Revista Veja: A Darwin o que é de Darwin

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Acauan
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Revista Veja: A Darwin o que é de Darwin

Mensagem por Acauan »

Revista Veja, edição 2099, 11 de fevereiro de 2009
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Especial
A DARWIN O QUE É DE DARWIN...

As ideias revolucionárias do naturalista inglês, que nasceu há 200 anos, são os pilares da biologia e da genética e estão presentes em muitas áreas da ciência moderna. O mistério é por que tanta gente ainda reluta em aceitar que o homem é o resultado da evolução



Gabriela Carelli

Charles Darwin é um paradoxo moderno. Não sob a ótica da ciência, área em que seu trabalho é plenamente aceito e celebrado como ponto de partida para um grau de conhecimento sem precedentes sobre os seres vivos. Sem a teoria da evolução, a moderna biologia, incluindo a medicina e a biotecnologia, simplesmente não faria sentido. O enigma reside na relutância, quase um mal-estar, que suas ideias causam entre um vasto contingente de pessoas, algumas delas fervorosamente religiosas, outras nem tanto. Veja o que ocorre nos Estados Unidos. O país dispõe das melhores universidades do mundo, detém metade dos cientistas premiados com o Nobel e registra mais patentes do que todos os seus concorrentes diretos somados. Ainda assim, só um em cada dois americanos acredita que o homem possa ser produto de milhões de anos de evolução. O outro considera razoável que nós, e todas as coisas que nos cercam, estejamos aqui por dádiva da criação divina. Mesmo na Inglaterra, país natal de Darwin, o fato de ele ser festejado como herói nacional não impede que um em cada quatro ingleses duvide de suas ideias ou as veja como pura enganação. Na semana em que se comemora o bicentenário de nascimento de Darwin e, por coincidência, no ano do sesquicentenário da publicação de seu livro mais célebre, A Origem das Espécies, como explicar a persistente má vontade para com suas teorias em países campeões na produção científica?

Para investigar a razão pela qual as ideias de Darwin ainda são vistas como perigosas, é preciso recuar no passado. Quando o naturalista inglês pela primeira vez propôs suas teses sobre a evolução pela seleção natural, a maioria dos cientistas acreditava que a Terra não tivesse mais de 6.000 anos de existência, que as maravilhas da natureza fossem uma manifestação da sabedoria divina. A hipótese mais aceita sobre os fósseis de dinossauros era que se tratava de criaturas que perderam o embarque na Arca de Noé e foram extintas pelo dilúvio bíblico. A publicação de A Origem das Espécies teve o efeito de um tsunami na Inglaterra vitoriana. Os biólogos se viram desmentidos em sua certeza de que as espécies são imutáveis. A Igreja ficou perplexa por alguém desafiar o dogma segundo o qual Deus criou o homem à sua semelhança e os animais da forma como os conhecemos. A sociedade se chocou com a tese de que o homem não é um ser especial na natureza e, ainda por cima, tem parentesco com os macacos. Havia, naquele momento, compreensível contestação científica às novas ideias. Darwin havia reunido uma quantidade impressionante de provas empíricas – mas ainda restavam muitas questões sem resposta.

O primeiro exemplar a sair da gráfica foi enviado a sir John Herschel, um dos mais famosos cientistas ingleses vivos em 1859. Darwin tinha tanta admiração por ele que o citou no primeiro parágrafo de A Origem das Espécies. Herschel não gostou do que leu. Ele não podia acreditar, sem provas científicas tangíveis, que as espécies podiam surgir de variações ao acaso. Pressionado, Darwin disse que, se alguém lhe apontasse um único ser vivo que não tivesse um ascendente, sua teoria poderia ser jogada no lixo. O que se encontrou em profusão foram evidências da correção do pensamento de Darwin em seus pontos essenciais. Hoje, para entender a história da evolução, sua narrativa e mecanismo, os modernos darwinistas não precisam conjeturar sobre o funcionamento da hereditariedade. Eles simplesmente consultam as estruturas genéticas. As evidências que sustentam o darwinismo são agora de grande magnitude – mas, estranhamente, a ansiedade permanece.

