As madonas do MASP – Vênus cristãs
As madonas do MASP – Vênus cristãs
As madonas do MASP – Vênus cristãs
Postado em 12/7/2003 00:39:16
Por Acauan
Levei meus filhos ao MASP – Museu de Arte de São Paulo, no feriado paulista do nove de julho.
O MASP é o máximo. Uma ilha de excelência da arte e cultura, suspensa sobre o grande vão livre da avenida Paulista.
Gosto muito da coleção de pintores impressionistas, uma das melhores do mundo, mas ficando no tema deste fórum, o Museu nos permite fazer uma viagem pela história do sentimento religioso, contada pelos quadros que a representam.
Eu adoro as madonas (não estou falando de covers da exótica cantora), representações da virgem com o menino Jesus. O MASP exibe uma grande coleção de obras do gênero, com quadros dos séculos XIII ao XVI.
Não torçam o nariz ainda, além do tema sacro, encontramos experiências artísticas notáveis, em que as clássicas Vênus gregas reencarnam nas representações de Maria, expressando uma das mais marcantes características do Renascimento, a recuperação da tradição humanista da arte greco-romana.
As fotos e fichas de identificação dos quadros foram extraídos da página do MASP - http://masp.uol.com.br/ .
Artista: Sandro Botticelli (e ateliê)
Período:: (Florença, Itália, 1445 - 1510)
Título:: Virgem com o Menino e São João Batista criança, 1490 / 1500
Descrição: têmpera sobre madeira; diâmetro 74 cm, 1490-1500
Esta é a madona que eu mais gosto. O quadro é luminoso em vários sentidos.
Todo mundo conhece o autor, Boticelli, principalmente por sua outra obra “O Nascimento da Vênus”, no qual a deusa surge das espumas do mar.
De Maria vemos apenas o rosto e as mãos, o suficiente para perceber uma mulher muito jovem e que certamente representava o ideal de beleza feminino da época.
O abraço que ela aplica na criança é 100% maternal, uma mãe e um filho demonstrando afeto um ao outro, nada que expresse superioridade da criança em relação a mãe ou adoração a um Deus menino. Mais do que retratar divindade e santidade de dois personagens religiosos, o pintor retrata a divindade e a santidade do amor materno, fazendo uma leitura humanista de um tema sacro.
Ao lado de Maria um livro de formato moderno, inexistente no século I e portanto incluído na cena com alguma intenção. Como na época em que o quadro foi pintado a maioria das mulheres eram analfabetas, a idéia de retratar Maria como uma mulher letrada traz a idéia de que, talvez, Boticelli quisesse dar à sua virgem um conteúdo maior do que aquele expresso apenas por um rostinho bonito.
Artista: Maestro del Bigallo
Período:: (Ativo em Florença, Itália, terceiro quartel do século XIII)
Título:: Virgem em Majestade com o Menino e dois Anjos, c.1275
Descrição: têmpera sobre madeira; 130 x 56 cm
É quase impossível ver a “Virgem em Majestade” sem lembrar das grandes estátuas de Zeus sentado em seu trono ou de Palas Atenas em posição semelhante.
O quadro chama atenção primeiro pelo seu formato não geométrico (a cabeça da virgem acrescenta um círculo ao retângulo tradicional das telas).
Depois vem o desafio de classificar o estilo entre múltiplas impressões simultâneas: a já citada majestade dos deuses gregos, a santidade pictórica dos ícones bizantinos e os traçados geométricos das dobras do manto que quase poderiam ser classificados como modernistas.
Note-se que o “menino Jesus” não é um menino coisa nenhuma, é um homem em miniatura pois tem as proporções de um adulto só que em escala menor, um dos artifícios que os Artistas da época se valiam para realçar a natureza divina do personagem representado.
E finalmente, os dois olham diretamente para você como se Maria dissesse “Ele é Deus e eu sou a mãe dele!”. Diante de uma afirmação destas, você vai responder o quê?
