tempo, a Organização Universal de Edir Macedo.
O que é difícil de entender é como ele concilia isto com seu discurso de apoio enfático ao catolicismo tradicional, no estilo pregado pela Fraternidade Sacerdotal São Pio X, que não é lá muito a favor de intimidades com outras vertentes do catolicismo, que dirá com protestantes e religiões não cristãs.


Apáte escreveu:O "todos sem exceção" usado sem pudor pelo Olavo não se refere ao comportamento unânime dos membros da CNBB, e sim pela culpa do seu desvio do que seria o verdadeiro catolicismo (pelo menos pro Olavo). Para O. de C., mesmo os bispos que tem uma condulta séria e verdadeiramente católica, são negligentes ao não fazerem nada com relação àqueles que estão destruindo a Igreja.


O caso é mais grave do que esta situação particular mostra.
Olavo de Carvalho evidencia sinais da tal paralaxe cognitiva, tema estudado por ele próprio, pois se apresenta publicamente como defensor do indivíduo contra a autoridade coletiva, enquanto ele mesmo julga coletivamente seus desafetos e os que não concordam com suas idéias.
Mesmo entre os nazistas é necessário diferenciar comandantes de Einsatzgruppen do funcionário burocrático que se filiou ao partido para arranjar um emprego e passou a guerra na intendência, controlando estoques de botas.
Talvez em seu coração e alma o tal funcionário fosse apenas um assassino que não teve a oportunidade de matar, mas quem lerá seu coração e alma?

Ironicamente, julgar "todos sem exceção" em um grupo é coisa típica de comunista.


Apáte escreveu:Não estão e não vi Olavo dizer diretamente que a Igreja não tem culpa por estes casos. Não vi, mas pode ter dito.


Olavo de Carvalho escreveu:Não tenham dúvida: a Igreja é acusada e humilhada porque está inocente. Seus detratores a acusam porque são eles próprios os culpados.

Cem anos de pedofilia, Olavo de Carvalho, O Globo, 27 de abril de 2002


Apáte escreveu:
Acauan escreveu:Por fim, se é claro que os padres pedófilos devem ser enquadrados na mesma situação dos chefes de escoteiros pedófilos – gente que inscreve em agremiações onde esteja próximo de sua vítima e possa conquistar sua confiança – é mais claro ainda que em se sabendo disto é obrigação tanto dos escoteiros quanto das igrejas escolher muito bem seus membros que lidam com crianças, vigiá-los sempre e agir ao menor sinal de alguma coisa errada. Não sei dos escoteiros, mas a Igreja falhou em tudo isto.


Concordo, e aposto que o Olavo também.


Como posto acima ele preferiu culpar os acusadores. Que eu saiba Olavo de Carvalho nunca fez um comentário sobre a cumplicidade direta do cardeal arcebispo de Boston, Bernard Law, principal responsável por acobertar e abafar as centenas de casos de pedofilia denunciados em sua arquidiocese, preferindo transferir os padres acusados para outras paróquias onde fizeram novas vítimas.

Apáte escreveu:
Acauan escreveu: O que ocorre é que ele gosta de xingar e falar palavrões e parece escorregar para a conclusão de que quem não age como ele é porque boa coisa não é. Pior que a coisa pega e ta cheio de idiotas por aí falando que vão cuspir na cara de fulano ou mandar sicrano tomar no cu, embora eu duvide que seus físicos possam compensar os cheques que suas bocas emitem.


Concordo com a última frase. Numa briga on-line eu espanco até o Myke Tyson.


Olavo de Carvalho está visivelmente gagá, mas ainda não o bastante para não se dar conta da irresponsabilidade de seus comentários.
Frequentemente ele afirma que cuspirá na cara deste ou daquele desafeto, incluído o presidente da República do Brasil, e recomenda aos seus seguidores que façam o mesmo.
Se ele fala figuradamente ou não, não sei, mas entre as chamadas olavetes há bobos o bastante para declarar publicamente que farão isto e um ou outro é capaz de tentar.

Não sei como são as coisas no mundinho intelectual onde Olavo de Carvalho e seus seguidores vivem, mas conheço pessoalmente pelo menos meia dúzia de sujeitos muito cordiais na conversa, mas que se alguém cuspir na cara deles sua reação imediata será sacar da arma e disparar no peito do imbecil.

Certas coisas não se faz e não se manda outros fazer.

Além disto, que me lembro da tradição cristã, cuspir na cara é repetir um insulto feito ao próprio Cristo.


