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Revista Veja: Jovens Evangélicos

Enviado: 06 Set 2008, 12:31
por Acauan
REVISTA VEJA, edição 2077, 10 de setembro de 2008

Religião
ELES SÃO DIFERENTES.
E ADORAM ISSO

Jovens evangélicos não bebem, não fumam, não têm sexo fora do casamento. Mas a rigidez diminuiu, eles se sentem melhores que os outros e acreditam num futuro de prosperidade


Juliana Linhares

Julio Vilela
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CRENTES NA BALADA
Rodrigues (de óculos) com amigos no Brother Simion, point evangélico: beber, não, fumar, também não; beijar, sim, mas sem avançar o sinal


Eles vão a baladas, namoram, surfam e usam roupas da moda. A diferença entre os evangélicos e a maioria dos outros jovens é que suas festas são sem álcool, o namoro é sem sexo e as roupas, sem exageros – nada de saias pelos pés e cabelos pela cintura, mas decotes e comprimentos moderados. A maneira brasileira de ser evangélico ajuda a explicar os números impressionantes: 17% dos jovens entre 15 e 29 anos se identificam como seguidores de alguma das confissões evangélicas. Basta entrar em qualquer culto pentecostal para constatar a vitalidade de sua presença: praticamente a metade da igreja é sempre composta de jovens. Orgulhosos de seguir uma doutrina aparentemente tão contrária a tudo o que a juventude aprecia em nome de valores espirituais, também assumem a busca da realização material ("Nós merecemos o melhor" é uma declaração constante). Em algumas igrejas específicas, a promessa de redenção é um atrativo poderoso. "A maioria vem aqui porque tem angústias de várias naturezas, entre elas o vício em drogas. Mas uma vida desregrada e um certo desconforto com o mundo, que muitas vezes nem eles mesmos sabem explicar, também trazem muitos jovens para a igreja", enumera Rodrigo Ribeiro Rodrigues, membro há três anos e meio da Bola de Neve Church, igreja conhecida em São Paulo pela presença absoluta de jovens. Rodrigo trabalha como assessor de imprensa da Bola de Neve – sim, a igreja tem assessor. Além dos cultos, ele freqüenta o inusitado pub gospel Brother Simion, ponto de encontro de jovens crentes em São Paulo. O Brother Simion é isso mesmo: pub, ou seja, lugar meio escurinho onde jovens se encontram, e gospel, o que quer dizer que lá não se pode fumar nem beber. "O que mais sai aqui é açaí", diz o Brother Simion em pessoa, o dono do estabelecimento. E que fique claro aos casais: beijar, pode; avançar o sinal, não.

Fotos Lailson Santos
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ORAÇÃO NA AVENIDA
Vanessa, que ora aos domingos na Paulista: "Fiz até um curso na igreja para aprender a comandar situações e falar em público"


Com o público jovem como alvo específico, as igrejas evangélicas organizam cultos e reuniões freqüentes, estimulam a integração, oferecem emprego e atividades esportivas, em ambiente de violência zero – um diferencial tremendo em locais atormentados por altíssimos índices de criminalidade. Praticamente garantem um futuro de prosperidade e um casamento estável. A quem já escorregou, asseguram a oportunidade de passar uma borracha no passado e ser acolhido como uma nova pessoa, querida pela comunidade. A maioria das religiões parte dos mesmíssimos princípios, mas as igrejas evangélicas aperfeiçoaram uma forma simples e envolvente de apregoar suas vantagens. O jovem vai, empolga-se e julga que não beber e não transar fora do casamento são requisitos razoáveis para um futuro tão promissor. "As pessoas criam esse estereótipo de que ser cristão é ser chato. Não é isso. A gente pode tudo, tem a mesma liberdade que qualquer um. Só que fazemos escolhas. E, na minha opinião, fazemos as melhores", diz Rafael David, 21 anos, da mesma Bola de Neve. A igreja foi fundada em 2000 pelo surfista Rinaldo de Seixas Pereira, o pastor Rina, de 36 anos. Uma vez por ano, dezenas de ônibus de seguidores da Bola de Neve rumam para Florianópolis para participar de torneios de surfe e skate. Na praia, os meninos ouvem reggae com letra religiosa e as meninas usam biquínis comportados.

