Watchmen, O filme

[Aranha]

Caros foristas HQmaníacos,

- O que acharam do filme?

- Vou deixar logo minha opinião, senti uma falta de profundidade, acho que porque percebi que o texto foi muito resumido e Alan Moore é um grande escritor, mas no geral eu gostei muito do resultado final, ficou bonito e bastante fiel ao original, não foi um caça-níquel babaca qualquer, o diretor realmente se preocupou em por na tela o espírito da revista, pode não ter conseguido 100% mas talvez isto nem seja possível.

Abraços,

[Lúcifer]

Quando eu assistir, eu respondo.

[First Knight]

Aranha, eu achei válido como adaptação.
Mas tem muita coisa que decepciona, como o final por exemplo. Os atores que representam a Silk Spectre e Ozzymandias, são fracos. O cara que faz o Ozzy parece o Léo Aquila!
Mas no fundo no fundo eu jah esperava. Sempre cagam todas as obras do Moore: CONSTANTINE (Lixo! Quem lê/leu Hellblazer sabe do que eu to falando, o protagonista não é o verdadeiro John Constantine), LIGA EXTRAORDINÁRIA (chega a ser constrangedor, um dos melhores plots do graphic novel que é a luta do Allan Quatermain contra o vício do ópio, foi ignorada p/ transformá-lo no perfeito heroi americano), V de Vingança, como filme é bom, mas todo a ideologia e politica da HQ naum está lá. Se criassem outros personagens e fizessem o filme c/ nome diferente, seria de bom pramuito bom, mas V e Eve, não estão no filme.
Posso indicar centenas de erros nas adaptações, mas existe a tal licença poetica.
Outra merd... adaptação: O MONSTRO DO PANTANO

Espero que nem tentem com TOP 10 e Tom Strong - O Heroi da Ciência!

[Acauan]

O filme vai na onda da tendência do momento: explorar as possibilidades da computação gráfica, apresentando personagens ao vivo para HQ's antes só reprodutíveis em desenho animado.

Desde que os anos 80 lançaram o conceito de Graphic Novel, criando um update para as intelectualmente desprezadas comics, que se fala de "O Cavaleiro das Trevas" de Frank Miller e "Watchmen" de Moore como clássicos literários, o que passam longe léguas de ser. Quando muito, são uma boa transcrição de fórmulas literárias conhecidas para o formato gráfico.

A exceção que realmente merece ser destacada é o Sandman, de Neil Gaiman, que até hoje não virou filme porque as sutilezas de seu universo onírico exigem um grau de concentração que o espectador padrão de cinema não está acostumado e nem tem que estar – afinal, vamos ao cinema para relaxar e não prá ficarmos mais concentrados.

Voltando ao filme Watchmen, ele cumpre seu papel de ser uma reconstituição visual fiel, como provam as paradas de cena nas quais a imagem da tela é idêntica ao quadrinho que reproduz. Repete a fórmula de 300, que funciona, mas deixa claro que o diretor não confia na capacidade da platéia de interpretar imagens em movimento.

O que disseram atrás, neste tópico, sobre o personagem Ozymandias é correto, mas não é só o ator que é limitado.
Fica claro que aquele olhar de nerd zumbi que o vilão ostenta o tempo todo obedece às instruções do diretor, que errou feio, pois tanto na concepção de Moore quanto na realidade histórica, megalomaníacos superdotados como o personagem sabem ser encantadores quando querem e lhes interessa. O Veidt do filme parece o Sheldon do Big Bang Theory.

Podiam ter dado uma voz de macho pro Dr. Manhattan.

Impecável estava o Roscharch, compensando o par romântico chato pacas da Silk Spectre e Nite Owl. Mas a bunda da mocinha era impecável também.

O final é ruim. Tanto na HQ quanto no filme. Moore foi pretensioso e não conseguiu concluir a contento. O roteirista tentou melhorar e fez o que pode, mas tinha a obrigação de se manter o mais fiel possível ao original, daí não foi possível muito.

