Testes de remédios mataram 49 bebês na Índia desde 2006
21/08/2008 - 13h43
Quarenta e nove bebês morreram desde 1º de janeiro de 2006 em testes clínicos de medicamentos de laboratórios como Roche e Novartis realizados em mais de quatro mil recém-nascidos no principal hospital da Índia, segundo a Fundação Uday, uma associação para pessoas com enfermidades congênitas e em grupos sangüíneos raros.
As mortes das crianças, anunciada nesta semana pelo jornal "The Times of India", foram confirmadas pelo administrador do hospital público e Instituto de Ciências Médicas da Índia (AIIMS) de Nova Déli, Shakti Kumar Gupta, que informou que uma investigação foi iniciada.
O presidente da Uday, Rahul Verma, começou suas investigações em junho sobre os testes clínicos que já duravam 32 meses e para os quais 4.142 bebês foram admitidos no AIIMS, muitos deles com menos de um ano.
Gupta assegurou que todos os testes foram autorizados por um comitê ético interno e estavam conformes as diretrizes do governo indiano.
Sem explicar do que sofriam os bebês cobaias, Gupta também afirmou que todos eles estavam gravemente doentes.
Uday exigiu que o AIIMS divulgasse o nome dos medicamentos testados nas crianças e, em sua resposta, o hospital citou a molécula "rituximab" (medicamento Rituxan), do grupo suíço Roche, a molécula "olmesartan" para tratar a hipertensão arterial, desenvolvida pelo japonês Sankyo Pharma, e o "valsartan", do americano Novartis, também contra a hipertensão arterial
http://www1.folha.uol.com.br/folha/cien ... 6249.shtml
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Imagino que os pais tenham autorizado os testes também, assim como se autoriza que haja transfusão de sangue, cirurgias e exames que podem significar risco ou desligamento de vida artificial.
Mas nada consta na notícia sobre pais ou responsáveis.
Também não deixa claro se eles morreram apenas em função dos testes.
Desenvolvimento de medicamentos e Ética
Re: Desenvolvimento de medicamentos e Ética
Testes de novos medicamentos devem ser realizados em humanos quando se tem quase 100% de certeza que não ocorrem reaçoes fatais como descrito acima. Antes disso são testados em animais exaustivamente. O problema é que uma molécula demora no mínimo 10 anos para passar devidamente em todos os testes quando o laboratório segue os trâmites corretos. Parece que acharam uma brecha em países pobres para acelerar o processo. Monstros. Isso acontecia na época do nazismo.
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Re: Desenvolvimento de medicamentos e Ética
RCAdeBH escreveu:Testes de novos medicamentos devem ser realizados em humanos quando se tem quase 100% de certeza que não ocorrem reaçoes fatais como descrito acima. Antes disso são testados em animais exaustivamente. O problema é que uma molécula demora no mínimo 10 anos para passar devidamente em todos os testes quando o laboratório segue os trâmites corretos. Parece que acharam uma brecha em países pobres para acelerar o processo. Monstros. Isso acontecia na época do nazismo.
Mas os médicos fazem testes diariamente com seus pacientes usando medicamentos disponíveis apenas por que são "indicados" pelos laboratórios das indústrias farmacêuticas. Impossível que um médico saiba tudo que se passou durante o processo de desenvolvimento de um remédio. Prova é que muitos, como a talidomida e outros tantos já causaram danos irreversíveis. Ou seja, alguém sempre confia nas boas intenções de alguém, ainda mais quando a questão é saúde.
Se formos falar sobre a tal homeopatia então...é só teste. Se acertar, acertou. Pode não matar, mas consome dinheiro, expectativa e inocência do "freguês", que deixa de se tratar podendo vir a ficar mais doente ainda.
