Confiança na decisão não é exclusivamente humana

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Johnny
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Confiança na decisão não é exclusivamente humana

Mensagem por Johnny »

:: 2008-08-10

Z. Mainen: «Confiança poderá ser um componente neurológico básico»
Z. Mainen: «Confiança poderá ser um componente neurológico básico»
Um novo estudo, coordenado pelo norte-americano Zachary Mainen, investigador do Programa Champalimaud em Neurociências, concluiu que a capacidade de confiança na tomada de decisões não é exclusivamente humana, comprovando que também os ratos têm diferentes níveis de confiança.

Os resultados do estudo "Elucidando como o cérebro gera confiança", obtidos em Cold Spring Harbour Laboratory, nos Estados Unidos, são agora publicados na revista Nature.


A capacidade de confiança numa decisão é considerada uma das principais características humanas: que caminho seguir ao chegar a um cruzamento depende da confiança que temos em cada uma das alternativas.

Porém, investigadores treinaram ratos de laboratório a escolherem, mediante uma pequena recompensa, o composto químico de odor mais intenso numa mistura de dois compostos e chegaram à conclusão de que essa capacidade não é exclusiva dos seres humanos.

Segundo Zachary Mainen, "ao variar a composição da mistura, foi possível manipular o grau de dificuldade da decisão e, consequentemente, o grau de incerteza na decisão". Explica o investigador: "Esta situação será equivalente a pedir a uma pessoa que decida se uma determinada mistura de tons verdes e azuis é mais verde ou azul. Quando a mistura é predominantemente verde ou azul, a confiança é mais elevada. Pelo contrário, na presença de quantidades equivalentes das cores, a incerteza é maior".

A equipa de investigadores registou a actividade de um pequeno grupo de células localizadas no chamado córtex orbitofrontal, uma zona existente em ratos e humanos. Durante as experiências com odores verificaram existir uma correlação entre a velocidade de disparo das células (medida da sua actividade) e o grau de indecisão dos animais na escolha do odor mais intenso.

Confiança na decisão

"Estas células pareciam ser activadas depois da decisão estar tomada, como se estivessem a indicar quão confiante está animal que irá receber o prémio aguardado", sustenta Zachary Mainen. "Testámos várias explicações, mas a melhor parece ser de que estas células assinalam a confiança que o rato tem na sua decisão", acrescenta.

Em outras experiências, a equipa mostrou que os animais preferem abortar situações incertas e aguardar por outra em que seja mais certo receberem a recompensa. Ou seja, os animais utilizam o grau de confiança calculado numa situação para determinar o seu comportamento em situações subsequentes.

"Os nossos resultados sugerem que estimar confiança numa decisão poderá ser um componente neurológico básico, e, na verdade, uma característica partilhada por todos os animais. Estudos futuros poderão esclarecer a forma pela qual distinguimos factos de ficção, e construímos um sentido intuitivo daquilo em que podemos ou não acreditar", afirma.

O Programa Champalimaud em Neurociências, baseado no Instituto Gulbenkian de Ciência, dedica-se ao estudo das bases celulares e moleculares do comportamento. O Programa foi lançado em 2007, e conta já com cinco grupos de investigação, portugueses e estrangeiros.

Fonte: Chaveada, back-to-back, 36,457kHz...

Imagem :emoticon12:

Fonte: http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=27052&op=all
"Tentar provar a existencia de deus com a biblia, é a mesma coisa q tentar provar a existencia de orcs usando o livro senhor dos aneis."

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Trancado