Apáte escreveu:Só que a "boiolagem" não está em não dizer palavrão ou não arrumar encrenca a toa, e sim em deixar que seus desafetos façam o que quiserem contigo sem nem mesmo mandá-los tomar no cu. Além do problema das pessoas inofensivas coitadinhas e orgulhosas que ficam tremendamente ofendidas por causa de qualquer coisa, como é o caso da mulher que caiu aos prantos, conseguindo um bando de apoiadores, só porque foi chamada de feia.


Também aí há uma contradição.
Olavo de Carvalho não se limita a criticar os conteúdos do que alguém diz, se arroga ao direito de julgar seus modos como algum tipo de deficiência moral, ao mesmo tempo em que condena quem julga os modos dele próprio em detrimento dos conteúdos que expressa.
Nós, Índios.

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Re: Olavo de Carvalho: fanático religioso?

Mensagem por Sudaka »

Acauan escreveu:O partido nazista venceu as eleições de 1933 com 44% dos votos...


Sudaka escreveu:Outra pegadinha.
Seria mais didático informar que em janeiro de 1933 Hitler já era chanceler e, seguro de sua paixão pela democracia, convocou eleições para março.


Acauan escreveu:O que não muda em absolutamente nada o fato que em 1933 os nazistas venceram as eleições com 44% dos votos, sem evidências históricas de fraude ou outras denúncias que invalidassem as eleições.


Com Hitler de chanceler, deu-se início ao ataque sistemático pelas SA contra os comunistas e os social-democratas. Seus jornais foram fechados, os escritórios destruídos, as reuniões sabotadas e os membros agredidos. Hitler negociou com o exército para que não intervisse, com a promessa de que levantaria as restrições de Versalles. Em fevereiro, as SA foram integradas como auxiliares da polícia. Os alemães que temiam o comunismo aderiam às SA. Num tempo em que o exército por limitações do tratado de Versalles tinha 100.000 homens, as SA contavam com 400.000. Após o episódio do incêncio no Reichstag, Hitler explorando uma possível revolta comunista, conseguiu decretar uma norma que suspendia direitos humanos básicos. Dez mil comunistas foram presos. Em Dachau, em março, foi estabelecido o primeiro campo de concentração, onde os internos eram adversários políticos (comunistas e social-democratas), criminosos, homossexuais, testemunhas de jeová, mendigos, andarilhos e outros considerados problemáticos, advogados, escritores judeus, industriais, etc.

Declaração de Goebbels após a nomeação de Hitler: "Agora vai ser fácil lutar, porque temos todos os recursos do Estado. Rádio e imprensa estão a nossa disposição. Vamos apresentar uma obra prima de propaganda. E dessa vez, naturalmente, não há falta de dinheiro". (minha tradução - http://www.nationmaster.com/encyclopedi ... ct-of-1933).

Então veio as eleições, resultado, 44% dos votos.

Mas isso não muda nada. :emoticon26:

Acauan escreveu:Escrevi "quase um entre dois alemães" ou, se preferir, um em cada 2,27 alemães.


Muito importante.

Acauan escreveu:Não que isto tenha a mais mínima importância, mas qualquer um que comparar minhas postagens às tuas neste tópico chegará à conclusão correta sobre quem está sendo histriônico, com base apenas no sentido estrito da palavra.


Nada se compara ao teu parágrafo que fiz destaque e chamei de histriônico.

Acauan escreveu: No mais, a ideologia e os planos de Hitler estavam descritos em Mein Kampf, publicado em 1926, que fala de supremacia racial, expansão territorial, remilitarização, perseguição aos judeus e tudo o mais que depois seria posto em prática.


Embora Hitler tenha feito várias referencias a matar judeus, tanto nos seus escritos e em vários discursos, é certo dizer que os nazistas não tiveram nenhum plano operativo para a sistemática aniquilação dos judeus antes de 1941. A decisão sistemática veio no fim do inverno ou no início da primavera de 1941 em conjunção com a ação de invadir a União Soviética. The Simon Wiesenthal Center's
36 Questions About the Holocaust (1-18) - http://www.jewishvirtuallibrary.org/jso ... uest1.html

Acauan escreveu:
Em seus discursos públicos, assistidos por milhares, reproduzido pelos jornais e transmitidos pelo rádio para milhões, o futuro führer deixava claro, aos gritos, sua doutrina do Espaço Vital, a ser conquistado dos povos inferiores que deveriam ser escravizados ou destruídos.


Uma clareza goebbeliana. Tudo que Hitler dizia dependia da audiência. Nas áreas rurais prometia corte de impostos e proteção dos preços dos produtos. Entre operários ele falava de distribuição de riquezas e contra os altos lucros burgueses. Aos industriais ele se concentrava na eliminação dos comunistas e na redução do poder dos sindicatos, com panfletos secretos para que não desse a conhecer tais idéias ao pessoal do partido ligado às classes operárias.