Os padrões da Bola de Neve são mais liberais, mas o excesso de modéstia constitui hoje exceção. "Antes éramos conhecidas como jovens velhas, por causa da saia e do cabelão comprido. Mas eu me visto como qualquer outra menina. Claro que não uso decote nem minissaia, mas adoro jeans e blusinhas de alça. O importante é estar vestida com decência. Somos reconhecidas por nossa sobriedade", diz Janara Alves, advogada de 26 anos que freqüenta a Assembléia de Deus. Não fazer sexo com a namorada é difícil? "Ficar sem sexo dói, é um sacrifício, mas no final da minha busca eu vou ter um prêmio. O ápice da minha procura vai ser com uma pessoa que eu conheço e com quem tenho uma aliança verdadeira. Estou me guardando para o melhor", acredita Jeferson Ricardo Silva, de 19 anos, estudante de moda e membro da igreja Sara Nossa Terra há um ano. Nessa antecipação de dias melhores, poucas coisas fazem tanto sentido quanto a valorização do progresso material. "Todas as segundas-feiras temos uma palestra na igreja chamada Congresso Empresarial. Nela aprendemos que prosperar financeiramente não é sujo. Se o casal não tem dinheiro, ele vai brigar por causa disso. O mesmo acontece na vida como um todo. Deus nos ensina a ter o melhor, a lutar para melhorar de vida", empolga-se Nathalia Gomes, 20 anos, fiel há seis anos da Igreja Universal do Reino de Deus, que usa cabelo ruivo espetado, veste camiseta com ombro de fora e não dispensa seu par de coturnos.

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À ESPERA DO PRÊMIO
Jeferson Silva, sobre o namoro sem sexo: "É um sacrifício, mas espero para ter uma aliança verdadeira. Estou me guardando para o melhor"


A maior igreja pentecostal, o nome religiosamente correto dessa vertente do protestantismo, do Brasil é a Assembléia de Deus, com cerca de 100 000 templos e 15 milhões de fiéis. Em segundo lugar vem a discreta Congregação Cristã no Brasil, que não pede dízimo, proíbe participação em instituições políticas e veta a divulgação por meios de comunicação de massa. Entre as neopentecostais, o pódio é ocupado pela conhecida Universal do Reino de Deus, com 5.146 templos e 8 milhões de membros. De igrejas como a Universal partiu a bem-sucedida flexibilização de regras; as tradicionais, meio a contragosto, aderiram. "De um lado, as igrejas mais tradicionais deixaram de reprimir o ato de ver TV, de ir à praia, de usar maquiagem, cabelo curto e roupas da moda. De outro, as pentecostais passaram a fazer de seus cultos verdadeiros shows de música e dança, proporcionando-lhes um caráter de entretenimento. Isso atraiu muitos jovens", explica Nicanor Lopes, professor de teologia da Universidade Metodista de São Paulo.

Segundo pesquisa da Fundação Getulio Vargas, cerca de 30% dos fiéis das igrejas evangélicas estão nas classes C e D, em que a teologia da ascensão material encontra terreno propício. "A igreja nos ensina a ter o melhor. Aqui a gente aprende que ter prosperidade é dom de Deus. Se somos pessoas boas, nossa fé vai nos dar condições de, por exemplo, viajar, fazer cruzeiros e ficar em hotéis cinco-estrelas", diz Daniela Soares, 32 anos, fiel da Universal há dezoito. Empresária adepta do terninho, salto alto e maquiagem, ela coordena um grupo de jovens em atividades como um desfile de vestidos de noiva em que, microfone em punho, grita: "Quem quer se casar neste ano?". Diante do mar de mãos erguidas, arremata: "Então, vai escolhendo o vestido, que ele pode ser seu". Segundo levantamento feito pelo Instituto de Estudos da Religião (Iser) com 800 cariocas entre 15 e 24 anos, os evangélicos são os que mais se reúnem, seja em cultos, seja em outras atividades. Mais de 52% deles disseram ir duas vezes ou mais por semana à igreja. "Aqui, eu me sinto em casa. Posso ser eu mesmo. No primeiro dia em que vim à igreja, o pastor me chamou no altar, me elogiou muito e, apontando para a multidão lá embaixo, me disse: ‘Veja a nova família que você acaba de ganhar’. Eu me senti muito acolhido", recorda Jeferson, o estudante de moda.

