Pastor Silas Malacheia pede dinheiro aos fiéis
Enviado: 22 Jan 2006, 23:59
ARÃO
Se você vê televisão, certamente já viu o rosto do Pastor Silas Malafaia (foto ao lado). De acordo com seu site, "Silas Malafaia é graduado em psicologia clínica, Pastor há 23 anos, Vice-presidente da Assembléia de Deus na Penha (Rio de Janeiro) e Vice-presidente do CIMEB - Conselho Interdenominacional (uau!) de Ministros Evangélicos do Brasil - entidade que abriga mais de 10.000 pastores do país. Silas Malafaia tem como objetivo divulgar, de uma forma moderna e dinâmica, os princípios e valores da igreja evangélica". É verdade.
Malafaia usa e abusa do dinamismo e de uma linguagem bastante atual em suas palestras. É teatral, energético, fala como seus seguidores, faz questão de distanciar-se da figura de rico (ou "barão" como gosta de chamar) e, muitas vezes, irônico, arranca risos da atenta platéia. Mas afinal, por que estou falando de... Silas Malafaia? E como eu sei essas coisas? Calma. Eu tenho um motivo.
Hoje de manhã eu vi este episódio de seu programa, o "Vitória em Cristo" (antes o programa se chamava "Impacto", mas... sei lá... "Impacto" devia estar apocaliptico demais. Até mesmo para Malafaia). A atração está há mais de vinte anos no ar, é exibido em quase todas as capitais brasileiras e começa fazendo o estilo dos telejornais americanos: vinheta de abertura com globo girando, imagens de Silas pelo mundo, locutor anunciando, silhueta de Malafaia, terno, gravata, uma bancada, mais música de abertura, luzes e, claro, uma saudação. Logo no início, Malafaia dá um recado para seus seguidores: "Não pense que ser um vitorioso é não ter lutas e adversidades". O restante do programa provaria que o recado serviria para o próprio Malafaia.
Entre um clipe musical, trechos de sua palestra e a bancada do estúdio, Malafaia continua atirando na mosca: "Com Deus tem 'depois'! Com Deus tem 'depois!" - prega. Novamente, é a verdade. Com Deus tem "depois". E com o programa também. Aliás, o "depois" do programa é que foi surpreendendo.
A partir do 30º minuto do "Vitória em Cristo" (que tem 50 minutos), Malafaia vira um vendedor nato. Não é à toa que ele é "reconhecidamente o pastor evangélico que mais vende palestras (média de 500 mil por ano) e livros (280 mil por ano)". Livros, DVDs, Bíblias... nada escapa. Malafaia vende com uma atitude paternal firme, mas faz questão de, novamente, distanciar-se da responsabilidade sobre os preços dos produtos e da situação econômica do país. Em um momento chega a dizer: "o material é importado e, como eu não tenho poder de controlar o dólar...".
Opa! Peraí! Malafaia, ainda de acordo com a biografia publicada em seu site, é "membro do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social da Presidência da República, junto com 12 Ministros de Estado". Ora... quem não tem poder sobre o dólar sou eu, né?!?
Agora, os 5 minutos finais do programa é que reservam a um espetáculo diferente. Malafaia pede dinheiro com uma falta de pudor que chega a ser comovente. Sério. É comovente. Uma pessoa que pede dinheiro daquele jeito, na TV aberta, só pode estar precisando muito mesmo, viu? Malafaia alega que "manter um programa na TV, um instrumento poderoso, é muito caro", que "nenhum centavo é gasto para questões pessoais", convoca fieis para se cadastrarem e colaborar com 30 reais por mês (é o "valor mínimo", mas se o "crente" for mais pobre e puder colaborar com menos que isso, também ajuda. Malafaia atira para todos os lados. Chega até a perdoar "inadimplentes") e, finalmente, faz o maior apelo: "Eu estou pedindo a Deus... tô pedindo mesmo... Senhor, eu preciso de pelo menos umas 300 pessoas que colaborem comigo com 1.000 reais. Eu tenho umas 50. Eu sei que tem (sic) empresários, profissionais liberais... você pode fazer isso!"
Enfim... só escrevi tudo isso aqui para dizer que não, Silas. Eu não posso fazer isso.
Mas não é nada pessoal, viu? É que depois de ter te visto toooodos esses dias na piscina do melhor Hotel 5 estrelas de Natal, sei lá... eu acho que perdi a vontade, sabe?
