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A Religião é o ópio do povo, mas...
Enviado: 09 Mar 2009, 10:38
por Insane_Boy
Acreditar em Deus reduz ansiedade e estresse, diz estudoAcreditar em Deus pode ajudar a acabar com a ansiedade e reduzir o estresse, segundo um estudo da Universidade de Toronto, no Canadá. A pesquisa, publicada na revista "Psychological Science", envolveu a comparação das reações cerebrais em pessoas de diferentes religiões e em ateus, quando submetidos a uma série de testes.
Segundo os cientistas, quanto mais fé os voluntários tinham, mais tranquilos eles se mostravam diante das tarefas, mesmo quando cometiam erros.
Os pesquisadores afirmam que os participantes que obtiveram melhor resultado nos testes não eram fundamentalistas, mas acreditavam que "Deus deu sentido a suas vidas".
Comparados com os ateus, eles mostraram menos atividade no chamado córtex cingulado anterior, a área do cérebro que ajuda a modificar o comportamento ao sinalizar quando são necessários mais atenção e controle, geralmente como resultado de algum acontecimento que produz ansiedade, como cometer um erro.
"Esta parte do cérebro é como um alarme que toca quando uma pessoa comete um erro ou se sente insegura", disse Michael Inzlicht, professor de psicologia e coordenador da pesquisa. "Os voluntários religiosos ou que simplesmente acreditavam em Deus mostraram muito menos atividade nesta região. Eles são muito menos ansiosos e se sentem menos estressados quando cometem um erro."
O cientista, no entanto, lembra que a ansiedade é "uma faca de dois gumes", necessária e útil em algumas situações.
"Claro que a ansiedade pode ser negativa, porque se você sofre repetidamente com o problema, pode ficar paralisado pelo medo", explicou. "Mas ela tem uma função muito útil, que é nos avisar quando estamos fazendo algo errado. Se você não se sentir ansioso com um erro, que ímpeto vai ter para mudar ou melhorar para não voltar a repetir o mesmo erro?".
Os voluntários religiosos eram cristãos, muçulmanos, hinduístas ou budistas.
Grupos ateus argumentaram que o estudo não prova que Deus existe, apenas mostra que ter uma crença é benéfico.
Fonte:
http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0, ... STUDO.htmlOlha, até que faz sentido. O que vocês acham?
Re: A Religião é o ópio do povo, mas...
Enviado: 09 Mar 2009, 11:29
por Jeanioz
Significa que procurar a razão de tudo só causa estresse. "Fo Deus" é algo mais traquilizante, simples e prático.
Tem jeito não...
Re: A Religião é o ópio do povo, mas...
Enviado: 09 Mar 2009, 12:35
por Fernando Silva
Significa também que nem todo mundo tem condições de ser ateu.
Quem precisa da religião vai se agarrar a ela mesmo que sua razão lhe diga que é besteira.
Conheço gente assim.
Re: A Religião é o ópio do povo, mas...
Enviado: 09 Mar 2009, 12:57
por Benetton
Fonte :
G1 - Portal de Notícias da GloboConselho para ateusJohn Tierney
Do 'New York Times' Sendo assim, o que um ateu deveria fazer em 2009? O conselho de McCullough é tentar participar de alguns dos mecanismos religiosos que parecem aumentar a autocontrole, como a meditação particular ou até o envolvimento público com uma organização com fortes ideais. Pessoas religiosas, ele disse, são autocontroladas não simplesmente porque temem a ira de Deus, mas porque absorveram os ideais de sua religião em seu próprio sistema de valores, e deram aos seus objetivos pessoais uma aura de santidade. Ele sugeriu que os descrentes tentem uma versão pagã dessa estratégia.
"As pessoas podem ter valores sagrados sem serem valores religiosos", ele disse.
"A autoconfiança pode ser um valor sagrado para você, que é relevante para economizar dinheiro. A preocupação com os outros pode ser um valor sagrado, relevante para reservar um tempo para o trabalho voluntário. Você pode pensar em quais são os valores sagrados para você e fazer promessas de Ano Novo condizentes com eles."Obviamente, é necessário um pouco de autocontrole para realizar esse exercício – e talvez um esforço maior do que ir à igreja.
"Valores sagrados já vêm pré-fabricados para devotos religiosos", afirmou McCullough.
"A crença de que Deus tem preferências sobre seu comportamento e os objetivos estabelecidos por você mesmo para sua vida deve ser a avó de todos os mecanismos psicológicos para motivar as pessoas a perseguir suas metas. Isso pode ajudar a explicar por que a crença em Deus tem sido tão persistente em todas as épocas."
Re: A Religião é o ópio do povo, mas...
Enviado: 09 Mar 2009, 13:17
por Suyndara
Concordo, nem todos podem ser ateus...