A política de acolhimento tem resultados evidentes. "Procurei uma igreja católica, mas não achei nenhuma aberta. A primeira que apareceu foi uma Renascer", recorda Carolina Chiarlitti Bassi, 25 anos, estudante de administração e ex-dançarina de axé – "tempo de top e shortinho, drogas, noitadas". Hoje ela dá aulas de dança na própria igreja e tem um olhar crítico em relação ao passado: "Sexo, cerveja, cigarro, a gente sabe que tudo isso é passageiro, sem compromisso, e que não vai levar a futuro algum. Fumar e beber pode causar dependência. Transando com vários não vou fazer uma família".

O fervor dos jovens convertidos pode incomodar e causar desconforto. "Sofremos preconceito o tempo inteiro. Meus próprios amigos criticam: ‘Vai lá na igreja dar dinheiro ao pastor’", afirma Thiago Vignoli, 24 anos, estudante de administração e fiel da Sara Nossa Terra.

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DINHEIRO NÃO É PECADO
Nathalia: "Na igreja aprendemos que prosperar não é sujo. Deus nos ensina a ter o melhor"


Como é comum em grupos de alto teor de crença religiosa, a eventual discriminação vira motivo de orgulho. "Quando você começa a ter um pouco mais de convicção naquilo que segue, ser discriminado é tudo o que você quer. Eu sempre quero ser discriminado, para ter a oportunidade de contar meu testemunho", diz Phillip Silva Guimarães, 23 anos, gerente de contas em um banco e membro da Renascer. As igrejas também propiciam métodos para enfrentar constrangimentos. Vanessa de Almeida, 26 anos, fiel da Sara Nossa Terra, aos domingos costuma ir com amigos fazer preces em voz alta em plena Avenida Paulista. "As pessoas passam, nos vêem orando e se emocionam. É um trabalho maravilhoso. Eu e meus colegas fizemos a Escola de Vencedores, da igreja, para aprender a falar em público e agir em situações como essas." É difícil imaginar prova maior de fé do que esse mico total, como diriam jovens menos convictos.

Dois filhos, duas histórias

Julio Vilela
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REVIRAVOLTA
Maria, fiel da Universal, orgulhosa do filho Kleber, preocupada com a filha Clarice: ele voltou, ela saiu


Manter os filhos no bom caminho é um dos maiores apelos de qualquer religião. Maria Negreiros, 48 anos, cozinheira, fiel da Igreja Universal, conta como Kleber e Clarice tomaram rumos totalmente diversos na vida. A mãe faz o seu relato:

"Minha filha de 21 anos foi criada na Universal. Aos 14, resolveu largar a igreja. Ela queria conhecer o mundo, sair à noite, fazer amizades fora da igreja e namorar. Em pouco tempo, já estava saindo quase todas as noites com as amigas do bairro. Passou a beber e a fumar muito. Entre os 18 e os 20 anos, envolveu-se com gente que usava drogas. Nesse período, engravidou de um rapaz que eu nem conhecia. Durante a gravidez, ele começou a namorar outra menina. Clarice sofreu muito. Hoje, trabalha como vendedora em uma loja. Ganha até razoavelmente bem, mas gasta na noite, com bebida e sei lá mais o quê. Ela sai toda sexta-feira e todo sábado. Volta só no dia seguinte, sempre de ressaca. Sou eu que fico com o filhinho dela, de 2 anos. Também pago quase tudo. Ela não tem paciência com o menino e vive irritada com ele. Meu outro filho, Kleber, 27 anos, só me dá orgulho. Ele passou por uma enorme transformação. Até cinco anos atrás, estava no fundo do poço. Era viciado em cocaína e em maconha e chegou a traficar. Uma vez foi até preso. Passava dia e noite nos bares e nos cantos das ruas se drogando. Um dia, acordou mal, depois de fazer coisa errada a noite inteira. Pegou um ônibus e foi para a sede da Universal, em Santo Amaro. Desde então, vai quase todas as noites. Está se preparando para ser obreiro e trabalha com meninos viciados em drogas. Para ajudar em casa, é manobrista. Nunca mais tocou num copo de cerveja e não sai com meninas. Diz que está esperando aparecer a mulher certa para se casar. O sonho dele, agora, é fazer uma faculdade."

Re: Revista Veja: Jovens Evangélicos

Enviado: 06 Set 2008, 12:45
por emmmcri
Esses novos evangélicos...

