MST

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Fernando Silva
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Re: MST

Mensagem por Fernando Silva »

Para os comunistas, o importante não é se obterem resultados e sim fazer as coisas como mandam os dogmas ideológicos.

Para os capitalistas, se não está funcionando, muda-se o processo. O importante são os resultados, não os métodos.

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Aranha
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Re: MST

Mensagem por Aranha »

Acauan escreveu:
Abmael escreveu:- E o modelo americano?
- Não é mais interessante um esquema baseado em pequenas e médias propriedades trabalhando em parceria com a agroindústria?


Interessante em que sentido?
A produtividade do agro-negócio brasileiro é muito superior ao padrão americano.



- Pois é, não tinha pensado nisso...

Acauan escreveu:
Abmael escreveu:- Isto até que é utilizado aqui no Brasil, a indústria de laticínios, por exemplo, usa muito este esquema, eles alugam máquinas, dão treinamento, vacinas e remédios e compram a produção antecipadamente, tem um amigo meu que tem um contrato destes.



São os sistema cooperativados.
Ocorre muito no sul, com as granjas ligadas aos grandes frigoríficos.
Também funciona, o que não significa que é melhor.

Todo dodói desta discussão para os esquerdistas é que eles não se conformam que alguém saia rico no final, mesmo que gerando riqueza distribuível ao longo do processo.
O paraíso deles é uma sociedade de iguais, mesmo que - e sempre é - de igualmente miseráveis.


- No caso do agronegócio não existe propriamente um alguém, existe uma empresa cheia de empregados disputando cargos, ações na bolsa, sócios, fornecedores, governo arrecadando, parceiros e um monte de outros agregados que lucram com o sucesso do empreendimento.

- Quando visitei minha família em Ribeirão eu vi como viviam os bóias-frias das usinas de alcoól, viviam confortavelmente em vilas construídas pelos usineiros e todo fim-de-semana inundavam a cidade fazendo compras para mobiliar as casas ou para mandar mimos prá família tipo TV, geladeira, fogões, etc. Meu irmão comprou um pequeno ônibus e ganhava uma boa grana de um usineiro transportando os empregados da lavoura para casa e vice-versa.

- O agronegócio e o cooperativismo eu sei que funcionam, a distribuição de terra a desabrigados, como quer o MST é balela, pessoas sem aptidão para trabalhar no campo usam aquilo para ganhar terra, vender depois de algum tempo, gastar a grana e voltar pro acampamento, conheço gente do INCRA que já me contou isso.

- Só não concordo com a última linha, o tipo de esquerdista que vejo aqui no RV me parece que sonha com sociedades tipo Suécia ou Noruega.

Abraços,
"Grandes Poderes Trazem Grandes Responsabilidades"
Ben Parker

ade
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Re: MST

Mensagem por ade »

Sobre o modelo americano vs modelo brasileiro de produção agricola:

Eles tem a vantagem (imensa) de serem apoiados pelo estado (podem chamar de subsidio), ou seja, tem garantia de um preço mínimo de venda que garanta certo lucro, e o preço dos insumos (adubo, herbicidas, semente, etc...) é muito baixo (menos impostos), mas isto causa uma certa acomodação, não tornando crucial a busca de maior produtividade, como aqui, por isso a produtividade deles acaba sendo menor. Mas não vejo vantagem nenhuma no nosso sistema, onde o agricultor está sempre andando no fio da navalha, podendo quebrar a qualquer momento, se alguma coisa der errada...

Com o passar dos anos, as propriedades norte-americanas foram convergindo para um tamanho ideal de produção, cerca de 100~300 ha, que é uma área suficiente para gerar um bom padrão de vida e ao mesmo tempo poder ser cuidada por uma familia pequena. Esta tambem é a tendencia do sul do brasil, mas no centro-oeste não é viável, tem que ser áreas maiores, pois sem ganho de escala não funciona, já que os custos são muito elevados, e sobra menos por unidade de área.

Outra característica é que nos EUA a área cultivável é no sentido leste-oeste, ou seja, o clima é mais ou menos igual em toda a região produtora, mas isto limita os tipos de culturas que podem ser plantadas. Já no Brasil, a área agricola é espalhada de norte a sul, com climas e solos muito diferentes, o que acaba favorecendo a diversidade e a produtividade, e no caso de problemas climáticos em uma região, outra produzirá normalmente.

Isto vai levar, com o tempo, a uma seleção natural de áreas mais aptas a certas culturas, sejam energéticas ou alimenticias, por exemplo, áreas com maior fertilidade serão destinadas a alimentos, e áreas mais arenosas ou menos ferteis a cana de açucar ou reflorestamentos, portanto não existe o perigo, que os esquerdistas tambem adoram explorar, de que culturas energéticas tomem as áreas destinadas a alimentos; na verdade, sobra áreas para todas.

Já nos EUA, com menor diversidade climática, tem que dividir a área de culturas alimentares com a de energia, por exemplo, usando milho para fazer álcool. Claro que aí tambem entra a propaganda do nosso governo, que afirma que nosso sistema de produção de álcool é muito superior e mais produtivo, mas não falam que álcool a partir do milho gera mais empregos, e que o milho pode ser cultivado duas vezes por ano, enquanto a cana só dá uma vez, e o farelo que sobra no processo do milho é mais util que bagaço de cana, e menos poluente, que a cana gera mais concentração de renda, etc...

Enfim, o que funciona lá não é necessáriamente o melhor aqui, temos que ficar com o que é melhor para as nossas condições, e isto não está bem definido, provavelmente cada região terá um modelo diferente, conforme a distancia até o centro consumidor, infra-estrutura, estradas, distancia até os portos, etc.

Mas o que se sabe com certeza que não funciona é exatamente o que teimam em fazer no caso do MST, assentamentos com áreas pequenas para gente sem capacidade, e longe das cidades (por exemplo no interior do Pará), isto é demagogia pura, é perpetuar a miséria e o assistencialismo, e a médio prazo todos estes assentados estarão de volta aos acampamentos.
"É dificil levar alguem a entender algo quando sua fé depende de que não entenda" - Ditado mais velho que a humanidade.

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Herf
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Re: MST

Mensagem por Herf »

Reportagem da revista Exame, de 29.11.2007

Convertidos ao capitalismo
Eles entraram para os movimentos sociais em busca da terra, mas foi na parceria com a iniciativa privada que ex-sem-terra conquistaram renda

Por Fabiane Stefano


EXAME O agricultor Donizete Francisco de Lima, de 44 anos, está preocupado com o preço da cana-de-açúcar. Assim como a totalidade dos produtores de cana do Brasil, Lima reclama da queda de 30% dos preços pagos pela matéria-prima na safra atual, o que irá afetar o faturamento de sua propriedade rural em Teodoro Sampaio, na região do Pontal do Paranapanema, no sudoeste de São Paulo. "O ano passado foi muito bom, mas neste ano a renda vai cair muito", diz ele. Lima não é um grande plantador de cana -- é um ex-sem-terra que está se beneficiando da expansão acelerada do etanol no país. Fornece para a Alcídia, usina que foi comprada recentemente pela ETH, braço agrícola do grupo Odebrecht. Muito antes de se transformar em produtor de cana, Lima viveu quase um ano em uma área invadida da Cesp, onde plantava hortaliças e arroz com um grupo de 100 famílias. Em 1999, recebeu 21 hectares do governo do estado de São Paulo, terras que faziam parte de uma antiga fazenda ocupada por grileiros. Atualmente, ele dedica 6 hectares ao plantio da cana-de-açúcar, cultura que o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) execra e instituiu como o principal alvo de suas invasões. Em 2006, Lima entregou à usina 433 toneladas de cana e conseguiu produtividade de 72 toneladas por hectare, desempenho excepcional considerando a qualidade mediana da terra na região. "É a principal fonte de renda do sítio", diz. Com o dinheiro da cana, ele comprou um caminhão para transportar o leite que também produz, junto com o dos vizinhos, para o laticínio Quatá, em Teodoro Sampaio. A renda mensal de 3 500 reais que obtém é mais que suficiente para ele, a mulher e os dois filhos. No ano que vem, Lima planeja financiar a faculdade do filho mais velho, Paulo Sérgio, que pretende cursar direito.

