Lavadoras maiores têm capacidade menor do que a anunciada
Enviado: 09 Out 2008, 10:05
E ainda por cima eliminam menos da metade das manchas e ainda gastam bastante energia e água.
Muita roupa para lavar e pouco tempo para gastar: essa é uma combinação freqüente nas famílias modernas, que pode levar ao interesse por uma lavadora grande, em especial nas casas com quatro moradores ou mais. Mas será que uma máquina maior realmente lava mais roupa e poupa tempo, água e energia?
Para responder à questão e verificar se a compra do produto compensa, a PRO TESTE realizou um teste com os quatro modelos de 10,2kg disponíveis no mercado, com carregamento superior (top load), agitador interno (eixo que faz as roupas girarem) e funcionamento exclusivo com água fria.
O resultado mostra que as máquinas ainda têm muito o que melhorar para serem dignas do nome ‘lavadoras”. Como apenas um dos modelos testados movimentou as peças de cima para baixo (e vice-versa) com a carga máxima anunciada, fizemos um novo teste com uma quantidade de roupa menor. Nem assim a eficiência melhorou.
Capacidade menor do que a informada
O teste já começou Mal. Foi verificado no laboratório que nenhuma máquina comportava 10,2kg de roupa tolamente imersos na água. Parte das peças ficou cerca de 10 cm acima do agitador interno e nem sequer foi molhada durante a lavagem. Logo, sua capacidade máxima é menor do que a anunciada; a que chegou mais perto foi a da Eectrolux LF1O, com nove quilos.
A decepção continuou na lavagem. A máquina cheia “bate” menos as peças e não dissolve o sabão todo, prejudicando a limpeza, e pode até quebrar, como aconteceu com a Consul CWL1OA. Uma das amostras da lavadora simplesmente pifou no laboratório ao centrifugar a primeira leva de roupas.
A Electrolux, por sua vez, foi a única realmente capaz de mexer as roupas do topo para baixo, devido ao formato diferente do seu agitador e ao cesto, que pode girar se estiver cheio. Nas demais lavadoras,
as peças não saíram da posição iniciar de carregamento durante todo o processo.
Lavagem tira menos de 5O% das manchas
A eficácia na lavagem ficou muito abaixo do esperado, apesar de não ter havido nenhum dano às roupas durante o teste. Não foram removidos nem 5O0/o das manchas das roupas tanto com a máquina cheia com 10,2kg, a capacidade máxima anunciada, quanto no momento em que colocamos peças apenas até o topo do agitador, o limite real dos aparelhos. A lavadora que deixou menos sujeira na roupa foi a Electrolux, mas não foi considerada sequer “aceitável" no critério de lavagem, o de maior peso do teste.
O teste em laboratório comprovou que a eficiência é maior na parte de baixo, onde há mais contato com o agitador, menor na parte central do cesto e pior em cima. Isso quer dizer que as roupas mais sujas devem ser colocadas primeiro na máquina para um resultado melhor. Por exemplo, as máquinas remove-
ram entre 40 e 55 por cento das manchas de vinho tinto, o que já não é grande coisa.
Mas se a roupa manchada fosse colocada no topo, o resultado seria ainda pior. A remoção das manchas mais comuns, de óleo e fuligem, por sua vez, não chega a 45% em nenhuma posição da máquina. No topo, pode cair a menos de 5%.
Enxágüe também não é completo
Na hora de enxagüar, apenas uma máquina removeu mais de 80% do sabão, a Brastemp BWG10A (B). A Electrolux (D) deixou 65% de resíduos. O motivo é que, em vez de encher a máquina por completo e eliminar a água durante o enxágüe, como fazem as outras, esse modelo borrifa água com o cesto em
centrifugação. Isso economiza o recurso natural, mas é menos eficiente. Na centrifugação, cuja efi-
ciência é determinada pelas rotações por minuto (rpm) da máquina, o desempenho foi “aceitável” (C), com a eliminação de pelo menos 60% da água em todos os modelos.