Re: Revista Veja: Jovens Evangélicos

Enviado: 06 Set 2008, 12:58
por Suyndara
O pessoal da canção nova e demais jovenzinhos rcc também fazem isso...

Até alugam boate para fazer as festas deles.

Re: Revista Veja: Jovens Evangélicos

Enviado: 06 Set 2008, 14:57
por Fernando Silva
Acauan escreveu:REVISTA VEJA, edição 2077, 10 de setembro de 2008

Nessa antecipação de dias melhores, poucas coisas fazem tanto sentido quanto a valorização do progresso material. "Todas as segundas-feiras temos uma palestra na igreja chamada Congresso Empresarial. Nela aprendemos que prosperar financeiramente não é sujo. Se o casal não tem dinheiro, ele vai brigar por causa disso. O mesmo acontece na vida como um todo. Deus nos ensina a ter o melhor, a lutar para melhorar de vida", empolga-se Nathalia Gomes, 20 anos, fiel há seis anos da Igreja Universal do Reino de Deus, que usa cabelo ruivo espetado, veste camiseta com ombro de fora e não dispensa seu par de coturnos.


Uma condenação dos outros evangélicos à teologia da prosperidade:
http://www.ultimato.com.br/?pg=show_art ... edicao=313
O que acontece com a Universal e, não raro, com outras igrejas neopentecostais comprometidas com a teologia da prosperidade, é que elas enfatizam a parte egoísta do evangelho, a libertação da opressão da miséria, da fome, do desemprego, da bancarrota, da doença, da depressão, das crises matrimoniais etc. O próprio Edir Macedo explica: “Somos um pronto-socorro”.3 As boas novas do bispo estimulam o materialismo e o malfadado consumismo, e destroem o estilo de vida simples que o evangelho apregoa.
Por culpa dessas “boas novas” e de outras, provavelmente em nenhuma outra ocasião da história Jesus tenha descido tanto do seu pedestal de direito e de origem como agora. Esse desvio amplo e sorrateiro pode ser visto na denúncia de Belo de Azevedo:

“Há um produto circulando por aí: você quer saber viver? Siga os ensinos da moralidade e da sabedoria deixados por Jesus. Você quer aprender como liderar? Aprenda com Jesus, o maior administrador de empresas do mundo. Você quer conhecer a si mesmo? Aprenda com Jesus, o maior psicólogo de todos os tempos. Quem se interessa por Jesus em função apenas dos seus ensinos não sabe quem é Jesus. Suas palavras são palavras de vida eterna (Jo 4.13-14)”.4

Re: Revista Veja: Jovens Evangélicos

Enviado: 06 Set 2008, 15:07
por Fernando Silva
No fim das contas, não foi o estudo da Bíblia e a comparação de seus ensinamentos com os de outras religiões que levou esses jovens a "escolher" a seita que frequentam. Os trechos abaixo deixam isto claro:

De outro, as pentecostais passaram a fazer de seus cultos verdadeiros shows de música e dança, proporcionando-lhes um caráter de entretenimento. Isso atraiu muitos jovens", explica Nicanor Lopes, professor de teologia da Universidade Metodista de São Paulo.


Mais de 52% deles disseram ir duas vezes ou mais por semana à igreja. "Aqui, eu me sinto em casa. Posso ser eu mesmo. No primeiro dia em que vim à igreja, o pastor me chamou no altar, me elogiou muito e, apontando para a multidão lá embaixo, me disse: ‘Veja a nova família que você acaba de ganhar’. Eu me senti muito acolhido", recorda Jeferson, o estudante de moda.


A política de acolhimento tem resultados evidentes. "Procurei uma igreja católica, mas não achei nenhuma aberta. A primeira que apareceu foi uma Renascer"


Em algumas igrejas específicas, a promessa de redenção é um atrativo poderoso. "A maioria vem aqui porque tem angústias de várias naturezas, entre elas o vício em drogas. Mas uma vida desregrada e um certo desconforto com o mundo, que muitas vezes nem eles mesmos sabem explicar, também trazem muitos jovens para a igreja", enumera Rodrigo Ribeiro Rodrigues, membro há três anos e meio da Bola de Neve Church, igreja conhecida em São Paulo pela presença absoluta de jovens.


Sem falar nas promessas de prosperidade material.