Como Donizete de Lima, outros agricultores que já engrossaram as fileiras de movimentos sociais, invadiram terras e viveram em acampamentos melhoraram seus rendimentos e qualidade de vida após uma espécie de conversão ao capitalismo. Pragmáticos, deixaram de lado antigos tabus ideológicos e, uma vez assentados, investiram em negócios e parcerias com empresas. É verdade que eles ainda representam uma minoria no universo de quase 1 milhão de famílias assentadas durante os governos Fernando Henrique Cardoso e Lula. Mas seu êxito mostra que existe uma saída economicamente viável para a legião de pequenos produtores do campo. "Os assentados precisam ser inseridos em uma cadeia produtiva, têm de criar uma conexão com o mercado", diz Xico Graziano, especialista em questões agrárias e atual secretário de Meio Ambiente do estado de São Paulo. É uma idéia, claro, que se choca frontalmente com o ideário de MST e companhia. "A reforma agrária no Brasil não é viável se não for parte de um projeto antineoliberal e antiimperialista" é um mantra de João Pedro Stédile, líder do MST.

NO PONTAL DO PARANAPANEMA, região que nos anos 90 foi o conturbado epicentro das invasões do MST no estado, vivem 6 800 famílias assentadas. A maioria se dedica à pecuária leiteira, considerada uma atividade que exige menos aptidão agrícola, mas a produção de cana-de-açúcar, bicho-da-seda e urucum também virou alternativa de renda para uma parcela dos produtores. Há semelhanças entre aqueles que têm se destacado. É gente que trabalha duro, procura por auxílio técnico e reinveste parte dos ganhos na própria terra. Mário Donato é um deles. Em 1996, depois de seis anos vivendo em acampamentos do MST, ele conseguiu uma área de 16 hectares em Mirante do Paranapanema. Nos primeiros anos, tentou sem sucesso as lavouras de milho e mandioca. Em 2001, passou a produzir leite e hoje tem 28 vacas da raça girolanda. Na época de chuvas, quando o pasto está farto, o rebanho chega a produzir 260 litros de leite por dia. A produção é entregue ao laticínio Quatá e gera renda mensal de cerca de 2 500 reais -- dinheiro que permite pagar a faculdade do filho Vinícius, aluno de educação física em Maringá, no Paraná. São poucos os pequenos pecuaristas que conseguem essa renda. Donato tem obtido bons resultados porque investe em técnicas como manejo de solo e pastagem rotativa, o que vem lhe garantindo maior produtividade. Mas ele quer mais. Há dois meses comprou uma ordenha mecânica -- financiada em 36 vezes diretamente com a loja -- e agora pretende investir em animais de melhor qualidade genética. Sua propriedade é considerada modelo pelos técnicos do Instituto de Terras do Estado de São Paulo (Itesp). "Trabalhei muito e agora está vindo o retorno", diz Donato. "O problema é que em todo lugar tem gente que não está a fim de trabalhar." Para a maioria desses novos produtores rurais, como Donato, os tempos de militância ficaram para trás. Quem mergulhou na rotina do trabalho acaba naturalmente se distanciando dos movimentos sociais. "Muitos continuam na luta, mas eu me afastei do pessoal do MST", diz ele.

SE PARA OS ASSENTADOS a integração com a indústria é uma solução, para as empresas a admissão desses fornecedores exige paciência para iniciá-los nas práticas de negócios. O laticínio Quatá, que compra a produção de ex-sem-terra há oito anos, teve um começo de relacionamento complicado. "Havia gente que recebia a terra e nem sabia o que era uma vaca leiteira", afirma José Cláudio Soares de Brito, gerente do Quatá na unidade de Teodoro Sampaio. Brito lembra que os assentados não entendiam a dinâmica do mercado e faziam greve quando o preço do leite caía. Hoje, a relação entre empresa e fornecedores melhorou, mas a produção da maioria dos ex-sem-terra ainda é considerada amadora. "Como eles não planejam a produção na entressafra, há até animais que morrem durante a época de seca", diz Brito. A empresa está fazendo uma pesquisa entre os ex-sem-terra para investir nos que têm mais aptidão no trato com o gado leiteiro. De acordo com estimativas dos técnicos do Itesp, no Pontal somente uma minoria de assentados alcança o patamar de produtividade e renda de gente como Donato e o produtor de cana Lima. A maioria consegue tirar da terra apenas o equivalente a um salário mínimo e reforça o orçamento fazendo bicos na cidade. Há ainda uma parcela que vive na extrema pobreza e acaba abandonando o lote. Por lei, o assentado tem apenas o direito de uso do solo, que continua a pertencer aos estados ou à União, mas todas as benfeitorias realizadas por ele na propriedade -- como casa, curral e cerca -- têm de ser indenizadas. Nesse caso, o assentado acaba "vendendo" as benfeitorias para vizinhos, que compram os direitos da terra para os filhos. "Geralmente os compradores desse tipo de lote são ex-sem-terra com mais aptidão agrícola e melhor estrutura financeira", diz Marco Túlio Vanalli, coordenador do Itesp na região do Pontal. "Isso está promovendo uma melhora no perfil dos assentados."

Aparecida Oliveira de Lima, de 46 anos, comprou no ano passado as benfeitorias do lote do antigo vizinho para o filho Anderson, de 25 anos. O investimento foi feito com os lucros da safra do urucum, semente que produz um corante conhecido como coloral. Foram 10 000 reais obtidos com a venda da produção à multinacional dinamarquesa Christian Hansen, empresa que processa o corante natural para grandes grupos da área de alimentos. O marido de Aparecida, Aparecido Fernando de Lima, deixou a família no Paraná em 1991 em direção ao Pontal para brigar por um lote na reforma agrária. Naquela época, ambos sonhavam com a produção de urucum, cultura que conheceram em terras paranaenses. Enquanto ele engrossava a multidão que vivia nos acampamentos do MST, ela trabalhava no corte de cana no Paraná para assegurar o sustento da família. "Fiquei cinco anos morando em barraca de encerado. Durante o dia era um calor insuportável e, à noite, um frio horrível", afirma Aparecido. Agora, Cido e Cida -- como são conhecidos na região -- estão empolgados com a nova variedade que a Christian Hansen trouxe para a região, a piave, semente de urucum que possui um teor de tinta três vezes maior e remunera melhor os produtores. A demanda nacional pelo produto está em alta. "Vamos comprar mais dos fornecedores do Pontal para atender à expansão do mercado", diz Plínio Mansim, supervisor de compras da Christian Hansen.