Outros pilares da ciência moderna, como a teoria da relatividade, de Albert Einstein, não suscitam tanta desconfiança e hostilidade. Raros são aqueles que se sentem incomodados diante da impossibilidade de viajar mais rápido que a luz ou saem à rua em protesto contra a afirmação de que a gravidade deforma o espaço-tempo. Evidentemente, o núcleo incandescente da irritação causada por Darwin tem conotação religiosa. A descoberta dos mecanismos da evolução enfraqueceu o único bom argumento disponível para a existência de Deus. Se Ele não é responsável por todas essas maravilhas da natureza, sua presença só poderia ser realmente sentida na fé de cada indivíduo. Mas isso não explica tudo. Em 1920, ao escrever sobre o impacto da divulgação das ideias darwinistas, Sigmund Freud deu seu palpite: "Ao longo do tempo, a humanidade teve de suportar dois grandes golpes em sua autoestima. O primeiro foi constatar que a Terra não é o centro do universo. O segundo ocorreu quando a biologia desmentiu a natureza especial do homem e o relegou à posição de mero descendente do mundo animal". Pelo raciocínio do pai da psicanálise, a rejeição à teoria da evolução seria uma forma de compensar o "rebaixamento" da espécie humana contido nas ideias de Copérnico e Darwin.

O biólogo americano Stephen Jay Gould, um dos grandes teóricos do evolucionismo no século XX, morto em 2002, dizia que as teorias de Darwin são tão mal compreendidas não porque sejam complexas, mas porque muita gente evita compreendê-las. Concordar com Darwin significa aceitar que a existência de todos os seres vivos é regida pelo acaso e que não há nenhum propósito elevado no caminho do homem na Terra. Disse a VEJA o biólogo americano David Sloan Wilson, da Universidade Binghamton: "As grandes ideias e teorias são aceitas ou rejeitadas popularmente por suas consequências, não pelo seu valor intrínseco. Infelizmente, a evolução é percebida por muitos como uma arma projetada para destruir a religião, a moral e o potencial dos seres humanos". Uma pesquisa publicada pela revista New Scientist sobre a aceitação do darwinismo ao redor do mundo mostra que os mais ardentes defensores da evolução estão na Islândia, Dinamarca e Suécia. De modo geral, a crença na evolução é inversamente proporcional à crença em Deus. Mas a pesquisa encontrou outra configuração interessante: os habitantes dos países ricos acreditam menos em Deus que aqueles que vivem em países inseguros. Isso pode significar que a crença em Deus e a rejeição do evolucionismo são mais intensas nas sociedades sujeitas às pressões darwinistas, como escreveu a revista Economist.

Fotos Latinstock e David Ball/Corbis/Latinstock
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O medo do inferno
Muito religiosa, Emma, a mulher de Darwin, temia que o marido fosse para o inferno. Ela dava por certo que iria para o céu e sofria com a ideia de ficarem separados pela eternidade. À direita, a casa da família, nos arredores de Londres: nela, Darwin viveu e trabalhou por quarenta anos



A teoria da evolução causa mal-estar em muita gente – mas só algumas confissões evangélicas converteram o darwinismo em um inimigo a ser combatido a todo custo. Como essas religiões são poderosas nos Estados Unidos, é lá que se trava o mais renhido combate dessa guerra santa. Ciência e religião já andaram de mãos dadas pela maior parte da história da humanidade (veja reportagem). Mas esse nó se desatou há dois séculos e Darwin foi um dos responsáveis por esse divórcio amigável, com nítidas vantagens para ambos os lados.

Desde o ano passado, o bordão entre os criacionistas americanos é "liberdade acadêmica". A ideia que tentam passar é que o darwinismo é apenas uma teoria, não um fato, e ainda por cima está cheio de lacunas e é carente de provas conclusivas. Sendo assim, não há por que Darwin merecer maior destaque que o criacionismo. O argumento é de evidente má-fé. Em seu significado comum, teoria é sinônimo de hipótese, de achismo. A teoria da evolução de Darwin usa o termo em sua conotação científica. Nesse caso, a teoria é uma síntese de um vasto campo de conhecimentos formado por hipóteses que foram testadas e comprovadas por leis e fatos científicos. Ou seja, uma linha de raciocínio confirmada por evidências e experimentos. Por isso, quando é ensinado numa aula de religião, o gênesis está em local apropriado. Colocado em qualquer outro contexto, só serve para confundir os estudantes sobre a natureza da ciência.