Re: Revista Veja: Jovens Evangélicos

Enviado: 06 Set 2008, 15:55
por Suyndara
Se for para pensar na questão dos vícios eu ainda acho preferível um jovem abobalhado e fanático do que um usuário de droga que ferrou com sua vida e a da família dele inteira :emoticon45:

Re: Revista Veja: Jovens Evangélicos

Enviado: 06 Set 2008, 18:23
por Apo
"Minha filha de 21 anos foi criada na Universal. Aos 14, resolveu largar a igreja. Ela queria conhecer o mundo, sair à noite, fazer amizades fora da igreja e namorar. Em pouco tempo, já estava saindo quase todas as noites com as amigas do bairro. Passou a beber e a fumar muito. Entre os 18 e os 20 anos, envolveu-se com gente que usava drogas. Nesse período, engravidou de um rapaz que eu nem conhecia. Durante a gravidez, ele começou a namorar outra menina. Clarice sofreu muito. Hoje, trabalha como vendedora em uma loja. Ganha até razoavelmente bem, mas gasta na noite, com bebida e sei lá mais o quê. Ela sai toda sexta-feira e todo sábado. Volta só no dia seguinte, sempre de ressaca. Sou eu que fico com o filhinho dela, de 2 anos. Também pago quase tudo. Ela não tem paciência com o menino e vive irritada com ele. Meu outro filho, Kleber, 27 anos, só me dá orgulho. Ele passou por uma enorme transformação. Até cinco anos atrás, estava no fundo do poço. Era viciado em cocaína e em maconha e chegou a traficar. Uma vez foi até preso. Passava dia e noite nos bares e nos cantos das ruas se drogando. Um dia, acordou mal, depois de fazer coisa errada a noite inteira. Pegou um ônibus e foi para a sede da Universal, em Santo Amaro. Desde então, vai quase todas as noites. Está se preparando para ser obreiro e trabalha com meninos viciados em drogas. Para ajudar em casa, é manobrista. Nunca mais tocou num copo de cerveja e não sai com meninas. Diz que está esperando aparecer a mulher certa para se casar. O sonho dele, agora, é fazer uma faculdade."


Típico!
Claro que toda mulher que se nega a ser evangélica vira uma vadia, drogada, bêbabda, perdida e mãe irresponsável antes da hora.
E todo filhinho que é evangélico vira bom menino, caridoso, abstêmio e quer fazer faculdade ( é sonho, mas sonhar é sinal de que se está no caminho de Deus). E a chave de ouro: ser obreiro!

Que nojo disto! :emoticon9:

Re: Revista Veja: Jovens Evangélicos

Enviado: 07 Set 2008, 00:57
por Herf
Não surpreende que esses ambientes sejam tão bem sucedidos em recuperar pessoas de problemas como drogas. Na maioria das vezes, drogados são pessoas extremamente carentes de atenção. E essas igrejas oferecem a inclusão em um grupo, fazem a pessoa, de uma hora para a outra, se sentir "acolhida", parte de uma família. Com isso, largar os vícios e esquecer demais problemas que a assolam torna-se muito mais fácil.

(Claro que depois de curada a pessoa não percebe que a força para sair da desgraça veio do grupo que a acolheu, mas vai atribuir tudo a Jesus).

Re: Revista Veja: Jovens Evangélicos

Enviado: 07 Set 2008, 01:03
por Apo
Procedure escreveu:Não surpreende que esses ambientes sejam tão bem sucedidos em recuperar pessoas de problemas como drogas. Na maioria das vezes, drogados são pessoas extremamente carentes de atenção. E essas igrejas oferecem a inclusão em um grupo, fazem a pessoa, de uma hora para a outra, se sentir "acolhida", parte de uma família. Com isso, largar os vícios e esquecer demais problemas que a assolam torna-se muito mais fácil.

(Claro que depois de curada a pessoa não percebe que a força para sair da desgraça veio do grupo que a acolheu, mas vai atribuir tudo a Jesus).


Pode ser bom para eles e nada temos a ver. Mas o problema é ficarem nesta de desfazer de quem não é evangélico, inclusive dos próprios filhos...

Re: Revista Veja: Jovens Evangélicos

Enviado: 07 Set 2008, 07:24
por user f.k.a. Cabeção
Procedure escreveu:(Claro que depois de curada a pessoa não percebe que a força para sair da desgraça veio do grupo que a acolheu, mas vai atribuir tudo a Jesus).