Artista: Maestro di San Martino alla Palma
Período:: (Ativo em Florença, primeiro terço do século XIV)
Título:: Virgem com o Menino Jesus
Descrição: têmpera sobre madeira, 66 x 39 cm, 1310 / 1320
Esta é para o Victor Pax, aqui do fórum, que está sempre fazendo referência às representações de Cristo como um homem louro e de olhos azuis.
Se Jesus tivesse mesmo estes cachinhos dourados, o judeu José teria certeza de que não era o pai.
Mas isto é um detalhe. O que torna este quadro especial é o olhar dos personagens. Mãe e filho se olham como se trocassem uma confidência, algo do tipo “eu sei quem você verdadeiramente é” ou então “não interessa o que anjo disse, você é meu filho”.
Para realçar a idéia, um Jesus de cachos dourados usa uma túnica dourada sobre um fundo dourado. A Virgem veste preto, mas a parte interna do tecido é dourada também.
No meio deste ouro todo se destaca a criança segurando carinhosamente o dedo da mãe, como faz qualquer bebê (quem é pai sabe). Outra vez, o menino Jesus é um homem em miniatura – proporções de um adulto em escala reduzida. Mas o olhar e o toque de mão...
Artista: Giovanni Bellini
Período:: (Veneza, Itália, 1425/33 - 1516)
Título:: A Virgem com o Menino de pé, abraçando a Mãe (Madonna Willys), 1480 / 1490
Descrição: óleo sobre madeira; 75 x 59 cm, 1480-1490
No quadro anterior, “Virgem com o Menino Jesus”, mãe e filho se olham como se trocassem uma confidência.
Nesta obra, a virgem olha para o menino Jesus com uma cara que diz “este pirralho vai fazer xixi na minha túnica azul novinha”.
Este quadro se diferencia dos anteriores por apresentar um menino Jesus sem os trajes cerimoniais em que ele aparece nas telas anteriores (aliás, sem traje nenhum) e principalmente por mostrar o bebê com as proporções de um bebê – a cabeça grande em relação ao corpo, pernas curtas e gordinhas (quem é pai sabe).
Alem do olhar de desconfiança da mãe, o menino tem expressão e gesto de quem pergunta “o que aconteceria se eu apertasse o pescoço dela?”, desculpe Bellini, mas com certeza, em alguma sacanagem você estava pensando quando pintou este quadro.
Desculpe mesmo, porque o quadro realmente merece estar nas paredes do MASP.
Artista: Paolo Serafin da Modena (atribuído a)
Período:: (Módena, 1349/1350 - ?)
Título:: Adoração dos Reis Magos
Descrição: têmpera sobre madeira, 25 x 32 cm, terceiro quarto do sécuo XIV
Um doce virtual para quem disser o que tem de estranho no menino Jesus deste quadro.
Tempo esgotado. Os Reis Magos visitaram um Jesus recém nascido, enquanto a tela mostra o “bebê” com o tamanho de uma criança de dois anos, sentado no colo da mãe e abençoando o puxa-saco que beija o pé dele. Bebês da idade que Jesus teria quando do encontro com os reis magos não conseguem sentar e muito menos abençoar (quem é pai sabe).
De novo o recurso de representar o menino Jesus com características não esperadas em uma criança comum para realçar seu aspecto divino.
É por estas e outras que eu adoro as madonas.
É por estas e outras que eu adoro o MASP.
Visite o MASP. É muito legal.
As fotos e fichas de identificação dos quadros foram extraídos da página do MASP - http://masp.uol.com.br/ .
Artista: Niccolò di Liberatore (chamado Alunno)
Período:: (Foligno c. 1430 - 1502)
Título:: Ecce Homo, Cristo Morto no Sarcófago como Vir Dolorum
Descrição: têmpera sobre madeira, 73 x 39 cm, 1480-1500
Artista: Jacopo Tintoretto
Período:: (Veneza, 1518 - 1594)
Título:: Lamentação sobre o Cristo Morto (ou Pieta)
Descrição: óleo sobre tela, 95 x 140 cm, 1560-1565
Esta complementação não tem nada a ver com o Título deste tópico (madonas) mas tem a ver com telas, MASP, religiosidade e arte.
