Livro denuncia jogos manipulados e cita Brasil
Enviado: 02 Set 2008, 12:48
Livro denuncia jogos manipulados e cita Brasil x Gana na Copa de 2006
Seg, 01 Set, 04h55
BERLIM (AFP) - Do jogo das oitavas-de-final da Copa do Mundo de 2006 entre Brasil e Gana a uma partida de juniores entre dois pequenos clubes escoceses, todas as esferas do futebol são ameaçadas pelas máfias do jogo e pela corrupção, denuncia o jornalista canadense Declan Hill.
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Durante mais de três anos, Hill investigou os sombrios bastidores do esporte mais popular do mundo, os das máfias asiáticas que apostam enormes quantias em jogos acompanhados por uma dezena de torcedores na Escócia ou na Finlândia, e os dos intermediários que pagam jogadores para "pisar no freio".
O resultado da investigação do jornalista será publicado na quarta-feira, na Europa, num livro intituldo "Como manipular uma partida de futebol", e a mensagem transmitida pela obra não é nada otimista.
"O futebol está diante de uma ameaça muito séria, pois os homens que acabaram com alguns campeonatos na Ásia estão chegando à Europa", avisou Hill nesta segunda-feira ao apresentar seu livro em Berlim.
Este doutor da universidade de Oxford, especializado em crime organizado, afirma ter se encontrado várias vezes com um dos patrões da máfia asiática dos jogos, um homem que designa pelo nome fictício de Lee Chin.
Segundo Hill, durante um destes encontros, em novembro de 2005, em Bangcoc, Lee Chin respondeu às suas perguntas mantendo ao mesmo tempo várias conversas telefônicas. Ao término de uma dessas ligações, ele revelou ao jornalista que intermediários estavam entrando em contato com jogadores de Gana na perspectiva da Copa do Mundo de 2006.
Dois dias antes da partida de oitavas-de-final entre Brasil e Gana, Hill e Chin conversaram novamente. "Ele me disse que Gana ia perder por pelo menos dois gols de diferença", afirmou o jornalista.
O Brasil derrotou Gana por 3-0 e foi às quartas-de-final. "Não estou dizendo que todos os ganeses foram comprados, mas houve alguma coisa em torno desse jogo", insistiu Hill.
Durante sua investigação, o jornalista se encontrou com o jogador ganês Stephen Appiah, que admitiu ter se reunido com organizadores de apostas. "Os intermediários estão sempre em todos os torneios. Eu recebi dinheiro duas vezes, no Mundial Sub 20 de 1997 e nas Olimpíadas de 2004. Não para perder, mas para ganhar", revelou tranqüilamente o jogador ao jornalista.
Hill também mencionou, sem nomeá-lo, um ex-jogador da seleção da Gana e ex-treinador da seleção Sub-17 de seu país, que viu desempenhar o papel de intermediário entre apostadores e jogadores.
Esta indústria rende "bilhões de dólares" na Ásia, garante Hill, que pediu a seus advogados que transmitem à justiça as gravações e fotos que acumulou durante sua investigação, "no caso de alguma coisa acontecer comigo ou com minha família".
"O futebol europeu é como uma loja de doces com as portas abertas para essas organizações", alertou.
"Todos os campeonatos profissionais norte-americanos têm serviços de segurança com policiais encarregados de vigiar o crime organizado, ao contrário da Federação Alemã, da UEFA ou da Fifa", lembrou Hill.
Seg, 01 Set, 04h55
BERLIM (AFP) - Do jogo das oitavas-de-final da Copa do Mundo de 2006 entre Brasil e Gana a uma partida de juniores entre dois pequenos clubes escoceses, todas as esferas do futebol são ameaçadas pelas máfias do jogo e pela corrupção, denuncia o jornalista canadense Declan Hill.
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Durante mais de três anos, Hill investigou os sombrios bastidores do esporte mais popular do mundo, os das máfias asiáticas que apostam enormes quantias em jogos acompanhados por uma dezena de torcedores na Escócia ou na Finlândia, e os dos intermediários que pagam jogadores para "pisar no freio".
O resultado da investigação do jornalista será publicado na quarta-feira, na Europa, num livro intituldo "Como manipular uma partida de futebol", e a mensagem transmitida pela obra não é nada otimista.
"O futebol está diante de uma ameaça muito séria, pois os homens que acabaram com alguns campeonatos na Ásia estão chegando à Europa", avisou Hill nesta segunda-feira ao apresentar seu livro em Berlim.
Este doutor da universidade de Oxford, especializado em crime organizado, afirma ter se encontrado várias vezes com um dos patrões da máfia asiática dos jogos, um homem que designa pelo nome fictício de Lee Chin.
Segundo Hill, durante um destes encontros, em novembro de 2005, em Bangcoc, Lee Chin respondeu às suas perguntas mantendo ao mesmo tempo várias conversas telefônicas. Ao término de uma dessas ligações, ele revelou ao jornalista que intermediários estavam entrando em contato com jogadores de Gana na perspectiva da Copa do Mundo de 2006.
Dois dias antes da partida de oitavas-de-final entre Brasil e Gana, Hill e Chin conversaram novamente. "Ele me disse que Gana ia perder por pelo menos dois gols de diferença", afirmou o jornalista.
O Brasil derrotou Gana por 3-0 e foi às quartas-de-final. "Não estou dizendo que todos os ganeses foram comprados, mas houve alguma coisa em torno desse jogo", insistiu Hill.
Durante sua investigação, o jornalista se encontrou com o jogador ganês Stephen Appiah, que admitiu ter se reunido com organizadores de apostas. "Os intermediários estão sempre em todos os torneios. Eu recebi dinheiro duas vezes, no Mundial Sub 20 de 1997 e nas Olimpíadas de 2004. Não para perder, mas para ganhar", revelou tranqüilamente o jogador ao jornalista.
Hill também mencionou, sem nomeá-lo, um ex-jogador da seleção da Gana e ex-treinador da seleção Sub-17 de seu país, que viu desempenhar o papel de intermediário entre apostadores e jogadores.
Esta indústria rende "bilhões de dólares" na Ásia, garante Hill, que pediu a seus advogados que transmitem à justiça as gravações e fotos que acumulou durante sua investigação, "no caso de alguma coisa acontecer comigo ou com minha família".
"O futebol europeu é como uma loja de doces com as portas abertas para essas organizações", alertou.
"Todos os campeonatos profissionais norte-americanos têm serviços de segurança com policiais encarregados de vigiar o crime organizado, ao contrário da Federação Alemã, da UEFA ou da Fifa", lembrou Hill.