Pol Pot, comunista louco, louco, louco!
Enviado: 29 Mar 2009, 08:54
A 17 de Abril de 1975, as forças do Khmer Rouge (Khmer Krahom, na língua Khmer; em português, Khmer Vermelho) entram na capital, Phnom Penh, quase sem resistência, marcando o fim da administração Lon Nol. O novo governo fará milhares de prisioneiros e deslocará, à força, a população urbana para fazendas coletivas no campo, praticamente eliminando a indústria nacional. As conseqüências foram trágicas, levando à morte centenas de milhares de pessoas, fosse por doenças e fome, fosse em campos de extermínio.
Imediatamente após o domínio do governo pelo Khmer, foi iniciada a evacuação da população da capital, em direção ao campo. Eram cerca de 2,5 milhões de pessoas, incluindo-se 1,5 milhões de refugiados de guerra. Esta mesma atitude do governo foi observada nas cidades de Batdambang, Kampong Rham, Siemreab, Kam Pong Thun e muitas outras. Nestes procedimentos não havia exceções e até os hospitais eram esvaziados e os pacientes deportados para o interior. O governo comunista do Khmer Vermelho alegava como causa destas providências a necessidade de alimentar a população urbana, do que era impedido pelos bombardeios das forças norte-americanas, que tornava qualquer meio de transporte inviável.
Embora tenham sido lançadas 539.129 toneladas de bombas sobre o território cambojano, quase quatro vezes mais do que as 153.000 toneladas recebidas pelo Japão durante a Segunda Guerra Mundial, este não foi o motivo desta "evacuação". Seguindo-se a isto, o governo prossegue em seu programa de execuções, quando foram mortos tantos funcionários, policiais e militares quantos puderam ser encontrados. Qualquer indivíduo que houvesse trabalhado, de alguma forma, vinculado ao governo deposto, teria morte certa, caso fosse identificado. O Khmer não executava apenas o "vinculado", mas todos os seus familiares, para eliminar qualquer possibilidade de uma futura vingança contra o regime. Por volta de julho de 1975 o ritmo da matança foi reduzido e os condenados passaram a ser enviados para os "centros de reeducação", onde fariam parte dos "batalhões de trabalhos forçados". No final deste ano, e início de 1976, houve um recrudescimento das execuções em massa, só que agora eram dirigidos aos mais cultos e intelectualizados, tais como professores e assemelhados.
Entre 1977 e 1978, a violência atingiu o seu auge, quando os assassinatos passaram a ser comuns entre os próprios elementos do Khmer, em intermináveis purgações em todos os níveis.
Durante todo este período em que o país passa a ser conhecido como "Kampuchea/Camboja Democrático" (Janeiro de 1976/79), o regime de Pol Pot exerceu o poder de vida e morte sobre toda a população, sem a menor contestação. Devido à necessidade de poupar munição, as armas de fogo poucas vezes eram utilizadas. As pessoas eram mortas por qualquer motivo: por não trabalharem com o desejado afinco, por reclamarem das condições de vida, por guardarem algum bem ou comida para utilização própria, por usarem alguma jóia, por terem relações sexuais não autorizadas, por chorarem a morte de algum amigo ou familiar e até por demonstrarem algum sentimento religioso. Os doentes eram, na maioria das vezes, eliminados. Esta matança ocorria, sempre, sem qualquer tipo de julgamento e prolongou-se, ininterruptamente, até a invasão do país pelas tropas do Vietname, em 1979.
A estimativa de mortes neste período varia muito de fonte para fonte. Os dados originários do Vietnã nos dão 3 milhões de mortos entre 1975 e 1979, porém, outros cálculos chegam a 2,3 milhões; a Amnistia Internacional calcula em 1,4 milhões e os norte-americanos, em 1,2 milhões. Qualquer que seja o valor correto, este foi o maior massacre proporcional à população de um país, ocorrido na história moderna da Ásia.
Inconformados com a barbárie, líderes do Vietnam ordenam a invasão do Camboja e a deposição do Líder maoísta Pol Pot. A partir de 1979, com a invasão vietnamita, Hanói assume o controle do Camboja e Pol Pot é deposto. O país passará a ser denominado República Popular do Camboja, sob a presidência de Heng Samrin. Daí em diante, ao longo dos anos, o regime se tornará menos opressor e tende, mesmo que levemente, à uma ordem democrática mais liberal, embora tenha adotado a base do regime marxista-leninista do Vietnã. Mesmo com toda esta redução dos massacres, pouco se conhece desta época, devido ao grande número de expurgos decorridos ao longo do período, tornado raras as testemunhas dos acontecimentos. O país passa a ser reconstruído e as suas instituições recompostas, embora o sistema coletivista e a economia planificada tenham continuado.
Depois de passar 18 anos escondido na selva e ter a sua morte anunciada diversas vezes, Pol Pot reaparece em julho de 1997. É acusado pelo Khmer Vermelho de mandar matar vários ex-companheiros e suas famílias. É condenado à prisão perpétua, a ser cumprida em sua casa. Lon Nol, ex-presidente do Camboja, diz que, dos 7 milhões de cambojanos, 3 milhões haviam morrido de fome, doenças ou devido a expurgos, desde a ascensão dos comunistas ao poder. O Camboja encerra o século com um regime de governo estabelecido por uma Monarquia Parlamentarista, sob a égide do já registrado Norodom Sihanouk.