Compare as representações do Cristo morto nos dois quadros acima e repare nas diferenças entre ambos.
“Ecce Homo” exibe um cadáver que inspira piedade, um Cristo que no túmulo brada ao mundo - “olhe meu estado, morri por você!”.
Quem não é cristão não entende bem a mensagem, mas percebe a intenção do pintor em realçar não apenas a morte, mas também o sofrimento que a precede e a impotência do homem diante deste inevitável fim.
Já o “Cristo Morto” de Tintoretto é um corpo belo, forte, saudável e sem marcas, que nos dá a impressão de que a qualquer momento pode se levantar e surpreender aqueles que o lamentam.
As duas telas estão separadas por um Período cronológico de sessenta anos. Tempo suficiente para uma nova geração de Artistas expressar em suas obras um novo modo de retratar a condição humana, da qual Cristo, de uma forma ou outra, fazia parte.
Enquanto o Jesus morto de Niccolò di Liberatore trombeteia as agruras da condição humana, o Cristo de Tintoretto, mesmo morto, é um herói grego, um Aquiles flechado, um gigante tombado que não deixa de ser humano, mesmo assim.
Prefiro Tintoretto.
A propósito, é impressão minha ou a representação mais comum que temos de Tiradentes é a cara do Cristo de Tintoretto?
Postado em 12/7/2003 00:39:16
Por Acauan
Levei meus filhos ao MASP – Museu de Arte de São Paulo, no feriado paulista do nove de julho.
O MASP é o máximo. Uma ilha de excelência da arte e cultura, suspensa sobre o grande vão livre da avenida Paulista.
Gosto muito da coleção de pintores impressionistas, uma das melhores do mundo, mas ficando no tema deste fórum, o Museu nos permite fazer uma viagem pela história do sentimento religioso, contada pelos quadros que a representam.
Eu adoro as madonas (não estou falando de covers da exótica cantora), representações da virgem com o menino Jesus. O MASP exibe uma grande coleção de obras do gênero, com quadros dos séculos XIII ao XVI.
Não torçam o nariz ainda, além do tema sacro, encontramos experiências artísticas notáveis, em que as clássicas Vênus gregas reencarnam nas representações de Maria, expressando uma das mais marcantes características do Renascimento, a recuperação da tradição humanista da arte greco-romana.
As fotos e fichas de identificação dos quadros foram extraídos da página do MASP - http://masp.uol.com.br/ .
Artista: Sandro Botticelli (e ateliê)
Período:: (Florença, Itália, 1445 - 1510)
Título:: Virgem com o Menino e São João Batista criança, 1490 / 1500
Descrição: têmpera sobre madeira; diâmetro 74 cm, 1490-1500
Esta é a madona que eu mais gosto. O quadro é luminoso em vários sentidos.
Todo mundo conhece o autor, Boticelli, principalmente por sua outra obra “O Nascimento da Vênus”, no qual a deusa surge das espumas do mar.
De Maria vemos apenas o rosto e as mãos, o suficiente para perceber uma mulher muito jovem e que certamente representava o ideal de beleza feminino da época.
O abraço que ela aplica na criança é 100% maternal, uma mãe e um filho demonstrando afeto um ao outro, nada que expresse superioridade da criança em relação a mãe ou adoração a um Deus menino. Mais do que retratar divindade e santidade de dois personagens religiosos, o pintor retrata a divindade e a santidade do amor materno, fazendo uma leitura humanista de um tema sacro.
