Cientistas estão brincando de ser Deus!
Enviado: 08 Set 2008, 10:20
E o Universo nasce outra vez

Acelerador de Particulas
A comunidade científica internacional vive dias de expectativa. O acelerador de partículas mais potente já construído será testado na quarta-feira, depois de mais de uma década de preparativos e de bilhões de dólares em investimentos. Os críticos da parafernália temem que o Grande Colisor de Hádrons (LHC, pelas iniciais em inglês) supere as previsões mais exageradas dos físicos e cause o fim do mundo. E se o poderoso e monumental dispositivo criar um buraco negro e dragar a Terra? E se gerar partículas capazes de transformar o planeta numa massa inerte?
O equipamento desenvolvido pelo Conselho Europeu de Pesquisa Nu1396983920clear (Cern, na sigla em francês) pode produzir descobertas notáveis, como confirmar a existência de matéria invisível ou de outras dimensões espaciais. O objetivo, segundo os mais otimistas, é reproduzir em laboratório a origem do Universo e o que ocorreu nos segundos que se seguiram ao Big Bang. No entanto, até mesmo participantes do projeto admitem não saber ao certo qual será o resultado das experiências, se houver algum.
Embora improvável, existe a possibilidade teórica de que a experiência produza um miniburaco negro. Mas não será na próxima quarta-feira, quando os cientistas apenas farão um conjunto de prótons percorrer um túnel de 27 quilômetros de extensão, revestido por ímãs, construído no subsolo da região de Genebra (a estrutura passa sob a fronteira com a França e depois volta para o território suíço, a mais de cem metros de profundidade). O teste servirá para assegurar que o acelerador está de fato funcionando.
A primeira colisão ainda pode levar alguns meses. Quando o equipamento estiver funcionando, cerca de 200 milhões de resultados de choques entre prótons serão armazenados e analisados com a ajuda de uma rede global de computadores de alta velocidade, que inclui também cientistas brasileiros. Três milhões de DVDs de dados anuais deverão ser obtidos nessas colisões.
Segundo o Cern, apesar do grande interesse gerado pela experiência, alguns resultados levarão meses, senão anos, para serem compreendidos. Entre outras coisas, espera-se que o LHC ajude a decifrar mistérios da física como a estrutura da matéria, as propriedades das forças fundamentais e as leis que governam a evolução do universo.
– O LHC vai inaugurar uma nova era – diz Alberto Santoro, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, um dos físicos brasileiros que, com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCT), estão envolvidos nos experimentos.
O LHC é motivo de polêmica há anos, mas a controvérsia chegou ao ápice no início de 2008, quando um grupo de cientistas entrou com um processo nos Estados Unidos pedindo a interrupção do projeto, sob a alegação de que o choque das partículas criaria um buraco negro e que o fenômeno traria conseqüências desastrosas para a humanidade.
Na semana passada, outro grupo de cientistas apresentou denúncia ante o Tribunal Europeu de Direitos Humanos também pedindo o embargo do projeto. O motivo seria o mesmo já alertado pelos americanos: a criação de buracos negros que acabariam por engolir o planeta.
A chance de uma catástrofe é de uma em 50 milhões
Estima-se que o colisor gerará sete vezes mais energia do que seu rival mais potente, do laboratório Fermilab, nos arredores da cidade americana de Chicago (EUA). O físico Martin Rees calcula que a probabilidade de um acelerador produzir uma catástrofe planetária seja de uma em 50 milhões: diminuta, mas aproximadamente igual à de se ganhar em uma loteria.
Essas previsões cataclísmicas são ridículas, asseguram cientistas do Cern, alguns dos quais dedicaram praticamente toda a carreira ao acelerador de partículas. No início de agosto, uma equipe divulgou um relatório afirmando que não há “riscos concebíveis” de que a experiência produza algum acontecimento cataclísmico. Em sua essência, confirma as conclusões de um documento sobre a segurança do projeto elaborado em 2003, avalizadas por cinco cientistas não-filiados ao Cern, entre eles um Prêmio Nobel.
– Obviamente, o mundo não acabará quando o LHC for ligado – assegura o cientista Lyn Evans, líder do projeto.
Davis Francis, físico do imenso detector de partículas Atlas, uma das quatro grandes máquinas que compõem o acelerador, sorriu quando perguntado se alguma dessas hipóteses o preocupava:
– Se eu achasse que isso fosse acontecer, estaria bem longe daqui agora.