Acauan escreveu: As ações violentas de perseguição das SA contra judeus eram feitas à luz do dia nas cidades alemãs.


É, só que em abril de 33, quando começaram as primeiras medidas contra os judeus, Hitler já tinha controle ditatorial sobre a Alemanha.

Acauan escreveu:
Ou seja, os nazista nunca esconderam quem eram e a que vieram.
Os fundamentos arianistas, anti-semitas, racistas e expansionistas de sua ideologia eram públicos e notórios. Não apenas não foram escondidos do povo alemão como faziam parte de sua propaganda política.


Essencialmente nada inovador. É a velha estratégia de dividir para conquistar. Só mudam os elementos, conforme as circunstâncias da época, explorando os ressentimentos peculiares ao momento histórico. Antes disso tivemos como alvo, em outras terras, com outros povos, os católicos, os imperialistas, os monarcas, os aristocratas, os burgueses, etc. O que restou para o perído nazista foi o estrangeiro, o deficiente, o comunista, personificado na figura do Judeu. Nas palavras de Hitler (traduzidas do inglês por mim...) "É parte da genialidade de um grande líder fazer de adversários amplamente diversos como pertencentes a apenas uma categoria, porque o sujeito de caráter fraco e indeciso, ao ver muitos adversários, facilmente começa a duvidar de suas próprias convicções." A figura do judeu engloba então o comunista, o burguês, o estrangeiro, a raça inferior, o currupto, o deformado, o mal cósmico, etc.

De um lado o alemão, de outro o judeu.

Em 2002, Le Pen chegou ao segundo turno na França, com propostas radicais nacionalisteiras, xenófobas, defendendo a pena de morte e maior autonomia da França na União Europeia, apenas explorando o ressentimento do povo francês. Hoje, com toda informação, com todo padrão e riqueza da Europa, espontaneamente e sem apoio a xenofobia se manifesta com força popular na Alemanha, França e Espanha. O que se deve visualizar, portanto, é a colossal estrutura promotora da radicalidade e o despreparo das massas no início do século vinte.

Acauan escreveu:
E mesmo assim os alemães votaram neles.


Assim como os frances quase colocaram o Le Pen lá... Assim como os cubanos mantiveram Fidel, apesar do paredón, Etc.

Os nazistas em 32 se aproveitaram da pauperização, do desespero, da humiliação, da intimidação, etc. Desses 33% de aprovação, certamente que tinham aqueles que se interessavam basicamente pela perseguição aos judeus, todavia isso não era tudo, nesse total entravam também os anti-comunistas, os militares, os industriais, os operários, os fazendeiros, cada um ligado a uma ou mais promessas específicas do programa do partido.

Culpa do povo alemão? Sim, em parte culpado pela perda das inibições morais, pela brutalização do pensamento, com as atenuantes da péssima circunstância e a ferocidade dos inimigos.

E o cristianismo nisso tudo? Não se pode dizer que o nazismo é cristão. Muito pelo contrário, é plenamente anti-cristão. E se o nazismo e o fascismo floresceram nas nações de origem do cristianismo na Europa isso só revela que o cristianismo ali havia morrido faz tempo. Se existe algum propósito em mencionar a origem cristã de Alemanha e Itália e sua modernidade fascista e nazista num mesmo parágrafo, então também se deve mencionar a origem cristã da Russia e sua modernidade atéia e comunista. Se se pode conceber isso de que a existência de A propicia o surgimento de B, então temos que o cristianismo tem como consequência o ateismo de tipo comunista. Todavia, isto não pode ser verdadeiro, não sem antes aceitarmos que a passagem de um para outro significa o fim do primeiro. Logo, não se pode relacionar o cristianismo ortodoxo da russia com o comunismo que lá floresceu. Igualmente, é sem nenhum cabimento e sem qualquer propósito indicar o passado cristão de Itália e Alemanha e o futuro de monstros que por lá surgiram, porque nos três casos B é antípoda de A.

Parece-me cômico o fato de que é perfeitamente possível dizer que o comunismo é ateu e não somente ateu, mas fundamentalmente ateu.

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Re: Olavo de Carvalho: fanático religioso?

