Universidades federais agora criam cotas para moradores das periferias e interior
Publicada em 08/09/2008 às 00h20m
O Globo Online
BRASÍLIA - Depois das cotas para negros, índios e alunos de escolas públicas, o acesso a universidades federais ganhou um novo critério: o lugar onde o candidato freqüentou ensino médio. É o que mostra reportagem de Demétrio Weber publicada no "Globo" nesta segunda-feira. Os novos campus da Universidade de Brasília (UnB) e da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) incluíram em sua fórmula de ingresso o "bônus regional", pontuação extra no vestibular para quem estudou no interior ou na periferia.
Sandra Regina Peixoto (esquerda) e Jeane da Conceição Silva Alunas da UNB do novo campus da Ceilandia Foto Givaldo Barbosa - Agência O Globo.Assim, o que importa é a geografia, ou melhor, o endereço da escola. No bônus regional, não faz diferença se o candidato é rico ou pobre, branco ou negro nem se estudou em colégios públicos ou privados. Pelo critério, quem cursou o ensino médio em cidades-satélites de Brasília, em municípios de Goiás (vizinhos ao Distrito Federal) e no interior de Pernambuco recebe mais pontos no vestibular: 20% na UnB e 10% na UFPE. Leia a íntegra desta notícia no Globo Digital, só para assinantes
O incentivo geográfico surpreendeu o ministro da Educação, Fernando Haddad. Entusiasta da reserva de vagas para alunos de escolas públicas, ele disse desconhecer o mecanismo e expressou dúvidas quanto à sua legalidade:
- É a primeira vez que ouço falar de demarcação territorial. A consultoria jurídica do MEC não foi procurada (para opinar sobre a medida) - afirmou Haddad.
Benefício divide a opinião dos alunos
Aos 42 anos e eufórica com a oportunidade de fazer um curso superior, a alfabetizadora Sandra Regina Rodrigues Peixoto está entre os 240 aprovados na unidade da UNB de Ceilândia, cidade-satélite que costuma aparecer no noticiário policial. Teria direito ao bônus regional, mas não sabia e entrou no curso de gestão em saúde sem o benefício.
O bônus divide opiniões entre os alunos. Com ou sem ele, porém, o vestibular em Ceilândia para farmácia, enfermagem, terapia ocupacional, fisioterapia e gestão em saúde teve menos concorrência do que no campus central da UnB, no Plano Piloto. O mesmo aconteceu na seleção de 240 alunos dos cursos de engenharia eletrônica, automotiva, de software e de energia no Gama.
A atendente de suporte técnico Jeane Quitéria da Conceição Silva, de 34 anos, foi a oradora da turma na inauguração da unidade de Ceilândia. Entrou pela cota de negros e não pediu o bônus por desinformação.
- O preconceito contra negros existe, só que é muito maior contra quem mora em Ceilândia. Se a gente chega no Plano Piloto pedindo emprego, tem que estar bem vestida e falando bem. Se não, ninguém contrata.
No Gama, a 40 quilômetros de Brasília, o estudante Thales da Cruz Portela, de 17 anos, cursou o ensino médio em escola particular. Seus pais têm um mini-mercado. Ele recebeu o bônus, mas entende que o benefício deveria ser dado apenas à população de baixa renda que estuda em escola pública:
- Aqui tem muito colégio bom e gente com oportunidades iguais ou melhores do que em qualquer lugar.
http://oglobo.globo.com/educacao/mat/20 ... 124060.asp
É..."ricos", "brancos", "estudantes de escolas particulares" e que não vivam em ocas deverão ser separados à força de lei do apartheid das cotas.
Afinal, são culpados de nascença pela natureza da sociedade em que caem trazidos pela cegonha.
De fato estas crianças vieram através de meios espúrios e devem pagar por tal moleza indo parar em universidades particulares, queiram ou não, estejam capacidadas ou não, constitucionalmente ou não.
O Comunismo é tão justo e imparcial....
Eu queria saber o que é mais "merecedor": se for "negro" e "rico", consegue cota? se for "branco" e "pobre" têm algum benefício? se for "negro" e estudar em escola particular fica fora ou dentro na mamata? se for "branco" por parte de mãe e "negro" por parte de pai e morar na periferia tem mais benesses do que se for de uma área mais "central"?
PS: as aspas é porque neste país os critérios para definir região residencial, a cor da pele e a classe social são totalmente aleatórios.