A ciência não tem respostas para todas as perguntas. Não sabe, por exemplo, o que existia antes do Big Bang, que deu origem ao universo há 13,7 bilhões de anos. Nosso conhecimento só começa três minutos depois do evento, quando as leis da física passaram a existir. Os cientistas também não são capazes de recriar a vida a partir de uma poça de água e alguns elementos químicos – o que se acredita ter acontecido 4,5 bilhões de anos atrás. A mão de Deus teria contribuído para que esses eventos primordiais tenham ocorrido? Não cabe à ciência responder enquanto não houver provas científicas do que aconteceu. O fato é que a luta dos criacionistas contra Darwin nada tem de científica. Em sua profissão de fé, eles têm o pleno direito de acreditar que Deus criou o mundo e tudo o que existe nele. Coisa bem diferente é querer impingir essa maneira de enxergar a natureza às crianças em idade escolar, renegando fatos comprovados pela ciência. Essa atitude nega às crianças os fundamentos da razão, substituindo-os pelo pensamento sobrenatural.

Manda o bom senso que não se misturem ciência e religião. A primeira perscruta os mistérios do mundo físico; a segunda, os do mundo espiritual. Elas não necessariamente se eliminam. Há cientistas eminentes que creem em Deus e não veem nisso nenhuma contradição com o darwinismo. O mais conhecido deles é o biólogo americano Francis Collins, um dos responsáveis pelo mapeamento do DNA humano. Diz ele: "Usar as ferramentas da ciência para discutir religião é uma atitude imprópria e equivocada. A Bíblia não é um livro científico. Não deve ser levado ao pé da letra". A Igreja Católica aceitou há bastante tempo que sua atribuição é cuidar da alma de seu 1 bilhão de fiéis e que o mundo físico é mais bem explicado pela ciência. O Vaticano até organizará em março o simpósio "Evolução biológica: fatos e teorias – Uma avaliação crítica 150 anos depois de A Origem das Espécies".

Em A Origem das Espécies, num raciocínio que cabe em poucas linhas mas expressa ideias de alcance gigantesco, Darwin produziu uma revolução que alteraria para sempre os rumos da ciência. Ele mostrou que todas as espécies descendem de um ancestral comum, uma forma de vida simples e primitiva. Darwin demonstrou também que, pelo processo que batizou de seleção natural, as espécies evoluem ao longo das eras, sofrendo mutações aleatórias que são transmitidas a seus descendentes. Essas mutações podem determinar a permanência da espécie na Terra ou sua extinção – dependendo da capacidade de adaptação ao ambiente. Uma década depois da publicação de seu livro seminal, o impacto das ideias de Darwin se multiplicaria por mil com o lançamento de A Descendência do Homem, obra em que mostra que o ser humano e os macacos divergiram de um mesmo ancestral, há 4 milhões de anos.

O embate entre evolucionistas e criacionistas teria causado um desgosto profundo a Darwin, que era religioso e chegou a se preparar para ser pastor da Igreja Anglicana. Esse plano foi interrompido pela fantástica aventura que protagonizou entre 1831 e 1836, em viagem a bordo do Beagle, um pequeno navio de exploração científica, numa das passagens mais conhecidas da história da ciência. Aos 22 anos, Darwin embarcou no Beagle para servir de acompanhante ao capitão do barco, o aristocrata inglês Robert Fitzroy. Durante a viagem, que se estendeu por quatro continentes, Darwin deu vazão à curiosidade sobre o mundo natural que o acompanhava desde a infância. Até a volta à Inglaterra, havia recolhido 1 529 espécies em frascos com álcool e 3 907 espécimes preservados. Darwin escreveu um diário de 770 páginas, no qual relata suas experiências nos lugares por onde passou. No Brasil, visitou o Rio de Janeiro e a Bahia, extasiando-se com a biodiversidade da Mata Atlântica – mas ficou horrorizado com a escravidão e com a maneira como os escravos eram tratados.