Algumas pessoas possuem uma necessidade profunda de se agarrar em alguma fé.
Re: A Religião é o ópio do povo, mas...
Enviado: 09 Mar 2009, 13:20
por Jeanioz
Somente Os Escolhidos podem ser Incréus!!!!!!!11

Re: A Religião é o ópio do povo, mas...
Enviado: 09 Mar 2009, 14:03
por Pedro Reis
A minha tese é a de que religião é a elaboração da superstição e faz parte da natureza humana por ter sido um mecanismo evolucionário desenvolvido na nossa espécie para que pudessemos suportar uma inteligência que imagina e antecipa o futuro.
Os outros animais não precisam lidar com questões existenciais e a sua ansiedade ocorre apenas nos momentos de real perigo. Mas se ele sobrevive ao predador então no instante seguinte já está ocupado em acasalar ou procurar alimento.
O homem quando saía com sua tosca lança para caçar o mamute era capaz de antecipar as coisas terríveis que poderiam lhe acontecer. Como lidar com isso e não ficar paralisado pelo medo? Como se relacionar com um ambiente hostil que ele não compreendia e não controlava e não ficar paralisado pelo medo, consumido pela angústia? A superstição é um mecanismo de defesa psicológico que ajuda a resolver o problema. Acreditar que um amuleto ou um ritual poderia lhe proteger estruturava emocionalmente o homem para existir neste mundo terrível e maravilhoso.
Com o tempo a superstição se transformou em religião, ajudando também a lidar com as questões existenciais como a morte, a própria e a dos que amamos. Por isso eu creio que religião não é algo
imposto pela cultura mas uma necessidade humana e até mesmo um descrente pode ser vir tentado a
preces em momentos de impotência diante da vida.
Re: A Religião é o ópio do povo, mas...
Enviado: 09 Mar 2009, 14:28
por Joe
Até parece que para ter auto-controle a religião é o certo, como se a arte marcial fosse esquecida.
Re: A Religião é o ópio do povo, mas...
Enviado: 09 Mar 2009, 15:16
por Darkside
A fé não é um composto químico que você poda testar em um laboratório com resultados que sempre serão semelhantes em organismos semelhantes.
O problema desses estudos é sugerir que a fé é algo tão simples que você pode dividir o mundo entre crentes e descrentes, onde os dois grupos possuem comportamentos padronizados. Os religiosos discordam uns dos outros muito mais do que os ateus e céticos, pessoas que possuem total liberdade de pensamento em suas condições, e isso é só uma das evidências de como esse conceito está errado.
Seria impossível para um ateu ou cético se tornar racionalmente o tipo de teísta que esse estudo pesquisou, ele teria que abandonar o seu ceticismo e esquecer de alguma maneira todos os motivos que o levaram a se tornar ateu, por mais realistas ou concretos que fossem. Se eu passasse a acreditar no deus cristão, nunca conseguiria viver em paz com a crença de que existe um inferno, que eu desobedeço o tempo inteiro a um deus rancoroso ao extremo, que eu possuo um monte de obrigações santas impossíveis de cumprir e por aí vai...
A ignorância é uma benção? Discordo...
Re: A Religião é o ópio do povo, mas...
Enviado: 09 Mar 2009, 18:11
por Apo
Benetton escreveu:Fonte :
G1 - Portal de Notícias da GloboConselho para ateusJohn Tierney
Do 'New York Times' Sendo assim, o que um ateu deveria fazer em 2009? O conselho de McCullough é tentar participar de alguns dos mecanismos religiosos que parecem aumentar a autocontrole, como a meditação particular ou até o envolvimento público com uma organização com fortes ideais. Pessoas religiosas, ele disse, são autocontroladas não simplesmente porque temem a ira de Deus, mas porque absorveram os ideais de sua religião em seu próprio sistema de valores, e deram aos seus objetivos pessoais uma aura de santidade. Ele sugeriu que os descrentes tentem uma versão pagã dessa estratégia.
"As pessoas podem ter valores sagrados sem serem valores religiosos", ele disse.
"A autoconfiança pode ser um valor sagrado para você, que é relevante para economizar dinheiro. A preocupação com os outros pode ser um valor sagrado, relevante para reservar um tempo para o trabalho voluntário. Você pode pensar em quais são os valores sagrados para você e fazer promessas de Ano Novo condizentes com eles."Obviamente, é necessário um pouco de autocontrole para realizar esse exercício – e talvez um esforço maior do que ir à igreja.
"Valores sagrados já vêm pré-fabricados para devotos religiosos", afirmou McCullough.
"A crença de que Deus tem preferências sobre seu comportamento e os objetivos estabelecidos por você mesmo para sua vida deve ser a avó de todos os mecanismos psicológicos para motivar as pessoas a perseguir suas metas. Isso pode ajudar a explicar por que a crença em Deus tem sido tão persistente em todas as épocas."
