Em raras ocasiões as pessoas tomam decisões racionais...
Enviado: 06 Fev 2009, 14:23
Dizem cientistas
EFE
O cérebro responde de forma mais ativa perante os objetos de valor e ajuda a tomar melhores decisões com a informação que recebe, afirmaram dois estudos divulgados pela revista "Neuron".
Um estudo feito por cientistas da Universidade da Califórnia afirma que o cérebro possui algumas áreas responsáveis pela visão que respondem de forma mais intensa aos objetos que consideramos de valor.
John Serences, professor auxiliar de psicologia e diretor do Laboratório de Percepção e Conhecimento, diz que há muito tempo sabe-se que a recompensa exerce influência nas decisões do ser humano - e dos animais, em geral. Mas até agora se sabia muito pouco sobre como as recompensas afetam os processos cerebrais, especificamente no que diz respeito à visão.
"É possível que vejamos as coisas de maneira diferente se, ao vê-las antes, recebemos alguma recompensa", diz. Com o objetivo de responder a essa dúvida, os cientistas usaram a ressonância magnética para examinar o processo visual e seu funcionamento de acordo com o valor das coisas.
Para isso, os cientistas pediram que os voluntários escolhessem entre objetos que variavam de preço. Por exemplo, os verdes valiam US$ 0,10 ou nada e os vermelhos até US$ 10.
Os estudos indicaram que o valor alterava o funcionamento neurológico em várias áreas do sistema visual no cérebro. "Quando um objeto tinha sido valioso e sua escolha uma recompensa, o sistema visual o representava de maneira muito mais marcada", indica Serences.
No outro estudo, cientistas da Universidade de Rochester descobriram que o cérebro está mais capacitado para a informação fornecida e, assim, para tomar melhores decisões do que se acreditava.
Segundo Daniel Kahneman e Amos Tversky, ganhadores do Prêmio Nobel em 2007 por pesquisa em neurologia, os seres humanos em raras ocasiões tomam decisões que poderiam ser chamadas de racionais.
No entanto, Alex Pouget, professor de ciências do conhecimento e do cérebro, afirma em seu estudo que, pelo contrário, as pessoas tomam decisões ótimas, mas principalmente quando estas são inconscientes.
Segundo ele, a maior parte das pesquisas tinha sido realizada até agora com as decisões conscientes, "mas a maioria de nossas decisões não é tomada de forma consciente". Como exemplo, lembrou que uma pessoa pensa pouco quando vê uma luz vermelha e pára ou quando evita um obstáculo perigoso.
"Quando começamos a observar as decisões tomadas pelo cérebro sem nosso conhecimento, descobrimos que quase sempre são as corretas e segundo a informação com a qual conta", afirma Pouget.
O cientista explicou que essa capacidade do cérebro foi confirmada em uma série de experiências com voluntários e a principal conclusão é que essa virtude acelera nossa capacidade de empreender uma ação.
"Se tivéssemos que esperar até estar 99% certos de nossa decisão, perderíamos muito tempo acumulando informação desnecessária", conta.
EFE
O cérebro responde de forma mais ativa perante os objetos de valor e ajuda a tomar melhores decisões com a informação que recebe, afirmaram dois estudos divulgados pela revista "Neuron".
Um estudo feito por cientistas da Universidade da Califórnia afirma que o cérebro possui algumas áreas responsáveis pela visão que respondem de forma mais intensa aos objetos que consideramos de valor.
John Serences, professor auxiliar de psicologia e diretor do Laboratório de Percepção e Conhecimento, diz que há muito tempo sabe-se que a recompensa exerce influência nas decisões do ser humano - e dos animais, em geral. Mas até agora se sabia muito pouco sobre como as recompensas afetam os processos cerebrais, especificamente no que diz respeito à visão.
"É possível que vejamos as coisas de maneira diferente se, ao vê-las antes, recebemos alguma recompensa", diz. Com o objetivo de responder a essa dúvida, os cientistas usaram a ressonância magnética para examinar o processo visual e seu funcionamento de acordo com o valor das coisas.
Para isso, os cientistas pediram que os voluntários escolhessem entre objetos que variavam de preço. Por exemplo, os verdes valiam US$ 0,10 ou nada e os vermelhos até US$ 10.
Os estudos indicaram que o valor alterava o funcionamento neurológico em várias áreas do sistema visual no cérebro. "Quando um objeto tinha sido valioso e sua escolha uma recompensa, o sistema visual o representava de maneira muito mais marcada", indica Serences.
No outro estudo, cientistas da Universidade de Rochester descobriram que o cérebro está mais capacitado para a informação fornecida e, assim, para tomar melhores decisões do que se acreditava.
Segundo Daniel Kahneman e Amos Tversky, ganhadores do Prêmio Nobel em 2007 por pesquisa em neurologia, os seres humanos em raras ocasiões tomam decisões que poderiam ser chamadas de racionais.
No entanto, Alex Pouget, professor de ciências do conhecimento e do cérebro, afirma em seu estudo que, pelo contrário, as pessoas tomam decisões ótimas, mas principalmente quando estas são inconscientes.
Segundo ele, a maior parte das pesquisas tinha sido realizada até agora com as decisões conscientes, "mas a maioria de nossas decisões não é tomada de forma consciente". Como exemplo, lembrou que uma pessoa pensa pouco quando vê uma luz vermelha e pára ou quando evita um obstáculo perigoso.
"Quando começamos a observar as decisões tomadas pelo cérebro sem nosso conhecimento, descobrimos que quase sempre são as corretas e segundo a informação com a qual conta", afirma Pouget.
O cientista explicou que essa capacidade do cérebro foi confirmada em uma série de experiências com voluntários e a principal conclusão é que essa virtude acelera nossa capacidade de empreender uma ação.
"Se tivéssemos que esperar até estar 99% certos de nossa decisão, perderíamos muito tempo acumulando informação desnecessária", conta.