Frans Lanting/Corbis/Latinstock
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O pescoço da girafa
Anterior a Darwin, o naturalista francês Lamarck elaborou a primeira teoria da evolução. Para ele, o pescoço da girafa teria esticado para colher folhas e frutos no alto das árvores. A seleção natural de Darwin explica melhor: em grandes períodos de seca, só os animais de pescoço mais longo conseguiam se alimentar, o que favoreceu a reprodução dos pescoçudos


Durante a viagem, Darwin fez as principais observações que o levariam a formular a teoria da evolução pela seleção natural. Grande parte delas teve como cenário as Ilhas Galápagos, no Oceano Pacífico. Lá, reparou que muitas das espécies eram semelhantes às que existiam no continente, mas apresentavam pequenas diferenças de uma ilha para outra. Chamaram sua atenção, principalmente, os tentilhões, pássaros cujo bico apresentava um formato em cada ilha, de acordo com o tipo de alimentação disponível. A única explicação para isso seria que as primeiras espécies de animais chegaram às ilhas vindas do continente. Depois, desenvolveram características diferentes, de acordo com as condições do ambiente de cada ilha. Era a prova da evolução. Mais recentemente, ao estudarem os mesmos tentilhões das Ilhas Galápagos, grupos de biólogos observaram a evolução ocorrer em tempo real. Os pássaros evoluíam de um ano para outro, de acordo com as mudanças nas condições climáticas da ilha. Darwin, que definiu a evolução como um processo invariavelmente longo, através das eras, ficaria espantado com as novas descobertas em seu parque de diversões científico.

Ao retornar à Inglaterra, após a viagem do Beagle, Darwin foi amadurecendo a teoria da evolução e começou a escrever A Origem das Espécies dois anos depois, em 1838. Só publicou o volume, no entanto, após 21 anos. Ele sabia do potencial explosivo de suas ideias na ultraconservadora Inglaterra do século XIX – da qual, ele próprio, era um legítimo representante. Elaborar uma teoria que ia contra os dogmas da Bíblia era, para Darwin, motivo de enorme angústia. Não colaboravam em nada os temores de sua mulher, Emma, de que, por causa de suas ideias, Darwin fosse para o inferno após a morte, enquanto ela iria para o céu – com isso, eles estariam condenados a viver separados na vida eterna. Darwin nunca declarou que a Bíblia estava errada. Manteve a fé religiosa até os últimos anos de vida, quando se declarou agnóstico – segundo seus biógrafos, sob o impacto da morte da filha Annie, aos 10 anos de idade.

Após o lançamento de A Origem das Espécies, um best-seller que esgotou rapidamente cinco edições, os cientistas não demoraram a aceitar a proposta de que as plantas e os animais evoluem e se modificam ao longo das eras. Na verdade, essa ideia chegou a ser formulada por outros cientistas, inclusive pelo avô de Darwin, o filósofo Erasmus Darwin. A noção de que a evolução das espécies se dá pela seleção natural, no entanto, é original de Charles Darwin, e só foi aceita integralmente depois da descoberta da estrutura do DNA, em 1953. Darwin atribuiu a transmissão de características entre as gerações a células chamadas gêmulas, que se desprenderiam dos tecidos e viajariam pelo corpo até os órgãos sexuais. Lá chegando, seriam copiadas e passadas às gerações seguintes. Os estudos feitos com ervilhas pelo monge austríaco Gregor Mendel na segunda metade do século XIX, mas aos quais a comunidade científica só deu importância no início do século XX, estabeleceram a ideia básica da genética moderna, a de que as características de cada indivíduo são transmitidas de pais para filhos pelo que ele chamou de "fatores", e hoje se conhece como genes. Com as ervilhas de Mendel, o processo concebido por Darwin teve comprovação científica. A descoberta da dupla hélice do DNA, pelos cientistas James Watson e Francis Crick, em 1953, finalmente esclareceu o mecanismo por meio do qual a informação genética é transmitida através das sucessivas gerações. Hoje, os biólogos se dedicam a responder a questões ainda em aberto no evolucionismo, como quais são exatamente as mudanças genéticas que provocam as adaptações produzidas pela seleção natural. É espantoso que, enquanto continuam a desbravar territórios na ciência, as ideias de Darwin ainda despertem tanto temor.

Com reportagem de Leandro Narloch, Paula Neiva e Renata Moraes



Veja também:

Os cinco pilares do darwinismo

Quadro: A trajetória da vida e o caminho do Homem

Quadro: Cinco anos no mar

Quadro: As pegadas da evolução

Quadro: Adversários famosos da evolução
Nós, Índios.

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Re: Revista Veja: A Darwin o que é de Darwin

Mensagem por Fernando Silva »

Um resumo bem escrito da situação. Para guardar e citar.

Pena que os links requeiram login e senha.