Mas essa pessoa pertencia a um grupo antes, um grupo de pessoas degeneradas que tornava sua vida miseravel e sem objetivos.

Ela passou a integrar um grupo de pessoas, que ainda que parecam estranhas sob determinados pontos de vista, sao muito mais saudaveis e cultivam valores melhores, e por conta disso ela se recuperou.

Nao foi o "grupo" que a curou, mas a diferenca entre os grupos. E essa diferenca pode muito bem ser interpretada por um evangelico como sendo Jesus.

Isso e interessante:

"[...] A gente pode tudo, tem a mesma liberdade que qualquer um. Só que fazemos escolhas. E, na minha opinião, fazemos as melhores", diz Rafael David, 21 anos, da mesma Bola de Neve.

Re: Revista Veja: Jovens Evangélicos

Enviado: 07 Set 2008, 13:09
por Dick
É a velha história do "antes um imbecil crente e esperançoso que um imbecil descrente e maníaco-depressivo", o que não é muito (nem um pouco) diferente de "antes um bêbado feliz que um sóbrio ranzinza". Neste aspecto, realmente que sejam felizes... enquanto isto for possível com uma auto-ilusão. Continuam incoerentes na relação doutrina-cristã-estilo-jovem, e continuam precisando de uma muleta para serem felizes. Graças à deus não preciso de muletas para estar em paz comigo mesmo. Não é o caso deles. A propósito (mesmo!) não deixem de ver, quem não viu:

http://www.youtube.com/watch?v=QA4ACsj1M94


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Re: Revista Veja: Jovens Evangélicos

Enviado: 07 Set 2008, 13:16
por Lúcifer
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Bem, uma crentinha dessas até que vale a pena conhecer. Como já conheço os maçetes das igrejas evangélicas, seria fácil de convercer que me converti. Se ela valesse a pena, ...poderia ficar com ela durante algum tempo ou, quem sabe... :emoticon47: :emoticon47:

Re: Revista Veja: Jovens Evangélicos

Enviado: 07 Set 2008, 15:26
por Apo
Lúcifer escreveu:Imagem

Bem, uma crentinha dessas até que vale a pena conhecer. Como já conheço os maçetes das igrejas evangélicas, seria fácil de convercer que me converti. Se ela valesse a pena, ...poderia ficar com ela durante algum tempo ou, quem sabe... :emoticon47: :emoticon47:


Ái, esta carinha de boazinha ( pois "sou do Senhor Jesus") me irrita. :emoticon9:

Re: Revista Veja: Jovens Evangélicos

Enviado: 07 Set 2008, 16:10
por Lúcifer
Apo escreveu:
Lúcifer escreveu:Imagem

Bem, uma crentinha dessas até que vale a pena conhecer. Como já conheço os maçetes das igrejas evangélicas, seria fácil de convercer que me converti. Se ela valesse a pena, ...poderia ficar com ela durante algum tempo ou, quem sabe... :emoticon47: :emoticon47:


Ái, esta carinha de boazinha ( pois "sou do Senhor Jesus") me irrita. :emoticon9:


Pois essas carinhas de boazinhas são as mais safadinhas, depois de devidamente estimuladas. :emoticon167: :emoticon167:

Re: Revista Veja: Jovens Evangélicos

Enviado: 07 Set 2008, 16:16
por Apo
Lúcifer escreveu:
Apo escreveu:
Lúcifer escreveu:Imagem

Bem, uma crentinha dessas até que vale a pena conhecer. Como já conheço os maçetes das igrejas evangélicas, seria fácil de convercer que me converti. Se ela valesse a pena, ...poderia ficar com ela durante algum tempo ou, quem sabe... :emoticon47: :emoticon47:


Ái, esta carinha de boazinha ( pois "sou do Senhor Jesus") me irrita. :emoticon9:


Pois essas carinhas de boazinhas são as mais safadinhas, depois de devidamente estimuladas. :emoticon167: :emoticon167:



Por isto mesmo é que me irritam. São fazidas EM CRISTO.

Re: Revista Veja: Jovens Evangélicos

Enviado: 07 Set 2008, 16:20
por Fernando Silva
Cantoras gospel sempre fazem uma cara de santinha levemente debilóide na capa dos CDs.

Re: Revista Veja: Jovens Evangélicos

Enviado: 08 Set 2008, 10:19
por Fenrir
Acho que vou vomitar
blaaaaarrrrrgggghhhhhh uuuuuaaaaarrrrrrrgggghhhhh ..... blaaargh ... blargh .... ploft!

