Página 1 de 1

Igreja argentina é criticada por silêncio durante ditadura

Enviado: 25 Jan 2009, 15:55
por Fernando Silva
Postado no Ateus do Brasil.

http://www.radiovaticana.org/bra/Articolo.asp?c=153521

DIOCESE ARGENTINA CRITICA IGREJA NO PERÍODO DA DITADURA
Buenos Aires, 06 set (RV) - A Diocese de Neuquén critica o "silêncio" da Igreja argentina no período da ditadura.

A crítica da Diocese de Neuquén foi feita em uma carta distribuída nas paróquias da província. O texto foi divulgado por ocasião do processo contra o sacerdote Christian Von Wernich, acusado de sete homicídios, 31 casos de torturas e 42 privações ilegais da liberdade durante a ditadura (1976-1983).

Lê-se na carta: "Com dor, não podemos deixar de reconhecer que nem toda a Igreja foi coerente com o que cremos e pregamos, se bem que nem toda a hierarquia tenha ficado surda, diante do sofrimento de tantos irmãos." A propósito, o texto recorda os bispos que lutaram contra a ditadura e que figuram na lista de desaparecidos.

Mas a crítica continua: "Demasiado silêncio, falta de participação pública nos pedidos de justiça e demasiada debilidade fizeram com que fossemos vistos como próximos aos ditadores da morte, enquanto devíamos ser apóstolos da vida."

Desde que chegou ao poder, em 2003, o presidente argentino, Nestor Kirchner, polemizou várias vezes com a Igreja e, inclusive, acusou alguns setores eclesiásticos de cumplicidade com a repressão desencadeada pelo governo militar, que provocou o desaparecimento de 30 mil pessoas. (BF/AF)

Imagem

Imagem
http://www.radiovaticana.org/bra/Articolo.asp?c=161260
IGREJA ARGENTINA PRECISA ENCONTRAR MODO DE SE FAZER PERDOAR POR CUMPLICIDADE COM A DITADURA

Buenos Aires, 15 out (RV) - O sacerdote argentino, Pe. Ruben Capitanio, disse, nesta segunda-feira, que a Igreja Católica argentina precisa encontrar um modo de se fazer perdoar, pela proximidade que manteve com o regime militar, de 1976 a 1983, durante a chamada "guerra suja".

Pe. Capitanio, um pároco de 59 anos, depôs contra seu ex-colega de sacerdócio Pe. Christian von Wernich, condenado, na semana passada, por envolvimento em torturas, seqüestros e assassinatos de opositores da ditadura.

A Igreja Católica já manifestou seu arrependimento pelos crimes cometidos pelos sacerdotes, mas os grupos de defesa dos direitos humanos querem um "mea culpa" mais amplo, pois consideram que a cúpula eclesiástica apoiou o regime militar e se calou em relação às suas atrocidades.

A Conferência Episcopal da Argentina pediu perdão em setembro de 2000, mas Pe. Capitanio disse que a Igreja deveria se desculpar de forma mais clara.

Pe. Capitanio e Pe. von Wernich estudaram no mesmo Seminário, mas não se conheciam bem. Pe. von Wernich foi capelão da polícia de Buenos Aires, notória pela violência política durante a ditadura. (MJ/AF)