JORNALISMO CHAPA BRANCA!!!!

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carlo
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JORNALISMO CHAPA BRANCA!!!!

Mensagem por carlo »

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Fotografia de Orson Welles em 1937.

"Jornalismo é o que eu não publico, o resto é publicidade."
orson welles.

Fico imaginando a cara de dezenas de milhares de leitores do jornalista Zé Delgado, popularmente conhecido como NOBLAT, o Zé delgado é apenas quando a impoluta instituição do legislativo brasileiro o SENADO, publica contrato entre ambos, ficarem sabendo que lêm apenas opiniões em formato de reportagens.

Do jornalista do CLOACA NEWS:

Domingo, 18 de Janeiro de 2009
PRATO DO DIA: ZÉ DELGADO ( NOBLAT) COM BATATA ASSADA

Ricardo Noblat - não duvide - julga-se uma potestade da Imprensa. E deve achar, também, que a memória curta dos brasileiros já tenha deletado seu passado trevoso. Pois a memória do editor deste Cloaca News vai muito bem, obrigado. E, em nome da missão a que nos propusemos cumprir (como se lê na barra aí do lado direito), sentimos que é chegada a hora de resgatar um dos episódios mais sórdidos da vida brasileira, protagonizado à sombra por Noblat, quando este ainda era o Diretor de Redação do jornal Correio Braziliense. Vamos aos fatos.
Junho de 2000 – O então senador Luiz Estevão tem seu mandato cassado. Descobre-se que no dia seguinte ao da cassação o painel de votação do Senado tivera seu sigilo violado. Autores da falcatrua: o finado Antônio Carlos Magalhães e o atual governador do DF, José Roberto Arruda (na época, líder do governo FHC no Senado).

Abril de 2001 – Numa quarta-feira, dia 18, a jornalista Valéria Blanc, colunista do Correio Braziliense, publica nota afirmando que FHC tinha pleno conhecimento da violação do painel de votação do Senado.

Assim escreveu Valéria: “No dia seguinte à cassação do mandato de Estevão, Arruda entrou no gabinete de ACM — à época o presidente do Senado —, olhou-o e disse: ‘‘O senhor está sentado?" Com sua habitual verve, ACM respondeu: ‘‘Você não está vendo que sim?!" Arruda prosseguiu: ‘‘Está comigo a lista de como os senadores votaram ontem a cassação de Luiz Estevão". ACM fitou o tucano e perguntou: ‘‘Você já mostrou isso ao presidente (da República)?" Resposta: ‘‘Já mostrei."

Como era de se esperar, ACM negou ter travado tal diálogo, mas admitiu que teve a posse da lista. A repórter do Correio jamais desdisse o que publicara. A denúncia era gravíssima, e poderia levar ao impedimento de FHC. Naquela época, este editor do Cloaca News que lhe escreve considerou estranhíssimo que o até então brioso Correio Braziliense tivesse arrefecido no aprofundamento do tema e, por e-mail, interpelou o Diretor de Redação, Ricardo Noblat. Este, por sua vez, respondeu que, com a negativa de ACM, o assunto não poderia ser levado adiante. Questionado novamente por este escriba, que quis saber se Noblat achava que sua repórter teria inventado aquela história, o Diretor de Redação foi categórico: ela não inventou. Então – replicamos – o Sr. sabe que FHC sabia da violação, mas vai ficar quieto apenas porque ACM nega o diálogo? A resposta de Noblat, - a última de nossa troca de e-mails – foi laconicamente afirmativa.

Ao juntarmos as peças, vemos que, naqueles tempos, a jornalista Rebeca Scatrut, esposa de Noblat, fora contratada com exclusividade para prestar assessoria de Imprensa ao Ministério da Reforma Agrária, então comandado pelo ministro Raul Jungmann. Um contrato milionário, é bom que se registre, maior até que um outro que Rebeca conseguira graças à intermediação do marido junto ao governo do DF, na época de Cristovam Buarque. E, veja você, cara leitora, caro leitor: nenhum jornal brasileiro falava tanto (bem, claro) do ministro Jungmann quanto o Correio Braziliense, dirigido pelo impoluto Ricardo Noblat.
Janeiro de 2007 – A Procuradoria da República no Distrito Federal denuncia Raul Jungmann e mais oito pessoas, entre elas Rebeca Scatrut, por participar de um esquema de desvio de R$ 33 milhões de verbas públicas para pagamento de contratos de publicidade no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) quando era ministro do Desenvolvimento Agrário na gestão de Fernando Henrique. Convém lembrar, também, que o próprio grupo Diários Associados já acusou Noblat de ter usado o cargo de diretor de Redação do jornal Correio Braziliense para beneficiar os negócios da empresa de sua cara-metade.

Poderíamos continuar esse blablablá aqui, mas, você quer mesmo ouvir o resto dessas... bobagens?
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carlo
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Re: JORNALISMO CHAPA BRANCA!!!!

Mensagem por carlo »

ALGUMAS REGRINHAS BÁSICAS DA IMPRENSA SEGUNDO AZENHA.

Por Osvaldo da Costa:

4ª) Nunca divulgue os artigos progressistas da Constituição Federal

Os artigos da Constituição Federal que tratam da função social da terra, que integram o código agrário – 184 a 191 – nunca devem ser mencionados em reportagens sobre os movimentos sociais, para evitar a compreensão de que a ação de invasão de terras pode ter algum respaldo legal.

É sempre recomendável lembrar da lei de Segurança Nacional e da necessidade de uma legislação contra o terrorismo no Brasil. O termo "Estado de Direito" é ideal para isso. Considere qualquer manifestação uma afronta ao Estado de Direito, mesmo que ele seja apenas o Direito do Estado.