Mensagem por Acauan »

Sudaka escreveu: Com Hitler de chanceler, deu-se início ao ataque sistemático pelas SA contra os comunistas e os social-democratas. Seus jornais foram fechados, os escritórios destruídos, as reuniões sabotadas e os membros agredidos. Hitler negociou com o exército para que não intervisse, com a promessa de que levantaria as restrições de Versalles. Em fevereiro, as SA foram integradas como auxiliares da polícia. Os alemães que temiam o comunismo aderiam às SA. Num tempo em que o exército por limitações do tratado de Versalles tinha 100.000 homens, as SA contavam com 400.000. Após o episódio do incêncio no Reichstag, Hitler explorando uma possível revolta comunista, conseguiu decretar uma norma que suspendia direitos humanos básicos. Dez mil comunistas foram presos. Em Dachau, em março, foi estabelecido o primeiro campo de concentração, onde os internos eram adversários políticos (comunistas e social-democratas), criminosos, homossexuais, testemunhas de jeová, mendigos, andarilhos e outros considerados problemáticos, advogados, escritores judeus, industriais, etc.

Declaração de Goebbels após a nomeação de Hitler: "Agora vai ser fácil lutar, porque temos todos os recursos do Estado. Rádio e imprensa estão a nossa disposição. Vamos apresentar uma obra prima de propaganda. E dessa vez, naturalmente, não há falta de dinheiro". (minha tradução - http://www.nationmaster.com/encyclopedi ... ct-of-1933).

Então veio as eleições, resultado, 44% dos votos.

Mas isso não muda nada. :emoticon26:


De fato não muda, pois a opção dos alemães por votar nos nazistas foi voluntária.
Isto só pode ser negado caso se prove historicamente que houve fraude ou que cada alemão que votou no partido nazista o fez por se sentir pessoalmente ameaçado caso não o fizesse.
Desconheço evidências históricas para os dois casos.

No mais, Hitler foi nomeado chanceler em 30 de janeiro de 1933 e as eleições se deram a 05 de março seguinte, pouco mais de trinta dias depois.


Sudaka escreveu:
Acauan escreveu:Escrevi "quase um entre dois alemães" ou, se preferir, um em cada 2,27 alemães.


Muito importante.


Quem destacou o ponto foi você.

Sudaka escreveu:
Acauan escreveu:Não que isto tenha a mais mínima importância, mas qualquer um que comparar minhas postagens às tuas neste tópico chegará à conclusão correta sobre quem está sendo histriônico, com base apenas no sentido estrito da palavra.


Nada se compara ao teu parágrafo que fiz destaque e chamei de histriônico.

Na tua opinião.

Sudaka escreveu:
Acauan escreveu: No mais, a ideologia e os planos de Hitler estavam descritos em Mein Kampf, publicado em 1926, que fala de supremacia racial, expansão territorial, remilitarização, perseguição aos judeus e tudo o mais que depois seria posto em prática.


Embora Hitler tenha feito várias referencias a matar judeus, tanto nos seus escritos e em vários discursos, é certo dizer que os nazistas não tiveram nenhum plano operativo para a sistemática aniquilação dos judeus antes de 1941. A decisão sistemática veio no fim do inverno ou no início da primavera de 1941 em conjunção com a ação de invadir a União Soviética. The Simon Wiesenthal Center's
36 Questions About the Holocaust (1-18) - http://www.jewishvirtuallibrary.org/jso ... uest1.html


Ou seja, era público e notório que a intenção dos nazistas era perseguir os judeus, além de se expandir territorialmente para o leste, tomando os territórios eslavos e escravizando-os.

Só faltavam os planos operacionais.


Sudaka escreveu: Uma clareza goebbeliana. Tudo que Hitler dizia dependia da audiência. Nas áreas rurais prometia corte de impostos e proteção dos preços dos produtos. Entre operários ele falava de distribuição de riquezas e contra os altos lucros burgueses. Aos industriais ele se concentrava na eliminação dos comunistas e na redução do poder dos sindicatos, com panfletos secretos para que não desse a conhecer tais idéias ao pessoal do partido ligado às classes operárias.


Para todos os públicos os fundamentos anti-semitas, militaristas, expansionistas e de supremacia racial eram repetidos.
Nenhum alemão pode ser escusado por não saber deles.


Sudaka escreveu:
Acauan escreveu: As ações violentas de perseguição das SA contra judeus eram feitas à luz do dia nas cidades alemãs.


É, só que em abril de 33, quando começaram as primeiras medidas contra os judeus, Hitler já tinha controle ditatorial sobre a Alemanha.


Há registros de ocorrências de agressões das SA contra judeus desde a fundação do grupo em 1921.

Sudaka escreveu:
Acauan escreveu:Ou seja, os nazista nunca esconderam quem eram e a que vieram.
Os fundamentos arianistas, anti-semitas, racistas e expansionistas de sua ideologia eram públicos e notórios. Não apenas não foram escondidos do povo alemão como faziam parte de sua propaganda política.