Como em outros casos, vimos os cuidados que o cinema americano toma para não ferir suscetibilidades religiosas.
No original, quando o Dr. Manhattan anuncia sua partida para uma galáxia menos complicada, Ozymandias lembra sua retomada de interesse pela vida humana.
A resposta, excelente, foi: "É verdade, acho que vou criar algumas", deixando claro a disposição do super homem quântico se tornar Deus.
No filme "vida humana" é substituída simplesmente por "vida", o que deve ter poupado os produtores de enfrentar o escândalo dos grupos de pios.

[Fernando Silva]

A exceção que realmente merece ser destacada é o Sandman, de Neil Gaiman, que até hoje não virou filme porque as sutilezas de seu universo onírico exigem um grau de concentração que o espectador padrão de cinema não está acostumado e nem tem que estar – afinal, vamos ao cinema para relaxar e não prá ficarmos mais concentrados.

Concentração e um mínimo de cultura para entender as referências mitológicas, literárias e históricas.

[Aranha]

Caro Acauan,

- Excelentes comentários, permita-me acrescentar algumas considerações minhas.

O filme vai na onda da tendência do momento: explorar as possibilidades da computação gráfica, apresentando personagens ao vivo para HQ's antes só reprodutíveis em desenho animado.

- No caso de Watchmen havia também a questão do roteiro, ninguém achava possível condensar a estória num longa sem perdas inaceitáveis, e realmente houveram perdas (os contos do cargueiro negro, por exemplo) mas foi prometido que elas estarão contempladas na versão do diretor a ser lançada em DVD.

Desde que os anos 80 lançaram o conceito de Graphic Novel, criando um update para as intelectualmente desprezadas comics, que se fala de "O Cavaleiro das Trevas" de Frank Miller e "Watchmen" de Moore como clássicos literários, o que passam longe léguas de ser. Quando muito, são uma boa transcrição de fórmulas literárias conhecidas para o formato gráfico.

- Creio que nem Miller nem Moore tiveram a pretensão de escrever clássicos literários, principalmente Moore (que tem grande bagagem literária), mas é verdade que muitos fãs aloprados consideram assim.

A exceção que realmente merece ser destacada é o Sandman, de Neil Gaiman, que até hoje não virou filme porque as sutilezas de seu universo onírico exigem um grau de concentração que o espectador padrão de cinema não está acostumado e nem tem que estar – afinal, vamos ao cinema para relaxar e não prá ficarmos mais concentrados.

- Correto, embora alguns cineastas nacionais metidos a fazer filme cabeça para mobilizar as massas alienadas não concordem com você. (já dormiu em algum filme de Vladmir de Carvalho ou Glauber Rocha ??).

Voltando ao filme Watchmen, ele cumpre seu papel de ser uma reconstituição visual fiel, como provam as paradas de cena nas quais a imagem da tela é idêntica ao quadrinho que reproduz. Repete a fórmula de 300, que funciona, mas deixa claro que o diretor não confia na capacidade da platéia de interpretar imagens em movimento.

- Bem, me parece que o diretor procurou deixar a assinatura dele apenas nas cenas de porrada, perceba a semelhança com a pancadaria de 300, no mais ele procurou agradar os fãs que ficam maravilhados ao ver a HQ reproduzida igualzinha na telona, o problema é que quem nunca leu vai achar uma bosta, se bem que meu moleque gostou.

O que disseram atrás, neste tópico, sobre o personagem Ozymandias é correto, mas não é só o ator que é limitado.
Fica claro que aquele olhar de nerd zumbi que o vilão ostenta o tempo todo obedece às instruções do diretor, que errou feio, pois tanto na concepção de Moore quanto na realidade histórica, megalomaníacos superdotados como o personagem sabem ser encantadores quando querem e lhes interessa. O Veidt do filme parece o Sheldon do Big Bang Theory.

- É, ficou uma bosta mesmo...

Podiam ter dado uma voz de macho pro Dr. Manhattan.

- Achei melhor assim, aliviava o desconforto de olhar a piroca dele...

Impecável estava o Roscharch, compensando o par romântico chato pacas da Silk Spectre e Nite Owl. Mas a bunda da mocinha era impecável também.

- Bunda maravilhosa e peito nenhum, se aquela atriz quiser ir mais em frente vai ter que botar uns silicones de 200 ml.

O final é ruim. Tanto na HQ quanto no filme. Moore foi pretensioso e não conseguiu concluir a contento. O roteirista tentou melhorar e fez o que pode, mas tinha a obrigação de se manter o mais fiel possível ao original, daí não foi possível muito.

