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Para brincar =)

Enviado: 09 Out 2008, 13:02
por Apo
Como funcionam os ciclos e as crises capitalistas?

Eduardo Almeida Neto
da Direção Nacional do PSTU e editor do Opinião Socialista


• A crise atual é parte do funcionamento cíclico do capitalismo. Ele alterna períodos de expansão e retração. Depois dessa crise, existirá expansão e uma nova crise. Se depender do capitalismo, viveremos sempre assim. Não existe capitalismo sem crises.

Por outro lado, essa não será tampouco a crise final, como afirmam certas correntes catastrofistas, ainda que ocorra uma depressão semelhante ou pior que a de 1929. A derrubada do capitalismo dependerá da evolução da luta de classes. Se o proletariado não conseguir resolver a seu favor as crises políticas que surgem a partir das crises econômicas, o capitalismo retomará um novo período de expansão.

Como surgem as crises?

O capitalista tem seu lucro após o ciclo de produção e venda das mercadorias. Os trabalhadores usam as máquinas para transformar matérias-primas em novos produtos que são vendidos: as mercadorias. Assim, os trabalhadores criam valores.

Marx divide o capital em constante e variável. Capital constante é o investimento em máquinas e matérias-primas. O capital variável é o gasto com os salários. A taxa de mais-valia é a relação entre o que foi investido nos salários e a totalidade do valor produzido.

O lucro do capitalista vem da parte do valor produzido pelos trabalhadores que não lhes foi pago por meio dos salários. É o trabalho não-pago (mais-valia), embolsado pela burguesia. Já a taxa de lucros é a relação entre a mais-valia e o capital total envolvido na produção. Esse é o objetivo essencial do capitalista. O retorno aumentado do investimento realizado.

Como tem de enfrentar a concorrência, o capitalista aumenta o investimento em máquinas e matérias-primas para produzir mais e baratear seus produtos. Isso tende a elevar os lucros da empresa num primeiro momento, mas amplia, também, a proporção do capital constante (máquinas e matérias-primas) sobre o capital variável (salários). Com isso, a taxa de lucro (mais valia/capital investido) tende a cair.

Essa é a explicação dada por Marx para a queda tendencial da taxa de lucro no capitalismo. A redução da taxa de lucro acontece porque o lucro é calculado considerando o capital total investido. Mas é apenas o capital variável que produz mais-valia e é justamente este que tende a diminuir.

Como deter a queda da taxa de lucro?

O lucro é proporcional à quantidade de mais-valia produzida. O capitalista substitui trabalhadores por máquinas para aumentar a produtividade do trabalho e enfrentar a concorrência. Quanto mais aumenta a produtividade, porém, maior é a tendência de queda da taxa de lucro. Só os trabalhadores é que produzem mais-valia. As máquinas apenas tornam o trabalho humano mais rápido e eficaz.

A forma usada pelos capitalistas para reverter essa tendência à queda da taxa de lucros é, principalmente, o aumento da mais-valia através da exploração direta do trabalhador, com a diminuição dos salários e o aumento da jornada de trabalho.

Entra em cena, então, a luta de classes. A burguesia, muitas vezes, consegue impor derrotas sobre os trabalhadores, rebaixar salários, aumentar a carga horária. Além disso, o imperialismo saqueia os países dependentes, apropriando-se de uma parcela da mais-valia extraída dos trabalhadores destes países, através do controle de seus recursos naturais, cobrança das dívidas etc. Essa é sempre a via buscada por eles para a saída das crises.

Mas mesmo grandes aumentos da taxa de mais-valia são rapidamente consumidos e se tornam insuficientes para sustentar a taxa de lucros. Quando ela cai a ponto de afetar a massa total dos lucros, os capitalistas param de investir. Existe, então, uma crise de superprodução.

As crises queimam capital com o fechamento de empresas e forçam a redução dos salários, até que se possibilitem novos investimentos com custos baixos, uma nova elevação da taxa de lucros e um novo período de investimento e crescimento.

http://www.pstu.org.br/jornal_materia.a ... 056&ida=22

Re: Para brincar =)

Enviado: 09 Out 2008, 13:43
por Herf
Os trabalhadores usam as máquinas para transformar matérias-primas em novos produtos que são vendidos: as mercadorias. Assim, os trabalhadores criam valores.

A premissa adotada por todo socialista parece ser essa: trabalho significa apenas pegar em uma foice ou em um martelo e sair por aí cortando vegetação ou martelando peças. Apenas atividades deste tipo são capazes de gerar riqueza. Qualquer atividade que não caleje as mãos e que não faça suar não cria riqueza e, em conseqüência, não merece ser chamada de trabalho. A partir daí que socialistas fazem sua análise social.

Ao observar o fato de que empresários são, em geral, mais ricos do que seus operários, defrontam-se com um "paradoxo": como pode uma pessoa que não trabalha ser mais rica do que pessoas que trabalham? A única saída é propor que o empresário, de alguma forma, explora e rouba os seus funcionários. Pois de outra forma seria impossível uma pessoa que não trabalha ser mais rica que pessoas que trabalham (lembrando sempre aquela definição de trabalho).

Esse é o objetivo essencial do capitalista. O retorno aumentado do investimento realizado.

Há alguém no mundo que não aja tendo em vista obter retornos maiores que os investimentos feitos? O próprio operário, quando decide trabalhar em determinada empresa, não o faz justamente porque pensa que o que ele pode ganhar com o seu esforço mais do que compensa o próprio esforço? Poderíamos dizer que operários exploram seus patrões porque saem no lucro?

Quanto mais aumenta a produtividade, porém, maior é a tendência de queda da taxa de lucro.

Só pela "lógica" socialista mesmo para se chegar a uma conclusão dessas.

Re: Para brincar =)

Enviado: 09 Out 2008, 16:29
por Apo
Acho tão engraçado vermelhos discutindo as "crises" no capitalismo...posso ver um monte deles entricheirados tentando sobreviver ao rumo da história, mas com armas de paintball, já que se sobrar uma verba, eles botam a mão rapidinho. Engana-me...que eu gosto.