Acontece. Não pense que ser um vitorioso é não ter lutas e adversidades. É que com Deus tem "depois". E com as férias também.
posted by Kibe Loco 11:30 PM
Fonte: http://www.kibeloco.com.br
Se você vê televisão, certamente já viu o rosto do Pastor Silas Malafaia (foto ao lado). De acordo com seu site, "Silas Malafaia é graduado em psicologia clínica, Pastor há 23 anos, Vice-presidente da Assembléia de Deus na Penha (Rio de Janeiro) e Vice-presidente do CIMEB - Conselho Interdenominacional (uau!) de Ministros Evangélicos do Brasil - entidade que abriga mais de 10.000 pastores do país. Silas Malafaia tem como objetivo divulgar, de uma forma moderna e dinâmica, os princípios e valores da igreja evangélica". É verdade.
Malafaia usa e abusa do dinamismo e de uma linguagem bastante atual em suas palestras. É teatral, energético, fala como seus seguidores, faz questão de distanciar-se da figura de rico (ou "barão" como gosta de chamar) e, muitas vezes, irônico, arranca risos da atenta platéia. Mas afinal, por que estou falando de... Silas Malafaia? E como eu sei essas coisas? Calma. Eu tenho um motivo.
Hoje de manhã eu vi este episódio de seu programa, o "Vitória em Cristo" (antes o programa se chamava "Impacto", mas... sei lá... "Impacto" devia estar apocaliptico demais. Até mesmo para Malafaia). A atração está há mais de vinte anos no ar, é exibido em quase todas as capitais brasileiras e começa fazendo o estilo dos telejornais americanos: vinheta de abertura com globo girando, imagens de Silas pelo mundo, locutor anunciando, silhueta de Malafaia, terno, gravata, uma bancada, mais música de abertura, luzes e, claro, uma saudação. Logo no início, Malafaia dá um recado para seus seguidores: "Não pense que ser um vitorioso é não ter lutas e adversidades". O restante do programa provaria que o recado serviria para o próprio Malafaia.
Entre um clipe musical, trechos de sua palestra e a bancada do estúdio, Malafaia continua atirando na mosca: "Com Deus tem 'depois'! Com Deus tem 'depois!" - prega. Novamente, é a verdade. Com Deus tem "depois". E com o programa também. Aliás, o "depois" do programa é que foi surpreendendo.
A partir do 30º minuto do "Vitória em Cristo" (que tem 50 minutos), Malafaia vira um vendedor nato. Não é à toa que ele é "reconhecidamente o pastor evangélico que mais vende palestras (média de 500 mil por ano) e livros (280 mil por ano)". Livros, DVDs, Bíblias... nada escapa. Malafaia vende com uma atitude paternal firme, mas faz questão de, novamente, distanciar-se da responsabilidade sobre os preços dos produtos e da situação econômica do país. Em um momento chega a dizer: "o material é importado e, como eu não tenho poder de controlar o dólar...".
Opa! Peraí! Malafaia, ainda de acordo com a biografia publicada em seu site, é "membro do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social da Presidência da República, junto com 12 Ministros de Estado". Ora... quem não tem poder sobre o dólar sou eu, né?!?
Agora, os 5 minutos finais do programa é que reservam a um espetáculo diferente. Malafaia pede dinheiro com uma falta de pudor que chega a ser comovente. Sério. É comovente. Uma pessoa que pede dinheiro daquele jeito, na TV aberta, só pode estar precisando muito mesmo, viu? Malafaia alega que "manter um programa na TV, um instrumento poderoso, é muito caro", que "nenhum centavo é gasto para questões pessoais", convoca fieis para se cadastrarem e colaborar com 30 reais por mês (é o "valor mínimo", mas se o "crente" for mais pobre e puder colaborar com menos que isso, também ajuda. Malafaia atira para todos os lados. Chega até a perdoar "inadimplentes") e, finalmente, faz o maior apelo: "Eu estou pedindo a Deus... tô pedindo mesmo... Senhor, eu preciso de pelo menos umas 300 pessoas que colaborem comigo com 1.000 reais. Eu tenho umas 50. Eu sei que tem (sic) empresários, profissionais liberais... você pode fazer isso!"
Enfim... só escrevi tudo isso aqui para dizer que não, Silas. Eu não posso fazer isso.
Mas não é nada pessoal, viu? É que depois de ter te visto toooodos esses dias na piscina do melhor Hotel 5 estrelas de Natal, sei lá... eu acho que perdi a vontade, sabe?
Acontece. Não pense que ser um vitorioso é não ter lutas e adversidades. É que com Deus tem "depois". E com as férias também.
posted by Kibe Loco 11:30 PM
Fonte: http://www.kibeloco.com.br