Sarah Palin usou cargo para perseguir ex-cunhado, diz comitê
Enviado: 12 Out 2008, 13:00
Sarah usou cargo para perseguir ex-cunhado, diz comitê do Alasca
Relatório aponta falta de ética e abuso de poder de governadora, candidata a vice de McCain
AP E REUTERS
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Uma comissão parlamentar estadual do Alasca emitiu ontem um relatório que aponta violação da lei de ética e abuso de poder por parte da governadora Sarah Palin, candidata à vice-presidência dos EUA pelo Partido Republicano, que usou seu cargo para tentar demitir Michael Wooten, policial rodoviário e ex-marido de sua irmã.
Apesar do conteúdo condenatório, o relatório de quase 300 páginas não recomenda nenhuma sanção ou investigação criminal contra Sarah. Ainda assim, o documento prejudica ainda mais a campanha do republicano John McCain, já combalida pela crise econômica. O escândalo, conhecido como "Troopergate", ganhou dimensão nacional logo após a escolha de Sarah como vice de McCain.
O relatório conclui que a governadora destituiu, por motivos pessoais, Walt Monegan, comissário de segurança pública do Alasca que teria se recusado a demitir o então cunhado de Sarah, que era acusado de violência doméstica contra sua irmã.
Parlamentares do Alasca reuniram-se ontem a portas fechadas para discutir o assunto. Os 14 membros do comitê - dez republicanos e quatro democratas - analisaram as informações contidas no relatório. "As provas apresentadas mostram que a governadora, no mínimo, se envolveu em uma ?ação oficial? para tentar demitir o policial Wooten", diz o texto.
A campanha de McCain desqualificou o relatório, dizendo que o conteúdo do texto é político. Os democratas contra-atacaram, ressaltando que a maioria do comitê que divulgou o relatório era composto por republicanos.
Em outro golpe para Sarah, um juiz federal ordenou ontem que o Estado do Alasca preserve todos os e-mails enviados pela governadora por meio de endereços eletrônicos privados - Sarah usou e-mails pessoais para tratar de assuntos oficiais, o que é considerado ilegal.
A ordem judicial determina que o procurador do Estado entre em contato com o Yahoo para que as mensagens não sejam apagadas. Em setembro, um hacker invadiu uma conta de e-mail de Sarah e publicou parte de seu conteúdo na internet. Entre as mensagens estavam e-mails trocados entre ela e seus assessores, além de uma carta ao governador da Califórnia, Arnold Schwarzenegger.