Se falar do Estado de Direito e suprimir os artigos progressistas da Constituição não for suficiente, convém colocar as reportagens próximas à cobertura de ações terroristas ou, levantar a suspeita de que há relação do movimento social com uma organização terrorista ou guerrilheira estrangeira.

Conjunto de regras para serem selecionadas e aplicadas conforme a conjuntura exigir:

5ª) Levante a bola para o oportunista de plantão

Não é verdade que o papel da imprensa é apurar a verdade dos fatos. Todo aspirante deve saber que a imprensa tem poder para gerar os fatos.

Além disso, apurar fatos implica em sair da sua cadeira e nem todos eles podem ser apurados por telefone. Basta fazer uma reportagem suspeitando de algo, e procurar um oportunista que queira protagonizar a indignação pública para a suspeita ganhar dimensão de notícia.

Sempre há alguém à disposição esperando para se deslumbrar com as luzes dos holofotes. O exemplo bem sucedido mais recente foi o caso da requentada pauta da suspeita da legalidade do financiamento público para cooperativas da reforma agrária, em que o presidente do Superior Tribunal Federal (STF) desempenhou o papel de porta-voz da bancada ruralista, dando respaldo para a suspeita, e de quebra, aproveitando para atacar o governo federal.

Se não houver ninguém do Judiciário ou algum deputado, não importa, qualquer um, sem nunca ter ido a um assentamento ou acampamento pode ser transformado em "especialista" em questão agrária: sociólogos, filósofos e até jornalistas.

6ª) Nem sempre devemos apurar os dois lados da notícia

Quando já conseguimos incutir um pré-julgamento na opinião pública sobre o caráter marginal das ações dos movimentos sociais, podemos reforçar essa opinião entrevistando somente o lado agredido pelas ações, as vítimas dos movimentos. Fica implícita a informação de que, como os integrantes dos movimentos são foras da lei, quem deve escutá-los é a polícia e o poder judiciário. Se ainda assim tiver que ouvi-los, seja breve e descontextualize a frase.

7º) Não deve existir noção de historicidade, nem de causa e conseqüência em nossas reportagens

Não abordar as razões da ação dos movimentos sociais, evitar a divulgação da nota à imprensa. Não importa há quanto tempo às famílias estejam acampadas, quais promessas foram feitas pelo governo, se a terra é do banqueiro que saqueou os cofres públicos ou do coronel que vive do trabalho escravo. Se detenha nas conseqüências da ação.

8°) Dramatização da repercussão das ações dos movimentos sociais

Retire o foco das motivações estruturais e causas históricas e centre a abordagem nas conseqüências para os indivíduos donos ou empregados das propriedades invadidas ou atacadas.

– fale do prejuízo econômico para o proprietário, e se possível faça uma entrevista com o mesmo ou com um familiar próximo para mostrar a comoção da família diante do ataque bárbaro. É importante mostrar o estado de choque emocional, e o ideal é que a pessoa esteja chorando.

– surte grande efeito a entrevista com trabalhadores da fazenda ou da empresa. O maior exemplo é o caso da ação no horto da multinacional Aracruz no Rio Grande do Sul, em que uma técnica de laboratório se fez passar por pesquisadora e, em prantos (!), afirmou que a destruição das mudas de eucalipto acabou com mais de vinte anos pesquisa.

Nesse caso, as reportagens conseguiram colocar os movimentos sociais como contrários à ciência e ao desenvolvimento tecnológico, evitando a pauta concreta da ação, que se centrava na expansão ilegal das terras da empresa e na depredação da natureza com o monocultivo de eucalipto.

9ª) Campanha de desmoralização permanente dos movimentos sociais

É sempre bom manter semanalmente pautas de desgaste aos movimentos sociais, mesmo que não haja uma ação que renda manchete. Nesses casos, a regra é trabalhar com associação, encaixando uma reportagem que fale sobre um movimento após ou entre matérias que falem, por exemplo, de casos de corrupção no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), venda de terra e desmatamento em assentamentos da Amazônia Legal, etc.

Bata nas mesmas teclas, insista nas mesmas teses permanentemente, mesmo que elas já tenham sido usadas antes. Insista, por exemplo, que o MST irá romper com o Governo Lula desta vez, mesmo que o movimento afirme e demonstre desde o primeiro dia de governo que nunca esteve atrelado.

E quando não for possível tomar como alvo os movimentos sociais, vale mirar nas bandeiras de luta deles, alegando estarem ultrapassadas, deslegitimando-as como parte da solução atual para os problemas do país. Nesse caso, pode-se até reconhecer o valor histórico que bandeiras como reforma agrária cumpriram no Brasil e em outros países, mas deve-se usar essa manobra apenas para recusar essas propostas no presente.

10ª) É fundamental saber manipular a dimensão subjetiva do telespectador ou do leitor

Não é apenas com a manipulação dos fatos e com a edição das entrevistas que podemos influenciar na interpretação que os nossos consumidores farão. Na TV, a expressão facial e o tom de voz dos repórteres, dos comentaristas e, sobretudo, dos âncoras, é determinante. A adoção do semblante sério e do tom de voz grave deve indicar a importância do tema.

Além da performance dos jornalistas como atores, é recomendável que o pano de fundo do cenário também traga imagens que gerem medo e desconfiança. O exemplo do Jornal Nacional é o mais ilustrativo: para falar da reforma agrária e dos movimentos que lutam por ela: aparece uma cerca rompida e três vultos disformes – "afinal não são pessoas, são sombras" –, empunhando ferramentas de trabalho como se fossem armas, numa ação de invasão da propriedade (e da casa do espectador).


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