Enquanto parcerias com a indústria como as que se vêem na região do Pontal são construídas lentamente, o ritmo de invasões Brasil afora continua acelerado. Até agosto deste ano, foram realizadas 248 ocupações em todo o país -- 80 apenas no estado de São Paulo. Detalhe: nunca se assentou tantos sem-terra no país. No ano passado, 136 400 famílias ganharam lotes. De acordo com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), até o final de 2006 os assentamentos ocupavam mais de 71 milhões de hectares (área maior que a da soma dos cultivos de soja, cana e café no país). Porém, o que se nota hoje é que, mesmo com um número alto de invasões, há um contínuo esvaziamento dos acampamentos do MST. De acordo com a Pastoral da Terra, entre 2003 e 2006 a entrada de novas famílias nos acampamentos caiu mais de 80% no Brasil, de 59 082 para 10 259. Nesse período, apenas o Incra injetou 8,3 bilhões de reais na criação de novos assentamentos -- isso sem contar os investimentos dos programas estaduais. Mas a diminuição no exército do MST é visível. "Ninguém gosta de viver em barracas de lona", diz Rolf Hackbart, presidente do Incra. "Uma hipótese é que muitas pessoas estejam conseguindo empregos, mesmo que temporários, em obras ou indústrias graças ao crescimento da economia." Também há os que são captados por programas sociais, como o Bolsa Família, e retornam a suas cidades de origem. O resultado é que na região do Pontal os acampamentos minguaram. "Hoje, a movimentação do MST praticamente acabou aqui. A grande questão é o que fazer com os assentados", diz Lamartine Navarro Neto, sócio da usina Alcídia. Exemplos como os de Donizete, Mário e Aparecido dão uma pista do caminho a seguir.


http://portalexame.abril.com.br/revista ... 44528.html

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Mr. Crowley
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Re: MST

Mensagem por Mr. Crowley »

user f.k.a. Cabeção escreveu:
Crowley,

O problema e que seu ponto de vista ecoa uma compreensao bastante difundida porem altamente superficial do problema economico por tras da miseria.

Nao e a falta de alguem para produzir comida que faz com que certas pessoas passem fome. A comida, como todos os bens do mercado, e produzida numa quantidade que seja compativel com a demanda existente.

O problema todo e que as pessoas que passam fome sao miseraveis e nao produzem, e assim nao conseguem pressionar a demanda por comida oferecendo em troca o produto do seu trabalho.

Esse problema seria resolvido se essas pessoas trabalhassem, nao necessariamente cultivando alimentos, mas fazendo algo que fosse economicamente interessante e que pudesse ser trocado por alimentos, o que pressionaria a producao de alimentos atraves do aumento da demanda.


E você acha que há emprego pra todas essas pessoas?

Você está invertendo a lógica, colocando em primeiro plano o ambito pessoal , se esquecendo completamente que a miséria é algo que só existe porque temos um problema estrutural dentro do próprio capitalismo.

user f.k.a. Cabeção escreveu:So isso podera mobilizar uma maior oferta de artigos alimenticios. Nao adiante desapropriar, dar sementes e terra para as pessoas plantarem, porque se o cultivo de alimentos via agricultura familiar nao for economicamente interessante, essas familias simplesmente venderao a terra com agio para quem souber dar um uso melhor para ela.


Mas a idéia da agricultura familiar não é gerar lucro, é fazer com que essas pessoas tenham o que comer, e para isso elas teriam que produzir um mínimo, nem que seja só para sua sobrevivência, o que já amenizaria e muito o problema da fome.

Com a produção de alimentos atual temos comida suficiente pra alimentarmos todas as bocas humanas do mundo, o problema é o acesso a esses alimentos.

user f.k.a. Cabeção escreveu:O problema dessas pessoas e nao serem capazes de gerar demanda para mobilizar oferta, e como elas sao pessoas relativamente saudaveis, capazes de aprender a executar tarefas produtivas, as unicas explicacoes possiveis para elas nao terem um emprego sao, por um lado, um impedimento legal, seja por culpa de salarios minimos, legislacao e tributacao trabalhista ou leis que visem impedir a migracao para regioes que demandam mao-de-obra de baixa qualificacao, ou entao porque eles simplesmente nao querem trabalhar.


Não.

O problema é que não há como dar emprego pra todos dentro do capitalismo, pois ele necessita de pessoas que não estejam empregadas para manter os salários dentro daquilo que interessa ao capitalista. Sem esse exército de "reserva" haveria grande pressão por parte dos trabalhadores para que os lucros da empresa capitalista fosse distribuido mais igualitariamente entre eles(capitalista e trabalhadores), o que obviamente não interessa ao capitalista.

user f.k.a. Cabeção escreveu:[color=#0080ff][b]Nao existe terceira explicacao. Ninguem deixaria de dar um emprego de peao, caseiro, limpador de piscina ou de fossa, de carpinteiro, de pintor de parede, de aprendiz de pedreiro ou do que quer que seja para algum deles se houvesse liberdade de negociacao da quantidade de trabalho e remuneracao.

A dura verdade e que so existe um salario minimo universal, que e zero. O que os burocratas fazem impondo suas leis de protecao ao trabalhador e dizer que quem quer que esteja disposto a aceitar menores remuneracoes, ou fazer contratos adaptados a menor numero de horas, tem que se conformar com nada e esperar alguem pagar aquilo que seu trabalho nao vale.


Isso seria na prática o retorno ao capitalismo de 1800, quando os trabalhadores das carvoarias e das industrias pesadas trabalhavam 16,18 horas por dia, recebendo uma micharia, não tendo um mínimo de proteção em caso de acidente, ou qualquer coisa do gênero.

O que você propõe é simplesmente irreal, ridículo e ufânico.

user f.k.a. Cabeção escreveu:E acreditar que uma remuneracao inferior ao salario minimo e "indigna" e simplesmente regurgitar demagogias sem sentido. O salario minimo na Alemanha e muito maior do que o brasileiro. Os burocratas de la devem ter uma nocao de dignidade diferente dos daqui? Ou simplesmente nos dois lugares o que eles tentam e fazer demagogia contraprodutiva dentro de margens realistas, e que aqui os burocratas podem ser malucos mas nao sao tontos, e eles sabem que um salario minimo de 3 mil reais e simplesmente uma proposta ridicula?


Nada a ver.

O salário mínimo na Alemanha é muito maior no Brasil simplesmente porque os trabalhadores possuem maior poder de organização e reivindicam uma partilha maior da produção(afinal, quem produz é o trabalhador), isso somado ao fato de eles não terem tanto desempregados desesperados por um emprego, e portanto não podem abrir mão dos que possui, e ainda tem o fato de eles possuirem uma economia mais forte que a nossa, fazendo com que os capitalistas não tenham argumentos para manter salários baixos.

user f.k.a. Cabeção escreveu:Acontece que se um brasileiro prefere viver "indignamente" do ponto de vista de um alemao com menos de 3 mil reais por mes do que o desemprego, porque nao aceitar que os brasileiros desempregados talvez preferissem viver indignamente com menos do que 400 reais por mes se essa oportunidade estivesse aberta a eles, ainda que isso pareca ultrajante para nao somos tao pobres?


O problema é que aí haveria uma baixa geral do salários de todos os trabalhadores, já que com essa "farra do boi" obviamente todos os capitalistas iam tentar extrair o máximo que puderem dos trabalhadores, e no caso do Brasil ainda tem o agravante de possuirmos muitos miseráveis, que iam aceitar qualquer migalha para trabalhar pra caralho, fazendo disso um circulo vicioso, onde cada vez mais as riquezas se concentram nas mãos dos capitalistas.

user f.k.a. Cabeção escreveu:

A verdade e que fora dos contos da carochinha Marxistas, existe gente lucrando da exploracao de miseraveis, e nao sao os capitalistas selvagens. Sao os politicos que vivem da cafetinagem de pobre, que retiram seu poder da compra dos votos dos miseraveis com agrados baratos, e precisam sempre mante-los na miseria e na ignorancia para permanecerem no poder, e ainda serem retratados como herois do povo. Os capitalistas por sua vez querem trabalhadores melhores e mais eficientes e mais consumidores para seus produtos. Um miseravel desempregado nao traz nada de de positivo para um capitalista, mas e um capital enorme para um politico safado.