Ao lado de Maria um livro de formato moderno, inexistente no século I e portanto incluído na cena com alguma intenção. Como na época em que o quadro foi pintado a maioria das mulheres eram analfabetas, a idéia de retratar Maria como uma mulher letrada traz a idéia de que, talvez, Boticelli quisesse dar à sua virgem um conteúdo maior do que aquele expresso apenas por um rostinho bonito.
Artista: Maestro del Bigallo
Período:: (Ativo em Florença, Itália, terceiro quartel do século XIII)
Título:: Virgem em Majestade com o Menino e dois Anjos, c.1275
Descrição: têmpera sobre madeira; 130 x 56 cm
É quase impossível ver a “Virgem em Majestade” sem lembrar das grandes estátuas de Zeus sentado em seu trono ou de Palas Atenas em posição semelhante.
O quadro chama atenção primeiro pelo seu formato não geométrico (a cabeça da virgem acrescenta um círculo ao retângulo tradicional das telas).
Depois vem o desafio de classificar o estilo entre múltiplas impressões simultâneas: a já citada majestade dos deuses gregos, a santidade pictórica dos ícones bizantinos e os traçados geométricos das dobras do manto que quase poderiam ser classificados como modernistas.
Note-se que o “menino Jesus” não é um menino coisa nenhuma, é um homem em miniatura pois tem as proporções de um adulto só que em escala menor, um dos artifícios que os Artistas da época se valiam para realçar a natureza divina do personagem representado.
E finalmente, os dois olham diretamente para você como se Maria dissesse “Ele é Deus e eu sou a mãe dele!”. Diante de uma afirmação destas, você vai responder o quê?
Artista: Maestro di San Martino alla Palma
Período:: (Ativo em Florença, primeiro terço do século XIV)
Título:: Virgem com o Menino Jesus
Descrição: têmpera sobre madeira, 66 x 39 cm, 1310 / 1320
Esta é para o Victor Pax, aqui do fórum, que está sempre fazendo referência às representações de Cristo como um homem louro e de olhos azuis.
Se Jesus tivesse mesmo estes cachinhos dourados, o judeu José teria certeza de que não era o pai.
Mas isto é um detalhe. O que torna este quadro especial é o olhar dos personagens. Mãe e filho se olham como se trocassem uma confidência, algo do tipo “eu sei quem você verdadeiramente é” ou então “não interessa o que anjo disse, você é meu filho”.
Para realçar a idéia, um Jesus de cachos dourados usa uma túnica dourada sobre um fundo dourado. A Virgem veste preto, mas a parte interna do tecido é dourada também.
No meio deste ouro todo se destaca a criança segurando carinhosamente o dedo da mãe, como faz qualquer bebê (quem é pai sabe). Outra vez, o menino Jesus é um homem em miniatura – proporções de um adulto em escala reduzida. Mas o olhar e o toque de mão...
Artista: Giovanni Bellini
Período:: (Veneza, Itália, 1425/33 - 1516)
Título:: A Virgem com o Menino de pé, abraçando a Mãe (Madonna Willys), 1480 / 1490
Descrição: óleo sobre madeira; 75 x 59 cm, 1480-1490
No quadro anterior, “Virgem com o Menino Jesus”, mãe e filho se olham como se trocassem uma confidência.
Nesta obra, a virgem olha para o menino Jesus com uma cara que diz “este pirralho vai fazer xixi na minha túnica azul novinha”.
Este quadro se diferencia dos anteriores por apresentar um menino Jesus sem os trajes cerimoniais em que ele aparece nas telas anteriores (aliás, sem traje nenhum) e principalmente por mostrar o bebê com as proporções de um bebê – a cabeça grande em relação ao corpo, pernas curtas e gordinhas (quem é pai sabe).
Alem do olhar de desconfiança da mãe, o menino tem expressão e gesto de quem pergunta “o que aconteceria se eu apertasse o pescoço dela?”, desculpe Bellini, mas com certeza, em alguma sacanagem você estava pensando quando pintou este quadro.