Mais de duas horas para lavar a roupa Quanto à economia de tempo, o principal atrativo de uma
máquina grande depois da suposta capacidade de lavar mais roupas, não houve nenhum resultado espetacular.
Apenas a Consul recebeu uma boa avaliação por pouco mais de 120 minutos gastos para executar um ciclo completo (lavagem, enxágüe e centrifugação). Já Brastemp e GE ESF102 levaram cerca de 150
minutos. E a Electrolux gastou 162 minutos. Na avaliação do consumo de energia, a GE foi a melhor (B).
Para lavar roupa duas vezes por semana, com dois ciclos completos por dia, essa máquina gastaria 137kWh ao final de um ano. Isso custaria em torno de R$ 40,76 em sua conta de luz. A lavadora Electrolux teve o pior desempenho nesse item (DFE), com a projeção de 193kWh e R$ 57,34 gastos em
12 meses.
Você pode economizar 12 caminhões-pipas
O mesmo perfil foi adotado para calcular quanta água é gasta no ciclo completo. Verificamos que, enquanto a Electrolux (C) consome pouco mais de 160 litros, a GE (E) gasta quase 220 litros. É
uma diferença de cerca de 60 litros. Em um ano não significa muito dinheiro, mas tem grande impacto para o meio ambiente.
Optando por uma máquina de menor consumo de água, você economiza R$ 287 em 10 anos e não desperdiça 117 mil litros de água, o equivalente a cerca de 12 caminhões-pipas.
Entretanto, se você colocar roupa apenas até o topo do agitador da máquina, a verdadeira capacidade máxima do aparelho, vai gastar ainda mais água para lavar menos peças, pois não é possível reduzir o
volume usado pela lavadora.
Como o teste foi feito
Para testar o desempenho das máquinas de lavar, foram verifica dos em laboratório sua capacidade (o peso das roupas que movimentavam), a eficácia de lavagem, enxágüe e centrifugação, mais
o tempo necessário para o processo completo. Durante a lavagem, tanto na etapa técnica quanto no painel, foram colocados 10,2 kg de roupas e foi usado o mesmo sabão em pó em uma concentração igual. No laboratório, repetimos o teste com uma quantidade de peças até o topo do agitador da máquina, que
seria a capacidade máxima real da lavadora.
Lavagem – A capacidade de limpeza foi avaliada com tiras de pano padronizadas com quatro tipos de mancha (óleo e fuligem, sangue, chocolate e vinho tinto), costuradas às roupas colocadas no
topo da máquina, no meio e em baixo. Consumo – Para medir o gasto de energia e de água, conside-
ramos o perfil de uma família com quatro integrantes, que lava roupas duas vezes por semana, dois ciclos completos por dia, conforme estudo realizado junto aos consumidores. Para o cálculo dos gastos, foi adotada a tarifa média nacional de energia da Aneel em janeiro de 2007 (R$ 0,30 por quilowatt-hora) e o preço cobrado pela fornecedora de água no Rio de Janeiro, a Cedae (R$ 2,45 por metro cúbico).
Painel de usuários
Além de opinarem sobre a limpeza, os consumidores observaram o manual, o tamanho do equipamento, como acontece a colocação de roupas, a abertura da tampa, o painel e o dispenser (gaveta interna onde se coloca o sabão em pó, o alvejante e o amaciante). Avaliaram também a dificuldade para limpar a má-
quina e o ruído que a lavadora produz em funcionamento.
Para avaliar a lavagem, foram costuradas tiras com manchas padronizadas nas peças colocadas nas máquinas.
Apesar de o produto ser relativamente caro (encontramos preços entre 968 e 1.789 reais), de existirem máquinas que retiram mais de 50% das manchas das roupas em outros países, as empresas não se
preocupam em fabricá-las aqui com a mesma qualidade e mentem até mesmo sobre o peso máximo que os equipamentos suportam. Diante desse quadro, a PRO TESTE reivindica maior atenção da fiscalização e a criação de uma norma específica para o produto, exigindo parâmetros mínimos de eficiência na lavagem.