Pare com isso, você está ignorando um princípio básico: O capitalismo baseia sua geração de lucro através do assalariamento, que obviamente é um valor inferior ao que o trabalhador produz, pois do contrário não haveria esse lucro, consequentemente não existiria capitalismo. A isso se dá o nome de exploração, pois cada trabalhador produz muito mais do que o que é pago a ele com o salário, e o capitalista lucra em cima de cada um dos trabalhadores, ou você acha coincidência as empresas mais ricas terem um gigante número de trabalhadores.

Obs: Claro que temos as empresas que geram seu lucro através de especulações financeiras, o que faz com que essas empresas tenham esse lucro sem necessariamente existir uma produção, e consequentemente não necessitam de trabalhadores, mas esse não é o foco. Além de outras bizarrices que eu não to lembrando, mas estamos focados na regra geral do capitalismo, então não precisamos entrar nesse ambito.
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Re: MST

Mensagem por Herf »

Mr. Crowley escreveu:
user f.k.a. Cabeção escreveu:

A verdade e que fora dos contos da carochinha Marxistas, existe gente lucrando da exploracao de miseraveis, e nao sao os capitalistas selvagens. Sao os politicos que vivem da cafetinagem de pobre, que retiram seu poder da compra dos votos dos miseraveis com agrados baratos, e precisam sempre mante-los na miseria e na ignorancia para permanecerem no poder, e ainda serem retratados como herois do povo. Os capitalistas por sua vez querem trabalhadores melhores e mais eficientes e mais consumidores para seus produtos. Um miseravel desempregado nao traz nada de de positivo para um capitalista, mas e um capital enorme para um politico safado.

Pare com isso, você está ignorando um princípio básico: O capitalismo baseia sua geração de lucro através do assalariamento, que obviamente é um valor inferior ao que o trabalhador produz, pois do contrário não haveria esse lucro, consequentemente não existiria capitalismo. A isso se dá o nome de exploração, pois cada trabalhador produz muito mais do que o que é pago a ele com o salário, e o capitalista lucra em cima de cada um dos trabalhadores, ou você acha coincidência as empresas mais ricas terem um gigante número de trabalhadores.

Eu, sinceramente, não sei se você está falando sério. Caso esteja: como você chegou à conclusão de que o salário de um empregado, como um bóia-fria, é inferior ao que ele produz?

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Re: MST

Mensagem por Mr. Crowley »

ade escreveu:Olhando de longe, aquele sitiozinho, a casinha, galinhas, vaquinhas, hortinha, são até bonitinhos, mas a vida lá é dura, muito dura; aquele pessoal começa a trabalhar lá pelas 4:30 da madrugada, ordenhando, limpando, tratando animais, depois cuidando da horta, da plantação de feijão, milho, mandioca, fumo, alguns produzem mel, ou produtos organicos (outra frescura esquerdista), trabalham de segunda a domingo, e no final das contas não sobra nada, só sobrevivem, não passam fome, mas estão fora da sociedade de consumo e de serviços essenciais...


Mas os miseráveis também estão fora disso, vivem dentro da cidade e passam fome.

O que é pior?

ade escreveu:Voçe volta ano apos ano e tudo lá continua na mesma, só o que muda é que tem cada vez menos gente na familia, pois assim que os filhos crescem eles vão para a cidade, arrumam qualquer trabalho e não querem saber de voltar.


Se não querem voltar é porque progrediram, então beleza.

Problemas do campo existem, lógico, o que não pode é ter um monte de gente passando fome, querendo esse mínimo pra ter essa vida de sobrevivência mesmo e nem isso consegue.

ade escreveu:Outra preocupação destes infelizes é, umas duas vezes por ano, virem ao Banco do Brasil para chorar as pitangas e tentar refinanciar ou ver se perdoam os financiamentos subsidiados que recebem e não conseguem pagar (normalmente pelo PRONAF), espécie de esmola que o governo dá para que eles não inchem as periferias das cidades como desempregados e dependentes do bolsa familia...


Isso porque os agricultores pra conseguir um pedaço de terra tem que comprá-la, e pra isso precisam de MUITA grana, o que eles não tem, ae por fim acabam saindo da terra, passando a posse pros bancos, que revendem pra quem tem grana, o que acaba concentrando ainda mais as terras do país.

A solução é os caras não precisarem pagar pela terra, terem assistencia do governo em questão a ensino de técnicas de plantio, já que não ia adiantar de nada dar a terra pra alguém que não sabe nada sobre como plantar um feijão, e auxiliar em caso de problemas com pragas, problemas como seca e etc, etc etc

ade escreveu:Como existem muitas pessoas trabalhando na tal "agricultura familiar" ela acaba sendo importante como fonte de produtos básicos, e muitos intermediários e politicos se beneficiam, e inclusive é um modo barato de conseguir alimentos, já que este pessoal entrega o que produz mas não pode fazer o preço, quem faz é quem compra, e que paga o que achar melhor, a politica de preços minimos do governo existe mas não é respeitada por ninguem, mas não adianta reclamar, isto não vai mudar, pois se alimentos aumentarem muito, a inflação volta, e politicos perderão votos, o que é perigoso, é mais fácil fazer propaganda sobre as vantagens da "fixação do homem no campo" e da "dignidade de possuir a terra onde trabalha"...


Mas o que eu to focando não é produção, preço, essas coisas.... o que eu to falando é que deveria haver uma distribuição mais racional das terras, não deixando com que existam áreas do tamanho de estados inteiros nas mãos de um ou dois proprietários enquanto tem gente que só quer um mínimo pra sobreviver mesmo.

ade escreveu:A produtividade deste pessoal é baixa, se comparada com a agricultura comercial, o famigerado agro-negocio, este sim é a solução do problema, áreas médias, de 50 a 200 ha, que propiciam ganho de escala, altamente tecnificadas, com uma familia morando na área rural e cuidando da parte física, assalariada e recebendo ainda uma parcela da produção e que consegue assim viver muito dignamente, e o dono da área morando na cidade e controlando a parte técnica, financeira e administrativa, hoje mais importantes que a produção em sí, aí funciona, e gera excedentes para pagar impostos e movimentar comércio e serviços. Este é o modelo usado na maior parte do Paraná e Santa Catarina. São milhares de médias propriedades, que conseguem sobreviver sem subsídios e esmolas do governo, e sem serem controlados diretamente por ele, o que incomoda muito ao pessoal da esquerda.


Beleza meu, só que a tendência é a expansão, já que se o negócio está dando certo eles vão adquirir mais terras, tirando cada vez mais os pequenos do caminho, mantendo essa estrutura de concentração...