Essencialmente nada inovador. É a velha estratégia de dividir para conquistar. Só mudam os elementos, conforme as circunstâncias da época, explorando os ressentimentos peculiares ao momento histórico. Antes disso tivemos como alvo, em outras terras, com outros povos, os católicos, os imperialistas, os monarcas, os aristocratas, os burgueses, etc. O que restou para o perído nazista foi o estrangeiro, o deficiente, o comunista, personificado na figura do Judeu. Nas palavras de Hitler (traduzidas do inglês por mim...) "É parte da genialidade de um grande líder fazer de adversários amplamente diversos como pertencentes a apenas uma categoria, porque o sujeito de caráter fraco e indeciso, ao ver muitos adversários, facilmente começa a duvidar de suas próprias convicções." A figura do judeu engloba então o comunista, o burguês, o estrangeiro, a raça inferior, o currupto, o deformado, o mal cósmico, etc.

De um lado o alemão, de outro o judeu.


O que confirma que os nazistas nunca esconderam quem eram e a que vieram.

Sudaka escreveu: Em 2002, Le Pen chegou ao segundo turno na França, com propostas radicais nacionalisteiras, xenófobas, defendendo a pena de morte e maior autonomia da França na União Europeia, apenas explorando o ressentimento do povo francês. Hoje, com toda informação, com todo padrão e riqueza da Europa, espontaneamente e sem apoio a xenofobia se manifesta com força popular na Alemanha, França e Espanha. O que se deve visualizar, portanto, é a colossal estrutura promotora da radicalidade e o despreparo das massas no início do século vinte.


Mesmo que a comparação fosse válida, isto fala contra aqueles franceses em particular, não a favor dos alemães da época.

Sudaka escreveu:
Acauan escreveu:E mesmo assim os alemães votaram neles.


Assim como os frances quase colocaram o Le Pen lá... Assim como os cubanos mantiveram Fidel, apesar do paredón, Etc.


Idem resposta anterior.

Sudaka escreveu: Os nazistas em 32 se aproveitaram da pauperização, do desespero, da humiliação, da intimidação, etc. Desses 33% de aprovação, certamente que tinham aqueles que se interessavam basicamente pela perseguição aos judeus, todavia isso não era tudo, nesse total entravam também os anti-comunistas, os militares, os industriais, os operários, os fazendeiros, cada um ligado a uma ou mais promessas específicas do programa do partido.


Que, como dito, nunca escondeu quem era e a que veio.

Sudaka escreveu: Culpa do povo alemão? Sim, em parte culpado pela perda das inibições morais, pela brutalização do pensamento, com as atenuantes da péssima circunstância e a ferocidade dos inimigos.


Eric Voegelin fez uma análise completa do tema em "Hitler e os alemães", destacando o aspecto da culpa individual de cada alemão que apoiou Hitler de alguma forma, em oposição ao conceito abstrato de culpa coletiva.

Sudaka escreveu: E o cristianismo nisso tudo? Não se pode dizer que o nazismo é cristão. Muito pelo contrário, é plenamente anti-cristão.


Sobre isto, escrevi em outro tópico:

O nazismo foi uma espécie de esoterismo de cordel, no qual fragmentos de tradições esotéricas diversas foram costuradas em um misticismo que, em última instância, pregava que o sangue era expressão material de uma ordem espiritual superior.
Como nenhum dos teóricos fundadores do nazismo era estudioso de coisa nenhuma, muito menos Hitler, o misticismo nazista foi absorvido de disseminações populares da ritualística e simbologias de ordens iniciáticas antigas, de cuja História e significados os nazistas não entendiam bulhufas e interpretavam segundo ideologias da moda, daí minha definição do nazismo como um misticismo de boteco.

A característica gnóstica está na raiz da ideologia, pois segundo o cristianismo, só Deus pode trazer ao mundo uma ordem espiritual superior, enquanto os gnósticos acreditavam que o conhecimento iniciático elevava espiritualmente o homem para esta nova ordem.

Some-se dois mais dois na aritmética alucinada dos nazistas e tem-se que esta nova ordem deveria ser construída por aqueles cujo sangue (raça) conferia a pureza espiritual requerida aos reformadores do mundo.

O esoterismo de Madame Blavatsky não era coisa muito melhor, partia dos mesmos fragmentos de tradições esotéricas embebidas em cientificismo fuleiro e o típico racismo europeu do século XIX, para chegar a conclusões diferentes do nazismo na forma, mas semelhante nos conteúdos.

Acauan Guajajara, em 10/12/2007 às 10:56


Sudaka escreveu: E se o nazismo e o fascismo floresceram nas nações de origem do cristianismo na Europa isso só revela que o cristianismo ali havia morrido faz tempo.


Esta é outra afirmação sua.