Chris Jackson
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Re: Revista Veja: A Darwin o que é de Darwin

Mensagem por Chris Jackson »

Daqui a 2 semanas, as áreas protegidas devem estar liberadas para quem quiser ver, independente de ser cadastrado ou não.

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O ENCOSTO
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Re: Revista Veja: A Darwin o que é de Darwin

Mensagem por O ENCOSTO »

mais uma materia idiota da veja
O ENCOSTO


http://www.manualdochurrasco.com.br/
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Onde houver fé, levarei a dúvida.

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Sorrelfa
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Re: Revista Veja: A Darwin o que é de Darwin

Mensagem por Sorrelfa »

"...Mas esse nó se desatou há dois séculos e Darwin foi um dos responsáveis por esse divórcio amigável, com nítidas vantagens para ambos os lados.".


De que diabos esse cara está falando ?
Esse trecho de tão bobo, só pode estar na matéria para dar uma suavizada nela e torna-la mais "tragável" a leitores religiosos...
Vendo a justificável insistência de todos, humildemente sou forçado à admitir que sou um cara incrível !

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Deise Garcia
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Re: Revista Veja: A Darwin o que é de Darwin

Mensagem por Deise Garcia »

Que não se perca de vista que a teoria da evolução não é obra de Darwin! Mas como diz Amit Goswami: - muitos cientistas sofrem da síndrome "vejo a coisa quando acredito nela".
Nascer, morrer, renascer ainda e progredir sempre, tal é a lei.

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O ENCOSTO
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Re: Revista Veja: A Darwin o que é de Darwin

Mensagem por O ENCOSTO »

Sorrelfa escreveu:
"...Mas esse nó se desatou há dois séculos e Darwin foi um dos responsáveis por esse divórcio amigável, com nítidas vantagens para ambos os lados.".


De que diabos esse cara está falando ?
Esse trecho de tão bobo, só pode estar na matéria para dar uma suavizada nela e torna-la mais "tragável" a leitores religiosos...



Não se pode esperar muito da Veja. Só essa linha tira toda a credibilidade do texto.
O ENCOSTO


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Mensageiro.2
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Re: Revista Veja: A Darwin o que é de Darwin

Mensagem por Mensageiro.2 »

Agentes secretos do Design Inteligente infiltrados na redação de VEJA obtiveram cópia de uma das capas sugeridas da edição especial celebrando os 200 anos de Darwin (clique na capa ao lado para ampliá-la). Após intensa discussão sobre qual capa escolher, apesar desta ter sido a capa preferida de Eurípedes Alcântara, diretor de Redação de VEJA, ele foi voto vencido.

Mais uma vez, por razões mais do que conhecidas e seguindo a relação despudoradamente incestuosa da Grande Mídia Tupiniquim e a Nomenklatura científica de nada publicar contra Darwin, a capa da edição de VEJA de louvaminhice, de beija-mão e beija-pé de Darwin, oops, comemorativa dos 200 anos de Darwin será outra.

Os agentes do DI infiltrados na redação de VEJA ainda permanecem lá correndo risco de serem descobertos pela tropa de choque do André Petry. Em breve teremos mais novidades de interesse público que é discutido à boca pequena por Eurípedes Alcântara, Mario Sabino, Roberto Civita e os principais editores de VEJA tentando vencer a síndrome ricuperiana de “o que Darwin tem de bom, a gente mostra; o que Darwin tem de ruim, a gente esconde”.

A Nomenklatura científica treme, só de saber que isso está sendo discutido na redação da maior revista semanal do Brasil, e que foi apodada de VESGA por não praticar jornalismo objetivo, pluralista e moderno. Do jeito que está, a VEJA e o resto da Grande Mídia estão em descompasso com a verdade das evidências científicas que teimam não corroborar as especulações transformistas de Darwin em um contexto de justificação teórica.

Eurípdes Alcântara é a favor dessas mudanças, mas sofre grandes resistências da parte do lobby de Darwin.


http://pos-darwinista.blogspot.com/2009 ... -veja.html

A choradeira desses merdas é triste.

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Botanico
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Re: Revista Veja: A Darwin o que é de Darwin

Mensagem por Botanico »

Na Folha deste domingo também saiu umas reportagens interessantes, inclusive uma entrevista com um bisneto de Darwin, que é biólogo e fez pesquisas no Brasil.