O bagulho ia ser firmeza se houvesse um limite para adquirir terras, mas como não há....

ade escreveu:Áreas muito grandes tambem são um problema, pela concentração de renda que causam, mas ainda são preferíveis às muito pequenas, que não permitem uma vida digna a quem mora nelas.
[/quote]

Muito pequena não dá mesmo.... pra Reforma Agrária funcionar, tem que ter um mínimo que é pro cara poder se manter ali, isso pra mim é bem óbvio.
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Re: MST

Mensagem por Mr. Crowley »

Herf escreveu:
Mr. Crowley escreveu:
user f.k.a. Cabeção escreveu:

A verdade e que fora dos contos da carochinha Marxistas, existe gente lucrando da exploracao de miseraveis, e nao sao os capitalistas selvagens. Sao os politicos que vivem da cafetinagem de pobre, que retiram seu poder da compra dos votos dos miseraveis com agrados baratos, e precisam sempre mante-los na miseria e na ignorancia para permanecerem no poder, e ainda serem retratados como herois do povo. Os capitalistas por sua vez querem trabalhadores melhores e mais eficientes e mais consumidores para seus produtos. Um miseravel desempregado nao traz nada de de positivo para um capitalista, mas e um capital enorme para um politico safado.

Pare com isso, você está ignorando um princípio básico: O capitalismo baseia sua geração de lucro através do assalariamento, que obviamente é um valor inferior ao que o trabalhador produz, pois do contrário não haveria esse lucro, consequentemente não existiria capitalismo. A isso se dá o nome de exploração, pois cada trabalhador produz muito mais do que o que é pago a ele com o salário, e o capitalista lucra em cima de cada um dos trabalhadores, ou você acha coincidência as empresas mais ricas terem um gigante número de trabalhadores.

Eu, sinceramente, não sei se você está falando sério. Caso esteja: como você chegou à conclusão de que o salário de um empregado, como um bóia-fria, é inferior ao que ele produz?


Pra mim parece bem óbvio...

Quem detem os meios de produção é quem determina o salário, portanto esse capitalista não vai pagar ao trabalhador o quanto ele produziu, senão não haveria lógica em se determinar um preço a se pagar pro trabalhador, seja por produção, ou na forma mais clássica, que é o salário...
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Mr. Crowley
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Re: MST

Mensagem por Mr. Crowley »

Usuário deletado escreveu:Lembro-me de um exemplo dado pelo Lucas Mendes que refuta de forma muito didática a idéia de valor-trabalho, a base da teoria da mais-valia

Lucas Mendes escreveu:Experimente construir um carro a mão. Digamos que você leve dois anos para deixá-lo em condições de transitar nas ruas. Será que os consumidores pagarão pelo menos umas cinqüenta vezes mais do que o preço de uma Ford Montana zero km, que leva menos de dois dias para ser produzida e, portanto, carrega uma carga de mão de obra infinitamente menor que seu calhambeque com 730 dias de força de trabalho. Definitivamente, seu carro estaria carregado de mão-de-obra mas desprovido de qualquer valor. Na melhor das hipóteses, estaria muito longe do seu correspondente esforço.


Logo, conclui-se que o que determina o valor de produto não é o trabalho ajutado para a sua fabricação, mas sim a subjetividade do consumidor que de acordo com as suas necessidades determina o quanto está disposto a pagar por ele.

Outro ótimo exemplo: Poderia me explicar o porquê do trabalho de cavar um buraco imenso e depois enchê-lo de terra não ter valor? Simples! Cavar um buraco e depois tapá-lo, não tem utilidade! Os preços são determinados pelo valor-utilitário dos produtos e serviços.


Não é tão simples assim...

Quando você vai comprar uma coisa, ela já está lá com o preço determinado, se você vai consumir ou não o produto, isso é um problema seu.

O capitalista não vai estabelecer (pelo menos a princípio) um preço inferior ao que ele gastou na produção, portanto é bem óbvio que o preço estabelecido é fruto de tudo o que foi gasto no conjunto da produção mais o lucro que se espera obter.
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Mr. Crowley
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Re: MST

Mensagem por Mr. Crowley »

Usuário deletado escreveu:
Mr. Crowley escreveu:Não é tão simples assim...

Quando você vai comprar uma coisa, ela já está lá com o preço determinado, se você vai consumir ou não o produto, isso é um problema seu.


Esse valor é determinado pela demanda e oferta desse produto, não há como fugir disso.


Sim, e por tráz dessa oferta e procura temos o custo de produção, que inclui o trabalho humano e o custo do material utilizado, portanto a oferta e procura vão definir apenas a variação do lucro que se deseja, não há como fugir disso.

Usuário deletado escreveu:
Mr. Crowley escreveu:O capitalista não vai estabelecer (pelo menos a princípio) um preço inferior ao que ele gastou na produção, portanto é bem óbvio que o preço estabelecido é fruto de tudo o que foi gasto no conjunto da produção mais o lucro que se espera obter.


Descobriu a roda, mas que mal há nisso?


Mal?? Não fiz juízo de valor... eu só to te explicando que a lei da oferta e procura é um dos elementos a que determinam o valor dos produtos, ela por si só não explica nada...
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Herf
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Re: MST

Mensagem por Herf »

Mr. Crowley escreveu:
Herf escreveu:
Mr. Crowley escreveu:Pare com isso, você está ignorando um princípio básico: O capitalismo baseia sua geração de lucro através do assalariamento, que obviamente é um valor inferior ao que o trabalhador produz, pois do contrário não haveria esse lucro, consequentemente não existiria capitalismo. A isso se dá o nome de exploração, pois cada trabalhador produz muito mais do que o que é pago a ele com o salário, e o capitalista lucra em cima de cada um dos trabalhadores, ou você acha coincidência as empresas mais ricas terem um gigante número de trabalhadores.

Eu, sinceramente, não sei se você está falando sério. Caso esteja: como você chegou à conclusão de que o salário de um empregado, como um bóia-fria, é inferior ao que ele produz?


Pra mim parece bem óbvio...

Quem detem os meios de produção é quem determina o salário, portanto esse capitalista não vai pagar ao trabalhador o quanto ele produziu, senão não haveria lógica em se determinar um preço a se pagar pro trabalhador, seja por produção, ou na forma mais clássica, que é o salário...

Quem tem os meios de produção determina os salários? Pois é intrigante que no meio informal, e mesmo nos tempos da revolução industrial, nenhum empregador teve a idéia de pagar algo como R$ 0,01 por mês aos contratados. Ou menos. Já que ele determina os salários, ele só teria a ganhar com isso, não? Por que nenhum deles oferece/ofereceu salários de 0,01 por mês, visto que nem os informais nem os empregadores do tempo da revolução industrial estão/estavam submetidos a leis tabalhistas e que economizariam muito em salários?

Sobre a questão da mais-valia, duas perguntas:

(1) Um homem decide se empregar em uma fábrica porque o que ele pode ganhar com o salário oferecido supera aquilo que ele ganha trabalhando sozinho. Ele colocou na balança aquilo que teria a ganhar com o salário obtido e aquilo que perderia com o esforço do trabalho, e concluiu que o salário, para ele, tem maior valor do que o tempo livre que teria para descansar, estudar, procurar oprotunidades melhore, etc. Ou seja: ele sairá no lucrando na transação venda do trabalho-ganho de salário. Ele está explorando o dono da fábrica? Alternativa correta:

(a) Sim, se ele ganha mais com o salário do que perde com o trabalho, este lucro tem que sair de algum lugar. Obviamente vem do dono da fábrica, que acaba perdendo. Se alguém lucrou, alguém perdeu.

(b) Não, pois de acordo com uma medida de valores universalmente válida (que deve ser demonstrada) o trabalho desempenhado vale mais do que o salário pago, dessa forma o operário é o explorado da história.