Sudaka escreveu: Se existe algum propósito em mencionar a origem cristã de Alemanha e Itália e sua modernidade fascista e nazista num mesmo parágrafo, então também se deve mencionar a origem cristã da Russia e sua modernidade atéia e comunista.


Não, não se deve.

Sudaka escreveu: Se se pode conceber isso de que a existência de A propicia o surgimento de B, então temos que o cristianismo tem como consequência o ateismo de tipo comunista. Todavia, isto não pode ser verdadeiro, não sem antes aceitarmos que a passagem de um para outro significa o fim do primeiro. Logo, não se pode relacionar o cristianismo ortodoxo da russia com o comunismo que lá floresceu. Igualmente, é sem nenhum cabimento e sem qualquer propósito indicar o passado cristão de Itália e Alemanha e o futuro de monstros que por lá surgiram, porque nos três casos B é antípoda de A.

Parece-me cômico o fato de que é perfeitamente possível dizer que o comunismo é ateu e não somente ateu, mas fundamentalmente ateu.


Também afirmações suas.
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Re: Olavo de Carvalho: fanático religioso?

Mensagem por Fernando Silva »

Sudaka escreveu:Sudaka escreveu: E o cristianismo nisso tudo? Não se pode dizer que o nazismo é cristão. Muito pelo contrário, é plenamente anti-cristão.

Por que os nazistas usavam no uniforme uma fivela com a inscrição "Gott mit uns" (Deus conosco") ?
Imagem
http://www.claremontmckenna.edu/hist/jp ... photos.htm

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Apáte
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Re: Olavo de Carvalho: fanático religioso?

Mensagem por Apáte »

É só eu que não estou entendendo o que o sudaka está querendo passar?
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Re: Olavo de Carvalho: fanático religioso?

Mensagem por Apáte »

Acauan escreveu:Eu não tenho bem certeza.

Uma das características do fanático é a sinceridade.
Fanáticos realmente acreditam no objeto de seu fanatismo e tenho cá minhas dúvidas tanto se Dawkins quanto Olavo de Carvalho acreditam realmente no que dizem, ou apenas usam um discurso útil para atingir seus objetivos.


Com a diferença que Dawkins lucrou muito mais, financeiramente e em termos de prestígio, do que Olavo.

Acauan escreveu:O caso é mais grave do que esta situação particular mostra.
Olavo de Carvalho evidencia sinais da tal paralaxe cognitiva, tema estudado por ele próprio, pois se apresenta publicamente como defensor do indivíduo contra a autoridade coletiva, enquanto ele mesmo julga coletivamente seus desafetos e os que não concordam com suas idéias.
Mesmo entre os nazistas é necessário diferenciar comandantes de Einsatzgruppen do funcionário burocrático que se filiou ao partido para arranjar um emprego e passou a guerra na intendência, controlando estoques de botas.
Talvez em seu coração e alma o tal funcionário fosse apenas um assassino que não teve a oportunidade de matar, mas quem lerá seu coração e alma?

Ironicamente, julgar "todos sem exceção" em um grupo é coisa típica de comunista.

Neste caso, o funcionário nazista teria opções mais restritas que um bispo que se rebele contra os seus colegas traidores.

Acauan escreveu:
Olavo de Carvalho escreveu:Não tenham dúvida: a Igreja é acusada e humilhada porque está inocente. Seus detratores a acusam porque são eles próprios os culpados.

Cem anos de pedofilia, Olavo de Carvalho, O Globo, 27 de abril de 2002

Melhor postar o texto inteiro:
Olavo de Carvalho, no dia 27 de abril de 2002, em O Globo escreveu:Cem anos de pedofilia

Na Grécia e no Império Romano, o uso de menores para a satisfação sexual de adultos foi um costume tolerado e até prezado. Na China, castrar meninos para vendê-los a ricos pederastas foi um comércio legítimo durante milênios. No mundo islâmico, a rígida moral que ordena as relações entre homens e mulheres foi não raro compensada pela tolerância para com a pedofilia homossexual. Em alguns países isso durou até pelo menos o começo do século XX, fazendo da Argélia, por exemplo, um jardim das delícias para os viajantes depravados (leiam as memórias de André Gide, “Si le grain ne meurt”).

Por toda parte onde a prática da pedofilia recuou, foi a influência do cristianismo — e praticamente ela só — que libertou as crianças desse jugo temível.

Mas isso teve um preço. É como se uma corrente subterrânea de ódio e ressentimento atravessasse dois milênios de história, aguardando o momento da vingança. Esse momento chegou.

