Unicamp desenvolve software tradutor para animais
Enviado: 03 Nov 2008, 13:14
Joana Duarte, Jornal do Brasil
RIO - Há tempos, a professora Daniella Moura e sua equipe de pesquisadores da Faculdade de Engenharia Agrícola (Feagri) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) ouviam dos produtores de animais que existe uma correlação entre o som emitido pelos suínos, bovinos e aves e o estado em que eles se encontram.
– Pintinhos quando sentem frio piam de maneira diferenciada de quando estão em conforto – indicou Daniella. – Porcas em lactação também chamam seus leitões para serem amamentados com grunhido distinto.
A partir desta idéia, a equipe da Feagri desenvolveu um software para interpretar o idioma dos bichos, identificando se estão com fome, sede, cio, medo ou algum grau de estresse.
– Avaliamos que não só existe uma comunicação entre espécies, mas uma vocalização para cada situação – explica Daniella.
O resultado da pesquisa, o software Vocalização, é uma ferramenta que comprova se os animais estão, durante toda sua fase de criação, em bem-estar.
– Quem exporta carne de suínos, bovinos ou aves precisa garantir a qualidade da carne – observa Daniella. – A comprovação do bem-estar do animal em vida é uma das garantias desta qualidade.
Segundo a pesquisadora, hoje em dia, é muito mais comum que países importadores de carne brasileira procurem saber como esta é produzida, exigindo comprovante de bons tratos.
– Até cinco anos atrás, este assunto era pouco discutido nos Estados Unidos, grande consumidor e produtor de carne. Hoje, o McDonald´s e a maioria das cadeias de fast food mantêm equipes especializadas no tema – conta Irenilza.
Segundo a professora, as maiores importadoras de carne brasileira visam a atender a demanda de um público que, embora coma carne, condena o sofrimento do animal durante o processo.
Daniella conta que as primeiras pesquisas foram simples: a equipe procurou comparar situações que geram estresse e dor, como por exemplo a castração, com períodos de bem-estar. A equipe percebeu que além de haver diferentes vocalizações para cada distúrbio orgânico vivido pelos animais, era possível também diferenciar entre os níveis de estresse e outros abalos emocionais.
Em quatro anos de pesquisas envolvendo grupos de estudantes em vários projetos, a equipe conseguiu arquivar um vasto banco de dados com milhares de vocalizações.
Uma vez compreendidos os princípios básicos do animalês, a equipe buscou fundamentação científica para suas teses em modelagens matemáticas.
A equipe gravou os sons de aves, bovinos e suínos, expandindo depois o espectro do som para verificar variações. Deste modo, puderam perceber diferenças de espectro para diferentes situações.
- Há efetivamente uma comunicação entre os animais, o espectro mostra “falas” que variam conforme a situação – garante Irenilz de Alencar Nass, uma das coordenadoras da pesquisa.
Daniella já adianta que pretende utilizar a técnica do software para traduzir a “fala” de outros animais, como os domésticos.
– Criamos o software pensando nos produtores agrícolas, mas já estou em negociação com um canil para desenvolver um protótipo que traduz latidos – revela.
Fonte: http://jbonline.terra.com.br/extra/2008 ... 18228.html
RIO - Há tempos, a professora Daniella Moura e sua equipe de pesquisadores da Faculdade de Engenharia Agrícola (Feagri) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) ouviam dos produtores de animais que existe uma correlação entre o som emitido pelos suínos, bovinos e aves e o estado em que eles se encontram.
– Pintinhos quando sentem frio piam de maneira diferenciada de quando estão em conforto – indicou Daniella. – Porcas em lactação também chamam seus leitões para serem amamentados com grunhido distinto.
A partir desta idéia, a equipe da Feagri desenvolveu um software para interpretar o idioma dos bichos, identificando se estão com fome, sede, cio, medo ou algum grau de estresse.
– Avaliamos que não só existe uma comunicação entre espécies, mas uma vocalização para cada situação – explica Daniella.
O resultado da pesquisa, o software Vocalização, é uma ferramenta que comprova se os animais estão, durante toda sua fase de criação, em bem-estar.
– Quem exporta carne de suínos, bovinos ou aves precisa garantir a qualidade da carne – observa Daniella. – A comprovação do bem-estar do animal em vida é uma das garantias desta qualidade.
Segundo a pesquisadora, hoje em dia, é muito mais comum que países importadores de carne brasileira procurem saber como esta é produzida, exigindo comprovante de bons tratos.
– Até cinco anos atrás, este assunto era pouco discutido nos Estados Unidos, grande consumidor e produtor de carne. Hoje, o McDonald´s e a maioria das cadeias de fast food mantêm equipes especializadas no tema – conta Irenilza.
Segundo a professora, as maiores importadoras de carne brasileira visam a atender a demanda de um público que, embora coma carne, condena o sofrimento do animal durante o processo.
Daniella conta que as primeiras pesquisas foram simples: a equipe procurou comparar situações que geram estresse e dor, como por exemplo a castração, com períodos de bem-estar. A equipe percebeu que além de haver diferentes vocalizações para cada distúrbio orgânico vivido pelos animais, era possível também diferenciar entre os níveis de estresse e outros abalos emocionais.
Em quatro anos de pesquisas envolvendo grupos de estudantes em vários projetos, a equipe conseguiu arquivar um vasto banco de dados com milhares de vocalizações.
Uma vez compreendidos os princípios básicos do animalês, a equipe buscou fundamentação científica para suas teses em modelagens matemáticas.
A equipe gravou os sons de aves, bovinos e suínos, expandindo depois o espectro do som para verificar variações. Deste modo, puderam perceber diferenças de espectro para diferentes situações.
- Há efetivamente uma comunicação entre os animais, o espectro mostra “falas” que variam conforme a situação – garante Irenilz de Alencar Nass, uma das coordenadoras da pesquisa.
Daniella já adianta que pretende utilizar a técnica do software para traduzir a “fala” de outros animais, como os domésticos.
– Criamos o software pensando nos produtores agrícolas, mas já estou em negociação com um canil para desenvolver um protótipo que traduz latidos – revela.
Fonte: http://jbonline.terra.com.br/extra/2008 ... 18228.html