Gilmar Mendes o censor.

Fórum de discussão de assuntos relevantes para o ateísmo, agnosticismo, humanismo e ceticismo. Defesa da razão e do Método Científico. Combate ao fanatismo e ao fundamentalismo religioso.
Avatar do usuário
carlo
Mensagens: 3974
Registrado em: 31 Out 2005, 23:09
Gênero: Masculino
Localização: Governador Valadares MG

Gilmar Mendes o censor.

Mensagem por carlo »

Ué, porque até agora eu não vi a cantilena da mídia gorda reclamando de censura a um jornalista por membros dos 3 poderes do Estado? Uma medida 2 pesos? Até agora não vi nenhum jornalista? dos jornalões nem o Kamel testando suas hipóteses a respeito destes atos procedidos por Gilmar Dantas, segundo Noblat:

Se Gilmar Mendes e Michel Temer querem esconder a gente tem que mostar

O jornalista Leandro Fortes, da revista Carta Capital, narra que o programa "Comitê de Imprensa", da TV Câmara, que ele participou, estava na na internet e foi retirado:

Durante a gravação ... discutimos abertamente questões relativas à Operação Satiagraha, à CPI das Escutas Telefônicas Ilegais, às ações contra Protógenes Queiroz e, é claro, ao grampo telefônico – de áudio nunca revelado – envolvendo o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes, e o senador Demóstenes Torres, do DEM de Goiás. Em particular, discordei da tese de contaminação da Satiagraha por conta da participação de agentes da Abin e citei o fato de estar sendo processado por Gilmar Mendes por ter denunciado, nas páginas da revista CartaCapital, os muitos negócios nebulosos que envolvem o Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP), de propriedade do ministro, farto de contratos sem licitação firmados com órgãos públicos e construído com recursos do Banco do Brasil sobre um terreno comprado ao governo do Distrito Federal, à época do governador Joaquim Roriz, com 80% de desconto...

...irritado com o teor do programa, o ministro Gilmar Mendes telefonou ao presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer, do PMDB de São Paulo, e pediu a retirada do conteúdo da página da internet e a suspensão da veiculação na grade da TV Câmara. O pedido de Mendes foi prontamente atendido."






Por: Zé Augusto . Sexta-feira, Março 20, 2009 Comentarios (10)| Trackback Links para esta postagem



Estado Policialesco: Gilmar Mendes recomenda à PF ficar de olho em jornalista




Quem fez a pergunta no video acima foi o jornalista do Acre, Altino Machado, e ele conta a história toda, que reproduzimos abaixo:

Fui desrespeitoso e cometi um erro hoje contra o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, que está em visita ao Acre para uma palestra sobre drogas para jovens da rede pública estadual.

Ao fazer a primeira pergunta de uma entrevista coletiva, indaguei:

- Ministro, o senhor tem se manifestado constantemente em defesa da propriedade, contra as invasões, mas em nenhum momento o senhor se manifestou contra dezenas, centenas de assassinatos de lideranças de trabalhadores rurais . [Até aqui, a pergunta é pertinente e correta do ponto de vista jornalístico, o exagero se deu na seqüência] Isso decorre do fato de o senhor ser ministro ou pecuarista?

A resposta do ministro veio à altura:

- Devo lhe dizer o seguinte: eu tenho me manifestado contra qualquer violação de direitos, qualquer violação de direitos. Eu não quero que haja assassinatos, independentemente de… Que não haja violência. Pode-se protestar, pode-se fazer qualquer consideração, mas tem que ser respeitado o direito de outrem. A pergunta de qualquer forma é desrespeitosa. O senhor tome cuidado ao fazer esse tipo de pergunta. Eu não sou pecuarista.

Ao formular de improviso a pergunta, tomei como base o manifesto distribuído no dia 6 de março pela pela Secretaria Nacional da Comissão Pastoral da Terra da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, onde está afirmado (e até hoje não contestado publicamente), que o ministro Gilmar Mendes “não esconde sua parcialidade e de que lado está” e que é “grande proprietário de terra no Mato Grosso”.

Exagero também veio da parte de quem tanto critica a existência de um estado policialesco no país. Orientado pelo ministro, um assessor dele telefonou para a Polícia Federal, logo após a entrevista, e pediu aos agentes:

- Fiquem de olho naquele moço, pois ele é muito perigoso.

Por: Zé Augusto . Sexta-feira, Março 20, 2009 Comentarios (3)| Trackback Links para esta postagem
Imagem

NOSSA SENHORA APARECIDA!!!!

Avatar do usuário
carlo
Mensagens: 3974
Registrado em: 31 Out 2005, 23:09
Gênero: Masculino
Localização: Governador Valadares MG

Re: Gilmar Mendes o censor.