Desculpe mesmo, porque o quadro realmente merece estar nas paredes do MASP.
Artista: Paolo Serafin da Modena (atribuído a)
Período:: (Módena, 1349/1350 - ?)
Título:: Adoração dos Reis Magos
Descrição: têmpera sobre madeira, 25 x 32 cm, terceiro quarto do sécuo XIV
Um doce virtual para quem disser o que tem de estranho no menino Jesus deste quadro.
Tempo esgotado. Os Reis Magos visitaram um Jesus recém nascido, enquanto a tela mostra o “bebê” com o tamanho de uma criança de dois anos, sentado no colo da mãe e abençoando o puxa-saco que beija o pé dele. Bebês da idade que Jesus teria quando do encontro com os reis magos não conseguem sentar e muito menos abençoar (quem é pai sabe).
De novo o recurso de representar o menino Jesus com características não esperadas em uma criança comum para realçar seu aspecto divino.
É por estas e outras que eu adoro as madonas.
É por estas e outras que eu adoro o MASP.
Visite o MASP. É muito legal.
As fotos e fichas de identificação dos quadros foram extraídos da página do MASP - http://masp.uol.com.br/ .
Artista: Niccolò di Liberatore (chamado Alunno)
Período:: (Foligno c. 1430 - 1502)
Título:: Ecce Homo, Cristo Morto no Sarcófago como Vir Dolorum
Descrição: têmpera sobre madeira, 73 x 39 cm, 1480-1500
Artista: Jacopo Tintoretto
Período:: (Veneza, 1518 - 1594)
Título:: Lamentação sobre o Cristo Morto (ou Pieta)
Descrição: óleo sobre tela, 95 x 140 cm, 1560-1565
Esta complementação não tem nada a ver com o Título deste tópico (madonas) mas tem a ver com telas, MASP, religiosidade e arte.
Compare as representações do Cristo morto nos dois quadros acima e repare nas diferenças entre ambos.
“Ecce Homo” exibe um cadáver que inspira piedade, um Cristo que no túmulo brada ao mundo - “olhe meu estado, morri por você!”.
Quem não é cristão não entende bem a mensagem, mas percebe a intenção do pintor em realçar não apenas a morte, mas também o sofrimento que a precede e a impotência do homem diante deste inevitável fim.
Já o “Cristo Morto” de Tintoretto é um corpo belo, forte, saudável e sem marcas, que nos dá a impressão de que a qualquer momento pode se levantar e surpreender aqueles que o lamentam.
As duas telas estão separadas por um Período cronológico de sessenta anos. Tempo suficiente para uma nova geração de Artistas expressar em suas obras um novo modo de retratar a condição humana, da qual Cristo, de uma forma ou outra, fazia parte.
Enquanto o Jesus morto de Niccolò di Liberatore trombeteia as agruras da condição humana, o Cristo de Tintoretto, mesmo morto, é um herói grego, um Aquiles flechado, um gigante tombado que não deixa de ser humano, mesmo assim.
Prefiro Tintoretto.
A propósito, é impressão minha ou a representação mais comum que temos de Tiradentes é a cara do Cristo de Tintoretto?
Editado pela última vez por Acauan em 25 Jan 2007, 18:02, em um total de 1 vez.
Nós, Índios.
Acauan Guajajara
ACAUAN DOS TUPIS, o gavião que caminha
Lutar com bravura, morrer com honra.
Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós!
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz!
Acauan Guajajara
ACAUAN DOS TUPIS, o gavião que caminha
Lutar com bravura, morrer com honra.
Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós!
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz!
Re.: As madonas do MASP – Vênus cristãs
Eu nem tinha visto este tópico.
Merece voltar à primeira página.
"Reload cultural".
Merece voltar à primeira página.
"Reload cultural".
Palavras de um visionário:
"Seria uma ressurreição satânica retirarmos Lula e Brizola - esse casamento do analfabetismo econômico com o obsoletismo ideológico - do lixo da história para o palco do poder."