Nossa...quanta asneira junta.
A história mostra o quanto os religiosos são controlados...tsctsc
Psicólogo? Parei aqui.
Re: A Religião é o ópio do povo, mas...
Enviado: 09 Mar 2009, 18:50
por clara campos
Insane_Boy escreveu:Acreditar em Deus reduz ansiedade e estresse, diz estudo
Acreditar em Deus pode ajudar a acabar com a ansiedade e reduzir o estresse, segundo um estudo da Universidade de Toronto, no Canadá. A pesquisa, publicada na revista "Psychological Science", envolveu a comparação das reações cerebrais em pessoas de diferentes religiões e em ateus, quando submetidos a uma série de testes.
(..)
Olha, até que faz sentido. O que vocês acham?
Talvez.
Mas Às vezes penso que nos debatemos com argumentos mais ou menos lógicos e racionais quando depois, no fundo, talvez tudo se resuma a fé...
A fé, existe ou não? Não é essa a verdadeira diferença entre um crente e um ateu?
Re: A Religião é o ópio do povo, mas...
Enviado: 09 Mar 2009, 18:52
por clara campos
Pedro Reis escreveu:A minha tese é a de que religião é a elaboração da superstição e faz parte da natureza humana por ter sido um mecanismo evolucionário desenvolvido na nossa espécie para que pudessemos suportar uma inteligência que imagina e antecipa o futuro.
Interessante.
Mas eu tenderia mais a ver a superstição mais como um sub-produto, e não tanto como um produto.
Re: A Religião é o ópio do povo, mas...
Enviado: 09 Mar 2009, 19:42
por Apo
clara campos escreveu:Pedro Reis escreveu:A minha tese é a de que religião é a elaboração da superstição e faz parte da natureza humana por ter sido um mecanismo evolucionário desenvolvido na nossa espécie para que pudessemos suportar uma inteligência que imagina e antecipa o futuro.
Interessante.
Mas eu tenderia mais a ver a superstição mais como um sub-produto, e não tanto como um produto.
Também tendo a isso. Penso que a elaboração está mais ligada às questões básicas existenciais mesmo: de onde viemos, por que viemos, para onde vamos, por que aqui e não em outro lugar, o que é que existe que anima o corpo, por que temos consciência e sentimentos, onde começa e termina aquilo no qual nos inserimos ( ou achamos que nos inserimos), questões referidas nas Ciências mas que tangenciam o imaginário, enfim...qual o sentido e propósito ( ou a ausência destes). Estas coisas fascinam, perturbam e assustam. Alguns preferem encerrar estas questões numa só, com hierarquização e encadeamento relativamente lógicos ( cada um com a sua linha ), se esforçando para criar mecanismos de defesa de tal forma que se protejam da dor de cair no vazio.
Provavelmente é deste "controle" que eles falam. Derrubar esta redoma - que de certa forma protege- pode ser devastador para muitos. O caos se instalando e a falta de propósitos rígidos, podem resultar em despersonalização e traz a sensação de que - se não existe propósito - a quem devo me dirigir quando todos a minha volta são apenas como eu, um ser que não tem as respostas. Ora, se alguém faz as respostas por nós, por que não "aproveitar"?
Re: A Religião é o ópio do povo, mas...
Enviado: 09 Mar 2009, 20:25
por Pedro Reis
clara campos escreveu:Pedro Reis escreveu:A minha tese é a de que religião é a elaboração da superstição e faz parte da natureza humana por ter sido um mecanismo evolucionário desenvolvido na nossa espécie para que pudessemos suportar uma inteligência que imagina e antecipa o futuro.
Interessante.
Mas eu tenderia mais a ver a superstição mais como um sub-produto, e não tanto como um produto.
Com sub-produto você está querendo dizer que a religião é anterior à superstição?
Eu penso de maneira mais semelhante a de Apo. O homem precisou da religião para lidar com suas questões existenciais, porque, dentre todos os animais, só ele as tem. Mas a Filosofia ainda não existia na pré-história, a luta pela sobrevivência no dia a dia provavelmente não deixava tempo para esses luxos. Então as religiões devem ter surgido gradualmente, as crenças tomando forma pouco a pouco, ao invés de serem inventadas por alguém que um dia resolveu parar para pensar sobre isso e então inventa rituais mágicos e um mito da criação.
O que eu imagino é que essa propensão psicológica que o homem tem para a superstição tenha sido o que nos levou a sermos animais religiosos. Porque quando você acredita que um amuleto vai te proteger ou que se não passar debaixo de escada nada de mal acontece isso é apenas algo que a mente cria de forma arbitrária, sem necessidade de lógica ou evidência, para criar uma sensação artificial de conforto e segurança.