Um acordo assinado entre o governo cambojano e a ONU, em maio de 2000, determina a criação de um tribunal para julgar os líderes do Khmer Vermelho por crimes contra a humanidade.
Imediatamente após o domínio do governo pelo Khmer, foi iniciada a evacuação da população da capital, em direção ao campo. Eram cerca de 2,5 milhões de pessoas, incluindo-se 1,5 milhões de refugiados de guerra. Esta mesma atitude do governo foi observada nas cidades de Batdambang, Kampong Rham, Siemreab, Kam Pong Thun e muitas outras. Nestes procedimentos não havia exceções e até os hospitais eram esvaziados e os pacientes deportados para o interior. O governo comunista do Khmer Vermelho alegava como causa destas providências a necessidade de alimentar a população urbana, do que era impedido pelos bombardeios das forças norte-americanas, que tornava qualquer meio de transporte inviável.
Embora tenham sido lançadas 539.129 toneladas de bombas sobre o território cambojano, quase quatro vezes mais do que as 153.000 toneladas recebidas pelo Japão durante a Segunda Guerra Mundial, este não foi o motivo desta "evacuação". Seguindo-se a isto, o governo prossegue em seu programa de execuções, quando foram mortos tantos funcionários, policiais e militares quantos puderam ser encontrados. Qualquer indivíduo que houvesse trabalhado, de alguma forma, vinculado ao governo deposto, teria morte certa, caso fosse identificado. O Khmer não executava apenas o "vinculado", mas todos os seus familiares, para eliminar qualquer possibilidade de uma futura vingança contra o regime. Por volta de julho de 1975 o ritmo da matança foi reduzido e os condenados passaram a ser enviados para os "centros de reeducação", onde fariam parte dos "batalhões de trabalhos forçados". No final deste ano, e início de 1976, houve um recrudescimento das execuções em massa, só que agora eram dirigidos aos mais cultos e intelectualizados, tais como professores e assemelhados.
Entre 1977 e 1978, a violência atingiu o seu auge, quando os assassinatos passaram a ser comuns entre os próprios elementos do Khmer, em intermináveis purgações em todos os níveis.
Durante todo este período em que o país passa a ser conhecido como "Kampuchea/Camboja Democrático" (Janeiro de 1976/79), o regime de Pol Pot exerceu o poder de vida e morte sobre toda a população, sem a menor contestação. Devido à necessidade de poupar munição, as armas de fogo poucas vezes eram utilizadas. As pessoas eram mortas por qualquer motivo: por não trabalharem com o desejado afinco, por reclamarem das condições de vida, por guardarem algum bem ou comida para utilização própria, por usarem alguma jóia, por terem relações sexuais não autorizadas, por chorarem a morte de algum amigo ou familiar e até por demonstrarem algum sentimento religioso. Os doentes eram, na maioria das vezes, eliminados. Esta matança ocorria, sempre, sem qualquer tipo de julgamento e prolongou-se, ininterruptamente, até a invasão do país pelas tropas do Vietname, em 1979.
A estimativa de mortes neste período varia muito de fonte para fonte. Os dados originários do Vietnã nos dão 3 milhões de mortos entre 1975 e 1979, porém, outros cálculos chegam a 2,3 milhões; a Amnistia Internacional calcula em 1,4 milhões e os norte-americanos, em 1,2 milhões. Qualquer que seja o valor correto, este foi o maior massacre proporcional à população de um país, ocorrido na história moderna da Ásia.
Inconformados com a barbárie, líderes do Vietnam ordenam a invasão do Camboja e a deposição do Líder maoísta Pol Pot. A partir de 1979, com a invasão vietnamita, Hanói assume o controle do Camboja e Pol Pot é deposto. O país passará a ser denominado República Popular do Camboja, sob a presidência de Heng Samrin. Daí em diante, ao longo dos anos, o regime se tornará menos opressor e tende, mesmo que levemente, à uma ordem democrática mais liberal, embora tenha adotado a base do regime marxista-leninista do Vietnã. Mesmo com toda esta redução dos massacres, pouco se conhece desta época, devido ao grande número de expurgos decorridos ao longo do período, tornado raras as testemunhas dos acontecimentos. O país passa a ser reconstruído e as suas instituições recompostas, embora o sistema coletivista e a economia planificada tenham continuado.
Depois de passar 18 anos escondido na selva e ter a sua morte anunciada diversas vezes, Pol Pot reaparece em julho de 1997. É acusado pelo Khmer Vermelho de mandar matar vários ex-companheiros e suas famílias. É condenado à prisão perpétua, a ser cumprida em sua casa. Lon Nol, ex-presidente do Camboja, diz que, dos 7 milhões de cambojanos, 3 milhões haviam morrido de fome, doenças ou devido a expurgos, desde a ascensão dos comunistas ao poder. O Camboja encerra o século com um regime de governo estabelecido por uma Monarquia Parlamentarista, sob a égide do já registrado Norodom Sihanouk.
Um acordo assinado entre o governo cambojano e a ONU, em maio de 2000, determina a criação de um tribunal para julgar os líderes do Khmer Vermelho por crimes contra a humanidade.