- Concordo, inclusive achei o final do filme melhor que o da HQ, embora tenha mais furos que um queijo suiço.

Como em outros casos, vimos os cuidados que o cinema americano toma para não ferir suscetibilidades religiosas.
No original, quando o Dr. Manhattan anuncia sua partida para uma galáxia menos complicada, Ozymandias lembra sua retomada de interesse pela vida humana.
A resposta, excelente, foi: "É verdade, acho que vou criar algumas", deixando claro a disposição do super homem quântico se tornar Deus.
No filme "vida humana" é substituída simplesmente por "vida", o que deve ter poupado os produtores de enfrentar o escândalo dos grupos de pios.

- Esse tipo de coisa era esperada...

Abraços,

[Cristiano]

Achei a voz do Dr. Manhattan boa, me pareceu fria, sem medo e meio ausente, combina com o personagem dele.
Sobre o final diferente, foi falado que se fosse colocar o final original seria necessários 20 minutos para mostrar o que acontece na ilha com as pessoas trabalhando na lula e tal... o que se perderia com a construção dos personagens em um filme já longo.

No geral eu gostei, eu li os quadrinhos uns meses antes e reli depois de ver o filme... os dois Bernies fazem falta pois mostram o lado cidadão comum da sociedade, bem como o desentendimento do psicologo com a sua mulher.

Algumas coisas eu senti falta como quando Dr. Manhattan grita para deixar ele sozinho e ele teleporta todas as pessoas para o estacionamento para depois ir para o apê dele e avisar que ele vai para Marte para um assistente... no filme ele vai direto para Marte.

O gritinho do Nite Owl quando Rorschach morre não é algo que gostei muito... ficou meio gay e exagerado. E a morte do sequestrador da criança ficou melhor no original: Rorschach não o mata diretamente, ele o algema em sua casa e dá uma serra para ele cortar o próprio pulso fora e taca fogo na casa e sai de lá, tudo indica que o sequestrador morreu.

É um filme bem ousado... mostrando nu frontal de um super-heroi (apesar de computadorizado), cenas de quase-estupro e muito sangue... Sobre o peito da mulher: poxa, pessoal tá muito mal acostumado... tudo tem que ser siliconado agora?

No geral, o filme ficou muito bom e devo comprar o DVD pelos extras, coisa que raramente faço.

[Acauan]

E a morte do sequestrador da criança ficou melhor no original: Rorschach não o mata diretamente, ele o algema em sua casa e dá uma serra para ele cortar o próprio pulso fora e taca fogo na casa e sai de lá, tudo indica que o sequestrador morreu.

Este é o final de Mad Max, iria parecer repetição ou plágio.

[Ricardo]

E a morte do sequestrador da criança ficou melhor no original: Rorschach não o mata diretamente, ele o algema em sua casa e dá uma serra para ele cortar o próprio pulso fora e taca fogo na casa e sai de lá, tudo indica que o sequestrador morreu.

Este é o final de Mad Max, iria parecer repetição ou plágio.

Inclusive um dos filmes que aparece rapidamente na parede de tvs do Ozymandias é o Mad MaX.

[Jack Torrance]

O final é ruim. Tanto na HQ quanto no filme. Moore foi pretensioso e não conseguiu concluir a contento. O roteirista tentou melhorar e fez o que pode, mas tinha a obrigação de se manter o mais fiel possível ao original, daí não foi possível muito.

É, não foi só eu que achei o final ruim.

Achei o Dr. Manhattan o personagem mais interessante de todos os filmes que já assisti.

[user f.k.a. Cabeção]

O problema das adaptacoes dos quadrinhos do Alan Moore e que ele em geral procura criar cenarios e personagens espetacularmente implausiveis para brincar com certos detalhes narrativos, mas que nao podem ser explorados completamente em filmes de 2 horas de duracao.

Acho que o resultado tanto em V for Vendetta quanto em Watchmen correspondem ao que se pode exigir dadas as limitacoes narrativas impostas pelo formato cinematografico. Eu gosto mais dos personagens e do enredo de Watchmen, mas achei o filme ainda mais "explicado", algo que eu nao gosto, mas tambem seria dificil descrever o cenario e nao apelar para o recurso. No entanto, gostei muito da cena de abertura, tocando "Times they are a-changing" do Bob Dylan, enquanto algumas cenas da realidade alternativa eram exibidas.