Roberto Campos
"Seria uma ressurreição satânica retirarmos Lula e Brizola - esse casamento do analfabetismo econômico com o obsoletismo ideológico - do lixo da história para o palco do poder."
Roberto Campos
Re.: As madonas do MASP – Vênus cristãs
Reload especial aniversário da cidade.
Nós, Índios.
Acauan Guajajara
ACAUAN DOS TUPIS, o gavião que caminha
Lutar com bravura, morrer com honra.
Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós!
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz!
Acauan Guajajara
ACAUAN DOS TUPIS, o gavião que caminha
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Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz!
- betossantana
- Mensagens: 3895
- Registrado em: 24 Set 2006, 23:50
- Contato:
Re.: As madonas do MASP – Vênus cristãs
É um problema espiritual, chupe pau!
Re: As madonas do MASP – Vênus cristãs
Olá Acauan,
Apreciei muito os seus comentários, também gosto dessa forma de análise, de ficar imaginando o que o pintor devia estar pensando e sentindo ao compor sua obra. Só uma observação quanto a um comentário de que a Virgem “veste preto”, provavelmente era azul, mas como a têmpera (feita com gema de ovo e pigmentos) é uma tinta mais sensível à ação do tempo talvez tenha escurecido. Os pintores renascentistas sempre retratavam a Virgem vestindo manto vermelho e véu azul. Simbolicamente representam o poder temporal (púrpura, cor de reis) e o poder espiritual (celeste, cor divina), ou seja, uma alusão ao poder da Igreja Católica. Acho que era uma espécie de puxa-saquismo desses pintores em relação ao seu principal patrocinador... :)
É sempre um prazer ler os seus textos, muito bons também os textos sobre o Mosteiro de São Bento e sobre a Liberdade.
Ah e nós já nos conhecemos, eu estava sentada ao seu lado naquele almoço no Sujinho, ano passado.
Apreciei muito os seus comentários, também gosto dessa forma de análise, de ficar imaginando o que o pintor devia estar pensando e sentindo ao compor sua obra. Só uma observação quanto a um comentário de que a Virgem “veste preto”, provavelmente era azul, mas como a têmpera (feita com gema de ovo e pigmentos) é uma tinta mais sensível à ação do tempo talvez tenha escurecido. Os pintores renascentistas sempre retratavam a Virgem vestindo manto vermelho e véu azul. Simbolicamente representam o poder temporal (púrpura, cor de reis) e o poder espiritual (celeste, cor divina), ou seja, uma alusão ao poder da Igreja Católica. Acho que era uma espécie de puxa-saquismo desses pintores em relação ao seu principal patrocinador... :)
É sempre um prazer ler os seus textos, muito bons também os textos sobre o Mosteiro de São Bento e sobre a Liberdade.
Ah e nós já nos conhecemos, eu estava sentada ao seu lado naquele almoço no Sujinho, ano passado.
Re: As madonas do MASP – Vênus cristãs
MS escreveu:Olá Acauan,
Apreciei muito os seus comentários, também gosto dessa forma de análise...
Ah e nós já nos conhecemos, eu estava sentada ao seu lado naquele almoço no Sujinho, ano passado.
É um prazer reencontrá-la aqui.
Espero que os modos rudes deste Índio velho não a tenham assustado na ocasião.
Também espero que continue conosco, assim poderemos todos aprender mais sobre este assunto que demonstra conhecer bem melhor que eu.
ANAUÊ e seja bem vinda ao Religião é Veneno.
Nós, Índios.
Acauan Guajajara
ACAUAN DOS TUPIS, o gavião que caminha
Lutar com bravura, morrer com honra.
Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós!
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Dá que ouçamos tua voz!
Acauan Guajajara
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- King In Crimson
- Mensagens: 3856
- Registrado em: 25 Out 2005, 01:23
Re.: As madonas do MASP – Vênus cristãs
Ótimo tópico!