Mensagem por carlo »

Novelini: Como nasce um tirano
Atualizado e Publicado em 22 de março de 2009 às 20:12

Como nasce um tirano


21/03/2009 - 19:16:38

por Evaldo Novelini, no Alfarrábios

Não foi por falta de aviso.

Em 8 de maio de 2002, atônito com a recente nomeação de Gilmar Ferreira Mendes, ex-advogado-geral da União no governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), o jurista Dalmo de Abreu Dallari escreveu corajoso artigo na Folha de S. Paulo.

Intitulado “Degradação do Judiciário”, o arrazoado do professor de Direito concitava colegas, advogados, bacharéis e magistrados à reação:

- A comunidade jurídica sabe quem é o indicado e não pode assistir calada e submissa à consumação dessa escolha inadequada.

E previa tempos sombrios caso nada fosse feito:

- Sem o respeito aos direitos e aos órgãos e instituições encarregados de protegê-los, o que resta é a lei do mais forte, do mais atrevido, do mais astucioso, do mais oportunista, do mais demagogo, do mais distanciado da ética.

Havia motivos de sobra, como se verá, para a perplexidade do professor ante a nomeação de Mendes.

Mas, à época, vozes como a de Dallari eram exceções.

A regra eram espantosos panegíricos. Mendes era verdadeiramente idolatrado pelos veículos de comunicação.

Deu-se então que, em 23 de abril de 2008, Gilmar Mendes ascendeu à presidência do Supremo Tribunal Federal.

E deu início a uma das mais polêmicas e turbulentas gestões da história da Suprema Corte.

Com truculência nada peculiar a um magistrado, atropelou recomendações, infringiu normas, desrespeitou códigos.

Mendes não havia completado ainda um ano no cargo e a imagem do STF estava consideravelmente afetada.

Estimulado em grande parte pela mídia nativa e seus personagens mais famosos, os patrões ignaros e os funcionários sabujos, Gilmar Mendes mandou às favas o rigor e a fleuma necessários para o exercício da função.

Intrometer-se em qualquer assunto e opinar sobre todos os assuntos era pinto para ele. Não perdia uma única oportunidade.

Tanto fez que chamou a atenção da opinião pública.

No início deste ano, o ombudsman da Folha de S. Paulo, Carlos Eduardo Lins da Silva, cotejou o comportamento de Mendes com o de seu colega norte-americano, John Roberts. E apontou uma certa promiscuidade no trato do magistrado pelos jornalistas tupiniquins:

- Mendes é diferente, em especial neste jornal, que lhe confere status de celebridade, nos seus piores aspectos. Em 50 textos em 2008, ele aparece fazendo declarações, muitas de cunho político, algumas repetidas duas vezes com títulos semelhantes ("o habeas corpus é como o ar") no espaço de quatro dias (12 e 16 de dezembro).

Disse mais o ombudsman, lembrando o barulho que causou a única - eu disse única - declaração de Roberts à imprensa norte-americana fora dos autos:

- Se Roberts e a rede ABC foram atacados por ele ter se lembrado de seus dias como jogador de futebol no colégio e demonstrado camaradagem excessiva com a entrevistadora, o que se diria se aparecesse como a revista "Serafina" deste jornal retratou Mendes em 8 de junho, em reportagem chamada "O amor e o poder", em que ele e sua mulher posavam na intimidade do lar como se fossem astros de cinema?

O debute de Mendes junto ao grande público, no entanto, não se deu pelas páginas dos jornais.

Ele veio na onda da Operação Satiagraha, da Polícia Federal, que conseguiu mandar o banqueiro Daniel Dantas, acusado de infringir “quase meio Código Penal”, segundo definição da insuspeita jornalista Lucia Hippolito, duas vezes para a cadeia.

De onde, pelo mesmo número de vezes, Mendes o libertou pela concessão de habeas corpus – o segundo, menos de 48 horas após o primeiro, num flagrante atropelamento do ordenamento jurídico nacional.

Não bastasse isso, reportagem escrita por Leandro Fortes na revista semanal CartaCapital, que circulou em 19 de novembro de 2008, expôs um Mendes político, truculento e lobista, principalmente para fazer sua empresa vencer concorrências em órgãos públicos sem licitação.

Se os arroubos verbais do presidente do Supremo sobre qualquer assunto alçado à ordem do dia pela mídia já eram suficientemente temerosos para a democracia brasileira, que dizer então quando ele, ignorando a recomendação explícita do regimento orgânico da magistratura, passou a criticar abertamente a decisão do juiz Fausto de Sanctis de prender Dantas?

Vale salientar que o Estatuto da Magistratura é claro. O parágrafo terceiro de seu parágrafo 36 veda explicitamente ao juiz “manifestar, por qualquer meio de comunicação, opinião sobre processo pendente de julgamento, seu ou de outrem, ou juízo depreciativo sobre despachos, votos ou sentenças, de órgãos judiciais, ressalvada a crítica nos autos e em obras técnicas ou no exercício do magistério”.