(b) Não, pois não existe medida universal de valores. O salário vale mais do que o trabalho apenas do ponto de vista do operário. Do ponto de vista do dono da fábrica, o trabalho vale mais do que o salário pago. Assim, temos uma relação onde ambos os lados saem ganhando.



(2) Temos dois empresários com empresas exatamente iguais, com o mesmo número de funcionários desempenhando as mesmas tarefas na mesma carga horária e pelo mesmo salário. Em um determinado mês produzem os mesmos produtos e os colocam à venda pelo mesmo preço. Ocorre que "A" é mais bem sucedido nas vendas e ganha, com elas, o dobro daquilo que pagou aos seus funcionários. "B", por outro lado, não soube vender e sofreu forte prejuízo. Considere ainda que os empregados de ambas as empresas foram pagos conforme o devido. Alternativa correta:

(a) Apesar de todos trabalharem o mesmo e receberem o mesmo, os empregados de "A" foram explorados, pois "A" lucrou. A diferença entre os ganhos com as vendas e os salários pagos aos empregados foi positiva. Os empregados de "B" não foram explorados.

(b) Os empregados de ambas foram explorados. (?)

(c) Nenhum empregado foi explorado.

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user f.k.a. Cabeção
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Re: MST

Mensagem por user f.k.a. Cabeção »

Mr. Crowley escreveu:E você acha que há emprego pra todas essas pessoas?

Você está invertendo a lógica, colocando em primeiro plano o ambito pessoal , se esquecendo completamente que a miséria é algo que só existe porque temos um problema estrutural dentro do próprio capitalismo.



A miséria não é um problema do capitalismo. O capitalismo não depende da miséria. Se por mágica ou tecnologia as necessidades básicas individuais de todos estivessem plenamente satisfeitas, de modo a não existirem mais miseráveis, ainda poderia haver organização capitalista para a produção dos demais artigos que não seriam necessidades básicas.

É claro que é difícil definir uma necessidade básica. Talvez nesse mundo os socialistas alargassem o conceito para abranger também uma parte dos artigos produzidos pelo capitalismo que seriam destribuídos de forma desigual. Aliás, é algo que é feito com o tempo. Sapatos já foram luxos reservados aos ricos, assim como geladeiras e automóveis. Hoje, não possuí-los significa incluir-se entre os miseráveis necessitados.

Como o conceito de miséria é plástico e se adequa a realidade material da civilização num determinado momento histórico, a sua afirmação de que a miséria decorre de um defeito do capitalismo talvez proceda, já que ela não poderá nunca ser desmentida categoricamente. Sempre que houver alguém com "mais", haverá alguém com "menos", e esse alguém com menos poderá ser chamado de miserável. Bastante conveniente do ponto de vista ideológico, pouco honesto do ponto de vista intelectual.

Por exemplo, na França, os "miseráveis" são os imigrantes que habitam os condomínios erguidos pelo governo, onde aparentemente os elevadores não funcionam bem (muitas vezes por culpa do vandalismo dos próprios moradores). De qualquer maneira, eles são de fato mais pobres que o francês médio, que se comoverá com suas precárias condições, independente disso ser ou não uma grande distorção no conceito de miséria.

De qualquer maneira, é verdade que existam pessoas cujas necessidades básicas inatendidas são evidentes, e que subsistem numa condição de miséria que dificilmente poderia ser atribuída a qualquer plasticidade conceitual. Mas nos países mais capitalistas elas são uma espécie bem rara, em geral composta de pessoas que não estão interessadas em trabalhar. A miséria endêmica de outros países nada tem a ver com o capitalismo, é na verdade fruto da ausência de instituições civilizadas dentro das quais o capitalismo possa se desenvolver completamente.

Entenda que a miséria, entendida como a falta de todas as coisas, é a condição natural do ser humano. As riquezas naturais são meramente potenciais, e o homem precisa trabalhar para transformá-las em riquezas de fato. O capitalismo moderno consiste na sociedade avançada da divisão do trabalho anônimamente entre agentes dispersos que calculam seus atos através de uma moeda comum. O sistema de preços de mercado é uma forma espontânea de distribuir informação entre as pessoas, os agentes traduzem a mensagem dos preços em decisões sobre o que deve ser produzido prioritariamente.

Esse sistema não é responsável pela miséria, pelo contrário, é o principal erradicador da mesma. Ao substituir o controle centralizado, ele permitiu avanços substanciais na eficiência e emprego da mão de obra.

O capitalismo é um termo carregado de conotações pejorativas, mas ele quer dizer apenas competitividade e descentralização. A contrapartida do capitalismo não é a sociedade socialista perfeita, mas o poder central de decisão autoritária.

É preciso entender também que apesar do capitalismo normalmente erradicar a miséria, esse não é o seu "objetivo". O capitalismo não é uma política com "objetivos", é o resultado de um processo espontâneo que é mais eficiente do que um processo centralizado. Mas não se deve estranhar se no capitalismo ainda existirem miseráveis, ninguém vende o capitalismo como solução utópica para os males do mundo, mas como única alternativa existente ao totalitarismo.

Me parece claro que em qualquer sociedade capitalista existirão miseráveis, pessoas que não querem ou não podem trabalhar para se sustentar. Mas em qualquer sociedade capitalista onde existam pessoas que se comovam com a condição dos miseráveis, haverá possibilidade da organização voluntária de ações filantrópicas e humanitárias. Acreditar na necessidade de uma autoridade central encarregada disso é supor que os indivíduos são seres imorais que precisam submeter-se ao ministério do Bem composto por uma raça superior de burocratas capacitados a tomar as decisões corretas.
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Jack Torrance
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Cadê o Crowley?

Mensagem por Jack Torrance »

Gilmar Mendes diz que financiar movimentos que promovem invasões de terras é ilegal

http://www1.folha.uol.com.br/folha/bras ... 9189.shtml
“No BOPE tem guerreiros que matam guerrilheiros, a faca entre os dentes esfolam eles inteiros, matam, esfolam, sempre com o seu fuzil, no BOPE tem guerreiros que acreditam no Brasil.”

“Homem de preto qual é sua missão? Entrar pelas favelas e deixar corpo no chão! Homem de preto o que é que você faz? Eu faço coisas que assustam o Satanás!”

Soldados do BOPE sobre BOPE

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Fernando Silva
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Re: MST

Mensagem por Fernando Silva »

Os canalhas do MST se acharam no direito de matar 4 seguranças de uma fazenda invadida porque, segundo eles, "estavam apenas se defendendo da agressão".

Não me espanta num país onde um cara disse que a vítima de um assalto não tem o direito de reagir porque "a culpa pelo assalto é dela mesma".

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Apo
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Re: MST

Mensagem por Apo »

Fernando Silva escreveu:Os canalhas do MST se acharam no direito de matar 4 seguranças de uma fazenda invadida porque, segundo eles, "estavam apenas se defendendo da agressão".

Não me espanta num país onde um cara disse que a vítima de um assalto não tem o direito de reagir porque "a culpa pelo assalto é dela mesma".


AFE. É como quando dizem que a culpa pelo estupro é do estuprado. É a mesma linha de raciocínio obtusa que preza a barbárie.
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Joe
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Re: MST

Mensagem por Joe »

Fernando Silva escreveu:Os canalhas do MST se acharam no direito de matar 4 seguranças de uma fazenda invadida porque, segundo eles, "estavam apenas se defendendo da agressão".

Não me espanta num país onde um cara disse que a vítima de um assalto não tem o direito de reagir porque "a culpa pelo assalto é dela mesma".


É.

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Discernimento
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Re: MST

Mensagem por Discernimento »

Quantos comentários contraditórios da direita raivosa.

