Câmera da sonda Rosetta pifa próxima a asteróide
Enviado: 11 Set 2008, 16:34
Câmera da sonda Rosetta pifa próxima a asteróide
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da Folha de S.Paulo
A sonda Rosetta, da ESA (Agência Espacial Européia), passou quase raspando pelo asteróide Steins na sexta-feira. Mas minutos antes da distância entre os dois ser de míseros 805 km, a câmera de alta-resolução da espaçonave-robô pifou, anunciaram os técnicos da missão anteontem na cidade de Darmstadt, na Alemanha.
Os oficiais da ESA ainda não sabem ao certo o que ocorreu. "O programa de computador da máquina desligou automaticamente", disse Gerhard Schwehm, gerente de missão. "A câmera tem alguns limites e nós vamos analisar mais tarde o que ocorreu", disse.
AP/Esa
Imagens da ESA (Agência Espacial Européia) foram feitas por uma câmera grande angular
Imagens da ESA (Agência Espacial Européia) foram feitas por uma câmera grande angular
As imagens divulgadas anteontem na Alemanha, na sede da missão, foram feitas por uma câmera grande angular secundária, que também está acoplada à sonda Rosetta.
Segundo Uwe Keller, investigador responsável pela câmera, o equipamento principal parou de funcionar nove minutos antes da aproximação máxima.
A máquina voltou a funcionar depois. Porém, desde a falha, o equipamento está instável disse Keller.
O defeito na câmera, afirmou o pesquisador da ESA, não deve prejudicar a missão maior da Rosetta. O grande alvo da sonda é alcançar o cometa Churymov-Gerasimenko em 2014 e, depois, segui-lo até 2015.
No meio do caminho, além de passar ao lado do Steins, que está a 360 milhões de quilômetros da Terra, a Rosetta vai se aproximar também, em 2010, do asteróide Lutetia.
História de colisões
Apesar da falha na captação das imagens, os demais equipamentos da sonda funcionaram muito bem durante a missão.
Crateras de diferentes idades foram detectadas na superfície do acinzentado asteróide, "mostrando um rica história de colisões", disse Keller.
A Rosetta registrou mais de 23 crateras de 200 m de largura em média na superfície do Steins. A maior delas chega a medir 2 km.
Segundo ainda as medições da espaçonave-robô, o Steins tem 5 km de diâmetro, 200 m a mais do que havia sido estimado anteriormente.
Os dados obtidos a partir de asteróides e cometas, afirma Rita Schulz, uma das projetistas da Rosetta, apresentam um valor muito particular. Isso porque eles são feitos de matéria galáctica que ajudaram a criar os planetas do Sistema Solar. "Asteróides são o DNA do Sistema Solar", disse Schulz.
Até hoje, astrônomos que analisam asteróides precisam trabalhar com conjuntos limitados de dados, oriundos de poucas aproximações.
O encontro do Halley
A primeira grande aproximação de uma sonda com um cometa ocorreu há 22 anos. A sonda Giotto, também da ESA, conseguiu fotografar o núcleo do famoso cometa Halley milhares de vezes antes da sua câmera também pifar.
No episódio de março de 1986, a Giotto ficou a menos de 600 quilômetros do cometa.
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da Folha de S.Paulo
A sonda Rosetta, da ESA (Agência Espacial Européia), passou quase raspando pelo asteróide Steins na sexta-feira. Mas minutos antes da distância entre os dois ser de míseros 805 km, a câmera de alta-resolução da espaçonave-robô pifou, anunciaram os técnicos da missão anteontem na cidade de Darmstadt, na Alemanha.
Os oficiais da ESA ainda não sabem ao certo o que ocorreu. "O programa de computador da máquina desligou automaticamente", disse Gerhard Schwehm, gerente de missão. "A câmera tem alguns limites e nós vamos analisar mais tarde o que ocorreu", disse.
AP/Esa
Imagens da ESA (Agência Espacial Européia) foram feitas por uma câmera grande angular
Imagens da ESA (Agência Espacial Européia) foram feitas por uma câmera grande angular
As imagens divulgadas anteontem na Alemanha, na sede da missão, foram feitas por uma câmera grande angular secundária, que também está acoplada à sonda Rosetta.
Segundo Uwe Keller, investigador responsável pela câmera, o equipamento principal parou de funcionar nove minutos antes da aproximação máxima.
A máquina voltou a funcionar depois. Porém, desde a falha, o equipamento está instável disse Keller.
O defeito na câmera, afirmou o pesquisador da ESA, não deve prejudicar a missão maior da Rosetta. O grande alvo da sonda é alcançar o cometa Churymov-Gerasimenko em 2014 e, depois, segui-lo até 2015.
No meio do caminho, além de passar ao lado do Steins, que está a 360 milhões de quilômetros da Terra, a Rosetta vai se aproximar também, em 2010, do asteróide Lutetia.
História de colisões
Apesar da falha na captação das imagens, os demais equipamentos da sonda funcionaram muito bem durante a missão.
Crateras de diferentes idades foram detectadas na superfície do acinzentado asteróide, "mostrando um rica história de colisões", disse Keller.
A Rosetta registrou mais de 23 crateras de 200 m de largura em média na superfície do Steins. A maior delas chega a medir 2 km.
Segundo ainda as medições da espaçonave-robô, o Steins tem 5 km de diâmetro, 200 m a mais do que havia sido estimado anteriormente.
Os dados obtidos a partir de asteróides e cometas, afirma Rita Schulz, uma das projetistas da Rosetta, apresentam um valor muito particular. Isso porque eles são feitos de matéria galáctica que ajudaram a criar os planetas do Sistema Solar. "Asteróides são o DNA do Sistema Solar", disse Schulz.
Até hoje, astrônomos que analisam asteróides precisam trabalhar com conjuntos limitados de dados, oriundos de poucas aproximações.
O encontro do Halley
A primeira grande aproximação de uma sonda com um cometa ocorreu há 22 anos. A sonda Giotto, também da ESA, conseguiu fotografar o núcleo do famoso cometa Halley milhares de vezes antes da sua câmera também pifar.
No episódio de março de 1986, a Giotto ficou a menos de 600 quilômetros do cometa.