Acelerador de Particulas
A comunidade científica internacional vive dias de expectativa. O acelerador de partículas mais potente já construído será testado na quarta-feira, depois de mais de uma década de preparativos e de bilhões de dólares em investimentos. Os críticos da parafernália temem que o Grande Colisor de Hádrons (LHC, pelas iniciais em inglês) supere as previsões mais exageradas dos físicos e cause o fim do mundo. E se o poderoso e monumental dispositivo criar um buraco negro e dragar a Terra? E se gerar partículas capazes de transformar o planeta numa massa inerte?
O equipamento desenvolvido pelo Conselho Europeu de Pesquisa Nu1396983920clear (Cern, na sigla em francês) pode produzir descobertas notáveis, como confirmar a existência de matéria invisível ou de outras dimensões espaciais. O objetivo, segundo os mais otimistas, é reproduzir em laboratório a origem do Universo e o que ocorreu nos segundos que se seguiram ao Big Bang. No entanto, até mesmo participantes do projeto admitem não saber ao certo qual será o resultado das experiências, se houver algum.
Embora improvável, existe a possibilidade teórica de que a experiência produza um miniburaco negro. Mas não será na próxima quarta-feira, quando os cientistas apenas farão um conjunto de prótons percorrer um túnel de 27 quilômetros de extensão, revestido por ímãs, construído no subsolo da região de Genebra (a estrutura passa sob a fronteira com a França e depois volta para o território suíço, a mais de cem metros de profundidade). O teste servirá para assegurar que o acelerador está de fato funcionando.
A primeira colisão ainda pode levar alguns meses. Quando o equipamento estiver funcionando, cerca de 200 milhões de resultados de choques entre prótons serão armazenados e analisados com a ajuda de uma rede global de computadores de alta velocidade, que inclui também cientistas brasileiros. Três milhões de DVDs de dados anuais deverão ser obtidos nessas colisões.
Segundo o Cern, apesar do grande interesse gerado pela experiência, alguns resultados levarão meses, senão anos, para serem compreendidos. Entre outras coisas, espera-se que o LHC ajude a decifrar mistérios da física como a estrutura da matéria, as propriedades das forças fundamentais e as leis que governam a evolução do universo.
– O LHC vai inaugurar uma nova era – diz Alberto Santoro, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, um dos físicos brasileiros que, com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCT), estão envolvidos nos experimentos.
O LHC é motivo de polêmica há anos, mas a controvérsia chegou ao ápice no início de 2008, quando um grupo de cientistas entrou com um processo nos Estados Unidos pedindo a interrupção do projeto, sob a alegação de que o choque das partículas criaria um buraco negro e que o fenômeno traria conseqüências desastrosas para a humanidade.
Na semana passada, outro grupo de cientistas apresentou denúncia ante o Tribunal Europeu de Direitos Humanos também pedindo o embargo do projeto. O motivo seria o mesmo já alertado pelos americanos: a criação de buracos negros que acabariam por engolir o planeta.
A chance de uma catástrofe é de uma em 50 milhões
Estima-se que o colisor gerará sete vezes mais energia do que seu rival mais potente, do laboratório Fermilab, nos arredores da cidade americana de Chicago (EUA). O físico Martin Rees calcula que a probabilidade de um acelerador produzir uma catástrofe planetária seja de uma em 50 milhões: diminuta, mas aproximadamente igual à de se ganhar em uma loteria.
Essas previsões cataclísmicas são ridículas, asseguram cientistas do Cern, alguns dos quais dedicaram praticamente toda a carreira ao acelerador de partículas. No início de agosto, uma equipe divulgou um relatório afirmando que não há “riscos concebíveis” de que a experiência produza algum acontecimento cataclísmico. Em sua essência, confirma as conclusões de um documento sobre a segurança do projeto elaborado em 2003, avalizadas por cinco cientistas não-filiados ao Cern, entre eles um Prêmio Nobel.
– Obviamente, o mundo não acabará quando o LHC for ligado – assegura o cientista Lyn Evans, líder do projeto.
Davis Francis, físico do imenso detector de partículas Atlas, uma das quatro grandes máquinas que compõem o acelerador, sorriu quando perguntado se alguma dessas hipóteses o preocupava:
– Se eu achasse que isso fosse acontecer, estaria bem longe daqui agora.