O sistema financeiro é conduzido por generais fantasiados de civis e pra eles tudo bem. A constituição é rasgada diariamente na mídia massiva e nas altas esferas de poder, mas é normal, desde de que estejam de terno e gravata e o GC indique uma titularidade acadêmica.

Um movimento social pelo direito de famílias inteiras à, pasmem, TRABALHAR... Ah! Isso é terrorismo.

Acusam o movimento social MST de beligerância e terrorismo. Beligerância e terrorismo é o modus operandi das instituições que endeusam secretando litros de saliva em suas gônadas platinadas.

Nunca vi tanta produção de provas contra a própria capacidade intelectual.

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Fernando Silva
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Re: MST

Mensagem por Fernando Silva »

Discernimento escreveu:Um movimento social pelo direito de famílias inteiras à, pasmem, TRABALHAR... Ah! Isso é terrorismo.

Será terrorismo se os meios usados para atingir esse fim apelarem para a violência e o desrespeito a direitos pré-existentes.

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Acauan
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Re: MST

Mensagem por Acauan »

REVISTA VEJA, edição 2102 de 4 de março de 2009

Brasil
ELES INVADEM E TAMBÉM MATAM

Integrantes do MST executam quatro homens em Pernambuco. Até quando esse bando de delinquentes terá licença para afrontar a lei?



Laura Diniz, de São Joaquim do Monte, Pernambuco

Rodrigo Lôbo/ JC Imagem

Imagem
JAIME AMORIM, líder do MST: "O que matamos não foram pessoas comuns. Eram pistoleiros violentos"


Começou com um bate-boca entre um grupo de sem-terra e cinco homens contratados para evitar que a fazenda Jabuticaba, no agreste pernambucano, reintegrada por ordem judicial, fosse novamente invadida por membros do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, o MST. Dos seguranças, apenas João Arnaldo da Silva, de 40 anos, era profissional. Rafael Erasmo da Silva, de 20, e Wagner Luís da Silva, de 25, trabalhavam como mototaxistas em São Joaquim do Monte, a 137 quilômetros do Recife. José Wedson da Silva, de 20, e Donizete Souza, de 24, eram agricultores. Para fazerem bico como guardas, eles recebiam de 20 a 30 reais por dia trabalhado. Naquele sábado, era João quem estava à frente da discussão com os sem-terra, numa fazenda vizinha à Jabuticaba. No meio da briga, um dos invasores acertou-lhe um tiro na perna. João caiu e, imediatamente, recebeu uma bala na cabeça. Rafael, ao seu lado, foi o segundo a ser morto – também com um tiro na cabeça, que trespassou o capacete de motociclista que ele usava. Ao ver os colegas tombarem mortos, Wagner, Wedson e Donizete correram. Donizete conseguiu escapar. Wagner e Wedson, alcançados pelos sem-terra 1 quilômetro adiante, foram igualmente mortos como cães. Wagner levou um tiro na perna e dois na cabeça, um deles na nuca. Wedson recebeu um tiro na perna e dois no rosto – morreu de braços abertos, como quem pede clemência.

Com base nas marcas dos tiros e no depoimento de duas testemunhas oculares, o delegado Luciano Francisco Soares diz que os assassinatos não foram cometidos em legítima defesa, como afirma o MST. "As vítimas foram executadas", resume ele. A polícia prendeu em flagrante e indiciou por homicídio qualificado Aluciano Ferreira dos Santos, líder do MST na região, e Paulo Alves, participante do grupo. Eles são acusados de perseguir e matar Wagner e Wedson. Os dois sem-terra apontados como assassinos de João e Rafael estão foragidos. Depois do crime, o MST teve o desplante de pedir "proteção" policial para seus integrantes. Como se isso não bastasse, o coordenador nacional do movimento, Jaime Amorim, numa declaração que deixa evidente a régua moral pela qual seu grupo se pauta, afirmou: "O que matamos não foram pessoas comuns. Eles foram contratados para matar, eram pistoleiros violentos". É mais uma declaração delinquente de um dos chefões do bando que, a pretexto de lutar pela reforma agrária, aterroriza o campo brasileiro desde 1990. Naquele ano, durante uma manifestação no centro de Porto Alegre, uma turba de sem-terra cercou um carro de polícia e, a golpes de foice, degolou o cabo Valdeci de Abreu Lopes, de 27 anos. Desde então, ao menos outros quarenta integrantes do MST foram acusados de homicídio (dois deles já foram condenados em primeira instância).

Fotos Titular ag. Fotografica
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SEM FUTURO
A mulher e o filho de Wagner da Silva, que sustentava a família trabalhando como mototaxista. Ele foi morto com tiros na cabeça depois de ser perseguido por 1 quilômetro por um grupo de sem-terra


O recrudescimento das ações dos sem-terra obedece a calendário e motivo bem definidos. Às vésperas de um ano eleitoral, MST e congêneres querem continuar a receber vultosos repasses governamentais – o que implica a permanência do PT no governo federal. "Eles desejam preservar suas fontes de financiamento e também garantir a impunidade da qual vêm sendo beneficiários até agora", diz o filósofo Denis Rosenfield. Não por coincidência, foi o Pontal de Paranapanema, em São Paulo, o lugar escolhido para o "Carnaval Vermelho" dos sem-terra ligados a José Rainha, protegido das cabeças mais coroadas do petismo. Durante o feriado, vinte fazendas foram invadidas no território do tucano e presidenciável José Serra.

Por meio do embrutecimento de seus métodos ou do puro e simples banditismo, os sem-terra tentam influenciar os rumos das eleições em seu favor. É preciso lembrar que, quando assumiu o poder, a cúpula do PT gostava de dizer a empresários, fazendeiros, integrantes da oposição e jornalistas que, como o partido era o único capaz de colocar um freio nos sem-terra, ele representava uma garantia de paz no campo. Ou seja, ao intensificar suas ações, o MST volta a transmitir a mensagem de que os petistas não podem ser desalojados do governo federal, sob pena de os sem-terra se tornarem ainda mais virulentos. É uma chantagem política tácita. Numa semana em que os bandidos de Pernambuco posaram de vítimas, os assassinados viraram culpados e autoridades federais mais uma vez se mostraram complacentes com os criminosos, o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes, veio a público para pôr as coisas nos seus devidos lugares. Para isso, não teve de recorrer a nada além do óbvio. O ministro lembrou que: 1) quem invade terra alheia está afrontando a lei; 2) quem afronta a lei não pode receber dinheiro do governo; e 3) no estado de direito, a lei vale para todos. Simples assim. Complicado assim, em se tratando do Brasil.
Nós, Índios.

Acauan Guajajara
ACAUAN DOS TUPIS, o gavião que caminha
Lutar com bravura, morrer com honra.

Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós!
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz!

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Discernimento
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Re: MST

Mensagem por Discernimento »

Acauan escreveu:REVISTA VEJA, edição 2102 de 4 de março de 2009

Brasil
ELES INVADEM E TAMBÉM MATAM

Integrantes do MST executam quatro homens em Pernambuco. Até quando esse bando de delinquentes terá licença para afrontar a lei?