O movimento de indução à pedofilia começa quando Sigmund Freud cria uma versão caricaturalmente erotizada dos primeiros anos da vida humana, versão que com a maior facilidade é absorvida pela cultura do século. Desde então a vida familiar surge cada vez mais, no imaginário ocidental, como uma panela-de-pressão de desejos recalcados. No cinema e na literatura, as crianças parecem que nada mais têm a fazer do que espionar a vida sexual de seus pais pelo buraco da fechadura ou entregar-se elas próprias aos mais assombrosos jogos eróticos.

O potencial politicamente explosivo da idéia é logo aproveitado por Wilhelm Reich, psiquiatra comunista que organiza na Alemanha um movimento pela “libertação sexual da juventude”, depois transferido para os EUA, onde virá a constituir talvez a principal idéia-força das rebeliões de estudantes na década de 60.

Enquanto isso, o Relatório Kinsey, que hoje sabemos ter sido uma fraude em toda a linha, demole a imagem de respeitabilidade dos pais, mostrando-os às novas gerações como hipócritas sexualmente doentes ou libertinos enrustidos.

O advento da pílula e da camisinha, que os governos passam a distribuir alegremente nas escolas, soa como o toque de liberação geral do erotismo infanto-juvenil. Desde então a erotização da infância e da adolescência se expande dos círculos acadêmicos e literários para a cultura das classes média e baixa, por meio de uma infinidade de filmes, programas de TV, “grupos de encontro”, cursos de aconselhamento familiar, anúncios, o diabo. A educação sexual nas escolas torna-se uma indução direta de crianças e jovens à prática de tudo o que viram no cinema e na TV.

Mas até aí a legitimação da pedofilia aparece apenas insinuada, de contrabando no meio de reivindicações gerais que a envolvem como conseqüência implícita.

Em 1981, no entanto, a “Time” noticia que argumentos pró-pedofilia estão ganhando popularidade entre conselheiros sexuais. Larry Constantine, um terapeuta de família, proclama que as crianças “têm o direito de expressar-se sexualmente, o que significa que podem ter ou não ter contatos sexuais com pessoas mais velhas”. Um dos autores do Relatório Kinsey, Wardell Pomeroy, pontifica que o incesto “pode às vezes ser benéfico”.

A pretexto de combater a discriminação, representantes do movimento gay são autorizados a ensinar nas escolas infantis os benefícios da prática homossexual. Quem quer que se oponha a eles é estigmatizado, perseguido, demitido. Num livro elogiado por J. Elders, ex-ministro da Saúde dos EUA (surgeon general — aquele mesmo que faz advertências apocalípticas contra os cigarros), a jornalista Judith Levine afirma que os pedófilos são inofensivos e que a relação sexual de um menino com um sacerdote pode ser até uma coisa benéfica. Perigosos mesmo, diz Levine, são os pais, que projetam “seus medos e seu próprio desejo de carne infantil no mítico molestador de crianças”.

Organizações feministas ajudam a desarmar as crianças contra os pedófilos e armá-las contra a família, divulgando a teoria monstruosa de um psiquiatra argentino segundo a qual pelo menos uma entre cada quatro meninas é estuprada pelo próprio pai.

A consagração mais alta da pedofilia vem num número de 1998 do “Psychological Bulletin”, órgão da American Psychological Association. A revista afirma que abusos sexuais na infância “não causam dano intenso de maneira pervasiva”, e ainda recomenda que o termo pedofilia, “carregado de conotações negativas”, seja trocado para “intimidade intergeracional”.

Seria impensável que tão vasta revolução mental, alastrando-se por toda a sociedade, poupasse miraculosamente uma parte especial do público: os padres e seminaristas. No caso destes somou-se à pressão de fora um estímulo especial, bem calculado para agir desde dentro. Num livro recente, “Goodbye, good men”, o repórter americano Michael S. Rose mostra que há três décadas organizações gays dos EUA vêm colocando gente sua nos departamentos de psicologia dos seminários para dificultar a entrada de postulantes vocacionalmente dotados e forçar o ingresso maciço de homossexuais no clero. Nos principais seminários a propaganda do homossexualismo tornou-se ostensiva e estudantes heterossexuais foram forçados por seus superiores a submeter-se a condutas homossexuais.

Acuados e sabotados, confundidos e induzidos, é fatal mais dia menos dia muitos padres e seminaristas acabem cedendo à geral gandaia infanto-juvenil. E, quando isso acontece, todos os porta-vozes da moderna cultura “liberada”, todo o establishment “progressista”, toda a mídia “avançada”, todas as forças, enfim, que ao longo de cem anos foram despojando as crianças da aura protetora do cristianismo para entregá-las à cobiça de adultos perversos, repentinamente se rejubilam, porque encontraram um inocente sobre o qual lançar suas culpas. Cem anos de cultura pedófila, de repente, estão absolvidos, limpos, resgatados ante o Altíssimo: o único culpado de tudo é... o celibato clerical! A cristandade vai agora pagar por todo o mal que ela os impediu de fazer.