Ozymandias decepcionou, de fato lembrou o Sheldon do Big Bang Theory, assim como o Nite Owl lembrou o Leonard, o que talvez nao seja tao ruim assim para o personagem dele, que e meio babaca mesmo. A voz do Roscharch parecia uma imitacao de Clint Eastwood depois de velho, mas no geral eu gostei da atuacao do cara.

De todas essas graphic novels, a unica que realmente rendeu uma adaptacao impecavel foi Sin City, mas essa tarefa era mais facil. Historias curtas, personagens interessantes porem nao supercomplicados, bons atores, bons animadores, bons diretores.

Alias, ja que mencionaram a bunda da Silk Spectre II, ainda prefiro a bunda da atriz que faz a Silk Spectre I, em Sin City. So nao sei se foi retocada digitalmente, provavelmente as duas foram.

[Acauan]

O final é ruim. Tanto na HQ quanto no filme. Moore foi pretensioso e não conseguiu concluir a contento. O roteirista tentou melhorar e fez o que pode, mas tinha a obrigação de se manter o mais fiel possível ao original, daí não foi possível muito.

É, não foi só eu que achei o final ruim.

Achei o Dr. Manhattan o personagem mais interessante de todos os filmes que já assisti.

Faz anos que tô prá compilar a Teologia do dr. Manhattan, o que não fiz por preguiça.
Dá uma coletânea de citações legaizinhas, do tipo:

- Sua mãe amou um homem que tinha todos os motivos para odiar, estas improbabilidades, somadas geração após geração para criar aquele determinado filho, aquela determinada filha é o milagre termodinâmico. Mas o mundo está tão abarrotado destes milagres que as pessoas se esquecem, eu me esqueço. Sua vida é mais rara que um quark e mais imprevisível que os sonhos de Heinsenberg. Vamos para casa.

[Jack Torrance]

O final é ruim. Tanto na HQ quanto no filme. Moore foi pretensioso e não conseguiu concluir a contento. O roteirista tentou melhorar e fez o que pode, mas tinha a obrigação de se manter o mais fiel possível ao original, daí não foi possível muito.

É, não foi só eu que achei o final ruim.

Achei o Dr. Manhattan o personagem mais interessante de todos os filmes que já assisti.

Faz anos que tô prá compilar a Teologia do dr. Manhattan, o que não fiz por preguiça.
Dá uma coletânea de citações legaizinhas, do tipo:

- Sua mãe amou um homem que tinha todos os motivos para odiar, estas improbabilidades, somadas geração após geração para criar aquele determinado filho, aquela determinada filha é o milagre termodinâmico. Mas o mundo está tão abarrotado destes milagres que as pessoas se esquecem, eu me esqueço. Sua vida é mais rara que um quark e mais imprevisível que os sonhos de Heinsenberg. Vamos para casa.

Ele lembra um pouco o Spock.

[Acauan]

Ele lembra um pouco o Spock.

No original, um congressista conversa com o Comediante em uma recepção e se refere ao dr. Manhattan como "o sr. Spock ali", por conta da indiferença social que ele não tenta disfarçar.
É interessante como o personagem vai perdendo gradualmente o interesse pela humanidade a medida que explora seus poderes e passa a achar que "vida é um conceito excessivamente valorizado", incluída a vida humana, opinião que ele muda no final.

[Fernando Silva]

É interessante como o personagem vai perdendo gradualmente o interesse pela humanidade a medida que explora seus poderes e passa a achar que "vida é um conceito excessivamente valorizado", incluída a vida humana, opinião que ele muda no final.

Isto me lembra um conto sobre o último imperador inca. Ele foi trancado pelos conquistadores espanhóis numa cela onde havia uma pele de jaguar e sabia que, se decifrasse o código contido nas manchas da pele, se tornaria poderoso e derrotaria os espanhóis.

Depois de muito tempo, ele conseguiu descobrir o segredo e se tornou superpoderoso. Tão poderoso que a vida de seus súditos passou a ser, a seus olhos, uma coisa insignificante, portanto ele preferiu continuar deitado na cela, meditando.