Mas o mais interessante foi uma pesquisa feita na Inglaterra onde se demonstrou que o tal projeto inteligente tem ampla aceitação entre os ingleses. E melhor ainda quando se apontou que uma das causas disso foi o Dawkings e a sua cruzada ateísta. O ataque violento chama a atenção, mas os líderes religiosos o captaram muito bem para jogá-lo ao seu público: evolução = ateísmo. Daí então o povão ficou horrorizado com a evolução e, por desconhecer o assunto, passou a crer mais no projeto inteligente...

É por isso que nós espíritas, ao menos os bem informados, temos muita estima pelo Padre Quevedo. Se somos mais numerosos do que deveríamos ser, foi graças ao trabalho de propaganda que ele fez por nós com seus ataques virulentos...

Obrigado Quevedo e que Turatti o suceda!

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Darkside
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Re: Revista Veja: A Darwin o que é de Darwin

Mensagem por Darkside »

Botanico escreveu:Mas o mais interessante foi uma pesquisa feita na Inglaterra onde se demonstrou que o tal projeto inteligente tem ampla aceitação entre os ingleses. E melhor ainda quando se apontou que uma das causas disso foi o Dawkings e a sua cruzada ateísta. O ataque violento chama a atenção, mas os líderes religiosos o captaram muito bem para jogá-lo ao seu público: evolução = ateísmo. Daí então o povão ficou horrorizado com a evolução e, por desconhecer o assunto, passou a crer mais no projeto inteligente...

É por isso que nós espíritas, ao menos os bem informados, temos muita estima pelo Padre Quevedo. Se somos mais numerosos do que deveríamos ser, foi graças ao trabalho de propaganda que ele fez por nós com seus ataque furibundos...


Let me get this straight...

Então você considera válido o esforço religioso de distorcer uma verdade científica para arrebanhar mais gente?
"Temos uma coisa muito mais extraordinária: não só se consegue que uma mesa se mova magnetizando-a, como também que fale. Interrogada, ela responde."

Alan Kardec, Obras Póstumas Pág. 237

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Discernimento
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Re: Revista Veja: A Darwin o que é de Darwin

Mensagem por Discernimento »

Veja, edição 1964 de 12 de julho de 2006 escreveu:Imagem

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Botanico
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Re: Revista Veja: A Darwin o que é de Darwin

Mensagem por Botanico »

Darkside escreveu:
Botanico escreveu:Mas o mais interessante foi uma pesquisa feita na Inglaterra onde se demonstrou que o tal projeto inteligente tem ampla aceitação entre os ingleses. E melhor ainda quando se apontou que uma das causas disso foi o Dawkings e a sua cruzada ateísta. O ataque violento chama a atenção, mas os líderes religiosos o captaram muito bem para jogá-lo ao seu público: evolução = ateísmo. Daí então o povão ficou horrorizado com a evolução e, por desconhecer o assunto, passou a crer mais no projeto inteligente...

É por isso que nós espíritas, ao menos os bem informados, temos muita estima pelo Padre Quevedo. Se somos mais numerosos do que deveríamos ser, foi graças ao trabalho de propaganda que ele fez por nós com seus ataque furibundos...


Let me get this straight...

Então você considera válido o esforço religioso de distorcer uma verdade científica para arrebanhar mais gente?


Não.
Mas noto que o pessoal científico, ao menos esses militantes como o Dawkings, não têm malícia da coisa. Não sabem lidar com o público e como conquistá-lo para a sua causa. Pensam que é só arrasar com as tolices e superstições ensinadas nas igrejas e pronto! E é aí que se enganaram, pois o motivo do povão estar na igreja NÃO É CIENTÍFICO.

E o cara não percebeu essa. Entrou no templo, atirando no que viu e no que não viu e aí ganhou a antipatia de todos. Ele tem é de cuidar do pedaço dele: o seu reduto científico. É nesse nosso pedaço que temos de tirar os religiosos de lá. Quando chegam os crentes querendo que se ensine o Criacionismo nos moldes bíblicos, então é a nossa vez de cobrar-lhes a cientificidade desse tal criacionismo. Se não puderem provar que é científico, então teremos o nosso argumento ganho: aqui é para se ensinar CIÊNCIA; religião é para ser ensinada nas suas igrejas. Nós ficamos cá e vocês lá e fim de papo.