Não tenham dúvida: a Igreja é acusada e humilhada porque está inocente. Seus detratores a acusam porque são eles próprios os culpados. Nunca a teoria de René Girard, da perseguição ao bode expiatório como expediente para a restauração da unidade ilusória de uma coletividade em crise, encontrou confirmação tão patente, tão óbvia, tão universal e simultânea.

Quem quer que não perceba isso, neste momento, está divorciado da sua própria consciência. Tem olhos mas não vê, tem ouvidos mas não ouve.

Mas a própria Igreja, se em vez de denunciar seus atacantes preferir curvar-se ante eles num grotesco ato de contrição, sacrificando pro forma uns quantos padres pedófilos para não ter de enfrentar as forças que os injetaram nela como um vírus, terá feito sua escolha mais desastrosa dos últimos dois milênios.

(grifos meus)

Algumas partes do texto eu não tenho como verificar as fontes, mas não me assustaria se grupos de pressão gayísta já estivessem com poder para infiltrar quem bem quisessem dentro da Igreja. Já na essência Olavo está coberto de razão! Como os moderninhos que tentam banalizar o sexo cada vez mais podem culpar o celibato pela existência de pedofilia? Como pessoas que julgam a pedofilia como uma simples "intimidade intergeracional" podem mudar completamente de opinião quando esta coisinha de nada é cometida por um padre? Como bem disse Olavo, o cristianismo libertou vários lugares deste comportamento doentio quando chegou, mas agora culpam o próprio cristianismo não só pela pedofilia dentro da Igreja, mas pela existência da pedofilia. É muita sacanagem!

Acauan escreveu:Como posto acima ele preferiu culpar os acusadores. Que eu saiba Olavo de Carvalho nunca fez um comentário sobre a cumplicidade direta do cardeal arcebispo de Boston, Bernard Law, principal responsável por acobertar e abafar as centenas de casos de pedofilia denunciados em sua arquidiocese, preferindo transferir os padres acusados para outras paróquias onde fizeram novas vítimas.

Contando que os acusadores são os progressistas, moderninhos e por aí vai, ele tem toda razão. Querem modernizar a Igreja (ao modo deles) e depois ficam chocados quando ela começa a refletir seus comportamentos.

Já Bernard Law, desde que Olavo não o defenda, não precisa necessariamente condená-lo.

Acauan escreveu:Olavo de Carvalho está visivelmente gagá, mas ainda não o bastante para não se dar conta da irresponsabilidade de seus comentários.

Quanto mais gagá, menos noção de responsabilidade.

Acauan escreveu:Frequentemente ele afirma que cuspirá na cara deste ou daquele desafeto, incluído o presidente da República do Brasil, e recomenda aos seus seguidores que façam o mesmo.
Se ele fala figuradamente ou não, não sei, mas entre as chamadas olavetes há bobos o bastante para declarar publicamente que farão isto e um ou outro é capaz de tentar.

Não sei como são as coisas no mundinho intelectual onde Olavo de Carvalho e seus seguidores vivem, mas conheço pessoalmente pelo menos meia dúzia de sujeitos muito cordiais na conversa, mas que se alguém cuspir na cara deles sua reação imediata será sacar da arma e disparar no peito do imbecil.

Certas coisas não se faz e não se manda outros fazer.

Além disto, que me lembro da tradição cristã, cuspir na cara é repetir um insulto feito ao próprio Cristo.

Concordo.

Acauan escreveu:Também aí há uma contradição.
Olavo de Carvalho não se limita a criticar os conteúdos do que alguém diz, se arroga ao direito de julgar seus modos como algum tipo de deficiência moral, ao mesmo tempo em que condena quem julga os modos dele próprio em detrimento dos conteúdos que expressa.

A questão não é tão simples. Pessoas com este tipo de orgulho besta estão usando meios de coerção para intimidar seus desafetos. Imagine que eu simplesmente ri da cara de um sujeito que estava ridículo (propositalmente), ele começa a chorar, tranca-se em casa, vai no analista e decide abrir um processo contra mim. Por isso o coitadismo não é tão inofensivo quanto parece, mesmo que os coitadistas sejam todos EMOs chorões. Se a imensa coleção de palavrões do Olavo ajuda alguma coisa é que eu não sei.
"Da sempre conduco una attività ininterrotta di lavoro, se qualche volta mi succede di guardare in faccia qualche bella ragazza... meglio essere appassionati di belle ragazze che gay" by: Silvio Berlusconi

Trancado