Laura Diniz, de São Joaquim do Monte, Pernambuco

Rodrigo Lôbo/ JC Imagem

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JAIME AMORIM, líder do MST: "O que matamos não foram pessoas comuns. Eram pistoleiros violentos"


Começou com um bate-boca entre um grupo de sem-terra e cinco homens contratados para evitar que a fazenda Jabuticaba, no agreste pernambucano, reintegrada por ordem judicial, fosse novamente invadida por membros do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, o MST. Dos seguranças, apenas João Arnaldo da Silva, de 40 anos, era profissional. Rafael Erasmo da Silva, de 20, e Wagner Luís da Silva, de 25, trabalhavam como mototaxistas em São Joaquim do Monte, a 137 quilômetros do Recife. José Wedson da Silva, de 20, e Donizete Souza, de 24, eram agricultores. Para fazerem bico como guardas, eles recebiam de 20 a 30 reais por dia trabalhado. Naquele sábado, era João quem estava à frente da discussão com os sem-terra, numa fazenda vizinha à Jabuticaba. No meio da briga, um dos invasores acertou-lhe um tiro na perna. João caiu e, imediatamente, recebeu uma bala na cabeça. Rafael, ao seu lado, foi o segundo a ser morto – também com um tiro na cabeça, que trespassou o capacete de motociclista que ele usava. Ao ver os colegas tombarem mortos, Wagner, Wedson e Donizete correram. Donizete conseguiu escapar. Wagner e Wedson, alcançados pelos sem-terra 1 quilômetro adiante, foram igualmente mortos como cães. Wagner levou um tiro na perna e dois na cabeça, um deles na nuca. Wedson recebeu um tiro na perna e dois no rosto – morreu de braços abertos, como quem pede clemência.

Com base nas marcas dos tiros e no depoimento de duas testemunhas oculares, o delegado Luciano Francisco Soares diz que os assassinatos não foram cometidos em legítima defesa, como afirma o MST. "As vítimas foram executadas", resume ele. A polícia prendeu em flagrante e indiciou por homicídio qualificado Aluciano Ferreira dos Santos, líder do MST na região, e Paulo Alves, participante do grupo. Eles são acusados de perseguir e matar Wagner e Wedson. Os dois sem-terra apontados como assassinos de João e Rafael estão foragidos. Depois do crime, o MST teve o desplante de pedir "proteção" policial para seus integrantes. Como se isso não bastasse, o coordenador nacional do movimento, Jaime Amorim, numa declaração que deixa evidente a régua moral pela qual seu grupo se pauta, afirmou: "O que matamos não foram pessoas comuns. Eles foram contratados para matar, eram pistoleiros violentos". É mais uma declaração delinquente de um dos chefões do bando que, a pretexto de lutar pela reforma agrária, aterroriza o campo brasileiro desde 1990. Naquele ano, durante uma manifestação no centro de Porto Alegre, uma turba de sem-terra cercou um carro de polícia e, a golpes de foice, degolou o cabo Valdeci de Abreu Lopes, de 27 anos. Desde então, ao menos outros quarenta integrantes do MST foram acusados de homicídio (dois deles já foram condenados em primeira instância).

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SEM FUTURO
A mulher e o filho de Wagner da Silva, que sustentava a família trabalhando como mototaxista. Ele foi morto com tiros na cabeça depois de ser perseguido por 1 quilômetro por um grupo de sem-terra


O recrudescimento das ações dos sem-terra obedece a calendário e motivo bem definidos. Às vésperas de um ano eleitoral, MST e congêneres querem continuar a receber vultosos repasses governamentais – o que implica a permanência do PT no governo federal. "Eles desejam preservar suas fontes de financiamento e também garantir a impunidade da qual vêm sendo beneficiários até agora", diz o filósofo Denis Rosenfield. Não por coincidência, foi o Pontal de Paranapanema, em São Paulo, o lugar escolhido para o "Carnaval Vermelho" dos sem-terra ligados a José Rainha, protegido das cabeças mais coroadas do petismo. Durante o feriado, vinte fazendas foram invadidas no território do tucano e presidenciável José Serra.

Por meio do embrutecimento de seus métodos ou do puro e simples banditismo, os sem-terra tentam influenciar os rumos das eleições em seu favor. É preciso lembrar que, quando assumiu o poder, a cúpula do PT gostava de dizer a empresários, fazendeiros, integrantes da oposição e jornalistas que, como o partido era o único capaz de colocar um freio nos sem-terra, ele representava uma garantia de paz no campo. Ou seja, ao intensificar suas ações, o MST volta a transmitir a mensagem de que os petistas não podem ser desalojados do governo federal, sob pena de os sem-terra se tornarem ainda mais virulentos. É uma chantagem política tácita. Numa semana em que os bandidos de Pernambuco posaram de vítimas, os assassinados viraram culpados e autoridades federais mais uma vez se mostraram complacentes com os criminosos, o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes, veio a público para pôr as coisas nos seus devidos lugares. Para isso, não teve de recorrer a nada além do óbvio. O ministro lembrou que: 1) quem invade terra alheia está afrontando a lei; 2) quem afronta a lei não pode receber dinheiro do governo; e 3) no estado de direito, a lei vale para todos. Simples assim. Complicado assim, em se tratando do Brasil.



QUEM ESCREVEU UMA MERDA DESSAS SÓ PODERIA SER O AUTOR DE OUTRA MERDA COMO ESSA:

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Discernimento
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Re: MST

Mensagem por Discernimento »

Fernando Silva escreveu:
Discernimento escreveu:Um movimento social pelo direito de famílias inteiras à, pasmem, TRABALHAR... Ah! Isso é terrorismo.

Será terrorismo se os meios usados para atingir esse fim apelarem para a violência e o desrespeito a direitos pré-existentes.

Arranja emprego pros caras. Tá resolvido.

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Re: MST

Mensagem por Sorrelfa »

QUEM ESCREVEU UMA MERDA DESSAS SÓ PODERIA SER O AUTOR DE OUTRA MERDA COMO ESSA:


Mostre porque ambos são "merdas" rapaz.
Será que consegue ?

Claro que o artigo postado pela Veja é mentiroso, afinal uma revista publicar uma baboseira escrita por alguem é garantido que tudo que está nela é mentiroso.
Em detrimento da sapiência do nosso ilustre comunistinha incapaz de escrever algo fundamentado e honesto, defensor de lideres genocidas e um modelo de sociedade que só faz gerar pobreza.

É claro que o coleguinha ai (que aposto que não passa de inutil que fica com o rabo pregado na cadeira de um PC) sabe muito mais do acontecimento em voga do que pessoas que estiveram presente no local dos fatos, colheram depoimentos e periciaram a area em busca de dados cuja interpretação leva a concluir que os bandidos do MST executaram os seguranças da dita fazenda de forma covarde e fria.

Fazer o que né ? ele é alumiado pelo deus "comunismo"... só ele enxerga a realidade como é... ao contrario de nós relez mortais alienados, mais burros que uma porta velha... embora ele não saiba escrever uma unica linha contendo uma argumentação coerente...
Vendo a justificável insistência de todos, humildemente sou forçado à admitir que sou um cara incrível !

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Apo
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Re: MST

Mensagem por Apo »

O que importa quem escreveu sobre as mortes? Não há outros veículos que noticiaram o fato? Ocorreram e isto é fato. Mesmo que mídia alguma citasse, seria fato e deveria se punido com muito mais rigor do que quem sido corriqueiro no Brasil de TOLOS.
E merda é quem invade, destrói e mata, assim como quem apóia, permite e é cúmplice desta corja criada e mantida pelo PT.
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Discernimento
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Re: MST

Mensagem por Discernimento »


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Re: MST

Mensagem por Apo »

Discernimento escreveu:Quem promove as mortes:

http://www.slideshare.net/alberto.r/as- ... e=document


Os dois autores do artigo aí são filhotes de que merda?
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Trancado