Há espaço ainda para redução no consumo de energia, embora os produtos já contem com o selo de eficiência energética do Inmetro, e do gasto de água, dois pontos determinantes no custo do uso.
Muita roupa para lavar e pouco tempo para gastar: essa é uma combinação freqüente nas famílias modernas, que pode levar ao interesse por uma lavadora grande, em especial nas casas com quatro moradores ou mais. Mas será que uma máquina maior realmente lava mais roupa e poupa tempo, água e energia?
Para responder à questão e verificar se a compra do produto compensa, a PRO TESTE realizou um teste com os quatro modelos de 10,2kg disponíveis no mercado, com carregamento superior (top load), agitador interno (eixo que faz as roupas girarem) e funcionamento exclusivo com água fria.
O resultado mostra que as máquinas ainda têm muito o que melhorar para serem dignas do nome ‘lavadoras”. Como apenas um dos modelos testados movimentou as peças de cima para baixo (e vice-versa) com a carga máxima anunciada, fizemos um novo teste com uma quantidade de roupa menor. Nem assim a eficiência melhorou.
Capacidade menor do que a informada
O teste já começou Mal. Foi verificado no laboratório que nenhuma máquina comportava 10,2kg de roupa tolamente imersos na água. Parte das peças ficou cerca de 10 cm acima do agitador interno e nem sequer foi molhada durante a lavagem. Logo, sua capacidade máxima é menor do que a anunciada; a que chegou mais perto foi a da Eectrolux LF1O, com nove quilos.
A decepção continuou na lavagem. A máquina cheia “bate” menos as peças e não dissolve o sabão todo, prejudicando a limpeza, e pode até quebrar, como aconteceu com a Consul CWL1OA. Uma das amostras da lavadora simplesmente pifou no laboratório ao centrifugar a primeira leva de roupas.
A Electrolux, por sua vez, foi a única realmente capaz de mexer as roupas do topo para baixo, devido ao formato diferente do seu agitador e ao cesto, que pode girar se estiver cheio. Nas demais lavadoras,
as peças não saíram da posição iniciar de carregamento durante todo o processo.
Lavagem tira menos de 5O% das manchas
A eficácia na lavagem ficou muito abaixo do esperado, apesar de não ter havido nenhum dano às roupas durante o teste. Não foram removidos nem 5O0/o das manchas das roupas tanto com a máquina cheia com 10,2kg, a capacidade máxima anunciada, quanto no momento em que colocamos peças apenas até o topo do agitador, o limite real dos aparelhos. A lavadora que deixou menos sujeira na roupa foi a Electrolux, mas não foi considerada sequer “aceitável" no critério de lavagem, o de maior peso do teste.
O teste em laboratório comprovou que a eficiência é maior na parte de baixo, onde há mais contato com o agitador, menor na parte central do cesto e pior em cima. Isso quer dizer que as roupas mais sujas devem ser colocadas primeiro na máquina para um resultado melhor. Por exemplo, as máquinas remove-
ram entre 40 e 55 por cento das manchas de vinho tinto, o que já não é grande coisa.
Mas se a roupa manchada fosse colocada no topo, o resultado seria ainda pior. A remoção das manchas mais comuns, de óleo e fuligem, por sua vez, não chega a 45% em nenhuma posição da máquina. No topo, pode cair a menos de 5%.
Enxágüe também não é completo
Na hora de enxagüar, apenas uma máquina removeu mais de 80% do sabão, a Brastemp BWG10A (B). A Electrolux (D) deixou 65% de resíduos. O motivo é que, em vez de encher a máquina por completo e eliminar a água durante o enxágüe, como fazem as outras, esse modelo borrifa água com o cesto em
centrifugação. Isso economiza o recurso natural, mas é menos eficiente. Na centrifugação, cuja efi-
ciência é determinada pelas rotações por minuto (rpm) da máquina, o desempenho foi “aceitável” (C), com a eliminação de pelo menos 60% da água em todos os modelos.
Mais de duas horas para lavar a roupa Quanto à economia de tempo, o principal atrativo de uma
máquina grande depois da suposta capacidade de lavar mais roupas, não houve nenhum resultado espetacular.