Melhores que nos, sim eles sao, em raciocinios falaciosos, assasinato à logica, chatice & caretice, megalomania, viadagem, sentimentos-emo, chatice de novo, chatice mais uma vez, falacias de novo, crencas em seres e amigos imaginarios, etc.

Re: Revista Veja: Jovens Evangélicos

Enviado: 08 Set 2008, 10:30
por Aranha
user f.k.a. Cabeção escreveu:
Procedure escreveu:(Claro que depois de curada a pessoa não percebe que a força para sair da desgraça veio do grupo que a acolheu, mas vai atribuir tudo a Jesus).



Mas essa pessoa pertencia a um grupo antes, um grupo de pessoas degeneradas que tornava sua vida miseravel e sem objetivos.

Ela passou a integrar um grupo de pessoas, que ainda que parecam estranhas sob determinados pontos de vista, sao muito mais saudaveis e cultivam valores melhores, e por conta disso ela se recuperou.

Nao foi o "grupo" que a curou, mas a diferenca entre os grupos. E essa diferenca pode muito bem ser interpretada por um evangelico como sendo Jesus.

Isso e interessante:

"[...] A gente pode tudo, tem a mesma liberdade que qualquer um. Só que fazemos escolhas. E, na minha opinião, fazemos as melhores", diz Rafael David, 21 anos, da mesma Bola de Neve.



- O que não nos exime de estarmos vigilantes quanto à escalada do fantatismo e a ameaça ao laicismo, uma vez que esses grupos são usados por correntes que visam em última estância a adoção generalizada de seus valores eliminando completamente qualquer coisa que os contradiga, inclusive algumas liberdades básicas essenciais e a divulgação científicia.

Abraços,

Re: Revista Veja: Jovens Evangélicos

Enviado: 08 Set 2008, 11:53
por Judas
Que é melhor que sejam assim ao invés de drogados, homicidas, estupradores eu não tenho dúvida. Mas acho uma maneira terrível de se viver também, ser ovelha, ser doutrinável,(não parece aquela estória do cachorrinho que vivia "subindo nas pernas" das visitas e acabou castrado?!), precisar disso pra melhorar o caráter, credo! Também estou muito feliz em não precisar desta muleta, usá-la, me privaria de coisas que não considero abomináveis, como o sexo casual, a cerveja (não combinada com o volante) e a música "do mundo" que é bem melhor que a ladainha horrorosa daqueles louvores escrotos.

Re: Revista Veja: Jovens Evangélicos

Enviado: 08 Set 2008, 12:26
por Judas
Nossa mãe!!!!Imaginem:

Funk sem putaria:

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Trance sem drogas:

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:emoticon12:

Re: Revista Veja: Jovens Evangélicos

Enviado: 08 Set 2008, 14:34
por francioalmeida
Nunca mais tocou num copo de cerveja e não sai com meninas. Diz que está esperando aparecer a mulher certa para se casar. O sonho dele, agora, é fazer uma faculdade."


Não entendo isso.
Não tocar num copo de cerveja tudo bem, mas "não sair com meninas"...

São expressa no mesmo nível, a negação ao alcool e a relação com mulheres, ambas as coisas levam ao precipício?

Como pode está esperando uma mulher certa pra casar, se não sai com elas!. Seria algo mágico como a Bela adormecida de um modo invertido, ele vai estar dormindo e vem a mulher certa e beija a sua boca e vivem felizes para sempre?

Como ele e sua "mulher certa" vão se conhecer se ele não sai. Bem, algo me diz de cara que sua mulher certa vai ser uma pessoa do seu mundinho: igreja, casa ou se conseguir realizar seu sonho de fazer faculdade talvez lá encontre uma "mulher certa".

Tudo bem, não vou tentar entender muito, claro que pra igreja isso é excelente, se ele não procura ninguém fora de seu mundinho, futuramente, teremos uma família com dois crentóides isolados do mundo e ensinandos seus a não "sair com meninas".

Re: Revista Veja: Jovens Evangélicos

Enviado: 08 Set 2008, 14:40
por Apo
Fenrir escreveu:Acho que vou vomitar
blaaaaarrrrrgggghhhhhh uuuuuaaaaarrrrrrrgggghhhhh ..... blaaargh ... blargh .... ploft!