Dawkings & Cia Bela parecem ter atirado em tudo de uma só vez e aí assustou a todos. Ele poderia refutar as pseudociências, mas ter deixado o Deus fora da estória. E os leitores que concluíssem o que bem entendessem sobre o Divino... Mas tendo atirado neste também, aí ele deu aos clérigos a munição que precisavam para ganhar o povão para a causa deles.

Um dia quem sabe essa gente cientificista aprende.

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Darkside
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Re: Revista Veja: A Darwin o que é de Darwin

Mensagem por Darkside »

Botanico escreveu:Não.
Mas noto que o pessoal científico, ao menos esses militantes como o Dawkings, não têm malícia da coisa. Não sabem lidar com o público e como conquistá-lo para a sua causa. Pensam que é só arrasar com as tolices e superstições ensinadas nas igrejas e pronto! E é aí que se enganaram, pois o motivo do povão estar na igreja NÃO É CIENTÍFICO.

E o cara não percebeu essa. Entrou no templo, atirando no que viu e no que não viu e aí ganhou a antipatia de todos. Ele tem é de cuidar do pedaço dele: o seu reduto científico. É nesse nosso pedaço que temos de tirar os religiosos de lá. Quando chegam os crentes querendo que se ensine o Criacionismo nos moldes bíblicos, então é a nossa vez de cobrar-lhes a cientificidade desse tal criacionismo. Se não puderem provar que é científico, então teremos o nosso argumento ganho: aqui é para se ensinar CIÊNCIA; religião é para ser ensinada nas suas igrejas. Nós ficamos cá e vocês lá e fim de papo.

Dawkings & Cia Bela parecem ter atirado em tudo de uma só vez e aí assustou a todos. Ele poderia refutar as pseudociências, mas ter deixado o Deus fora da estória. E os leitores que concluíssem o que bem entendessem sobre o Divino... Mas tendo atirado neste também, aí ele deu aos clérigos a munição que precisavam para ganhar o povão para a causa deles.

Um dia quem sabe essa gente cientificista aprende.



Eu também acho que é a ciência que acaba afastando as pessoas do misticismo, mas há um porém. A religião não é inatacável, qualquer um pode questionar a existência de deus e divulgar o quanto quiser que deus não existe. Se ninguém questionar as religiões, as pessoas acabam não se aproximando da ciência quando a religião se apresenta como se fosse a verdade ao invés dela.

Essa "terapia de choque" pode causar espanto na sociedade agora, mas creio que com o tempo as pessoas vão passar a respeitar mais a divulgação ateísta.
"Temos uma coisa muito mais extraordinária: não só se consegue que uma mesa se mova magnetizando-a, como também que fale. Interrogada, ela responde."

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joaomichelazzo
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Re: Revista Veja: A Darwin o que é de Darwin

Mensagem por joaomichelazzo »

Darkside escreveu:
Botanico escreveu:Não.
Mas noto que o pessoal científico, ao menos esses militantes como o Dawkings, não têm malícia da coisa. Não sabem lidar com o público e como conquistá-lo para a sua causa. Pensam que é só arrasar com as tolices e superstições ensinadas nas igrejas e pronto! E é aí que se enganaram, pois o motivo do povão estar na igreja NÃO É CIENTÍFICO.

E o cara não percebeu essa. Entrou no templo, atirando no que viu e no que não viu e aí ganhou a antipatia de todos. Ele tem é de cuidar do pedaço dele: o seu reduto científico. É nesse nosso pedaço que temos de tirar os religiosos de lá. Quando chegam os crentes querendo que se ensine o Criacionismo nos moldes bíblicos, então é a nossa vez de cobrar-lhes a cientificidade desse tal criacionismo. Se não puderem provar que é científico, então teremos o nosso argumento ganho: aqui é para se ensinar CIÊNCIA; religião é para ser ensinada nas suas igrejas. Nós ficamos cá e vocês lá e fim de papo.

Dawkings & Cia Bela parecem ter atirado em tudo de uma só vez e aí assustou a todos. Ele poderia refutar as pseudociências, mas ter deixado o Deus fora da estória. E os leitores que concluíssem o que bem entendessem sobre o Divino... Mas tendo atirado neste também, aí ele deu aos clérigos a munição que precisavam para ganhar o povão para a causa deles.

Um dia quem sabe essa gente cientificista aprende.



Eu também acho que é a ciência que acaba afastando as pessoas do misticismo, mas há um porém. A religião não é inatacável, qualquer um pode questionar a existência de deus e divulgar o quanto quiser que deus não existe. Se ninguém questionar as religiões, as pessoas acabam não se aproximando da ciência quando a religião se apresenta como se fosse a verdade ao invés dela.