Apenas a Consul recebeu uma boa avaliação por pouco mais de 120 minutos gastos para executar um ciclo completo (lavagem, enxágüe e centrifugação). Já Brastemp e GE ESF102 levaram cerca de 150
minutos. E a Electrolux gastou 162 minutos. Na avaliação do consumo de energia, a GE foi a melhor (B).
Para lavar roupa duas vezes por semana, com dois ciclos completos por dia, essa máquina gastaria 137kWh ao final de um ano. Isso custaria em torno de R$ 40,76 em sua conta de luz. A lavadora Electrolux teve o pior desempenho nesse item (DFE), com a projeção de 193kWh e R$ 57,34 gastos em
12 meses.
Você pode economizar 12 caminhões-pipas
O mesmo perfil foi adotado para calcular quanta água é gasta no ciclo completo. Verificamos que, enquanto a Electrolux (C) consome pouco mais de 160 litros, a GE (E) gasta quase 220 litros. É
uma diferença de cerca de 60 litros. Em um ano não significa muito dinheiro, mas tem grande impacto para o meio ambiente.
Optando por uma máquina de menor consumo de água, você economiza R$ 287 em 10 anos e não desperdiça 117 mil litros de água, o equivalente a cerca de 12 caminhões-pipas.
Entretanto, se você colocar roupa apenas até o topo do agitador da máquina, a verdadeira capacidade máxima do aparelho, vai gastar ainda mais água para lavar menos peças, pois não é possível reduzir o
volume usado pela lavadora.
Como o teste foi feito
Para testar o desempenho das máquinas de lavar, foram verifica dos em laboratório sua capacidade (o peso das roupas que movimentavam), a eficácia de lavagem, enxágüe e centrifugação, mais
o tempo necessário para o processo completo. Durante a lavagem, tanto na etapa técnica quanto no painel, foram colocados 10,2 kg de roupas e foi usado o mesmo sabão em pó em uma concentração igual. No laboratório, repetimos o teste com uma quantidade de peças até o topo do agitador da máquina, que
seria a capacidade máxima real da lavadora.
Lavagem – A capacidade de limpeza foi avaliada com tiras de pano padronizadas com quatro tipos de mancha (óleo e fuligem, sangue, chocolate e vinho tinto), costuradas às roupas colocadas no
topo da máquina, no meio e em baixo. Consumo – Para medir o gasto de energia e de água, conside-
ramos o perfil de uma família com quatro integrantes, que lava roupas duas vezes por semana, dois ciclos completos por dia, conforme estudo realizado junto aos consumidores. Para o cálculo dos gastos, foi adotada a tarifa média nacional de energia da Aneel em janeiro de 2007 (R$ 0,30 por quilowatt-hora) e o preço cobrado pela fornecedora de água no Rio de Janeiro, a Cedae (R$ 2,45 por metro cúbico).
Painel de usuários
Além de opinarem sobre a limpeza, os consumidores observaram o manual, o tamanho do equipamento, como acontece a colocação de roupas, a abertura da tampa, o painel e o dispenser (gaveta interna onde se coloca o sabão em pó, o alvejante e o amaciante). Avaliaram também a dificuldade para limpar a má-
quina e o ruído que a lavadora produz em funcionamento.
Para avaliar a lavagem, foram costuradas tiras com manchas padronizadas nas peças colocadas nas máquinas.
Apesar de o produto ser relativamente caro (encontramos preços entre 968 e 1.789 reais), de existirem máquinas que retiram mais de 50% das manchas das roupas em outros países, as empresas não se
preocupam em fabricá-las aqui com a mesma qualidade e mentem até mesmo sobre o peso máximo que os equipamentos suportam. Diante desse quadro, a PRO TESTE reivindica maior atenção da fiscalização e a criação de uma norma específica para o produto, exigindo parâmetros mínimos de eficiência na lavagem.
Há espaço ainda para redução no consumo de energia, embora os produtos já contem com o selo de eficiência energética do Inmetro, e do gasto de água, dois pontos determinantes no custo do uso.