Melhores que nos, sim eles sao, em raciocinios falaciosos, assasinato à logica, chatice & caretice, megalomania, viadagem, sentimentos-emo, chatice de novo, chatice mais uma vez, falacias de novo, crencas em seres e amigos imaginarios, etc.


Esqueceu daquele ar blasè de quem é superior ( pelos critérios deles e tudo relacionado ao tal ser imaginário + dogmas idiotas de algum esperto que se aproveita deles).

Esta gente é irritante.

Re: Revista Veja: Jovens Evangélicos

Enviado: 08 Set 2008, 14:42
por Apo
francioalmeida escreveu:
Nunca mais tocou num copo de cerveja e não sai com meninas. Diz que está esperando aparecer a mulher certa para se casar. O sonho dele, agora, é fazer uma faculdade."


Não entendo isso.
Não tocar num copo de cerveja tudo bem, mas "não sair com meninas"...

São expressa no mesmo nível, a negação ao alcool e a relação com mulheres, ambas as coisas levam ao precipício?

Como pode está esperando uma mulher certa pra casar, se não sai com elas!. Seria algo mágico como a Bela adormecida de um modo invertido, ele vai estar dormindo e vem a mulher certa e beija a sua boca e vivem felizes para sempre?

Como ele e sua "mulher certa" vão se conhecer se ele não sai. Bem, algo me diz de cara que sua mulher certa vai ser uma pessoa do seu mundinho: igreja, casa ou se conseguir realizar seu sonho de fazer faculdade talvez lá encontre uma "mulher certa".

Tudo bem, não vou tentar entender muito, claro que pra igreja isso é excelente, se ele não procura ninguém fora de seu mundinho, futuramente, teremos uma família com dois crentóides isolados do mundo e ensinandos seus a não "sair com meninas".


ÇAUM VALORES, FRANCIO, VALORE$$$$$!

O filho está a caminho da viadaji ou de alguma espécie de perverçaum e ela tá contando vantaji!

:emoticon11: :emoticon11: :emoticon11:

Re: Revista Veja: Jovens Evangélicos

Enviado: 08 Set 2008, 14:44
por Apo
user f.k.a. Cabeção escreveu:
Procedure escreveu:(Claro que depois de curada a pessoa não percebe que a força para sair da desgraça veio do grupo que a acolheu, mas vai atribuir tudo a Jesus).



Mas essa pessoa pertencia a um grupo antes, um grupo de pessoas degeneradas que tornava sua vida miseravel e sem objetivos.

Ela passou a integrar um grupo de pessoas, que ainda que parecam estranhas sob determinados pontos de vista, sao muito mais saudaveis e cultivam valores melhores, e por conta disso ela se recuperou.

Nao foi o "grupo" que a curou, mas a diferenca entre os grupos. E essa diferenca pode muito bem ser interpretada por um evangelico como sendo Jesus.

Isso e interessante:

"[...] A gente pode tudo, tem a mesma liberdade que qualquer um. Só que fazemos escolhas. E, na minha opinião, fazemos as melhores", diz Rafael David, 21 anos, da mesma Bola de Neve.


Ó meu filho...não não....

Re: Revista Veja: Jovens Evangélicos

Enviado: 08 Set 2008, 19:37
por user f.k.a. Cabeção
Abmael escreveu:- O que não nos exime de estarmos vigilantes quanto à escalada do fantatismo e a ameaça ao laicismo, uma vez que esses grupos são usados por correntes que visam em última estância a adoção generalizada de seus valores eliminando completamente qualquer coisa que os contradiga, inclusive algumas liberdades básicas essenciais e a divulgação científicia.



Essa vigilancia deve ser direcionada aos grupos que produzem tal ameaca.

Os grupos citados na reportagem podem ate querer se expandir e disseminar seus valores, mas nao ha nenhum indicio de que procurem fazer isso suprimindo a liberdade alheia. Foi exatamente por isso que eu citei a fala do rapaz do grupo "Bola de Neve", que com razao afirmou que eles eram livres e faziam as escolhas que consideravam mais corretas.

E importante saber diferenciar a religiao na sua manifestacao boa e honesta, transmitindo e cultivando valores e sabedoria, da acao politica que alguns "religiosos" se prestam em nome da religiao. Considerar todos os religiosos como membros desse segundo grupo e tambem uma forma de tirania.