Essa "terapia de choque" pode causar espanto na sociedade agora, mas creio que com o tempo as pessoas vão passar a respeitar mais a divulgação ateísta.


Eu acho a maneira que George Carlin aboradava o tema religião mais interessante e postivivo que o Dawkings.
Acho que o fato de ser um comediante ajudava muito, pois o cara era muito sarcástico.
O Dawkings já chega "metendo o pé"....
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Suyndara
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Re: Revista Veja: A Darwin o que é de Darwin

Mensagem por Suyndara »

Já devo ter comentado antes...mas...

Não gosto do Dawkins :emoticon12: :emoticon12:

Ele é grosseiro e fala muita besteiras (em termos de evolução mesmo), seria bom se ele divulgasse só o ateísmo, que é o que ele mais entende...

[]s
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Botanico
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Re: Revista Veja: A Darwin o que é de Darwin

Mensagem por Botanico »

Darkside escreveu:Eu também acho que é a ciência que acaba afastando as pessoas do misticismo, mas há um porém. A religião não é inatacável, qualquer um pode questionar a existência de deus e divulgar o quanto quiser que deus não existe. Se ninguém questionar as religiões, as pessoas acabam não se aproximando da ciência quando a religião se apresenta como se fosse a verdade ao invés dela.

Essa "terapia de choque" pode causar espanto na sociedade agora, mas creio que com o tempo as pessoas vão passar a respeitar mais a divulgação ateísta.


O problema nem é da Ciência e sim dos homens que fazem a Ciência que, por serem aparentemente incapazes de entender outro raciocínio que não seja o científico, acabam se metendo com o que não é da alçada deles. Os homens de ciência são doutrinados a crer que o raciocínio científico é eminentemente correto (quer dizer: científico = necessariamente verdadeiro) e daí então querem aplicar tal raciocínio onde ele é INAPLICÁVEL.

O misticismo tem raízes outras cuja razão não é a mesma passível de ser analisada cientificamente. Daí então combater o misticismo recorrendo à ciência acaba sendo um tiro na água. Podemos demonstrar que cientificamente alguns postulados místicos, como a criação do Universo em 6 dias há 6.000 anos está cientificamente errada. Mas a pessoa que crê neste postulado místico crê por condicionamento. Se ela duvida, virão outros crentes condicionados iguais, que lhe apresentarão argumentos pseudocientíficos (veja que até esses crentes acham que científico é sinônimo de ser necessariamente verdadeiro!) e a deixarão mais tranquila.

Questionar a existência de Deus NÃO É CIENTÍFICO: é filosófico, teológico, místico, sabe-se lá o que, mas não é assunto do qual um cientista devesse se ocupar, a não ser que seja para preencher o seu tempo de folga.

Além disso, a natureza (ao menos a humana) tem horror ao vácuo. Liquidar com Deus, mas não colocar outro Deus no seu lugar vai ser como trocar seis por meia-dúzia (nos dois sentidos).

É isso.

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Botanico
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Re: Revista Veja: A Darwin o que é de Darwin

Mensagem por Botanico »

Suyndara escreveu:Já devo ter comentado antes...mas...

Não gosto do Dawkins :emoticon12: :emoticon12:

Ele é grosseiro e fala muita besteiras (em termos de evolução mesmo), seria bom se ele divulgasse só o ateísmo, que é o que ele mais entende...

[]s


Vá dizer isso lá pra besta quadrada...

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Suyndara
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Re: Revista Veja: A Darwin o que é de Darwin

Mensagem por Suyndara »

Botanico escreveu:
Suyndara escreveu:Já devo ter comentado antes...mas...

Não gosto do Dawkins :emoticon12: :emoticon12:

Ele é grosseiro e fala muita besteiras (em termos de evolução mesmo), seria bom se ele divulgasse só o ateísmo, que é o que ele mais entende...

[]s


Vá dizer isso lá pra besta quadrada...


Pra quem? Pro Dawkins? :emoticon5:

Ele sabe bem que os biólogos evolutivos não são fãs dele :emoticon45:
"Deus empurra para a morte tudo o que lhe resiste. Em primeiro lugar a razão, depois a inteligência e o espírito crítico" (Onfray)

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Trancado