Mas quem haveria de repreendê-lo?

Certamente não seria o Conselho Nacional da Justiça.

Por uma razão bastante simples.

Criado para, entre outras funções, “zelar pela autonomia do Poder Judiciário e pelo cumprimento do Estatuto da Magistratura”, o CNJ é presidido exatamente por...

... Gilmar Ferreira Mendes.

Sem nenhum freio para tolher seus impulsos autoritários e com poder de sobra, passou a ser ainda mais incensado pela imprensa, bajulado publicamente por deputados e senadores e temido pelo presidente da República.

Seu desrespeito aos escrúpulos do cargo chegou ao ápice no final do ano passado.

Deu-se que a revista semanal Veja, na edição que circulou em 3 de setembro de 2008, trouxe uma gravíssima denúncia – se verdadeira fosse.

Sem apresentar nenhuma evidência ou prova, a revista dizia que agentes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) haviam interceptado uma angelical conversa de Mendes com o senador Demóstenes Torres (DEM).

Transformado em títere de uma revista, acusada de ser a joia da coroa do que se convencionou chamar de Sistema Dantas de Comunicação, Mendes abalou a harmonia entre os poderes ao, em sua enésima entrevista coletiva, chamar o presidente Lula “às falas”.

Só não causou uma crise institucional de proporções indefiníveis porque Lula, conciliador ao extremo, resolveu rezar a cartilha da turma.

Como até hoje o áudio do grampo não apareceu, jornalistas premiados, como Luís Nassif, suspeitam que a denúncia pode ter sido uma fraude arquitetada em conluio por Mendes, Torres e Veja para destruir Paulo Lacerda, o ex-superintendente da PF que ousara investigar Daniel Dantas.

Mas neste cenário kafkiano, nem todos se vergam às vontades de Mendes. E contribuem, assim, para mostrar a mais perigosa faceta do presidente do STF.

A de censor.

O que era uma pálida desconfiança virou uma verdade incontestável quando alguns jornalistas destoaram do coro grego estabelecido pela imprensa para lidar com Mendes.

Altino Machado, do portal Terra, foi o primeiro a sentir o tacape de Mendes.

Na sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009, durante entrevista coletiva concedida por Mendes no Acre, Machado quis saber:

- Ministro, o senhor tem se manifestado constantemente em defesa da propriedade, contra as invasões, mas em nenhum momento o senhor se manifestou contra dezenas, centenas de assassinatos de lideranças de trabalhadores rurais. Isso decorre do fato de o senhor ser ministro ou pecuarista?

Visivelmente irritado, o presidente do STF classificou a pergunta como “desrespeitosa”, admoestou o jornalista a tomar cuidado com determinadas questões e determinou a um assessor que avisasse à Polícia Federal para monitorar o repórter:

- Fiquem de olho naquele moço, pois ele é muito perigoso.

Menos de uma semana depois, Mendes agia nas sombras para tirar do ar, da TV Câmara, o programa Comitê da Imprensa, onde os jornalistas Leandro Fortes, de CartaCapital, e Jailton de Carvalho, de O Globo, criticavam a cobertura da mídia sobre a Satiagraha.

Em carta aberta aos jornalistas, Fortes demonstrou estupefação:

- Qual foi minha surpresa ao ser informado por alguns colegas, na quarta-feira passada, dia 18 de março, exatamente quando completei 43 anos (23 dos quais dedicados ao jornalismo), que o link para o programa havia sido retirado da internet, sem que me fosse dada nenhuma explicação. Aliás, nem a mim, nem aos contribuintes e cidadãos brasileiros. Apurar o evento, contudo, não foi muito difícil: irritado com o teor do programa, o ministro Gilmar Mendes telefonou ao presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer, do PMDB de São Paulo, e pediu a retirada do conteúdo da página da internet e a suspensão da veiculação na grade da TV Câmara. O pedido de Mendes foi prontamente atendido.

Eis, em todas as suas nuanças, um magistrado transformado em tirano.

Clique aqui para ir ao excelente Alfarrábios:

http://www.evaldonovelini.com.br/
Imagem

NOSSA SENHORA APARECIDA!!!!

Avatar do usuário
Johnny
Mensagens: 14128
Registrado em: 10 Mar 2006, 16:06
Gênero: Masculino

Re: Gilmar Mendes o censor.

Mensagem por Johnny »

O Gilmar Henrique Cardoso agora quer montar órgãos controladores dos órgãos controladores. Quer um órgão para controlar a PF, um para a Anatel, um para o MPF e por aí vai. Já viram onde as vagas dos diretores serão realocados né...

Mas pelo menos nosso dinheiro não está indo para empresas estatais e temos telefones celulares. Isso é o que importa...
"Tentar provar a existencia de deus com a biblia, é a mesma coisa q tentar provar a existencia de orcs usando o livro senhor dos aneis."

Imagem

Trancado