Não sei se alguém tem algum conhecimento sobre isso mas talvez os primeiros rituais tenham sido essecialmente superstição, para proteger o caçador paleolítico dos predadores e dos elementos da natureza. Pode ser que uma elaboração religiosa destes rituais tenha se dado pouco a pouco, respondendo também de forma arbitrária, sem necessidade de lógica ou evidência, às questões existenciais que angustiam o ser humano.
Mas a religião nunca se dissociou totalmente da superstição. Quem se protege com uma medalinha de Nossa Senhora ou pendura um terço no retrovisor do carro basicamente está agindo como nossos ancestrais paleolíticos. Talvez até uma prece seja mais superstição que religião.
Porém uma coisa interessante é que quanto mais primitiva é uma religião mais ela se parece com superstição.
Re: A Religião é o ópio do povo, mas...
Enviado: 10 Mar 2009, 17:04
por clara campos
Estou bastante certa de que a superstição é anterior à religião, que possui um grau de organização bastante mais elevado.
Quando digo sub produto, é porque esta miscelânea de aspectos culturais e os mecanismos de evolução biológica são pouco verosímeis. Entendo a ideia geral, mas um mecanismo de evolução é algo muito mais biológico. É mesmo ficcional considerar a superstição como uma força selectiva (penso que seria essa a ideia) já que estas actuam sobre fenótipos que de alguma forma melhoram as probabilidades de sobrevivência e reprodução. Tão pouco poderia ser considerado um produto (fenótipo) propriamente dito, já que não conheço indícios de que aumente o fitness reprodutivo.
Re: A Religião é o ópio do povo, mas...
Enviado: 10 Mar 2009, 18:35
por Apo
edit tópico errado
Re: A Religião é o ópio do povo, mas...
Enviado: 10 Mar 2009, 23:04
por Pedro Reis
clara campos escreveu:Estou bastante certa de que a superstição é anterior à religião, que possui um grau de organização bastante mais elevado.
Quando digo sub produto, é porque esta miscelânea de aspectos culturais e os mecanismos de evolução biológica são pouco verosímeis. Entendo a ideia geral, mas um mecanismo de evolução é algo muito mais biológico. É mesmo ficcional considerar a superstição como uma força selectiva (penso que seria essa a ideia) já que estas actuam sobre fenótipos que de alguma forma melhoram as probabilidades de sobrevivência e reprodução. Tão pouco poderia ser considerado um produto (fenótipo) propriamente dito, já que não conheço indícios de que aumente o fitness reprodutivo.
Compreendi. Mas a minha concepção era esta mesmo, de que o homem primitivo supersticioso poderia ter tido alguma vantagem na luta pela sobrevivência, por ser capaz de retirar de um amuleto ou de alguma crença qualquer arbitrária a mínima estrutura emocional e psicológica necessária para enfrentar os riscos e desafios da sua existência.
Re: A Religião é o ópio do povo, mas...
Enviado: 10 Mar 2009, 23:20
por Pedro Reis
Mas por falar em homens primitivos... aquela animação é mesmo bem bacana, mas alguém sabe dizer se está completa?
Por exemplo: os primeiros grupos que alcançam a costa ocidental da África parecem permanecer ali por 130 mil anos, não dando origem a novas ondas migratórias.
Também, há algum tempo, ouvi falar que uma arqueóloga brasileira teria encontrado evidências de que os primeiros homens poderiam ter chegado à América do Sul entre 30 e 60 mil anos. Isso procede?
Re: A Religião é o ópio do povo, mas...
Enviado: 11 Mar 2009, 07:21
por Fernando Silva
clara campos escreveu:Estou bastante certa de que a superstição é anterior à religião, que possui um grau de organização bastante mais elevado.
Penso que a superstição pode ser a tentativa de encontrar ordem e padrão em coisas incompreensíveis.
Pode ser a tentativa de entender o que o deus Sol tem a nos dizer, por exemplo.
O que é bem diferente de se acreditar num deus abstrato, invisível e indetectável que, ao contrário do Sol, ninguém viu e só pode ser aceito pela fé.
Nossos antepassados não precisavam aceitar o Sol pela fé. Seu problema era comunicar-se com ele.
Re: A Religião é o ópio do povo, mas...
Enviado: 11 Mar 2009, 19:28
por clara campos
Fernando Silva escreveu:Nossos antepassados não precisavam aceitar o Sol pela fé. Seu problema era comunicar-se com ele.
Sim, a superstição parece efectivamente bem mais prática.
Realmente nunca tinha pensado que a fé talvez não seja um sentimento primordial, o que é extremamente interessante, do ponto de vista quase ontológico. O que me leva a pensar que que a ausência de fé é em si também uma possibilidade bastante "evolutiva", cultural e socialmente falando.